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le Corr, Je aues Unzoen ¢ mena. Zed. Connins: qq. Unica? 1992, DOCUMENTO/MONUMENTO 1. Os materiais da meméria coletiva ¢ da histécia A meméria coletiva e a sua forma cientifica, a historia, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos © 03 monu- De fato, 0 que sobrevive nie € 0 conjunto daquilo que ‘existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forcas que operam no desenvolvimento temporal do mundo ¢ da hama~ nidade, quer pelos que sc dedicam a cifncia do pascado e do tempo que passa, os historiadores, Estes materiais da mem6ria podem apresentar-se sob duas formas principais: 0s monumentos, heranga do passado, © 0s dlo- cumentos, escolha do historiador. ‘A palavra lating monumentien remete para a raiz indo-eu- ropéia mer, que exprime uma das fungSes essenciais do espfrito (mens), a meméria (memini). O verbo monere significa ‘fazer recordar’, de nde ‘avisar’, ‘iluminar’, ‘instrui:*. O monumentwn um sinal do passado. Atendendo as suas origens filolégieas, 0 monumenta é tudo aquilo que pode evocar 0 pasado, perpetuar a recordagio, por exemplo, os ates escritos. Quando Cicero fala dos monumertia basis ordinis (Philippicae, XIV, 41), designa os stas comemoratives, quer dizer, 08 decretos do senado. Mas cesde a Antiguidade romana 0 monunenuan tende a especiali- zac-se em dois sentidos: 1) uma obra comemorativa de arquitet- ra ou de escultura:,grco de triunfo, coluna, troféy, pértico, etc.; 2) um monumento Tunerdrio destinado a perpetuar a resordagio Ge uma pessoa no dominio em que a meméria & particularmente valorizada: 2 morte 335 © monueento tem como guactrisicas 0 ligase x0 poder de perpetuagto,voluntiia ou involuntra, das seicdnes hed, Has (€ um legado &| memria coetiva)e 9 reenvier a stems thos que 66 numa pela infin sy tsternunhon eset, © termo latino dotenentam, derivado ce docere‘eniaa volun para 0 tignifiendn de “prov! ¢€ alas ceale no ee # no século XVII que se difunde, na gem jrtica francesa, a expresso lires et docune sentido motemo de testominho Fitrieo data apenas de ics do século XIX. O significado de “papel jstiiealivo", rns, Ciaimente ro dominio poliil, na Mogustallana, por sxeanec demonstra origem © a evohicho o termo, © destinenta ey para a eecola histrou posiviste do fm Uo séoalo XIX © do inflo do século XX, ert fndamento do ato hiatSaso, nnd, ane result da escolha, do uma decisto do historiacon, parece Apreseniase por si mesmo como prova biséice A soa sbjte vad parece opor-s A intenciontidade do monamente, Alem do mais, afrmarseeasenclalments como ur testeannia eter No final do stculo XIX, Fustel de Conlanges pode ser t= imdo como um testomeno vido de come doctnento © matte imento se teansformavam para os hstoriadore, Or doi over freontran-te, por exempl, nas clisicas pagina Capitulo de La Monarchs frnque (1883, pp. 29,30, 3 Les, cartas, {Grmulas, crOnicas € histérias, € preciso ter lido todas estas éategrias do docionentoy sem emir una Urea. Encom, traremos no euro deste eats vias opinides moderne oo no so epsiam em documents; deveremes estar em condos de afrmar que no 850 conformes a nenhum texto, © Pos ena re Ho nto nos cremos com o dieto de aden cnr A ites dos docimentos io servits, pis, psn nade ss Tose felts coon ‘idéias preconcebidas... A sua tinica habilidade (do. historiador) Const em tar dos docurnenos tudo o que eles conten eee nip Thes acrescentar nada do-que cles nfo conan © mstion historiador € a¢ bistoviador ¢ aquele gue se mantém 0 mais préxime possfvel dos E claro que para Fustel ‘ustel, como para a maior parte dos histo- tiadores embebidos de um espiste petit, vale docisert texto, A esta histéria, fundada em documentos que se impdem 536 por si préprios, Pustel de Coulanges opée 0 espitito e a realiza- (glo da hist6ria erudita slema, tais como se exprimem, por exem- plo, nos "*Monumenta Germaniae historiea, © marcedos, segua- do ele, nio pelo signo da cincia, mas pelo do patriotismo. Poce-se, entdo, falar de um triunfo do documento sobre 6 monumento. Lento triunfo. Quando, no final do século XVI, Don Jean Mabillon publica o seu De re diplomatica, fanda- mento da hist6ria “cientifiea”” que vai permitir a utilizagdo erfti- a do documento e de certa maneira crié-lo, wala-se apenas ain- da de moruenento. Quando, em 1759, © inspetor-geral das finangat do rei da Franga, Silhouette, decide a criaglo de um depésito geral de Di- reito piblico de Historia — que sera mais tarde 0 Gabinete de Chartes ~e confia 2 diregio 20 advogado e publicista Jacob-Ni- colas Moreau, historiSgrafo da Franca, este escreve: “Baseado ‘em monumenios do mex depésito, empreendi a histéria da nossa constituigio ¢ do nosso direito piblico... © nosso dlreito publi- co, uma vez. fundado em fates e monumentes reconhecides, esta- 16 mais do que nunca ao abrigo das vicissitudes que produz 0 arbitrio..." (Paris, Bibliotheque Nationale, Collection Moreau, in? 289, fol. 33; ef. Barret-Kriegel, 1978). (© inspetor-geral Bertin, sucessor de Silhouette, escreve a0 rei Lufs XVI “A histéria e 0 direito publico de uma nagio $80 apoiados por monunentos” (Collection Morcau, n° 309, fol. 102}. No seu relatério de 10 de Margo de 1837 a Guizot, ‘Augustin ‘Thierry escreve ainda: “Assim, a recolha dos monte ‘mentos da histéria do Terceiro-Estado deve, de certa maneira, fazer vir A luz as rafees mais profundas e mais vivas da n035% ordem social atual... Porque realiza um dos votos mais queridos das grandes inteligéneias histSricas do séoulo XVII... que viam nos momentos da legislacio municipal a origem mais segura e ‘mais pura do nosso antigo direito consuetudinério” (1837, p. 28). © terma ‘monumentos’ seré ainda correntemente usado no sSeulo XIX para as grandes colegées de documentos. O caso mais célebre € 0 dos “Monumentz Germanite historica, publ cados a partir de 1826 pela sociedade fundada em 1819 pelo ba- 537 "io Karl von Stein, para a publicagio das fontes da dade MEdia alema, Em Turim aparecem, a partir de 1236, por decisio do sci Carlos Alberto, os ““Monumenta historiae patriae”’. Assim, pou- £0 & pouco, so editadar nas divershs provincias jtalianas cole- es de Monumenti: os “Monument di storia patria dello Provincie modenesi”” a partir de 1861, 0s “Monumenti istori i pertinenti alle provincie della Romagna” a partirde 1869, 08 “Monumenti storici, publicados pela Regia Deputazione ve- neziana de histsria pétria a partir de 1876, os “Monumenti stori-

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