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O documento discute a concepção marxista-leninista do papel do partido político revolucionário como agente de educação da classe operária. Apresenta como Marx, Engels e Lenin formularam a necessidade de um partido operário para organizar a classe operária, levá-la à consciência de classe e conduzi-la à revolução socialista. Discute como o Manifesto Comunista de 1848 e a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores em 1864 contribuíram para desenvolver essa concepção.
Descrizione originale:
Alvaro Cunhal
Titolo originale
O PAPEL DO PARTIDO COMO AGENTE DE EDUCAÇÃO_ UMA CONCEPÇÃO MARXISTA−LENINISTA _ PCB – Partido Comunista Brasileiro
O documento discute a concepção marxista-leninista do papel do partido político revolucionário como agente de educação da classe operária. Apresenta como Marx, Engels e Lenin formularam a necessidade de um partido operário para organizar a classe operária, levá-la à consciência de classe e conduzi-la à revolução socialista. Discute como o Manifesto Comunista de 1848 e a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores em 1864 contribuíram para desenvolver essa concepção.
O documento discute a concepção marxista-leninista do papel do partido político revolucionário como agente de educação da classe operária. Apresenta como Marx, Engels e Lenin formularam a necessidade de um partido operário para organizar a classe operária, levá-la à consciência de classe e conduzi-la à revolução socialista. Discute como o Manifesto Comunista de 1848 e a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores em 1864 contribuíram para desenvolver essa concepção.
MARXISTALENINISTA Posted on 20/04/2012 Professor da Universidade de So Paulo
Militante da Base Caio Prado Jr/Ribeiro Preto
1 Aspectos da construo histrica da concepo marxista-
leninista de partido poltico revolucionrio.
Marx e Engels formularam uma proposta para a organizao do
Partido Comunista no final de 1847, a pedido da Liga dos Comunistas, uma associao operria internacional, sendo o Manifesto do Partido Comunista publicado pela primeira vez em Fevereiro de 1848.
O manifesto aparece numa dcada em que a produo industrial
atingia cifras elevadssimas, difuso das cincias jamais vista, publicaes de livros na casa de centenas de milhares, a ferrovia no Reino Unido em 1845 transportou 48 milhes de passageiros, em 1846 j havia trs mil milhas de via frrea e nos E.U.A., chegava a nove mil milhas em 1850.
Por outro lado, aumentava o nmero de operrios e sua resistncia
explorao burguesa cada vez mais brutal. No campo, as revoltas de semi-servos e camponeses alastram-se por toda a Europa.
Neste contexto aparece o Manifesto do Partido Comunista que
propunha a criao de um partido operrio que tinha como primeira tarefa organizar o operariado como classe, com o objetivo claro de acabar com o domnio da burguesia e a construo de um poder poltico operrio. No manifesto feita uma exposio sistemtica de uma concepo No manifesto feita uma exposio sistemtica de uma concepo de histria, do capitalismo e da revoluo. Nele afirmado que a histria de todas as sociedades que existiram, at nossos dias, tem sido a histria das lutas de classe e que estas lutas sempre terminaram por uma transformao revolucionria da sociedade inteira ou na destruio das classes em luta. Essas afirmaes expressam a viso de Marx e Engels do dinamismo da sociedade atravs da luta de classes. Luta que moveu as sociedades em toda a sua histria e que levar construo de uma nova sociedade.
Esta luta, no capitalismo, se d entre a burguesia, proprietria dos
meios de produo, e a classe que se antagoniza aos seus interesses, o proletariado que, desprovido dos meios de produo, obrigado a vender sua fora de trabalho burguesia. Esta contradio est na essncia das relaes capitalistas de produo e determina a luta poltica: a burguesia, enquanto classe dominante em luta permanente para a conservao da sociedade capitalista e o operariado, em luta pela transformao social e superao destas relaes.
A transformao social na sociedade capitalista, segundo os
princpios do marxismo, s possvel atravs da direo da classe operria, nica capaz de cumprir esta tarefa atravs da revoluo socialista. A direo exercida pela classe operria no processo revolucionrio construda a partir do momento em que o operariado toma conscincia de classe e percebe que seus interesses so antagnicos aos da burguesia, que at ento contava com o apoio da classe operria contra a aristocracia.
Os primeiros elementos para que a classe operria tome conscincia
de seus prprios interesses enquanto classe, contraditoriamente, so fornecidos pela prpria burguesia.
Escrevem Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista:
Em geral, os choques que ocorrem na velha sociedade,
favorecem de diversos modos o desenvolvimento do favorecem de diversos modos o desenvolvimento do proletariado. A burguesia vive em guerra perptua primeiro contra a aristocracia, depois, contra as fraes da prpria burguesia, cujos interesses se encontram em conflitos com os processos da indstria; e sempre contra a burguesia dos pases estrangeiros. Em todas essas lutas, v-se forada a apelar para o proletariado, reclamar seu concurso e arrasta- lo assim para o movimento poltico, de modo que a burguesia fornece aos proletariados os elementos de sua prpria educao poltica, isto , armas contra ela prpria.
Demais, como j vimos, fraes inteiras da classe dominante em
conseqncia do desenvolvimento da indstria, so precipitadas no proletariado, ou ameaadas, pelo menos, em suas condies de existncia. Tambm elas trazem ao proletariado numerosos elementos de educao.
A educao poltica revolucionria da classe operria um dos
elementos para a tomada de conscincia de classe e de que seus interesses so opostos ao da burguesia, que sua emancipao s ser possvel com a destruio da sociedade capitalista e a construo do socialismo atravs da revoluo. Mas como organizar a classe operria do ponto de vista poltico? Como superar as reivindicaes restritas s condies de trabalho e melhores salrios? Como o operariado deve agir taticamente para alcanar seus objetivos estratgicos?
O Manifesto do Partido Comunista a tentativa de Marx e Engels de
responder a estas questes que j se apresentavam na metade do sculo XIX.
O ano da primeira publicao do Manifesto do Partido Comunista,
1848, foi o ano das grandes revolues do sculo passado, destacando-se a parisiense que significou a primeira grande batalha entre o proletariado e a burguesia. A derrota do proletariado remeteu, por determinado perodo, ao plano secundrio as reivindicaes sociais e polticas da classe operria europeia. Os reivindicaes sociais e polticas da classe operria europeia. Os poucos movimentos que deram sinal de vida foram esmagados sem piedade.
Somente na dcada de 60 do sculo XIX, a classe operria europeia
recuperou foras para se contrapor s classes dominantes. Esta nova situao impe a necessidade de uma organizao que aglutinasse todas as foras do proletariado. Nasce a Associao Internacional dos Trabalhadores em Londres no dia 28 de Setembro de 1864, com a aprovao do Manifesto Constituinte e Regulamentos Provisrios da Associao Internacional dos Trabalhadores, redigida por Marx.
Este manifesto e estatutos provisrios serviram de base para a
elaborao dos Estatutos da Associao Internacional dos trabalhadores, tambm redigido por Marx, e aprovado em Setembro de 1871 na Conferncia da Associao realizada em Londres.
Nos Estatutos de 1871, Marx escreveu a respeito da necessidade do
Partido Poltico para que a classe operria atingisse seus objetivos, a revoluo e a construo da sociedade socialista.
Em sua luta contra o poder coletivo das classes possuidoras,
o proletariado s pode atuar como classe constituindo-se em um partido poltico distinto, em oposio a todos os velhos partidos constitudos pelas classes possuidoras.
Essa constituio do proletariado em partido poltico
indispensvel para assegurar o triunfo da revoluo social e desse objetivo supremo: a abolio das classes.
As ideias de Marx, Engels como as de Lnin, so os pilares tericos
no qual se sustentam os Partido Comunistas, sendo o ltimo quem melhor deixou sistematizado o problema do Partido Poltico da classe operria. Como se devem organizar, quais seus objetivos tticos e estratgicos como se deve conduzir nas alianas polticas e no seu papel conscientizador da classe operria e das massas, ou no seu papel conscientizador da classe operria e das massas, ou seja, seu papel educador.
Vladimir Ilitch Ulianov, Lnin, iniciou sua atividade poltica em 1887,
aos dezessete anos, num perodo de grande combate poltico na esquerda russa entre os marxistas russos, liderados por Plekanov, e os populistas, ainda dominante. Neste perodo, Lnin esteve fortemente influenciado pela ideologia populista, s no ano seguinte que iniciou seu estudo do marxismo.
Em 1893, formou-se em Direito e mudou-se para S. Petersburgo
para trabalhar. Logo ao chegar Capital, da poca, entrou em contato com os crculos revolucionrios e de incio, comeou a esboar as linhas estruturais de uma organizao revolucionria. Neste mesmo ano, reorganizou seu crculo depois de assumir a direo. Criou um grupo central com a tarefa de dirigir centralizadamente a atividade geral, organizar reunies e conferncias e formar grupos de discusso de operrios que se tornavam instrutores e formadores de novos grupos.
Estes dados indicam sua preocupao com a formao dos quadros
e militantes, e sua organizao, que j estavam presentes desde o incio de sua atividade poltica.
Em 1895, foi organizada a Unio de Luta pela Emancipao da Classe
Operria, organizao poltica que uniu todos os crculos marxistas de S. Petersburgo, sob sua direo. A importncia desta organizao est em que pela primeira vez na Rssia, uma organizao poltica unia as ideias do socialismo cientfico com o movimento operrio. Neste mesmo ano, Lnin preso, acusado de crime contra o Estado.
O ano seguinte, 1896, foi marcado pelas grandes greves em
S.Petersburgo, que depois se prolongaram a Moscou. Estas greves marcaram o incio do movimento operrio de massas na Rssia, com a participao da social-democracia na Rssia. Da priso, Lnin dirigiu os sociais-democratas neste importante movimento histrico dirigiu os sociais-democratas neste importante movimento histrico do operariado russo e internacional.
Em 1897, foi deportado para a Sibria. No ano seguinte, casou-se
com Nadejda Krupskaia que tambm havia sido deportada em 1898. Foi no exlio que teve notcias do I Congresso do Partido Operrio Social-Democrata Russo, POSDR, realizado na cidade de Minsk em Maro de 1898, e solidarizou-se com as teses fundamentais do manifesto publicado pelo Congresso. No ano de 1900, retornou do exlio com a convico da necessidade de um jornal para unificar os diversos ncleos revolucionrios que continuavam na mesma situao, mesmo depois do Congresso de fundao do POSDR.
Junto com Martov, Potressou e o grupo de Plekhanov constituram
o corao do jornal. O primeiro nmero do Iskra (A Fasca) saiu no dia 24 de Dezembro de 1900.
O Iskra foi a concretizao do sonhado instrumento de unificao
ideolgica e de assentamento das bases programticas essenciais construo do partido.
O jornal passou a ser um eficiente instrumento de divulgao de
seus artigos, principalmente os de organizao e da linha poltica que o partido deveria ter. Alm dos vrios artigos a respeito da questo, Lnin sistematizou de forma mais acabada sua compreenso da estrutura partidria, em trs brochuras: Que Fazer?, 1901/1902, Um passo em frente, dois passos atrs, 1904 e Duas tticas da social-democracia na revoluo democrtica, 1905.
O livro Que Fazer? teve um esquema original que se consistia em
trs questes: carcter e contedo principal da agitao poltica; tarefas de organizao; e plano de um jornal para toda a Rssia que servisse de base formao da organizao. Este plano inicial teve que ser mudado para responder s necessidades que a luta contra o economismo impunha. O resultado foi a introduo de dois captulos iniciais destinados a combater o oportunismo em geral, e especialmente ao economismo russo. Quanto s questes do plano especialmente ao economismo russo. Quanto s questes do plano inicial, passou a ter um aspecto de polmica anti-economista. Na obra Um passo em frente, dois passos atrs, fez uma descrio do II Congresso do POSDR, onde esclarece as posies das fraes, bolchevique e menchevique, e dos grupos minoritrios e avana nas suas concepes do que devem ser os princpios organizativos de um partido proletrio, contrapondo-se poltica organizativa defendida pelos mencheviques que defendiam uma organizao de crculos coordenados. Esta obra ajudou a formar a primeira organizao da frao bolchevique do POSDR, em torno de Lnin.
Quanto ao livro Duas tticas da social-democracia na revoluo
democrtica, Lnin considera que existiam trs posies situao da Rssia agitada pelas inmeras greves de 1905: a primeira, de que a Rssia passava por um momento que possibilitava reformas do tipo democrticas, posio defendida pela burguesia liberal: a segunda, defendida pelos reformistas, considerava o momento uma fase da revoluo democrtica-burguesa, sendo que a burguesia liberal deveria dirigi-la; a terceira, era a revolucionria, que aceitava que a fase era democrtica, mas que para ser til ao proletariado, teria que conseguir conquistas democrtico-revolucionrias, que colocassem a situao favorvel de evoluir para o socialismo. Para isto, era necessrio isolar a burguesia liberal e aliar-se com o campesinato e alguns setores da pequena burguesia urbana, pois estes tinham interesses de levar as transformaes o mais longe possvel.
Este breve histrico teve como objetivo apresentar aspectos da
concepo marxista-leninista de Partido Poltico, e conceitos referentes a este, foram construdos historicamente. Sendo estas trs ltimas obras citadas a consolidao da concepo marxista- leninista de Partido Poltico. Isto no significa que no houve outros escritos aps 1905, e escritos importantes, mas que sua estrutura conceitual estava dada.
2 O papel do Partido Poltico como agente educador
Neste item apresentamos a importncia das questes pertinentes Neste item apresentamos a importncia das questes pertinentes ao papel educativo do partido em vrios escritos de Lnin, sem a preocupao cronolgica, mas com a inteno da fidelidade terminolgica, e deste como sntese do acumulo terico com a prtica do militante poltico. Em seus escritos, ele debate com seus contemporneos sobre a organizao do partido revolucionrio, a elevao da conscincia do proletariado trade-unionista a uma conscincia poltica de classe, a atuao deste partido frente aos outros partidos, os sindicatos, parlamento e, sociedade em geral.
No livro Que Fazer?, Lenin defende que a luta pelo socialismo s
pode ser travada a partir de uma conscincia socialista, ou seja, conscincia poltica de classe que s pode ser incorpora pelo operariado quando vem do exterior desta classe, fora da esfera das relaes restritas entre operrios e patres, uma vez que a luta espontnea limita as questes que envolvem o operariado e seus patres. O conhecimento que pode fazer com que o operariado eleve sua conscincia ao nvel socialista, o conhecimento obtido produzido a partir das relaes entre todas as classes e camadas com o Estado e o governo e nas relaes de todas as classes entre si.
Esta anlise o leva a afirmar que, ao sair da luta entre operrio e
patro que se limita s questes relacionadas com melhorias das condies de trabalho e salrios e incorporando a luta das vrias classes em relao ao Estado, com o propsito de dirigi-las para a conquista do poder de Estado, o operariado toma conscincia socialista, saindo do limite de operrio e elevando-se condio de revolucionrio.
Mas, para alcanar a condio de revolucionrio, impe-se a
necessidade do estudo terico, o estudo da cincia socialista que elaborada fora das relaes restritas do operariado com o patro. Isto no significa que a classe operria incapaz de formar seus prprios intelectuais, elaboradores de teoria.
Lnin escreveu a respeito em uma nota de rodap do livro Que
Lnin escreveu a respeito em uma nota de rodap do livro Que fazer?:
Isto no significa, naturalmente, que os operrios no
participem nessa elaborao. Mas no participam como operrios, participam como tericos do socialismo, como os Proudhon e os Weitling; noutros termos, s participam no momento e na medida em que consigam dominar, em maior ou menor grau, a cincia da sua poca e faz-la progredir. E para que os operrios osconsigam com maior freqncia preciso esforar-se o mais possvel para elevar o nvel de conscincia dos operrios em geral; preciso que os operrios no se confinem ao quadro artificialmente restrito da literatura para operrios, mas aprendam a assimilar cada vez mais a literatura geral. Seria mesmo mais justo dizer, em vez de no se confinem, no sejam confinados, por que os prprios operrios lem e querem ler tudo quanto se escreve tambm para os intelectuais e s alguns (maus) intelectuais pensam que para os operrios basta falar das condies nas fbricas e repisar aquilo que j sabem h muito tempo.
Todo este processo de elevao da conscincia poltica,
intelectualizao e organizao da classe operria passa, necessariamente, pela organizao do partido da classe operria, que ter xito com um eficiente trabalho educativo interno e externo ao partido e classe operria.
O papel educativo do Partido Comunista educar a militncia e as
massas para a luta e construo do socialismo. Portanto, a educao dos comunistas e das massas trabalhadoras um importante instrumento da luta poltica que, para a classe operria, significa a tomada do poder de Estado e a construo do socialismo, objetivos esses que s sero alcanados atravs das organizaes e aes revolucionrias do proletariado fundamentadas pela teoria revolucionria: Sem teoria revolucionria no pode haver tambm Sem teoria revolucionria no pode haver tambm movimento revolucionrio.
Ainda no livro Que fazer?, Lnin cita Engels, identificando a
importncia da teoria e dizendo que este outro campo de luta de classes em que os revolucionrios devem se preparar:
Citaremos as observaes feitas por Engels em 1874 sobre a
importncia que a teoria tem no movimento social- democrata. Engels reconhece na grande luta da social- democracia no duas formas (a poltica e a econmica) como se faz entre ns mas trs, colocando a seu lado a luta terica.
A necessidade de assimilao da teoria revolucionria por parte da
classe operria aponta a questo: quais devem ser as condies que possibilitem instrumentalizar os revolucionrios de uma teoria revolucionria?
A resposta a essa questo, do ponto de vista marxista-leninista,
que o instrumento que possibilita a assimilao da teoria revolucionria pelos revolucionrios o partido da classe operria (Partido Comunista), que deve utilizar como princpio educativo a relao teoria/prtica. O partido tem que propiciar uma educao que articule a teoria e a vida cotidiana, para que o partido no limite seu programa de formao s experincias cotidianas da vida e nem aos estudos tericos desvinculados da realidade concreta. Estas preocupaes foram manifestadas por Lnin em seu artigo Sobre a confuso da poltica e a pedagogia, escrito em 1905:
Na atividade poltica do partido social-democrata h e
haver sempre certos elementos de pedagogia: preciso educar toda a classe dos trabalhadores assalariados a fim de que desempenhem o papel de combatentes para libertar toda a humanidade de qualquer opresso; preciso educar constantemente novas e novas camadas desta classe, saber aproximar-se dos elementos mais atrasados, menos aproximar-se dos elementos mais atrasados, menos desenvolvidos , menos influenciados por nossa cincia e pela cincia da vida, para poder falar e estabelecer contato com eles e elev-los paciente e firmemente ao nvel da conscincia social-democrata sem converter nossa doutrina em um dogma sem vida, ensinando-a no apenas com livros, mas tambm por meio da participao das camadas mais atrasadas, e menos desenvolvidas do proletariado na luta diria e prtica.
A preocupao da relao teoria/prtica na formao dos
revolucionrios tambm trabalhada por ele, ao referir-se s experincias do movimento revolucionrio nos grandes acontecimentos e como essas experincias possibilitaram um avano na qualidade do movimento e, para fundamentar esta tese, exemplificou, atravs de anlises das greves da metade do sculo XIX e de como contriburam para o crescimento do movimento operrio que se manifestou nas greves dos anos 90 do mesmo sculo e como estas foram embries da luta consciente do proletariado contra a burguesia.
Ele tambm chama a ateno para a necessidade de se aprender na
observao da vida cotidiana das massas operrias e camponesas. Os ensinamentos que os grandes movimentos da histria e da vida cotidiana oferecem para a educao da classe operria e das massas no so suficientes para form-las politicamente, necessitando, para tanto, um ensino terico e sistemtico da cincia revolucionria, o socialismo cientfico. Este estudo tem a maior ou menor importncia, segundo as condies revolucionrias, ou seja, se h movimentos de grande agitao e/ou revolucionrios, o estudo sistemtico fica secundarizado, sendo que o processo de formao da classe operria e das massas se d na prpria luta; se o movimento operrio passa por perodo de calmaria, de represso por parte das foras reacionrias, o estudo sistemtico tem que ser priorizado na luta do proletariado. nesses momentos que a luta ideolgica toma maior importncia e a classe operria tem que se organizar e se preparar para esta dura batalha contra a burguesia e organizar e se preparar para esta dura batalha contra a burguesia e no seu prprio interior, uma vez que esses momentos favorecem as vacilaes e tendncias pequeno-burguesas no seio da classe operria.
Este um movimento que no pode ser entendido de forma
mecnica. Dar prioridade aos movimentos de rua e extrair, a partir da, lies que serviro para a formao dos militantes e das massas, no exclui a importncia do estudo sistemtico. este que possibilita uma qualidade diferente das aes de agitao e revolucionrias. O inverso tambm verdadeiro, quando se priorizam os estudos sistemticos em consequncia do momento histrico que se vive, no se abandona o movimento de rua, pois este que concretiza as possibilidades de transformaes guiadas por uma teoria.
Lenin em seu artigo Novas tarefas e novas foras, escrito no incio
da revoluo de 1905, indica quais devem ser as tarefas da social- democracia e quais as prioritrias do movimento frente ao momento revolucionrio:
preciso ampliar em grande medida todo tipo de organizaes
do Partido ou a ele afetas para ir, ainda que seja em certo grau, ao compasso da torrente centuplicada da energia revolucionria popular. Isto no significa, est claro, que se deva abandonar a firme preparao e a educao sistemtica nas verdades do marxismo; mas preciso ter em conta que agora, na preparao e na educao, assumem muito mais importncia as prprias aes militares, que ensinam os no iniciados a seguirem nossa orientao e nenhuma outra mais. preciso ter presente que nossa fidelidade doutrinria ao marxismo se reafirma neste momento em virtude de o curso dos acontecimentos revolucionrios dar, em toda parte, lies concretas s massas, e todas estas lies confirmam precisamente nosso dogma
No se trata, portanto, de enfraquecer nossas exigncias
social-democratas e nossa intransigncia ortodoxa, mas de social-democratas e nossa intransigncia ortodoxa, mas de refor-las por novos caminhos, com novos mtodos de ensino. Em tempos de guerra preciso instruir os recrutas diretamente nas aes militares. Assimilai, pois, com mais audcia, os novos mtodos de instruo, camaradas! Formai com mais audcia, novos e novos destacamentos, enviai-os ao combate, recrutai mais jovens operrios, ampliai os limites habituais de todas as organizaes do Partido, comeando pelos comits e terminando pelos grupos de fbricas, sindicatos de oficina e crculos estudantis! Recordai que toda demora de nossa parte na realizao desta tarefa beneficiar os inimigos da social-democracia, pois os novos regatos buscaro sada imediatamente e, ao no encontrarem um leito social-democrata, procuraro outros leitos.
A preocupao de Lnin com a participao do Partido Operrio
Social-Democrata da Rssia na revoluo de 1905, era a necessidade de ampliar seus militantes em todas as instncias partidrias e que a social-democracia no se distanciasse do movimento de massas, que desse resposta e conduzisse na ao revolucionria, sendo que aquele momento histrico determinava as aes militares como o melhor mtodo de instruir a militncia, a classe operria e as massas trabalhadoras. J nos momentos de represso e contra- revolucionrios, o estudo sistemtico que passa a ter importncia mpar, como justifica em seu artigo A caminho, publicado no Sotsial-Demokrat, n 2, escrito em 1909, quando analisava o quadro poltico ps-revolucionrio e a crise pela qual o POSDR passava. Indicava, por fim, qual o caminho que a social-democracia russa deveria seguir. Nesse mesmo artigo, chama a ateno do partido para a necessidade de uma estreita relao entre a organizao partidria e a educao de seus quadros e militantes, relao que, necessariamente, deve ser mantida tambm na ao do partido frente s massas:
o trabalho prolongado de educao e organizao das
massas do proletariado passa ao primeiro plano; a massas do proletariado passa ao primeiro plano; a conbinao da organizao clandestina e da legal impem ao Partido deveres especiais; a popularizao e o esclarecimento da experincia da revoluo, desacreditada pelos liberais e intelectuais liquidacionistas, so necessrios com objetivos tericos e prticos.
O trabalho de formao do partido se d na relao do trabalho de
educao e organizao em sua estrutura interna. Isso impe ao partido a tarefa de organizar e educar a classe operria e as massas, sendo esta relao que possibilita a educao poltica interna e externamente ao partido. Em seu artigo Tarefas urgentes de nosso movimento, escrito em Novembro de 1900, indica as tarefas que o partido chamado a cumprir:
dever a que est chamada a cumprir a social-democracia
russa: levar as idias socialistas e a conscincia poltica massa do proletariado e organizar um partido revolucionrio ligado indissoluvelmente ao movimento operrio espontneo.
Segundo os princpios marxista-leninistas, a revoluo socialista
um processo que compreende a articulao do Partido revolucionrio com a ao revolucionria das massas, portanto, o partido tem que, necessariamente, estar junto do povo para que possa cumprir seu papel poltico, pedaggico e organizador, para dirigir e elevar a conscincia poltica do proletariado e das massas para a revoluo.
A atuao do partido junto classe operria e s massas no se
limita aos movimentos espontneos, mas tambm s instituies em que essas camadas da sociedade se organizam. Lnin, em seus escritos, privilegia a atuao do Partido Comunista nas organizaes sindicais, ressaltando que os comunistas devem atuar em todos os sindicatos, principalmente nos reacionrios, pois neles que se encontram a massa mais atrasada do proletariado e do campesinato e tambm, que papel do partido elevar a conscincia poltica e tambm, que papel do partido elevar a conscincia poltica destas massas.
o papel de vanguarda do proletariado, que consiste em
instruir, ilustrar, educar, atrair para uma vida nova as camadas e as massas mais atrasadas da classe operria e do campesinato.
Quanto participao nas instituies legais, justifica, em vrios
textos, a participao do Partido Social-Democrata no Parlamento Burgus. Diz ele no artigo Qual a atitude dos partidos burgueses e do partido operrio ante as eleies Duma?, publicado em 31 de Dezembro de 1906, no semanrio Ternii Trud, n 2:
O que nos importa no assegurar por meio de negociatas
um lugar na Duma. Ao contrrio, estes lugares somente so importantes na medida em que possam contribuir para desenvolver a conscincia das massas, elevar seu nvel poltico, organiz-las, no em nome da placidez filistia, da tranqilidade, da ordem e da prosperidade pacfica (burgus), mas em nome da luta, da luta para conquistar a plena libertao do trabalho de toda explorao e opresso.
Tambm em seu artigo A caminho, indica qual deve ser a atuao
dos comunistas em decorrncia da derrota do movimento revolucionrio de 1905/1907, e como deveriam atuar nas condies que aquele momento lhes impunha:
Esta etapa deve ser superada; as novas condies do
momento reclamam novas formas de luta; a utilizao da tribuna da Duma uma necessidade absoluta; o trabalho prolongado de educao e organizao das massas do proletariado passa ao primeiro plano.
O marxismo-leninismo apresenta princpios na defesa do trabalho
de formao poltica da classe operria e das massas. Quanto aos meios se diferenciam segundo as condies polticas que se meios se diferenciam segundo as condies polticas que se apresentam a cada momento histrico, mas os objetivos permanecem os mesmos, ou seja, educar e formar a classe operria e as massas para a revoluo e construo do socialismo.
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10/01/2010 COMUNISTA DOGMATISMO Em "Formao bsica" INTERNACIONAL! 03/02/2012 30/12/2009 Em "Venezuela" Em "Unidade Comunista"
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