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Capitulo 1X Sobre 0 Conceito de Fungio em Ciéncias Sociais* Q.cONGEITO DE FUNCHO APLICADO A SOCIEDADES HUMANAS ‘ascia-se na_aralogia chive vide social e vide orgies © ‘reconkecimento di analogia ¢ de algumas de suas lmplicagdes nfo € novo, No século XIX, analogia, con- ceito de fungio © a propria palavea aparece freqiien- temente na filosofia social e na sociologia. Tanto quaa‘o sei, a primeira formulagio sisteméticaplicada 20 es. tudo estrtamente cientitico da sociedade foi a de Enile Durkheim, em 1895 (ROgles de la Méthode Sociologique). N: lode Duricieim 2_efungios de uma insti, ‘uigdo social é e correspondtacta entre clk © as Teces dade ~ (esos Tanto) OrgTERETS SE, Boa Goes ge age ee er, para eviter possivel ambigtidade e, em particwar, A possibilidade de uma interpretagio teleolégica, gosta. a de 9 termo enecessidades> pelo termo ndighes_necessirias de existéncias, ou, se empregar- ag com que proponiig. Pode-se nolar aqui, como ponto a que volta emos, que toda tentaliva de aplicar este conceito de fungRo em cigncias sociais implica a suposigdo de que ‘hd condig6es necessdrias de existOncia para as socieda- des humanas, do mesmo modo que at hé para orga- 220 * phe inismos animais, e que elas podem ser descobertas pela pesquisa cientifica adequada Para maior clucidagdo do conceito € conveniente em- pregarmos a analogia entre vida social e vida organica, Como todas as analogias isto deve ser feito com cautela, © organismto animal ¢ uma agloneragio de celulas ¢ fluids interstciais dispostos uns em relagio com outros ‘fo como um agregado, mas como um todo vivo inte. grado. Para o blogulmico, trata-se de um sistema com= plexamente integrado de moltculas complexas. O sistema de relagées pelo qual essas unidades se relacionam € a estrutura organica. Tal como os termos sio empregados aqui, 9 organismo no é em si a estrutura; um ache ‘ulo_ de unidades (células e moléealas) dispostas numa Giulia Bet nt aie ae fem uma esirutug. Dols aniniais adultos da mesma es- “PEE © Ue mestb sexo eomplem-oe de unidades seme: Jhantes combinadas numa estrutura semelhante, A e5- frutura_deve pois ser_definida como uma série deal sas enice edad Ch enetara Wo ta ea Zn mesmo sentido, uma série de relaybes entre moléculas complexas, © a estrutura de um atomo & uma série de relagBes entre elétrons ¢ protons). Na medida em que vive, 0 organismo mantém certs identidade de suas par- fes consttuintes. Perde algumas de suas moléculas pela respiragdo ou excregdo; obtém outras pela respiraglo e absorelo alimentar. Durante certo tempo. suat células constituintes no permanecem as mesmas. Mas 2 dispo- siglo estrutural das unidades integrantes continua 0 mesmo. O_processo pelo qual se mantém esta continui- dade estrulual do Diganlony dha oe Vs Opa so_vilal_consiste das atividades inferagdes das unida- sdeg_consftuintes “do_organismo: a8 cdlulas © os Orgaos nos” quais as célilas estf0 unidas. mo _a_palavra_funglo esti sendo empregada aqui, a vida do organism & concel dg_sua_estruturg. E” mediante a eontinidade do fun cionamento que a continuidade da estrutura se mantém. Se considerarmos qualquer parte ciciea do processo vie fal, tal como a resplragio, digestio ete, sua fungdo & 2a {pps desmpeaad,« cone da vids de odes gana, Ta ‘como ot tetone eto tendo ea eet ate eles canes ll inland feu fango'E- ete gel fale toon do sro dp tase gists and canton do Satimagn No'sento que dino is paavan St, de- Strum dae gue to's entdaden oan, cat “Sogn € mide as pvtsias 0 almenio aunt ora sor tue sar jum vests © aula 08 tee ts pelo angie,” Podomos cbevar quo 2 tango. de tum proceso fisiolégico ciclico € assim un rc Sic are ean nemaece (0% son teceidar de extn) do openiano, Se itectacne ace veeant senate da nates oe organs ¢ de ide opps ts ses de problemas We nov apresnam, (Hay em acracno, outs oes de protiemeyreereies aspects oa CX” raceriea, dt Win orgica pelos. palo. t= feressamos. aqui). Q_primeizo ¢ de morfologia: que es- bisne de colvluras-oiginicas Bg? Gu Senet cm geral, funtionan’ as estruturas organicas qual_por- ges introns do proses i Pata, probe His de NOR Oy desenolvmedlo™ Cong VERA Seria one poe de ganas Deixando a vida orginica e voltando & vida socal, se examinarmos uma comunidade como a tribo africana ou austaliana, podemos reconhecer a existfncia de uma cestrutura social. Qs seres_humanos individuals, unidades ‘azanciae_nente_caso,_ealo-relaionadon-por_une sit ‘Hetinida de relagies Socials mum Todo Infegrado. Xcor- tinuidade da estrutura social, como 2 da estrura ongd- nea, no & destrulda. pelas mudangas nas unidades. Os individuos. podem deixar a sociedade, por morte ow de cuteo modo; outros podem entrar ncla, A_continuidade da_esirutura_ ¢ mantida pelo processo da vida_soua, we consiste de atividades ¢ interagées dos sores huma- ‘Ee Soo inaiiouas, «doy grupos organise ‘quaisestio_unidgs. Avida sosial da comunidade € de ‘inids” aqui_comoo unelonamento da estrututa social. A funpao de qualquer atividade periodica, tal como a ppuniggo de wm crime, ou uma cerimOnia ‘finebre, & a parte que ela desemipenha na vida social como unt todo ©, portanto, a contribuigdo que faz para a manutengao da continuidade estrutural sonst defunco tal como & aay dstinide-Inaen poy 2 nogio- de uma 2fruure consuida de-uma_sé- te ee ae tesa naa ebaltaidade-d-etetura por um_processo wat cou Spl ar eae al las aides” das. upidadestntegranen ‘Se empreendermos um eetudo sistemdtico da natureza da sociedade humana © da vida social, tendo em mente soe coneitos teremos dinnte de més tes séres de. pro- ( blemas: em primeiro. lugar, problemas de morflogia | social — a existinia de csleuturas soctis, suas se tmelhangas diferengas, e modo pelo qual possam ser Classificadas, Em segundo luger, problemas de fisiologia Socials como tunclonam as exiruturas socials? E, por iim, problemas de desenvolvimento: como ven a’ exe tir novos tipos de estratura socal? Devemos notar duas importantes quest@es onde exssa 4 analogia entre organismo ¢ sosiedade. Num organis- Ino social € possvel observar a estrulura orgénica, até fro ponto independentemente de seu fneionanento, ’, portant, possivel organizar uma morfologla Independen- {eda filogia, Mas na soctedade humana a estruura Seca como-um odo 36. pode str observada em st) funcionamento, Alguns dos aspectos da esters. social {ais como a distrbuigSo geogrtica dos. Indviduos ¢ gripes, podem ser observados dirlamente, mas a maior Parte das relagdes sociais que na totalidade conslituem 4 estrlura, fais como as elagdes de pai e fiko, com- jrador vendedor, governador e governado, nio podem fer observados, a1 nfo. ser nas. allvidades’scials nas ‘uais as TelagBes estio funcionando, Segue-se dsto que 223 Mo 20 pode estabelcer una snsolgia social indepen denterente do tne isilogia socal, "segunda questio €qut-¢ orgaiamo ania ro mux 4s se tizo evita) curso da vida. O porco 30 5 lransfores em tipsptamo, (A evoligto Go anal desde a fecundarto até maturidace no é una alter so de tip, visto gue 0 proceetoem Todos os seus c= facion i). Por out ado, 3s ‘de up istria pode «dala Aci lip eetutral s_que quer quctra- de conlinidade Pea-dsfingho_agul dada, pela cual certos roblenas so formulados para estudo. Nenfum traba- Tho cientfico € possivel sem a formulacso_de hipdteses $.que_a_hipofese_afo precisa ser_assertiva_dogmdtica “Ge gue to na Wa GO de Comldaae Teed Exige apenas a pressuposieao_de_que_pode er_uma, ¢ Exige _apenas_a_pressuposigio_de_que_pode_fer_uma, ¢ ‘que vale_a_pena_iovestigi-la. A segunda ¢cueo que PASTE Sor 9 mesmo costume social ent dua’ sociedades pode_ter_fungbes diferentes nas_duas. Assim, a pritica Toca seinen Cater Romana de ole fom fine es muito diferentes em relagdo 20 celibato na primi= tiva tgreja Cristh. Em outeas palavras, a fim de deti- nit determinado costume social, ¢, portanto, a fim de tornar validas as comparagées entre os costunes de di- ferentes povos ou épocas, @ necessirio considerar nfo apenas a forma de costume, mas também sua_funsio, Nesta base, por exemplo, a crenga num Ser Supremo nna sociedade simples 6 algo diferente de crexga sem Ihante na comunidade civilizada moderna. ‘A aceitago. da hipétese ou ponto de vista funcional cima esbogados resulta no reconhecimento de grande indmero de problemas para cuja solugto se impeem am- plos estudos comparados das sociedades dos tipos mals dliversos bem conio estudos de tantas sociedades em par- ticular quanto possivel. Nos estudos de campo dos poves ‘mais simples a hipétese leva, antes de tudo, a um exame direto da vida social da comunidade como’ a0 funciona mento da esirutura, e disto temos varios exemplos na bi- biiogratia recente. Considerando que a fungdo de uma ati- vidade social deve ser achada pelo exame de scus efeltos 227 sobre of individuoe, eles so estadados, no indviduo tu lodvidos médee @ excepcioas, Actas, hp fee eva tetas no sentido. do Invstger die iments 2 cotastnca funcional uikade de um sisema focial bust como a determina, tanto, quanlo,pousve tm cada cso, 8 valweza, dosa unidade, Tal estado de ampo.serécbviamente. diferente 0 mos aepecce ds estos eleluados 2 partir de outospostos de vis: ta, por extrplo, ca perspectiva etoldgia que i tnase X ditusio. Mio’ nos ‘cabe. diner te ease ponto. de visa & melhor gue. 0 cutro, nas apenas que to diferentes, f que qualquer trabalho deve ser julgado com releéneit tod fis gm ee. prepoe : Se 0 pont de esbogado for tomado como certs fora de stuncionalmnon, sera io fazer algumas ensderagdes sobre 0 ensaio do Dr. Lester, Menciona tle a dierenga de. aqui aresentado im plica portant, que fenhamos de investiger 0 mas com Blelamentepotsrel todos os aopectos da vida. socal, Eonsiderando-os uns em relagdo com os outros, © que parte fundamental da tarefa-€ a lnvestigasao do indivi {ito e do. modo pelo-qual ele € modelado pela vida so- dal ou ajstadova ela 28 JIndo do conteiido ao método o Dr. Lesser parece des- ccobrir algum conflito entre o ponto de vista funcional © histrco. Isto € reminisetncia dss tentativas fellas an- figamente no sentido de pereeber um conflito entre so. ciologia e histéria. NEo ha conflito algum, mas dferensa, (No hé, nein pode haver conflto algum entre a hi plese funcional e 0 parecer de que qualquer cultura, qualquer sistema social, sejam 0 resiltado final de uma série peculiar de acidentes histéries. O processo da evo- hi tug da rapa cavalar apr de seu anepasado de Sc un i te cy aunt Me cc. nto nfo cota com info ‘Sao cao Go ole tous as fora antler. tes Se conformem ou at se teahan conforma es fll, tas cones return de cine fia orga. A paleootologa ¢ & Tsologia nfo eno my conta. A eexpeagdon para‘ cavalo. preaangue dove ser prodiada na tra = como © one le veo ae 9 que & Oua sexpeagon totalmente indepen ent € tsar como o cavalo ven a ser completo tipi de ke flies Avaogamente unt. cep capion de determina stoma acl serk sua hati, Srsobemes orto miceso de como ‘onde veio a aer 0 que & Outawexpkaglon do meno si tema obéavse masiando™ (ema oe fonlnaitan, ene tam fazer) que le € una inte expel ds ly Ga fisiolga sce o 40 Tuncoraeno Soa. Oo tgor de explnaso no cofitam, mas suplenentae reiprocment." A hipStese funcional est4 em conflito com duas. posi es sustentadas por alguns etnblogos, ¢ provavelmente estas, sustentadas quase sempre sem formulagao igo rosa, sf0 a causa do antagonismo em relaglo aquele ge Barat Ete ERD 229 enioque, Uma € a teoria se alguém quisesse. E" 9 assunto em si, © nko ‘ome, que € importante. Coro os. senhores sahem, ha etndlogos ou antropélogos que afirmam no ser pos sivel, ow pelo menos proveiteso, aplicar aos fendmenos sociais os métodos teGricos das’ citncias naturals. Para cessas pessoas a antropologia soval, tal como 2 defini, € algo que nfo existe © nunca 2xistirl. Para eles, evi- dntemente, minhas observagbes nfo terdo valor algum, ‘04 pelo menos o significado que pretendo. Embora tena ew definido antiopologia social como 0 estudo da sociedade humana, alguns ha que a éefinem como 0 estudo da cultura, Poder-se-ia pensar que esta liferenga de definigéo € de minima importancia. Na Jealidade cla leva a duas espécies diferentes de estudo, 233 fenlre 95. quais € clificlente possivel obler aeordo ns fonmulasio de. profsteras. Para ‘uma definigio preliminar ce fendmenos seciais parepe-nie suficiectemenie claro que temos de lidar cars felagoes de assaclagko eatre organismos individu, Numa colfaia de abelnas existem as relagées de asso- siagfo da rainhs, 2 operdsies e os zangbes. HA ass0- siagdo de animals mum rebanto, ce uma gata e seus filkotes. Trata-se de fendmencs socisis; acho que nine guém os chamard de fendmenos culturais. Em antropo- + fogia, evidentemente interessamo-nos apenas. por_seres hhumanos, © a antropologia social, contorme defini, 0 gue ‘eros de investigar sfo_ a8 formas de associagto ‘ue, se encontram entre os seres.humanos. Consideremos 0 que sio fatos obsecvavels © con de que se ocupa a antropologia social. Se deci estudar, por exemplo, os habitantes aborigines de ma Y parle da Austrlia, schamos certo mimero de individuos | fnumanos emt determinado melo natural. Podemos obser- var a conduta desses individuos, inclusive, evidentemente, ) se modo de falar o os prolutos materials de suas ati vidades passadas. NZo observamos uma. eculluras, vis to que efsa palavra denota no uma realidade concreta, mas uma abstragio, e é em geral, emprogada como vvaga abstragio. Mas a observagio diteta ni nos re- vela que esses seres humanos estio relacionados por uma complexa rede de relagbes sociais. Emprego o ter- smo «estrutura socials para'designar esta rede de rela- {gOes realmente existente. Isto & 0 que considero meu over estudar se estiver trabalhando, nfo como etn6logo fou psicélogo, mas como antropélogo social. NZo. quero dizer que.o estudo da estrutura social seja tudo na antropologia social, mas considero, em sentido muito importante, a parte fundamental dessa_citncia, ‘Meu parecer sobre cigncia natural é que la € a in- vestigagdo sistematica da estrutura do universo tal qual nos & revelado através dos sentidos. Ha certos ramos distitos e importantes da cigncia, cada um dos quais trata de corta classe ou espécle de estruturas, com 0 objetivo de descobrir as caracteristicas de todas as e3- 234 traturss daquola expécie. Assim & que a fia nuclear {fata da svuthra dow dlomosy a unica esttura ds moclsseitlgrata'e 8 ini eal the "on eras © colic, ca anatomi fhlogt, Ga esutras do organ, Exe portant, segundo perso lugar para mramo da cena nalral que tena se pvimer area 0 detobiment das carters era desas erties soca ij uldaces. cons flies fo sree humanos : Os eabenos sola conse wma clase dstinta (i Teabmenes natura Sto todo, de tm mod tae fo, relacionadas com a existéncia de estruturas sociais, cles implicados ou resultantes deles, As estruturas so- ciais $0 tio reals quanto os organismos_individuais. ‘organismo complexo € um conjunto de células vivas, © fluidos inferstciais dispostos em certa estratura; e 3 célula viva € analogamente uma disposigdo esiutural de oldeulas complexas. Os fendmenos fisiologios © psi- coldgicos que observamos nas vidas dos orgarismos néo ‘sio apenas resultado da natureza das molécalas cons- tituintes-ou dtomos de que o organismo € felt, mas re sullado da estrutura na qual esifo unidos. Também os ~* fendmenos_eociais que observamos em qualquer socie- dade humana nfo” sfo_resultado_imeaiao dos eres Turianos toriados individvalmente, ‘geqlncia da estrufura soctal_pela qual esta infos, Spares gue disc que Ctariosetadando ee turas sociais nfo significa a mesma coisa que dizer que estudamos relagSes socials, tal como alguns sociblogos definem sua matéria. Determinada relagio social entre tuas. pessoas (a menos que sejam Adio e Eva no Jar~ ddim do Eden) $6 existe como parte de ampla rede de relagdes. socials, implicando muitas outras pessoas, © € festa rede que considero objeto de investigagées. q Estou ciente, com eleito, de que o termo «estrutura social» € empregado em muitos sentidos diferentes, al~ guns doles muito vagos. Isto € infelizmente verdade quanto a muitos outros termos em geral usados pelos fntropélogos. A. escotha dos termos e suas: definigbes E questo de convenitncia cientifica, mas uma. das ca- 235 ractersticis de certa citneia, to logo ultrapasse 0 pe- iodo de férmapio, 6 a exist@eela de termos_tkcnicos que sio empregados no mesmo sextido rigoraso por to- ddos_ 05 estudiosos dessa citncis. Segusdo este crtéro, lamento dizer, a antropotogia social revela-se ainda ims ‘ura, Temse, portarto, que escolher pars si mesmo, para cerlos termes, definigies que paresam es sais. conve- lentes para fing de anilise cientica Alguns antropélogos empregam 0 termo cestrutura so- cials para designar apenas grupos sociais duréves, co- mo naples, tribos © cls, que mantenham continuidade ¢ identidade como grupos indivicuais, a despeito de transformag6es no seu seio. O Dr. Evans-Pritchard, emt recente © admirdvel livro sobre os nucres, prefere tomar (© term estrutura social> neste sentido, De fato, 2 fexisténcia desses grupos sociais durivels & aspecto. i= portantissimo da estrutura, Mas echo mais. proveitosa incluic sob esse termo bem mais do que isto. m‘primeleo lugar, considero como parte ds estrutura sock fodas-at rebar de piston a Pesos Por oxen plo, a estrutura do parentesco d= qualquer sociedade onsiste de uma quantidade dessas relagdes ciddicas, ‘como entre pai e filho, ou irmio da mie ¢ filho da irm Numa ribo. austealiana toda a estrutura social basela- se mua rede de tals relagdes de pessoa a pessoa, os- tabelecida através de conexses, genealdgicas. Em segundo lugar, incluo sob estrulura social a di {erenciago_de Individios e_ classes por seu desempenho LEocgk As_porgGes soca diferencadoras de homens ¢ muiheres, chefes comunitérios, empregadores © empre- gades, sho outros tantos determinantes das relagies so- fiais na medida em que pertencendo a diferentes clis ou nagbes. 'No estudo da estrutura social a realidade concreta de ‘que estamos tratando & uma série de relagScs realmente existentes, em dado lapso de tempo, que agrupa certos seres humanos. E nisto que podemos fazer observagbes ditelas. Mas nfo é isto que pretendo descrever em sua particularidade. A ciéncia (diferentemente da historia ou da biogratia) no se inferessa pelo particular, peculiar, 236 mas apenas pelo geral, pelas expécies, pelos fatos que Teepe, ho rsagtes conreas de” Antti Joo © Pedro, ow a conduta de Manvel e José podem ser lan- adas'em nossos apontamentos servir de exempitica- Eko para una. descrigdo geral, Mas_o que. preisartos fara"tins clentfeos € wm balaago da forma da este fara, Por examplo, se numa tbo susraliana observ Iuog asco Ge procedimento das pessoas entre si que Getejam em posigdo de imo da mae e flho da imd, € Sm de que. posse rexistrar o mais rigorosemente pos- fivel"a forma’ geral oa norm deste reacionamento, sraida‘das_variagee_ de. caros particles, embora iran en coideagio ann vars ota importante distnglo. ene estratura ¢ realdade conceta existent, a ser observada dietamente, © forma ‘Struturat, como o que o peaglsdor de campo’ descreve, pode ser covlrecida talver pela consderagio. 02 cont Fuidade. da estrutura. através do tempo, continuidade fsa que nfo € eratica como a de um edifcio, mas di famica, como a esrutura orginiea do corpo ¥vo."Por {oda a vida de um organism sua estrutura est sendo Sempre renovada; ¢ de modo ifntico a vida social cons- teen rnova mn ei. Aa 88 rela o- tretay de pessoas gropos de pessoas mudam de ano sino, ou mesmo edie a dir Novos membros inter fram a comunidade pelo. nascnento ou imigragto; ou flow sacm por morte ou emigragio, HA easarienios © Aivorcios, Amigos podem formas inimigos, ow nim gon podem fazer a par © convrter-se em amigos. Mas Enquanto. a estrutura. social muda. deste iodo, a fr- tna estrutaal gral pods. peranecr rlativamentecons- tante por periodo. de. tempo aor ‘ou mencr. Assim Se vislo uma comunidade reativamente estvel ea Te" sito apex der’ anos, vericaet que mullos de seus Inembros-morreram e que outer natceram os membros finde vies ficaram der anos mais ellos e sas rela- Gees para com os outros muaram de. mulls modos. Gent, observe que as eepéies de relagbes que posso onsatarsfo pouqussimo diferentes das vistas ez’ anos nies A fornia estrutural moa povco. 237 ‘Mas, por outro lado, a forma estutural pods mudar as vezes gradualmente, © outras yezes com zeta re pildez, como no caso das revolugdes © conquistas mili fares. Mas mesino nas transformagies mais revoluciona- las mantémese algama contisuidade estutural Devo dizer algunas palavras sobte o agpecto espacial da estrutura social. E* raro que enconteenios uma co- smunidace absolutemeste Isoladz, que nfo teria contecto com 9 exterior. No presente momento da histéria, 2 rede ce relagdes sociais espatia-se por todo o mundo, fem absolita solupfo ce continuidace em parle alguma, ‘Acho que isto suscita uma dificuldade que es socidlogos nio enfrentami: a diffculdade de definir o que quer dizer ssociecade>. Eles em geral falam de sociedades como se fossem distinguiveis entidades discretas, quando, por exemplo, nos falam que a sociedade & ust organisino. Serd 0 Inpério Britanico uma sociedade our um conjunto de sociedades? Serd sociedade una aldsia chinesa ou ‘meramente fragmento da Repiblice da China? Se declarames que nosso assunto € o estudo e compa- ago das sociedades humanas, devemos ser eapazes de dizer quais sio as entidades unitérlas de que tratamos, Se tomamos determinada localidade conveniente © de lamanho apropriado, podemos estudar 0 sistema estru- ural fal como aparece na regito, isto é, a rede de re lagdes que lige os habitantes entre si ¢ com o povo de oulras ‘regibes. Podemos assim observar, descrever © ‘comparar os sistemas de esteutura social ‘de tantas lo- calidades quantas desejarmos. Para ilustrar 9 que estou indo, posso_mencionar dois estudos recentes da Universidade de Chicago, um de uma aldeia japonesa, Suye Mura, pelo Dr. Jolin Embree, e o outro de uma omunidade franco-canadense, St. Denis, pelo Dr. Ho- race Mine, TIntimamente relacionada com esta concepgio de es- trutura social esta a concepcio de «personalidade #0- cial» como posigéo ocupada por um ser humano numa estrutura social, 0 complexo formado por todas as suas relagdes socials’ com otros. Todo ser humano que viva ‘numa sociedade € duas coisas: individuo © pessoa, Co- 238 imo individuo, € wm organismo bioligico, aglmerado de fmeaso nimero. de. modeas organizadas sama este tira complexa, dentro. 62 qua, durante-o tempo que persist, teorm agbes © renee fsolgicas e psicle- Glens, processos e\transtormagfes, Os ste. iumanos ono iahios so objeto de, caado don Biogen ¢ sicstogos. Ose humano ogg pessoa 6 um complexo Ue elsconamentos sclis /@” cldadio da Inglaterra, mado e pat, petro, syoro do delerinada congre- aslo melodia, volate'em deterinado. pardo, mem- fro de seu sindiato, adepto do Partido ‘Tratalhista et. Nose que ead una dessas eseriges relee-se a um feacionazento soci, ou culo lugar na esrlura so- Sal Notese também que. personalidade socal € algo Ge muda dutanle 0 curso" da vida a pesoa. Como ssa, 0 ser human € objeto do estado do anlropo- Togo soll, do podemceestudar pessoas a wo str nas cugnes “de estutura eoial, nea podeios caida 2 SSirutura, social exceto em termos. de pessoss que” sf0 SS unidades de que ela Se compte. Se me redaguirem que indivduo e pesson si, ate nal de conta, a ema coaa,lembrarel que 0 credo Cristo faz ating: Deus sfo ts pessxs, mas dle Ser que Ble sfo tts Indviduos € er read hersia ria gual multos homens foram condenador 4 mort Bonu, ear na ferenclagho de. individu © pessoa tho apenas heres. ogi. plor que ito: fonte Ge conftoto na clei. Espero termos ja definido suficientemente a matéria ‘que considero amo sumamente importante da antropo- Togia social, O método a ser adotado segue-se imedia- famente desta definigio. Deve combinar ur profundo festudo das socledades simples (isto , 0s sistemas es- fruturais observéveis em determinadas comunidades) com 42 comparagio sistemética de muitas sociedades (ou_sis~ femas estruturais de tipos diferentes). A comparagio € indispensdvel. O estudo de uma sociedade iinica pods fomnecer iaterlais para estudo comparado, ou ensejar hipdteses que ento precisam ser verificadas por rete- 239 Fincia a outres sociedsdes; alo pode dar resultados de- rmonsteavels. Nossa princiea tarete, evidentements, & saber 0 mix xlrso possivel sobre as varledades, ow diversidades de femas estraturss. Isto exige pesquisa de campo. Mui- os autores. de descrig6es etnogralieas nfo textam dar- nnos qualquer balanzo sistemdtico da esirulure social Mas uns poscos antropélogas socials, aqui e na Amd rica, reconhecem a imporlincia de tals dados e seu trabalho € dar-ros um acervo crescente de material para nosso estudo, Ademais, suas pesquisas j& nfo mais se confinam ao que sio ciamadas «sociedades. primitives», ‘mas estenden-se 2 comunidades em regidet como Sicilia, Irlanda, Japdo, Canada e Estados Unidos, Se porém precisarmos de uma concrete morfologia comparative das socledades, devemos ter em mente al- guma espécie de classitieagdo dos tipos de sistemas es- truturais. Isto é tareta complexa e dificil, & qual ett mes- ‘mo dei atengdo por trinta anos. E’ o tipo de tarefa que cexige cooperagio de muitos estudiosas ¢ acho que posse conlar nos dedos os que no momento se interessam pelo zssunito. Todavia, creio que se faz algum progeesso. Este trabalho, no entanto, nfo produz resultacios espo- taculares eum livro sobre o assunto certamente 80 Devo lembrar que 2 qulmica e a biologia nfo se tor- naram cigncias plenamente constituidas até que conside- ravel progressoocorresse na. classificagio. sistematica ddas coisas de que tratavam, substincias num caso © plantas € animais no outro. Além deste estudo morfolbgico, que consiste na_de- finigdo, comparagio e classifiagio dos dliversos sste- mas estrutursis, hi um estudo fisolégico, O- problema no caso €: como persistem os sistemas estruturais? Quais os mecanismos que mantém viva uma rede de relagdes soriais, © como atuam? Ao empregar 05 ter= ‘mos. morfologia fisiologia, posso dar a impressio de estar voltando a analogia entre sociedade e organismo, que era 140 comum aos fildsofos medievais, retomada e tantas vezes mal uiilizada pelos socidlogos do. séeulo 240 passado € completamente rejeitada por muitos autores modernos. Mas as analogias, adequadamente feitas, so ajuda importante 20 pensamento clentifico ¢ existe real © sigaificativa analogia entre a estrutura orginica e 2 social, Portento, o que aqui chamo de fisiologia social trata nfo apenas da estrutura social, mas de toda espécie de fendmeno social. Moral, direito, toas maneleas, religio, sgoverno © educapio, tudo isto’ so partes do complexo ‘mecanisnio pelo qual uma estrutura social existe e per dura. Se assumimos © ponto de vista estrituralista, e3- tudamios essas coisas ado abstrats ou isoladamente, mas relagdes dirctas ¢ indiretas com a estrutura social, isto & com referéncia ao modo pelo qual dependem das relagdes sociais entre pessoas e grupos de pessoas ou) fas_afeter, ‘Aqui nada mais posso fazer seato dar ligeita Hustra- fo do que isto significa Consideremos em primelro lugar 0 estudo da lingua- gem, Linguagem & uma série conexa de modos de falar observados no seio de determinads comunidade. A exis- féncia de comunidades dle fala bem como suas dimensées ‘fo aspectos da estrutura social. MA, portanto, certa re ago muito. geral entre estrutura social e linguagem. ‘Mas se considerarmos as caracterstias specials de de- ferminada linguagem — sua forologla, morfologia © mesmo, em grande grau, seu vo:abulirio — nao ha- vera conexto direta de determina;so unilateral ow mix tua entre essas e as caracteristcas especiais da estrutura social da comiunidade no seio da cual a ngua & falada, Podemos facilmente conceber que das sociedades pos. sam ter formas muito semelhantes de estrutura social « tipos de lingua muito diferentes, ou vice-versa, A coin cidéncia de determinada forma de estrutura social e cer {2 linguagem em dada comunidace @ sempre resultado dde caso histérico. Pode aver, evidentemente,.intera- es indiretas e remotas entre a estrutuica social ea linguagem, mas isto seria de menor importancia. Assim, © stuido comparado geral das linguagens pole ser proveitosamente empreendido com> ramo.relativamente 2a independents a cic, na qual # lcguagees & consi deredn abstratamenie a parer de esica. socal dt omusiéace na cual é falada. Por outro ado, héaspecice dz iléria.Sngiica cspettcasrente reacogatoy oom # esrstira socal. Cox in nbnen eral godess como acm 9 essa peso qual o ais, que era a lingua da pequens Fogo do Lica, veio a 90a lngia ce imonsn parle 2 Earopa, ceslocando as domais tngias ities, ftruscas mulls linguas edict; © 0 swbeeqieale pro: Ssseo inverso. pelo geal ollie fe fragmento em. nic fnerosas formas feats ce fla, que en) time, instants Converteraniee nas diversas aguas comintcas de toje esse modo pois t ditto. da linguagen, 155 io de comunidades separadas eo comunidades de lie fue inca eo proceso ioverso de subivisto em comin Sidaden de inguns diferentes, io fendmenor de etratura Social, No metin caso esti socidaces ie posse tra de-classe e modes de falar diferetes confor sie ss clases ‘Consderanos em primeiro lugar a lingua, porque a lingiisiea € segundo. penso, 0 rarmo da. antopologia social que rial proveitosamente pode ser estado sem fefernsia a estrtura socal Hal uma raxfo. para st. Aiciis-de-modos de fel que constituent. inguse fem forma ‘ce fal um sistema, eos sistemas. desle {ipo podem ser comparados a fim de deseobrirse S038 caracteres comune eras ov abstalos,cuja. deerinee Gio. pode proporcionar-nos kis, a6-quais serfo eapeci- ficaene is da lings, Consderemos mut Drevemente outros ramos da_an- tropologa social ¢ sa relapao. com 9 estilo da esi {ura socal, Se fomamos 2 vida soil de ecrta comin dae Tocal_por determinado.perfodo, cigamos, um. ano, ocemos observa uma soma total de atvidades efetia: fas. por pessoas que a compdem.. Podemos também verifier certaatibuiggo. dessas alividades a. detrmi- Iadas. pessoas que farem mas coisas enquanto otras pessoas fazem ‘outras. Esta repartigfo de atividades, Equivalent a0 que a8 vezes se-chama dlvisio do ta” 22 batho, € aspecto importante da estrutura socia, Ora, as atividades sto efetuadas porque proporcionam certa’es- pécie de , conforme sugiro que se ctame, ¢ 0 aspecto caracteristico da vida social & que as atividades dias. pessoas proporcionem prazer a outras pessoas, Vejamos um caso simples: quando © nativo australian val A caga, busea a carne nfo apenas para ti mesmo, ‘mas também para a esposa, os filhos, 8 parentes, 208 quais € de seu dever dar came quando a tem. Assim fem oda sociedade thé no apenas atribuigso de_ativ dades, mas também de prazer delas resultante, © uma espécie de maquinaria social, relativamente sinples ou, As vezes, altamente complexa, pela qual o sistema atua E’ esta maquinaria, ou certos aspectos dela, gue cons titui 0 tema especial estudado pelos economistas..In- feressam-se eles pelos. tipos e quantidades de bens Produzidos, como ‘sHo distribuldos (isto é, 0 fixo de pessoa a pessoa, ou de regido a regifa), e'o mado pelo ual disptem deles, Desse modo, as chamadas insttul- es econdmicas so estudadas mais ou menos em com- peta absiracio do restante do sistema social. Este mé- odo proporciona, sem divida, proveitosos resultados, Sobretudo no estudo das sociedades complexas moder nas. A fragilidade do método aparece quando tentamos aplicé-lo a0 intereambio de bens nas chamadas socie- ‘dades: priitivas, (© mecanismo de determinada sociedade apsrece sob luz inteiramente nova se estudado em relago com a es- trutura social. O intercdmbio de bens e serviges depen de — é resultado e a0 mesmo tempo meio de manter certa estrutura — de uma rede de relagées entre pes- soas grupos de pessoas. Para os economistas © poll= ficos do Canada 0 potlatch dos_indios América era simplesmente desperdicio tolo e foi por isso proibido. Para o antropélogo era o mecanismo para ma- hnutengo da estrutura social de linhagens, clase meta des, com 0 qual se combinava uma ordem hisrarquica definida por privilégis. ‘A plena compreensio das insituigdes cconénicas das sociedades humanas exige seu estudo sob dois angulos. 243 De um deles 0 sisters ecordmion & excarado como 0 Imecasismo pelo qual. ce tens de virias expécies tn diversas quantiades” sto. produces, trassporados, “taosierido e uizados, Do otro angulo 0 sistema eco. rbmico é una erie ce relagbes ere pessoas © grupos {que mastém, e € mando, pels interctmbio ou crclar Gio de beng © serviges Dest slime posto de visa 0 ctado ca vida econdmisa eas socedades assume o Iie gat como parte co estudo gecal_da estutira soca "As rclapdee cis 85 io observades, « s6 podem ser desritas em relagso& conduta reclproca das pessoas fem jogo, A forma de wa exculura social teo.'de scr dria, portan‘o, pelos pares de condute segldos Deloe iaivicuos © grupos no teato mito. Estes padrées io parciainente formsindos em rormas que ert nossa Dropria secedace lstingumnos dot regras ee boat mas ites, morale dirito Ae norms, evidentemeste, 50 fxistem no recenccimento. que. dlasTém_o9_mebros ds saciedades_sejan0 reconhecimento. ese, quando Se estabelcem como normas, on quando cnprias na rita, Exses dis modos de recorheeiment, como todo Perguiador de campo sabe, nfo sio @ mesma coisa € Embos. tim ce ser fomados’ em consieras80. ‘Se declaro que em toca sociedad as normas de boas raneias, orale dveito s8o parle do mecsnsao peo Sunt cerias elas sociis fo maniidas viva, tal de= laragi, suponho, sera recebide como teuimo. Mas & tim daqueles tufsmos que mutes eseritores sobre a so= tiedade humana aceitam.verbalmente © contd igo- ram nas discusses teércas, ou em sas. andes es- tries, A questo nfo & a existéncia da norma emt toda Sociedade, mas o qe precnames saber para wna cont Dreensio”cientiiea€ precsamente como esas cols Stuam em casos geraite- particulare, ‘Cossderemoe, por excmplo, © estado do. dito, Se examinarmos a bbliogratia sobre jurisprudéncia veremos que a= insiigdes legis to estudadas guase. sempre mais ou menos abstratamente em relagfo a0. restate ao sistema soclal a que pertencem. Isto € sem dvda fo: método mais conveniente para os advogados em Ss 2a cestudos profissionais. Mas para a pesquisa cientifica da natureza’ do diteito 6 insuficente. Os dados com que deve lidar 0 cientista so eventos que ocorrem e podem ser observados. No campo do dlrcito, os fatos que o clentista social pode observar e admitit como dados sto (08 efeitos que iramitam nas cores de justiga, S%0 eles 2 realidade, e para o antropélog> social so 0 mecanis- ‘mo ou proceso pelo qual so restauram, se mantém ou se modiicam certas relagGes sociais definiveis entre pes- soas e grupos. A lei & a parte ca maquinaria pela qual se mantlm certa estrutura social O sistema de leis de Aeterminada soviedade s6 pode ser plenamente compre= endido se estudado em relagko com a estrutura_ social, fe reciprocamente a compreensio da estrutura social e fe, entre outras coisas, um estuo sistemdtico das ine tiuigbes tegais Venho falando de relagdes sociais, portm até agora nfo del uma definigfo rigorosa, Existe relaedo social entre dois ow mais organismios individualmente quando hd certo ajuste de seus respectivos inferesses, pela con- vergéncia de interesse, ou pela limitagio de contltes que’ possam surgir da divergtnsia de interesses, Em- prego o termo aqui no sentido mais ‘amplo Possivel, paca designar toda corduta que consideremos roposital. Falar de um interesse. implica um sujeto {© um objeto, bem como certa relagdo entre eles, Sempre ‘que declaramos que um sujeito tem certo interesse em dterminado objeto podemos declarar a mesma coisa afirmando que 0 objeto tem certo valor para o sujeto Inferesse ¢ valor so fermos corrlalos, que se referem dois aspectos de uma relaglo assiméttica. Desta maneira, o estudo da eslrutura social leva ime- diatamente a0 estudo de interesees ou valores como de- ferminantes das relagdes socials. A relagfo social nfo resulta da semelhanga de interesses, mas. repousa ou no interesse mltuo de pessoas em outra, ou em um ot mais interesses comuns, ou ainda numa combinagso de ambos os modos. A mais elementar forma de solidai dade social verfica-se quando duas pessoas estfo in teressadas em produzir certo restltado e cooperam para 248 Quarde duas ou mais pessoas 8m um interesse oman: em. exxto objets, pode-se dizer que esse objeto fem um vaidr sociat para as pessoas sssim_associtdas, Ss, eatio, praticansen’e todos os membres de dada so- cledade tin interesse co curmprimento das leis, podemos dizer que ¢ lel lem valor social. O estudo. doe va sociais neste sentico &, pois, parte do estudo da estn- lure social. Foi deste panto de vista que em estudo anterior enfo- quei_o que c© pode chamar perlinentenente de valores riluais, ito € as valores expressos nos sitos © mitos, E? talver, de ‘novo, truismo afirmar que 2 religifo é 0 ‘cimento que amaigima a socledade. Mas para uma com- ‘preensio clenlificn precisamos saber exatemente como tal Acontece, © isto conslitui assunto para extensas investi- ‘gages em mullas formas diferentes de sociedade. ‘Come iltimo exemplo, permitant-me mencionar 0 es tudo da magia © bruxaria, sobre o que existe extensa Dibliogeatia antropoldgice.” Indiceria 2 obra do Dr. Evans-Pritchard sobce os Zande como exemplo esclare- edor do que pode ser feito quando essas cvisas io sistomaticamente investigadas, quanto 20. papel que do- semperham nas relagSes socials dos membros de dada comunidad, As insttuigbes sociais, do ponto de vista que tentel resumidamente expor, no sentido de modos padroniza- dos de conduta, constituem o maquinismo pelo qual a estrutura social, que & uma rede de relagdes.socia rmantém a existéncia ¢ continuidade proprias. Hesito em empreger 0 termo efungéos, que nos ultimos anos tem ido usado e do qual se abusa, com inimeros significa dos, vagos muitos deles. Ao invés de ser empregado para cestabelecer diferencas, como devem ser os termos cien- tifcos, & empregado agora para confundir as coisas que deve ser esclarecidas. Porque & freqlientemente empre- gado em lugar de palavras mais comuns como «uso, epropésito> € de certs ppalavra ou simbolo do propésilo de um decreto legis- Tativo, em vez de empregar a palavra funsio para tudo, da Cidade do Cabo, descendentes de pessoas do arquipélago malaio, hhindus © maometanos da India © seus descendentes, cettas tribos bantos que constituem a maioria da popu lagdo da Unio tomada como um todo '0 estudo das sociedades compésitas, desericéo e ant- lise dos processos de mudanca que nelss ocorrem € ta- refa dificil e complicada, A’ tentativa de sinplificé-to, considerando © processo como iinico no qual duas ot 248 ‘mais

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