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A C Ó R D Ã O
(SESBDI-1)
CARP/ly/su
EXECUÇÃO - EMBARGOS DE TERCEIRO - POSSIBILIDADE DE PENHORA DE BEM
VINCULADO À CÉDULA DE CRÉDITO RURAL - OFENSA AO ATO JURÍDICO PERFEITO - O
art. 186 do Código Tributário Nacional assegura a preferência do crédito
decorrente da legislação do trabalho sobre qualquer outro, inclusive sobre
o crédito tributário. Nesse sentido, é válida a penhora efetivada em sede
de execução trabalhista sobre bem vinculado a cédula de crédito rural,
pois o crédito trabalhista, por sua natureza salarial, não poderia ser
preterido em relação ao interesse da entidade bancária financiadora da
atividade rural. Diferentemente da cédula de crédito industrial garantida
por alienação fiduciária, na cédula rural pignoratícia ou hipotecaria o
bem permanece no domínio do devedor, ora executado, não constituindo óbice
à penhora na esfera trabalhista. (Arts. 69 do Decreto-Lei nº167/67, 889 da
CLT, 10 e 30 da Lei nº 6.830/80). Recurso de Embargos não conhecido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos em Recurso de
Revista nº TST-E-RR-517.210/98.0, em que é Embargante BANCO DO BRASIL S/A
e Embargados RUTE MARIA DE OLIVEIRA DA SILVA E OUTROS.
A 1ª Turma, por intermédio do acórdão de fls. 161/166, não conheceu do
Recurso de Revista do Reclamado, registrando que a penhora de bem
vinculado à cédula de crédito rural não viola diretamente o artigo 5º,
inciso XXXVI da Constituição da República.
Irresignado, o Reclamado interpõe Recurso de Embargos com fundamento no
artigo 894 da CLT, sustentando que o acórdão embargado, ao não conhecer do
Recurso de Revista, violou o art. 896 da CLT.
Alega o ora Embargante que a decisão da Turma, ao não conhecer da revista,
desrespeitou o direito adquirido do Banco de não incidir penhora sobre o
bem que lhe fora oferecido em garantia hipotecária cedular, impenhorável
por força do art. 57 do Decreto-Lei nº 413/69, bem como desrespeitou o ato
jurídico perfeito, tendo em vista que a cédula de crédito rural já se
havia aperfeiçoado, surtindo todos os efeitos, inclusive o da
impenhorabilidade do bem a ela vinculado.
Aponta como violados os arts. 5º, incisos II, XXII, XXXV, XXXVI, LIV e LV,
da Constituição Federal de 1988, trouxe jurisprudência do Excelso STF
contrária à afirmativa do v. acórdão embargado, no sentido de que a
matéria em debate - penhora de bem gravado com cédula rural pignoratícia -
não possui índole constitucional. Colaciona arestos de Turma desta Colenda
Corte
Impugnação, às fls. 198/208.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, tendo em
vista o disposto no artigo 113 do RI/TST.
É o relatório.
V O T O
1 - CONHECIMENTO
Satisfeitos os pressupostos comuns de admissibilidade, examino os
específicos do Recurso de Embargos.
1.1 - VIOLAÇÃO DO ARTIGO 896 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO -
EXECUÇÃO - EMBARGOS DE TERCEIRO - POSSIBILIDADE DE PENHORA DE BEM
VINCULADO À CÉDULA DE CRÉDITO RURAL
Primeiramente é de se salientar que a hipótese dos autos refere-se a
embargos de terceiro ajuizados pelo Banco do Brasil S/A, que não foi parte
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NIA: 310338
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