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INDICE INDICE. PRERACIO. s 9 NOTA PARA A EDICAO INDIANA ... i0 PREFACIOPARAA EDICAO REVISADA.. b PREFACIOPARA A PRIMEIRA EDICA 5 ABREVIAQOES vsesnsnsnnensacsnnne 25 EQUIVALENTES ROMANOS DO DEVANAGARI 26 CAPETULO. INTRODUCAO. DERNGAO DE AYURVEDA 3 2 AREA DE ATUAGAODO AYURVEDA. 29 (Os Orr Rawwospo AYURVEDA. 30 CaRACTERISTICAS 31 CAPETULO IL. REVISAO HISTORICA won MITOLOGIA SOBRE A ORIGEMDO AYURVEDA, MM AYURVEDA NA ERA PRE-VEDICA 35 AYURVEDANA ERA VEDICA, 36 AYURVEDANO PERIODO POs-VEDICO 37 CRONICAS SOBRE A VIDA DE TIVAKA, 38 AESTORIA DE BUOIA. 40 Iw R “APITULO LIL, ;RUPCAO DO PROGRESSO NO PER(ODO MEDIEVAL 40 FAURAGAO DO AYURVEDA. 4 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS. CRIACAO DO UNIVERSO 4B TeoRA PAica Manama « 46 DeTERMINAGAO DA CoMPOSICAO MAHABHAUTICA DE UMA DROGA, A PARTIR DE SUAS PROPRIED ADI OCONCEITO DE TRIDOSHA cs ssusssunsnninaniunnaneininaninnnannnananina sn A® Conpigoes pos Dastias NAS DIFERENTES EST ACOES DO ANO FATORES RESPONSAVEIS FEL ALTERACAO DOS DosHas SINAIS E SINTOMAS DO AGRAVAMENTO DOS DOSHAS... "TRATAMENTO DE DOENAS CAUSADAS FOR PERTURBACOES Dos Dosis ‘TERAPIA DE ELIMINACAO PARA CORRECAO DOS DOSHAS ALTER ADOS, DOENCAS CAUSADAS PELOS Dasit4s Concerto DE Sats DHATU CaNcHITO DE MALA. SROTAS OU CANAIS DECIRCULAGIO (CaUsas Das ALTERACOES Dos SROTAS Siri0s Dt OREM DOS SROTAS € SIVIOMAS CAUSADOS POR SUAS ALTERACOES Lina De T3ATAMENTO Dicesrao e Meranousmo Praxatt ou Constiruinre Fisica. FAToRES RESPONSAVEIS PELA DETERMINAGAO DE PRAKRT . (CARACTERISTICAS Dos INDIVIDUOS QUE POSSUEM KAPHA PRAKRT! (CARACTERISTICAS DE UM LYDIVIDUO QUE POSsUI PITT’ PRAKRTI (CARACTERISTICAS DE UM LYDIVIDUO QUE POSSUI V ATA PRAKRTI se (CARACTERISTICAS E CONTROLEDE UMA PESSOA QUE POSSUt VATA PRAKKTL (CARACTERISTICAS & CONTROLE DE UMA PESSOA QUE POSSUI PITTA PRAKRTI (CARACTERISTICAS E CONTROLE DE UMA PESSOA QUE POSSU! KAPHA PRAKRTI Concerto DE MENTE. SINONIMOS E.SUAS IMPLICACOES. (MENTE E MANaS. DESENVOLVIMENTO DO CONCETO TrES PONTOS DE VISTA DIFERENTES . Sexes SeNcreN Tes t NAO SENCIENTES, i ANTAHKARANA OU 05 MEIOS INTERNOS DE PERCEP AO. Locauzacio DIMENSOES E NUMEROS. FUNCOES.. DIFERENTES NivEts DE MENTE. (CLASSIFICACAO Das FACULDADES MENTAIS.. Composicio pas Drogas. CLASSIFICACAO DAs Drogas. RASA OU SABOR ‘SABORES E DOSHAS GUNAS £ oUALIDADES. Virya ou Porexcn ‘VIPAKA.OU Santon POS-DIGESTIVO. SSRSSRRELSSSSSERYRARRERRESSRIRTAR PRABHAVA OU ACKO Espectercs CAPITULO 4 01 MEDICINA PREVENTIVA. DINACARYA (CoNDUTA 0 PERIODO DIURKO).sasssesneisiennsnennen TOL v Lunprza 4 Fact PRoTECio DA Visio. Bewer um Coro pe AGua. Evacuacao| ‘HIGIENE DOS DENTES. RASPAGEM DA LINGUA Uso DE GoTas Nasats Masncacio Gaxcanesos APLICAGAO DE O1LEO NA CAREC 105 Goras DE OLE0 Nos QUVIDOS .. 105, “Massacem com OLeo 106, Exercicios : ange si 107 + Efeios Benéficos dos Exercteios, 107 + Ffeitos Prejudiciais do Exercicio Excessivo. 107 + Caructeristicas do Exercicio Correto, 107 + Conira-indicagées para os Exercicios 107 Banu. VESTIMENTAS.. Uso DE PERFUMES 108 Uso DE ORNAMENTOS 108 CUIDADOS COM CaBELOS E UNHAS. 108 CaLcapos, 108 AUIMEVTOS. 109 Uso ve Counio 110 Fumo ssn oe 110 + Carseterisiicas da Uso Correia lo Fumo uw + Canseterisiicas do Uso Insuficiente do Fumo, WL + Caracteristicas do Uso Excessive de Fumo... WL Coico bE Erica GERAL. Estuvo. Coxputa GeRAL.. AMIGOS CONVENIENTES ‘PESSO4S INCONVENIENTES PARA A AMIZADE. 4S RATRICARYA (CoNDUTS No PeRioD0 NOTURNO) 4s Sono, + Tipos Diferentes de Sono. 7 © Coniva-indicagoes ao Sono Diurno. + Indicagdes do Sono Diumo = Causas da Inséinia. + Medidas que Favorecem wm Sono Benéfico. U8 Coxpura Durante a ReFeI¢AO NOTURNA Uso ve locurre 4 Norte. LeIruRA DURANTE A NOITE.. RELACOES SEXUAIS. RTUCARYA (Coxpura DURANTEAS ESTACOES DO ANO) . O8 DOIS SOUSTICIOS oon EFEITOS DE ADANA KALA XO CORPO. EFEITOS DO VISARGA KALA SOBRE 0 CORPO. Dizta ECONDUTA PARA O INVERNO ‘DIETA E CONDUTA PARA A PRIMAVERA. DIETA E CONDUTS Pars 0 VERKO. DIETA £ CONDUTS Pans 4 ESTACKO CHUVESA DIETA E CONDUTA Pars 0 OUTONO NECESSIDADES BASICAS. NECESSIDADES QUE DEVEM SER SUPRIMIDAS TERAPIA REIUVENESCEDORA, + Objetiva do Rasayana. + Duragdo da Vida. + Epoca de Adminisiragd. + Pessoas Comvenienies para o Rasayana + Método de Administraga, * Drogas Rasayands.eo.u CYAVANAPRASA.. + Dose. + Dieta Oureas Conpvtas PROCESSO DE MORTE CAPETULO 5 .senseennnnnannenennnninnnsnnnscnn neni A PRATICA DA MEDICINA wnnenstnsenninnsnomnnneininnasnennii O Exane Do PACIETE. EXAME DA IDADE DO PACIENTE. EXAME DO VIGOR DO PACIENTE. O.QUE E esre Vicon? OQuEE TEAS? OQUE LOIS? os unesnnnnnnennnnnnin AsPecras CaRscrexisnicos D0 Corpo COMPACTO Disroxstos po Vicor AWAUSE DO SATTVA.. AVALIAGAO Da SAUDE ‘Exase Da DOENCA. + Nidana ou Farores Causais. + Purvarupa ou Primeiros Sintomas... + Rupa ou Sinais e Sintomas Manifestados.. + Upasaya ou Terapia Exploraténia.. + Samprapti ou Parogénese + Kriyakala ou Estigios de Manifestacdo de uma Doenca + Diferemes Tipos de Samprapt. Causas bas DOENCAS + Negligéncia intelectual (prajna paradha), + Conjuncto Paroligia dos Orgtos Sensoriaise seus Objets. 158 *_Variagdes no Tempo e no Perlodo ‘és Tos De DOENCAS.. Dorncasbo Sisrena Pestrémrco Dosneasbo Catania InreneDuAsto Dorweas po Sires Crvinas Siros DE Onuce DAs DOENGAS Moo or Disseamiaco ba DozNea Sinio be Maurestacso Da DoENcs Dorneas esvas Vanuepae Tenanivrica Careconns pe Dons Dicexeyris Tiros De Texavtss + Langhana ou Terapia de Alfvio Briana on Terapia de Nuria © Ruksana ou Terapia Sect + Snehuna ou Terapia de Oleago, + Svedana ou Terapia de Fomentagio.. CAPITULO 6 DIETA CCtassieICacio Dos GEVEROS ALIMENTICIOS £ D48 BEBIDAS + Sukadhanya (cereuis com cerdas}. Samidhanya (gros comesiveis). Mamsavarga (canes). Saka varga (vegetais) Phalavarga (fritas)vo nce Harita varga (vegerais milicados cms) Madya varga (bebidas aleadiicas) Tala varga (vdrios tips de dgua) Gorasa varga (derivados do leite) Iksu varga (prodito dla cana de acta Krianna varga (preparacdes de alimentos cozidos) Aharayogi varga (acessdrias das preparacaes). CAPITULO 7 ACOES DO SABOR SALGADO... ACOES DO SABOR PUNGENTE AGOES DO SABOR AMARGO, ACOES DO SABOR ADSTRINGENTE. 192 CLASSIFICAGAO DAS DROGAS AYURVEDICAS. PREPARACOES COMPOSTAS. NOMES DAS FORMULACOESDE DROGAS PROCESSOS FARMACEUTICOS .. SODHANA OU PURIFICACAO, ORES DROGAS, DIETAS E CONDUTAS. JORES DROGAS PARA CERTAS DOENCAS, CU) a eT | ens 206; ME-TODOS DE PREPARAGAO DAS DROGAS AYURVEDICAS... + Suco. : sn ssc 206) + P6 (Cuma), sve sents 207 + Decocedo (Katha) ee ia 207 + Pasia (Kalk) 208 + Infuesto (Phanta), 208 + Infuusto fria (Situ kasaya) 208 + Preparagito com leive (Ksira paka) 208 + Emplasiro ou geléfa (Avaleha, lehya, paka ow khanda) 208 + Gheee dleo medicinal (tala e gba), 209 + Preparagies alcodticas (Asava e arista) 210 + pildias (Gutika, vati e modaka), 2n + Preparagies em crosta (Parpati). 22 + Medicamentos preparades por sublimagao (Kupipakva rasayana).....212 + Pisi. . : cisteanmnanaemmniceaimanuaeatTD + Colirio (Anjana) 213 + Metais, minerais, pedras preciosas e outros ealcinados em po (Bhasma) 213 CAPETULO 9 sonniennmininnnnmeinnnnninnnnnmenmnninnnaminmnsss TAS A CANNABIS E OS ANTIGOS TEXTOS MEI Revisdo ba LireRATURA ‘Sixoniaos. ‘MITOLOGIA SOBREA ORIGEM DA CANNABIS DEScRICXO MORFOLOGICA EM TEXTOS ANTICOS. SEXO DA PLANTA UsuArios AUTosizaDos PROCESSOS FARUACEUTICOS, Formutacio. IpicacOts TeRAPEUTICAS. TOXICIDADE... Coxtaoue bos EreiT0s TOxIcos. et i \VUAVA KALPA OU PREPARACAO ESPECIAL PARA 0 REIUVENESCIMENTO cunvo £8 asses PROCESSAMENTO. 207 ADMINISTRAGAO DA TERAPIA wessetonnnetnnnnnnnninnnii 227 DISCUSSAO os snoniininmieinninnninnaninniinannnnnnnannnnann 28 CAPITULO 10. 232 A DROGA TERMINALIA CHEBULA NA LITERATURA MEDICA AYURVEDICA E TIBETANA .. 232 EsTORIAS MiToLoctcas 233 ‘Sixoximos. 234 VaRtEDaDEs. 235 IDENTIFICAGAO DOS VARIOS T1P0S. 237 Hasirar. 237 CARACTERISTICAS BOTANICAS. 238 ANALoGos 238 Rasa, VIRVA, VIPAKA E GUNA. 230 PROPRIEDADES TERAPEUTIAS 240 + Nous 241 “APITULO 11 0 ALHO NOS ANTIGOS TEXTOS MEDICOS INDIANOS. MIT0LOGUA SoRRE A ORKGEM DELASUNA. Varrepaves Sixoxiwos : Rasa ov Sanon Ds Draws . PROPRIEDADES E ACOES FARMACOLOGICAS. Usos TexaPéumicos.. pense ADIVUANTES PaRA DIFERENTES DOENCAS RASONA KALPA hen oe 257 + Pessoas Adequadas para a Adminisiracdo de Rasona Kalpa.. 258 + Pessoas Inadequadas para Rasona Kalpa. 258 + EstagitoAdequada 259 + Coleta do Allium sativum. 259 + Processamenio, 259) + Dosagem 261 + Preparacao do Pacieme 261 + Método de Administragao. 262 + Complicagsese seu Conivole. 262 = Anupana + Cuidaclos Pos- Terapia. + Duragdo da Terapia. + Pathya ou Dieta Adequata at + Alimentos e Condutas Insalubres. 264 + Complicagoes Decorrentes de Condutas Inadequadas 264 + Traamento das Complicacaes. + Cuidados Pis-Terapia. Forauacoes Comeivapas. + Notas e Referencias. CAPITULO 12 .0neeesnnnnnannanrnnnnunnnnennunnnunnnmnnnennren 269 ESTUDO E PRATICA 269 SELECAO De Textos MEDICOS. 269 ‘SELECAO DE UM PROFESSOR DE MEDICINA. 270 ‘SELECAO DO ESTUDANTE DE MEDICINA 271 Iniciacio.ao Estuvo. 272 (Os MEDICOS £ SUAS CARACTERISTICAS. 273 CARACTERISTICAS DE UM BOM MEDICO 273 CARACTERISTICAS DOS MEDICOS FINGIDOS F PSECDOMEDICOS 276 CAP ITUI 13 wisiearccananmitnatommnnamnannmmnaanmanamnnara dT OUTROS SISTEMAS TRADICIONAIS DE MEDICINA 0 usa Tee *Princtpios Fundamentais do Sistema Unani de Medicina Sistas Swpua DE MeDICINA + Mitologia sobre a Origem do Sistema Siddha Propositores do Sistema Sidilha de Medicina, Princ(pios Fundameruais, Classificagao das Drogas Diagndstico das Doengas Kala Cikit90 costes Escti ov Sistema Tite tavo DE MEDICINA + Classificagdio do Conhecimento, + Relagdes Indo-Tiberanas.. Praxnrika CIKITISA (NATURO PATI), © Historia + Principios Fundamentais. + Pratiea da Natwraparia Yous + Princ(pios Fundamentais. Tanres PREFACIO Entre a linha de frente dos eruditos em Ayurveda da nova geragao, o Dr. Bhagwan Dash é uma daquelas poucas pessoas nas quais deposito minhas esperangas pela manutengao da imagem pura do Ayurveda tanto na india quanto no exterior. Seu novo livro é benvindo pois, considerando que o autor esta intimamente familiarizado com os conceitos do Ayurveda, sua exposi¢aéo permanece livre das distorgdes laboriosas que caracterizam 0 trabalho das vitimas de varios tipos de complexos de inferioridade cuja principal preocupagao parece ser, de alguma forma, ajustar os conceitos Ayurvédicos ao leito procustiano da alopatia. Nesta obra, sua Ultima compilagao, o Dr. Dash trabalhou com os fundamentos do Ayurveda de uma maneira lucida e com estilo facilmente compreensivel. 0 livro é langado em uma época em que o Ayurveda atrai a atengdo dos cientistas médicos de paises desenvolvidos como os EUA e 0 Japao, e no momento em que esta grande Ciéncia Indiana da Vida comeca a se desenvolver nas instituigGes médicas ocidentais. Deste modo, esta publicagao oportuna é destinada a disseminar efetivamente o conhecimento do Ayurveda entre os estudantes da ciéncia médica tanto no Oriente como no Ocidente. Shiv Sharma Presidente do Conselho Central de Medicina Indiana Nova Delhi NOTA PARA AEDICAO INDIANA Revelagées mais recentes sobre os efeitos colaterais das drogas alopaticas — quimioterdpicos e antibidticos — tém aterrorizado muitas pessoas em todo o mundo e existem esforgos combinados para encontrar uma altemativa para as mesmas. O Ayurveda, a medicina tradicional da India, consiste de uma pratica ininterrupta desde eras pré-historicas e talvez sua posi¢ao seja a mais viavel na area. Infelizmente, devido as dificuldades da lingua na qual foram compostos os classicos originais, 0 conhecimento de seus principios e praticas fundamentais tem permanecido inacessivel aos cientistas e pesquisadores do Ocidente e mesmo para alguns indianos nao familiarizados com o snscrito. Para satisfazer esta imensa necessidade estamos publicando este trabalho do Dr. Bhagwan Dash. O Dr. Dash nao é um autor novo para os leitores. Ha mais de trés décadas esta ativamente conectado com a profissdo Ayurvédica - em sua pesquisa e pratica. Ao lado das muitas contribuig6es aos jornais estrangeiros e indianos, tem participado de diversas conferéncias internacionais sobre Ayurveda, Yoga, Medicina Tibetana e outras ciéncias orientais, tendo viajado para varias regides da india e paises estrangeiros com esta finalidade. Sao suas estas importantes publicacdes: 1. Caraka Samhita, com tradugéo e notas criticas em inglés, baseado no Ayurveda Dipika de Cakrapani, volumes |, Il, Il e lV; 2. Concept of Agni in Ayurveda; 3. Ayurvedic Treatment for Common Diseases; 4, Embryology and Maternity in Ayurveda; 5. Tibetan Medicine with Special Reference to Yoga Sataka 10 6. Ayurveda for Healthy Living. No capitulo introdutério deste livro, sao ressaltadas as vantagens Unicas do Ayurveda, seu progresso e os altos e baixos através dos diferentes periodos da historia. Descrevem-se em detalhes os principios fundamentais como a teoria do Pafica Mahabhuta, as teorias do Tridosha e do Sapta Dhatu que sao essenciais para a compreensdéo adequada do Ayurveda. Esta ciéncia atribui grande énfase a preservagao de uma satde verdadeira e a prevencao das doengas. Estaéo delineados os varios métodos descritos no Ayurveda e praticados na India antiga. A dieta representa um importante papel na pratica Ayurvédica. Conseqtientemente, detalhes sobre os varios ingredientes das dietas e as bebidas encontram lugar neste livro. Para ilustrar 0 conceito da composigao e da agao de uma droga nos diferentes classicos ayurvédicos e Nighantus, estao descritas em detalhes trés drogas: Cannabis, Haritaki e Allium. Todas estas drogas sao extensivamente ulilizadas_~no Ayurveda, principalmente para propdsitos de rejuvenescimento. O método empregado na India antiga para a selecdo de estudantes, os ensinamentos e a iniciagdo dos médicos também estao incluidos. Ha muitos outros sistemas tradicionais de medicina na India; alguns sao contemporaneos ao Ayurveda e outros vieram para este pais posteriormente. Eventualmente, ocorre um intercémbio de idéias entre 0 Ayurveda e tais sistemas, Portanto, é fornecido um resumo dos principios fundamentais das medicinas Unani, Siddha, Emchi ou Tibetana, o Prakrtika Cikitsa ou Naturopatia, juntamente com a Yoga e os Tantras, no ultimo capitulo deste livro. Se este trabalho puder auxiliar a mitigar um pouco o sofrimento da humanidade e a promover o avango da ciéncia médica, sentiremos nossos esforgos amplamente recompensados. R.S. Bansal PREFACIO PARA A EDICAO REVISADA Mesmo que as drogas de origem vegetal predominem nas prescricdes Ayurvédicas, no periodo pés-Budista, surgiu um ramo especial desta ciéncia vital denominado Rasasastra ou latroquimica. Neste ramo, descrevem-se propriedades e métodos de processamento de metais, minerais, pedras preciosas e rochas. E utilizado tanto para promog4o como para a prevengao da satide verdadeira e a cura das doengas. O uso de metais, etc. era por certo encontrado nos classicos Ayurvédicos antes do desenvolvimento deste ramo, mas sua utilizagao freqiente estava restrita e era utilizada em forma bruta ou semi-processada. Os monges budistas, os siddhas e os santos da escola Natha descobriram que os produtos herbaceos isolados sao inadequados para enfrentar as alteragdes causadas por doencas devastadoras e pela debilidade fisica. Com base em seus experimentos, experiéncias e, sobretudo, poder espiritual, eles processavam metais para torna-los nao téxicos, terapeuticamente mais potentes, especialmente para o rejuvenescimento do corpo, com 0 qual paderiam prosseguir em suas praticas espirituais sem obstaculos, livre de doengas e da morte prematura. O objetivo primario era atingir 0 estado de jivan-mukia ou da salvagao da alma, enquanto ainda vivos e enquanto ainda estivessem servindo a sociedade, Metais, assim como produtos vegetais, sao compostos de cinco elementos basicos denominados mahabhutas e todos os conceitos da composigao e da acao das drogas so aplicaveis aos mesmos como um todo. A nica diferenga encontra-se em que sejam utilizados em doses muito pequenas, através das quais so 13 capazes de curar muitas doengas cronicas e, portanto, incuraveis, incluindo aquelas para as quais esteja indicado o procedimento cirargico. Na medicina moderna, algumas preparacdes metalicas, em uso no passado, foram abandonadas como conseqUéncia de seus efeitos toxicos. Os cientistas e médicos modernos estao, portanto, temerosos em utilizar as formulas Ayurvedicas para si e para seus pacientes. Isto se deve principalmente a sua ignorancia quanto a realizagao dos procedimentos seguidos pelos meédicos Ayurvédicos na preparacado destes metais, tornando-os livres de quaisquer efeitos adversos ao organismo, antes de utilizaos como medicamentos. O uso oriterioso destas preparagdes metalicas pode prevenir a necessidade de cirurgia em muitas doengas e, portanto, tomar os pacientes livres dos fatores de risco. As diversas doengas para as quais a medicina moderna nao possui medicamentos disponiveis, no momento, podem ser curadas satisfatoriamente por estas preparagdes. Para eliminar a ignorancia e para atingir a iluminagao, foi adicionado a esta edi¢ao um novo capitulo sobre os “Métodos de Preparagao dos Medicamentos Ayurvédicos”, somado a muitas outras alteracdes e suplementos. Dr. Bhagwan Dash PREFACIO PARA A PRIMEIRA EDICAO A utilizagao dos sistemas tradicionais de medicina para os servigos de promogao da salde, prevengao e cura das doencas tem sido seriamente considerada em varias partes do mundo. A Organizagao Mundial de Satide, em uma de suas Resolugées, enfatiza a utilizagao destes sistemas médicos pelos paises subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Juntamente com a crescente apreciagao dos méritos destes sistemas tradicionais de medicina, ha um aumento na demanda de livros expondo os principios fundamentais em que se baseiam. Algumas destas praticas tradicionais estéo apenas no folclore e outras estavam compostas originalmente em idiomas como 0 sanscrito, chinés, tibetano, mongol, arabe, persa, tamil e simhali. Nas Ultimas poucas décadas houve uma exploragao das drogas destes sistemas tradicionais sem uma observagdo cuidadosa aos seus principios fundamentals. O uso destas drogas no 6 meramente empirico, como considerado por algumas pessoas, mas para alguns destes sistemas tradicionais existem fundamentos racionais e cientificos para explicar a agdo e a composigao das drogas, as causas das doengas, sua prevencao, assim como a cura e a manutencao de uma estado de sauide verdadeiro. E necessdrio, portanto, que cientistas e pesquisadores trabalhem para se familiarizarem com estes _ principios fundamentais antes de se envolverem na exploragao de novas drogas e terapias poderosas. Os principios fundamentais destes sistemas tradicionais est4o freqlientemente combinados com filosofia, religido e aspectos aplicados. Aprender a linguagem original e examinar tais principios apresenta-se como um problema dificil mesmo para um pesquisador bem intencionado. Na época em que estes textos foram compostos, a facilidade de impressao também nao existia ou nao estava bem desenvolvida. Portanto, havia um esforgo intencional da parte dos autores em produzir trabalhos sucintos e criticos. A maioria dos trabalhos originais sobre o Ayurveda estéo escritos em versos, freqiientemente concisos e de dificil compreensao. Como conseqiléncia das vicissitudes da época, muitos destes textos foram perdidos e subseqiientemente restaurados com o auxilio de diferentes fontes materiais entao existentes. Eram freqiientes as alteragdes nao autorizadas e os erros de interpretagao durante tais processos de recuperacdo e caligrafia. Deste modo, o preparo de um livro sobre os principios fundamentais do Ayurveda, com uma linguagem simples, selecionando cuidadosamente materiais auténticos a partir destes textos, deve-se a grande necessidade de auxiliar os pesquisadores e estudantes neste campo da ciéncia. Com relagao as ciéncias modernas basicas, como a fisica ea quimica, alguns destes principios dos sistemas tradicionais de medicina podem ser aparentemente irracionais e nao-cientificos. Uma pessoa com atitude cientifica nao deve precipitar-se em tirar conclusdes sobre eles a primeira vista. As limitagdes das ciéncias modemas, principalmente quando relacionadas com um assunto como a medicina, sao bem conhecidas. O individuo nao é apenas um aglomerado de pele, musculos e ossos, mas possui uma mente, um intelecto, 0 ego e uma alma. Neste campo pouco tem sido feito pela céncia modema. Os cientistas de todo mundo estdo imensamente preocupados com as pesquisas neste campo, mas levaré um tempo consideravel até que surjam empreendimentos suficientes nesta diregao. Portanto, antes de quaisquer conclusdes sobre os principios fundamentais do Ayurveda devem ser feitas consideragées adequadas para preencher esta lacuna no conhecimento atual. Em toda cultura, a tradicéo ocupa uma importante fungao e, com freqiiéncia, impde-se uma crenca iracional pelos individuos da regiéo sem a verificagao da veracidade destas praticas tradicionais. Por outro lado, em nome da civilizagao e da modemizagao, estas praticas tradicionals sao detestaveis para alguns. Consideram tudo que é tradicional como supersticioso e dogmatico e, portanto, defendem sua total rejeigao. A verdade repousa talvez em alguma area entre estas duas linhas de abordagem. Embora nao seja nem desejdvel nem cientifico aceitar tudo 0 que for tradicional como verdadeiro, sem verificagao adequada, é igualmente nao cientifico rejeita-los completamente apenas por serem tradigdes ou antigos. Muitos aspectos considerados mitos tornam-se agora fatos cientificos. A circulagéo sangilinea descrita no Susruta Samhita (antes de 700 A.C.) era mito até Harvey. A secregao ou suco gastrico e sua fungao no processo digestivo como descrito no Caraka Samhita (antes de 700 A.C.) era um mito até Pavlov. A pratica tradicional de inoculagao contra variola (masurika) era um mito até Edward Jenner, Mesmo atualmente, pessoas capazes de opinar recusam-se a acreditar que pudesse ser utilizada na india tal pratica preventiva para uma doenca tao temerosa, antes de sua exploracao cientifica. Esta antiga pratica é@ predominante mesmo nos dias de hoje (quando a variola ja esta erradicada em nosso pais) pelos Malis, nas vilas de Bihar. A descrigao da cirurgia plastica como feita no Susruta Samhita teria permanecido um mito, no fosse sua vasta propagagao e aceita¢do no presente pelos cirurgides ocidentais. O transplante de cabega descrito nos Vedas, para o qual ha uma referéncia neste livro, e o rejuvenescimento do corpo descrito na literatura védica e nos classicos Ayurvédicos, como o Caraka Samhita e 0 Susruta Samhita, continuam sendo considerados mitos até que sejam demonstrados na pratica. O poeta Kalidasa, na introdugao de sua memoravel pega Malavikagnimitra afirma “Todas as coisas antigas néo devem ser necessariamente verdadeiras; fodas as coisas novas nao devem ser necessariamente isentas de falhas. Para o homem sabio, ambas devem ser aceitas apenas se permanecerem apds © teste. O insensato, entretanto, é controlado pela corrente de opinides alheias”. O Ayurveda, assim como outros sistemas de medicina tradicional possui caracteristicas Unicas. Enfatiza a promogao da satide verdadeira e a prevencao das doencas. A existéncia de organismos e seu papel na causa de muitas doengas infecciosas tém sido reconhecida e trabalhada. Mas para promover a cura e a prevengdo destas doengas, as drogas e as terapias prescritas nos classicos Ayurvédicos e administradas por médicos assim formados no objetivam a destruicao destes organismos. Alguns destes medicamentos podem possuir efeitos bacteriostaticos ou bactericidas, mas a maioria deles nao age desta maneira. No Ayurveda, da-se mais énfase ao “campo” do que a “semente”. Se 0 campo esta arido, a semente, por mais potente que seja, nao podera germinar. Da mesma maneira, por mais agressivos que a bactéria ou o microorganismo possam ser, nao serao capazes de produzir uma doenga no corpo humano, a menos que os tecidos deste corpo estejam férteis 0 suficiente para aceita-los e ajudalos em seu crescimento e multiplicagao. A destruicdo destes organismos por medicamentos nao resolve o problema permanentemente. Pode oferecer um alivio momentaneo e, talvez, a resisténcia do individuo durante este periodo possa ser suficientemente desenvolvida, como uma reagao a infecgdo por estes microorganismos, para prevenir seus ataques futuros. O homem nao vive em uma atmosfera totalmente livre de germes, mesmo que possa minimizé-los. O que se poderia fazer seguramente seria conservar os tecidos organicos inferléis e no Teceptivos a estas bactérias. Se o corpo adoecer, os tecidos devem estar tao condicionados pelas drogas, pela dieta e por ‘outros métodos que estes microorganismos, quaisquer que sejam as denominagées pelas quais venham a ser conhecidos, encontraraéo uma atmosfera hostil &@ sua sobrevivéncia, multiplicagao e desenvolvimento. Portanto, todos os medicamentos e terapias, incluindo as técnicas preventivas, prescritos no Ayurveda objetivam o condicionamento dos tecidos e@ nao a destruigéo dos organismos invasores. As drogas empregadas como bactericidas devem exercer um efeito semelhante nos tecidos corporais. Quando administradas em dose suficiente para destruir os organismos patogénicos, destroem simultaneamente os organismos da flora normal e prejudicam o funcionamento adequado dos tecidos. Deste modo, produzem efeitos colaterais toxicos enquanto curam a doenga. Os medicamentos Ayurvédicos, por outro lado, enquanto condicionam os tecidos corporais contra os organismos patogénicos, promovem nutrigdo e rejuvenescimento. Quando a doenga estiver curada, 0 individuo adquire muitos beneficios colaterais. Por esta raz&o, os medicamentos Ayurvédicos sao tonicos. Exceto por algumas drogas modemas, por exemplo, minerais e vitaminas, todas as outras sao exclusivamente indicadas para pacientes. As drogas Ayurvédicas, por outro lado, podem ser administradas tanto para pacientes como para individuos saudaveis simultaneamente - em pacientes curam as doencas e nos individuos saudaveis previnem as doengas e promovem a satde verdadeira. Para llustrar este ponto: Vasa (Adhatoda vasica, Nees.) é prescrita freqiientemente pelos médicos Ayurvédicos para pacientes portadores de bronquite, laringite, faringite e mesmo tuberculose. Talvez alguns elementos desta droga tenham propriedades para destruir alguns dos organismos que causam estas doengas. Mas esta nao é a principal razéo que motiva 0 médico a prescrevé-la. Estes organismos desenvolvem-se e multiplicam-se para produzir a doenga no trato respiratorio apenas quando os elementos teciduais locais estao alterados com um excesso de kapha dosa. A Adhatoda vasica Nees., ou Vasa, contra-ataca este disturbio de kapha dosa e auxilia na manutengao deste estado de equilibrio corporal, tornando os organismos incapazes de produzir aquelas patologias. No Ayurveda o tratamento prescrito néo visa a correcaio da regido afetada isoladamente. No processo de manifestagao da doenga, varios érgaos esto envolvides. A doenga tem origem em um local particular, move-se através de um canal particular e manifesta-se em um 6rgao particular. Entretanto, o tratamento sempre objetiva a corregao do sitio de origem e os canais de circulagao ao longo do local de manifestagao da doenga, todos juntos, Citarei como exemplo o tratamento da bronquite asmatica, que na linguagem Ayurvéedica é conhecida como tamaka svasa. A dificuldade respiratoria nesta doenga é causada pelo espasmo da arvore brénquica e, acreditando nisto, drogas broncodilatadoras sao geralmente prescritas na medicina moderna. Mas 0 objetivo do tratamento Ayurvédico para esta patologia é diferente. Talvez algumas drogas utilizadas contra estas doengas tenham efeito broncodilatador, e isto pode ser demonstrado em experimentos com animais, mas a maioria das drogas empregadas nestes tratamentos nao produzird qualquer efeito semelhante e um farmacologista ficara perplexo e as rejeitara definindo-as como indteis para o tratamento da bronquite asmatica. Um clinico, por outro lado, apreciara tais efeitos em seus pacientes, apesar de nao ser capaz de explica-los em termos de fisiologia e conceitos patologicos modernos. Esta doenga tem sua origem no estémago € no intestino delgado. O objetivo principal do médico Ayurvédico € corrigir estes dois orgaos através de uma terapia com eméticos ou administrando medicamentos que conservem os intestinos limpos. O Haritaki (Terminalia chebula, Retz.), juntamente com outros medicamentos, é eficaz no tratamento destes dois drgaos , portanto, as preparagdes indicadas para o tratamento da bronquite asmatica contém, invariavelmente, haritaki e outras drogas de efeitos semelhantes. Todos estes detalhes fornecidos acima chamam a atengao dos cientistas e pesquisadores que nao esto familiarizados com o Ayurveda justamente pela essencialidade do conhecimento dos fundamentos deste sistema na compreensdo e apreciagao cientifica da agao das drogas e das terapias existentes. Este 6 0 objetivo principal da realizagdo deste livro. O que esta sendo fomecido aqui serve apenas para despertar seu interesse para estudos posteriores. Em um pequeno livro como este naa podem ser dados todos os detalhes. De fato, outros livros devem ser escritos sobre cada um destes topicos para explicatos inteiramente aos leitores. Desejo incluir aqui uma nota de precaucao. Vocé nao deve se deixar dominar pela idéia de que o que esta escrito neste livro seja tudo o que existe disponivel sobre o Ayurveda. Nao é verdadeiro. Esta sendo fornecido aqui apenas um resumo destes principios extraidos principalmente do Caraka Samhita. Evitei intencionalmente os detalhes e as diferentes interpretagdes e pontos de vista para ndo tomar o leitor confuso com muitos detalhes ao iniciar seu estudo. Este livro é, a principio, destinado 21 a um iniciante, um cientista ou um médico que nao esteja familiarizado com o Ayurveda e para quem 0 estudo dos classicos originais em sanscrito nao seja possivel. No capitulo |, quando da definigdo do Ayurveda e da elaboracgao de seu campo de acao, as diferentes especialidades estao enumeradas. Devido as vicissitudes da época e @ falta de patrocinio, muitos dos ramos do Ayurveda nao estéo mais em pratica. Existem evidéncias registradas sobre a pratica de grandes cirurgias, procedimentos como craniotomia e cirurgia plastica nos classicos Ayurvédicos e nos trabalhos afins. Infelizmente, tomaram-se matéria da histéria da medicina. Neste capitulo, estéo descritas as caracteristicas proprias do Ayurveda de forma resumida. No Capitulo il, apresenta-se uma breve revisdo historica do Ayurveda. No Capitulo ll estao descritos varios _principios fundamentais. Como ja citado anteriormente, o Ayurveda enfatiza muito a promogéo da satde verdadeira e a prevencéo das doencas. Com este propésito, no Capitulo IV descrevem-se diferentes dietas e comportamentos para os horarios diurno (dina- carya) e noturno (ratri-carya) e para as diferentes estagdes do ano (rtu-carya). So fornecidos de maneira sucinta diferentes tipos de terapias rejuvenescedoras e métodos de administragao que auxiliam na promogao da salide absoluta. Para a andlise do paciente e da doenga que o acomete, alguns métodos de diagndstico exclusivos do Ayurveda sao descritos e delineados no Capitulo V. O Ayurveda possui sua propria maneira de descrever a causa das doengas e de classificar os diferentes métodos para 0 tratamento. Isto também esta relacionado neste capitulo. O Capitulo VI refere-se a dieta Ayurvédica. Os ingredientes que compdem as dietas e as bebidas estao classificadas de maneira diversa em diferentes textos Ayurvédicos. Foi seguido aqui o metodo descrito no Caraka Samhita. O Capitulo VII lida com as drogas e os principios seguidos em sua classificagdo. llustra também o modo de acado das mesmas. Para ilustrar 0 que esté exposto neste capitulo, trés drogas estao detalhadas, Sao elas: Cannabis, Haritaki (Terminalia chebula, Retz.) e Allium. Todas séo muito utilizadas popularmente na medicina Ayurvédica. O Haritaki é empregado em quase todas as preparagdes Ayurvédicas importantes. Allium é mais utilizado como condimento caseiro. Cannabis é mal empregada como agente psicotrépico. Devido as suas utilidades, diferentes estorias mitolégicas sao descritas nos classicos Ayurvédicos para enfatizar sua importancia. Todos os textos Ayurvédicos descrevem estas trés drogas como produtos da amrta (ambrosia). A descrigao destas substancias esta nos Capitulos Vill, IX e X, juntamente com as esl6rias mitolégicas, 0 uso progressivo em épocas diferentes, seus sindnimos, propriedades e agdes. Na descricaéo do Haritaki (Terminalia chebula Retz.), foi fomecido o material disponivel sobre esta droga na literatura médica tibetana com a intengdo de demonstrar as semelhangas e diferencas existentes nos dois tipos de praticas tradicionais. O estudo, a iniciagao a pratica do Ayurveda eram bem controlados no passado e diferentes regras eram sistematizadas para os testes de selecao dos estudantes para 0 ensino médico. A funcao de um médico genuino era bem estabelecida e as pessoas eram cuidadosas para nao levarem em consideragéo médicos falsos e charlatées. Suas caracteristicas estao descritas no Capitulo XI. No Capitulo XII, é fornecido o resumo dos principios fundamentais de outros sistemas de medicina denominados Unani Tibb, Siddha, Emchi e Prakrtika Cikitsa, juntamente com Yoga e 23 Tantra, com a intengao de demonstrar suas semelhancas com os principios do Ayurveda. Todos os sistemas de medicina, tradicionais, folcléricos ou modemos, tém seu campo de ago significativo e proprio nos servigos de promogao da satide, prevencdo e cura nos paises desenvolvidos, em desenvolvimento € subdesenvolvidos. Nao é intengaéo do autor minimizar ou negar a importancia de qualquer sistema de medicina ou exagerar em outros. Se abrirmos os capitulos da historia, tornar-se-a evidente que nenhuma cultura ou civilizagéo desenvolveu-se isoladamente. Bons ensinamentos de outros e aspectos Uteis de alguns de nossa prdpria tradi¢do sempre foram respeitados e utilizados sem reservas para 0 progresso. Portanto, o Ayurveda nao é a expresso exclusiva de tudo que 6 verdadeiro e util. Esta nogdo € contraria aos proprios principios fundamentais do Ayurveda e sistemas afins da cultura indiana. De acordo com 0 Caraka: age. te DA qentmerd: waveafgna | aarafand enfee meqafemel aa: siiastaafauasd fa (Caraka: Vimana 8:14) “O sdbio considera o universo inteiro como seu preceptor. Apenas o insensato encontra inimigos nele. Vocé deve, portanto, aceitar sem hesitagdo 0 conselho apropriado que pode vir de qualquer parte, mesmo de um inimigo, e segui-lo.” Conservando na mente este conselho do Caraka, todos os sistemas de medicina, tradicionais ou modernos, devem agir como complementares e suplementares para cada um, de forma a mitigar as misérias, dando alivio aos sofrimentos da humanidade. Dr. Bhagwan Dash AS- BBR- BP- BNR- BR- BYR- cD- cs- DN- GN- HS- KN- KS- NA- NR- NS- RN- SA- SGN- SSs- SSM- Vs- YR- ABREVIAGOES Astanga Hroaya “Al About Alopathy, Homoeopathy, Unani and Nature Cure’, Dr.0.P. Jaggi Astanga Sangraha Bharata Bheisejya Rainakera Bhava Prakasa Brhemighantu Randa Bhaiseiya Ranaval Bihedyoga Rahakara Cakradatta: Caraka Samhita Dhenvantari Nghants Gadarigaha Harta Samhita Kayadeva Nighantu Kasyapa Samhita Madanavinoda Navenitaka Nigheritu Rainakera Nighentu Sromani RejaNighentu Rajavallatha Nighantu ‘Sarangadhara Samhita Sdigrama Nighant ‘Susruta Samhita “inroducion to the Siddha System of Medicine’, Dr. V. Narayanaswami \Vmdamedhava ‘Vangasema ‘Yoga Ratnekara EQUIVALENTES ROMANOS DO DEVANAGARI SB HSes tf aags ne sis de sdsdasis 4s ads eee ery we PF ee we ob or re Bo & g emnme ea weeoto R@ oe Sad a 5 5B ww hp BR ee 6 Be Gb Be Dw 26 CAPITULO | INTRODUCGAO O homem esforgou-se eternamente para se conservar livre dos trés tipos de misérias denominadas fisicas, mentais e espirituais. Neste sentido, a historia da medicina é tao velha quanto a historia da humanidade. De acordo com a tradigao indiana, os quatro principais objetivos da vida humana sao: o Dharma ou a realizacao das Leis da vida, Artha ou a aquisicao da riqueza, Kama ou a satisfagao dos desejos mundanos e Moksa ou a salvacao. A boa sale era considerada imprescindivel para a aquisigao destes objetivos. Os sistemas tradicionais de medicina desenvolveram-se nas varias partes do mundo durante épocas diferenciadas. Uma forma sistematica foi-lhes dada em diferentes centros antigos de civilizagao e cultura. De acordo com o Caraka, o Ayurveda ou “a ciéncia da vida” sempre existiu, assim como sempre existiram pessoas que a compreendiam A sua maneira. Alguns destes sistemas estao baseados em principios fundamentais sdlidos e racionais e outros possuem apenas uma base empirica. Alguns nao sobreviveram e tornaram-se assunto da historia da medicina, como as medicinas grega e egipcia. E ainda outros, como os sistemas tradicionais da India e da China, néo apenas 27 sobreviveram, mas evoluem de forma completa sob o patrocinio do Estado. Ayurveda, Unani, Siddha, Emchi (tibetano) e Prakrtika Cikitsa (naturopatia) s4o os varios sistemas tradicionais de medicina ainda prevalentes na india. Yoga e Tantra, a principio destinados a aquisiges espirituais, possuem também certas indicagdes para a prevengao e cura de doengas psiquicas, fisicas e psicossomaticas. Alem disso, muitos tipos de medicinas populares sao prevalentes em diferentes areas tribais da India. Elas possuem uma rica tradigdo no uso das plantas, produtos minerais e animais que apresentam utilidade terapéutica. Dentre os sistemas tradicionais de medicina da India, a pratica do Ayurveda predomina em quase todas as regies do pais e em paises vizinhos como o Nepal, Sri Lanka, Bangladesh e © Paquistao. Unani Tibb, que significa literalmente ‘medicina grega’, é popular em certas regides do pais, dominadas pela populacaéo muculmana. O sistema Siddha de medicina identifica- se com a cultura Dravidiana predominante no Estado de Tamil Nadu e certas areas adjacentes aos Estados vizinhos do sul da India, que possuem populacdo de idioma Tamil. Emchi, mais conhecido como sistema tibetano de medicina, é popular em certas regides fronteiricas do norte da India como Laddakh, Lahul, Spiti, Darjeeling e Sikkim. Estas areas possuem fronteira comum com 0 Tibete e a China. Os locais para a pratica de Yoga, Tantra e Prakrtika Cikitsa sao centros localizados em diferentes partes do pais. Diferentes tipos de medicina popular prevalecem entre os Adivasis ou povos tribais, em sua maioria habitantes das areas florestais dos Estados de Orissa, Bihar, Madhya Pradesh, Andhra Pradesh e Rajasthan. Ha muitos aspectos em comum entre estes sistemas tradicionais de medicina na India, tanto na pratica como na teoria. Cada um deles tem dado e tomado um do outro, Os medicamentos de um sistema sao, desse modo, livremente utilizados pelos médicos de outro sistema, nao constituindo compartimentos estanques. Entretanto, o Ayurveda, que é 0 mais popular entre a populacdo da India, possui uma posigdo privilegiada entre eles. Definigao de Ayurveda A palavra Ayurveda € composta de dois termos em sanscrito, viz. ayus significa ‘vida* e veda significa o “conhecimento”; juntos significam “ciéncia da vida". Deste modo, definindo o sentido, 6 costume considerd-la sempre como “ciéncia da medicina”. O Caraka define Ayurveda como a ‘ciéncia com a ajuda da qual alguém pode obter conhecimento sobre os modos de vida titeis e prejudiciais (hita e ahita ayus), felizes e miseraveis, coisas que sao titeis e prejudiciais para tais modos de vida, sobre @ duracao da vida e a sua verdadeira natureza’, Vé-se através desta definigéo que o Ayurveda enfatiza nao apenas o direcionamento a uma vida repleta de felicidade, a qual implica em uma atitude individualista, mas tambem direciona a uma vida que seja Util a sociedade como um todo. O homem é um ser social. Ele nao pode retirar-se da sociedade. A menos que a sociedade se tome feliz, ndo sera possivel para 0 individuo obter e manter sua propria felicidade. E com isso em mente que 0 individuo deve fazer sempre um esforco para contribuir com a felicidade da sociedade, e os textos Ayurvédicos estao repletos de referéncias quanto as formas pelas quais a sociedade pode ser mantida feliz. A medicina social, que @ tratada como um novo conceito no sistema de medicina Ocidental, nao é nada além do que reminiscéncias daquilo que tem sido preconizado e proposto no Ayurveda ha mais de 2500 anos. Area de Atuacdo do Ayurveda 29 O Ayurveda nao lida exclusivamente com o tratamento de seres humanos. Dedica-se também ao tratamento das doencas em animais e mesmo em plantas. Conseqilentemente, na India antiga, santos como Nakula, Salihotra e Parasara compuseram tratados sobre Asvayurveda, Gajayurveda, Gavayurveda e Vrksayurveda, para o tratamento de doengas em cavalos, elefantes, gado e em arvores, respectivamente. O Ayurveda oferece meios racionais para o tratamento das muitas doengas internas, consideradas crénicas ou incuraveis para outros sistemas de medicina em uso atualmente. Ao mesmo tempo, da grande énfase 4 manutengdo de uma satide verdadeira para uma pessoa normal ou sadia. Desse modo, objetiva tanto a prevengao como a cura das doengas. Para o propésito da prevencao das doencas, os regimes devem ser adotados levando- se em consideragéo o horario diumo, noturno e as diferentes estagdes do ano, os quais estao descritos em detalhes. O homem expde-se as doengas devido aos muitos fatores externos. Mas ha alguns disturbios aos quais 0 homem esta exposto mesmo no. curso normal de sua vida, e. g., fome, sede, velhice etc. O Ayurveda fornece métodos para a prevencao e o controle destas moléstias naturais. Os Oito Ramos do Ayurveda S40 os seguintes os oito importantes ramos do Ayurveda: 1. Kayacikitisa ou Medicina Interna 2. Salya Tantra ou Cirurgia 3. Salakya Tantra ou Tratamento das Doengas da Cabeca e Pescoco 4. Agada Tantra ou Toxicologia 5. Bhuta Vidya ou Controle de Ataques por Espiritos Malignos e Outras Doengas Mentais 6. Bala Tantra ou Pediatria 30 7. Rasayana Tantra ou Geriatria, incluindo a Terapia Rejuvenescedora 8. Vajikarana Tantra ou Ciéncia dos Afrodisiacos Alguns estudiosos sustentam que o Paficakarma Cikitisa (As Cinco Terapias de Eliminacéo) ¢ um ramo adicional do Ayurveda. Muitos classicos foram escritos sobre cada um destes ramos e todos eles estavam em pratica. Durante o advento do Budismo, a pratica de ahimsa tornou-se muito popular. Procedimentos cirlirgicos (que eram invariavelmente dolorosos) eram infelizmente considerados como uma forma de himsa (lesao ‘ou dano) e, conseqiientemente, a pratica da cirurgia (salya tantra) foi desencorajada. Isto também causou um efeito adverso sobre 0s outros ramos afins da medicina. Assim, no momento, apenas trés ramos, Kaya Cikitisa (Medicina Interna), Rasayana Tantra (Geriatria e Terapia Rejuvenescedora) e Vajikarana Tantra (Ciéncia dos Afrodisiacos) estéo em pratica, sendo que os outros ramos do Ayurveda tomaram-se apenas assunto da historia da medicina. Caracteristicas Singulares do Ayurveda A seguir estéo as caracteristicas singulares do sistema Ayurvédico de medicina: 1.Tratamento do Individuo como um todo: Na medicina modema, presta-se mais atencdo a corregao da parte atingida do corpo. Mas no Ayurveda, enquanto uma doenca é tratada, 0 individuo como um todo é levado em consideraco, ndo apenas a condigaéo de outras partes do seu corpo como também as condigdes de sua mente e sua alma, enquanto se realiza o tratamento do paciente. 2.Baixo Custo do Medicamento: Em sua maioria, os medicamentos Ayurvédicos so preparados a partir de drogas disponiveis nas florestas do pais. Portanto, sua preparagao tem baixo custo. 3.Nao Envolve Cambio Exterior: Quase todas as drogas Ayurvédicas preparadas com vegetais, metais, minerais e produtos animais sao disponiveis na india. O cambio exterior nao 6 utilizado para importétos de fora. Mesmo para seu processamento néo ha necessidade de especialistas estrangeiros e de importagao de equipamentos sofisticados. 4.Proveitoso para um Padrao Socialista: No passado, os médicos costumavam preparar seus proprios medicamentos para © tratamento de seus pacientes. Atualmente, encontram pouco tempo para manufaturar estes remédios e, portanto, muitas farmacias tém se estabelecido nos setores ptiblicos e privados. Para o estabelecimento destas farmdcias, entretanto, nao & necessario um grande capital e a maioria de seus lucros é destinada aos trabalhadores que coletam as drogas brutas e para @ mao-de-obra empregada na manufatura dos medicamentos. Torna-se, portanto, proveitoso para sociedades com padrao socialista. 5.Auséncia de Efeitos Téxicos: Os medicamentos Ayurvédicos possuem atrds de si séculos de experiéncias tradicionais, apresentando, portanto, poucos efeitos téxicos no organismo humano. Mesmo certos materiais téxicos utilizados na preparacéo dos medicamentos sao sempre submetidos a desintoxicagao, o que os torna mais aceitaveis pelo organismo, antes de serem administrados na forma de medicamento. 6.Cada Medicamento é¢ um Ténico: As drogas da medicina modema, exceto as vitaminas e os minerais, sao destinadas apenas ao paciente. Todo medicamento Ayurvédico pode ser utilizado simultaneamente por pacientes e pessoas saudaveis. Nos pacientes, curam as doengas e nos individuos saudaveis, produzem imunidade contra as mesmas. 7.Condizente aos Costumes da Populagao: Com freqiiéncia, juntamente com os medicamentos, certas dietas e condutas sao prescritas aos pacientes. Tais procedimentos estao alinhados com os costumes e a tradi¢ao do povo. Portanto, nao sdo considerados estranhos, Por outro lado, um médico Ayurvédico & respeitado e as pessoas depositam muita confianga nele. 8.Conceito de Doenga Psicossomatica: As doengas nao sao consideradas exclusivamente psiquicas ou somaticas. Fatores psiquicos sao geralmente descritos como causas de doencas somaticas e vice-versa. Isto deu origem ao conceito psicossomatico de todas as doengas no Ayurveda. 9.Enfase & Medicina Preventiva: O Ayurveda enfatiza muito a prevengao das doengas. Prescreve-se, com freqiiéncia, "o que fazer’ e "o que nao fazer” para individuos saudaveis. Condutas para diferentes hordrios do dia e da noite, para as estagdes do ano € para pessoas dos diversos grupos etarios e posigdes sociais sao descritas em detalhes. CAPITULO II REVISAO HISTORICA Mitologia Sobre a Origem do Ayurveda De acordo com a mitologia indiana, o Ayurveda foi percebido (nao composto) primeiramente por Brahma, que ensinou esta ciéncia a Daksa Prajapali, que a ensinou aos Asvini- kumaras e que a ensinaram a Indra. Sobre a hierarquia posterior dos transmissores do Ayurveda, os textos Ayurvédicos variam consideravelmente, De acordo com o Susruta Samhita, 0 deus Dhanvantari recebeu-0 de Indra, que 0 ensinou a Dividasa, que por sua vez 0 transmitiu para Susruta, Aupadhenava, Aurabhra, Pauskalavata, Gopuraraksita e Bhoja. Segundo o Caraka Samhita, Bharadvaja aprendeu-o de Indra e ensinou-o para Atreya Punarvasu. Este Ultimo, por sua vez, ensinou-o a Agnivesa, Bheda, Jatukarna, Parasara, Harita, Ksarapani etc. De acordo com o Kashyapa Samhita, Indra ensinou-o a Kashyapa, Vasistha, Atreya e Bhrgu. Muitos trabalhos médicos diferentes foram compostos por estes sabios do passado. Contudo, todos eles esto agrupados sob duas escolas: * Aescola Atreya que trata principalmente da medicina e * Aescola Dhanvantari que lida primariamente com a cirurgia. 34 Muitos destes textos nao se encontram mais disponiveis nos tempos atuais. Ayurveda na Era Pré-Védica A India representou um papel de destaque na historia da tecnologia e da ciéncia. Esta, segundo evidéncias arqueolégicas atuais, comeca com a Civilizagéo do Vale do Indo, freqiientemente referida como Cultura Harappan-Harappa, juntamente com Mohenjo-daro, que sao os importantes sitios arqueolégicos do Vale do Indo. Este periodo é geralmente denominado Pré-Védico. Harappa estabeleceu lacos culturais e comerciais com os paises vizinhos nas regides da Asia Central e Ocidental. Esta civilizacao prosperou na India Ocidental e Setentrional entre 2500 A.C. e 1500 A.C. Evidéncias obtidas das analises dos crdnios descobertos em Mohenjo-daro e Harappa mostram que os habitantes daquela época eram aborigenes do tipo proto-australdide. Ha muitas representagdes sobre os selos de Mohenjo-daro e Harappa com relagaéo a um deus masculino, provido de chifres e com trés faces, sentado com a postura de jogue, suas pernas duplamente dobradas, calcanhar com calcanhar e circundado por animais. Este talvez seja o prototipo de Shiva, considerado deus da Yoga e da Medicina. Estas escavacdes em Harappa e Mohenjo-daro séo ampla testemunha da competéncia alcangada pelo povo da civilizagao do Vale do Indo em termos de saneamento e habitagao. Parece que ambas as cidades de Mohenjo-daro e Harappa foram construidas apds cuidadoso planejamento. As casas eram providas com confortos modernos como banheiros, lavatorios, esgotos, tanques de agua fresca, patios e quartos de dormir. Os esgotos principais poderiam ser tratados com 0 auxilio de pocos de inspegao cobertos, especialmente construidos, feitos de tjolos. Todo 0 conceito de planejamento mostra uma extraordindria preocupagdo com o saneamento e a vida publica, talvez sem paralelo nos dias de hoje. As escavagdes destes sitios tém revelado substancias terapéuticas como Silajatu, para o tratamento do diabetis, doengas reumiticas, etc,, folnas de Azadirachta indica (A. Juss.) e chifres do veado vermelho. Cranios nos quais foram realizadas cirurgias cranianas também foram escavados nestes sitios. Todos estes aspectos apontam para a alta qualidade da ciéncia médica que predominava na India daquela época. Ayurveda na Era Védica Dhanurveda (a cléncia do manejamento do arco e flecha), Gandharvaveda (a ciéncia das artes refinadas), Sthapatyaveda (a ciéncia da arquitetura) e Ayurveda (a ciéncia da medicina) sao considerados os quatro Upavedas ou matérias complementares do Rk, Yajur, Saman e Atharva Vedas, respectivamente. O Susruta estabelece claramente o Ayurveda como um Upaveda do. Atharva Veda. De acordo com Caranavyuha, o Ayurveda € o Upaveda do Rk Veda. Segundo um outro ponto de vista, o Ayurveda é 0 quinto Veda, independente dos outros quatro. Uma analise do material védico revela que todos os quatro Vedas estado repletos de referéncias aos varios aspectos da medicina. Deuses como Rudra, Agni, Varum, Indra e Maruti foram designados médicos celestiais. Os mais famosos médicos da 6poca foram os Asvins. Muitas realizacdes milagrosas na area da medicina e da cirurgia foram4hes atribuidas nos Vedas. Considera-se conquista dos Asvins a cura de doencas graves como Yaksma (tuberculose), a revitalizagao de individuos e homens santos, a corregao da esterilidade e a aquisicao de longevidade. Muitos procedimentos cirurgicos como o transplante da cabega de um cavalo para um tronco humano e sua subseqiiente substituigao por uma cabega humana, a implantagao 36 de membros artificiais, a implantagao da cabeca de Yajfia ao seu tronco etc., est&o descritos em varios textos. Nos Vedas estao disponiveis os principios fundamentais da ciéncia médica, inclusive os conceitos de trdosha e de sapta dhatu, as descrigdes analémicas e das muitas doengas, os conceitos de digestao e metabolismo. Ha detalhes sobre a descrigao de diferentes tipos de bactérias responsaveis pela manifestagéo das doengas. Algumas destas bactérias estaéo descritas como invisiveis a olho nu. Procedimentos como 0 parto, a cauterizacao, intoxicagdes, tratamento dos ataques por energias Prejudiciais, terapias rejuvenescedoras e afrodisiacos sao descritos em muitos textos. As plantas medicinais também sao descritas quanto as suas diferentes partes e efeitos terapéuticos. Descrevem-se cerca de 28 doengas juntamente com seus medicamentos. Os métodos de preparagdo destes medicamentos estao disponiveis apenas de forma sucinta. No Rk Veda, ha uma descrigao de 67 plantas medicinais e no Yajur Veda 81 tipos foram descritos. Apenas no Atharva Veda, existe a descrigao de 290 plantas medicinais. Além disso, na literatura Brahmana estao disponiveis cerca de 130 descrigdes destas plantas. Esta declarado no Rk Veda que Vispala, esposa do rei Khela, teve seus membros inferiores amputados durante uma guerra. Eles foram substituidos por um par de pemas artificiais, adaptadas ao seu corpo através de cirurgia protética. A sondagem da uretra foi o procedimento mais delicado ja descrito, prescrito para o alivio de uma paciente com retengéo urinaria. A aplicagao de sanguessugas para Ulceras também esta descrita. Ayurveda no Periodo Pés-| No periodo pés-védico, o Ayurveda ocupou uma posicao respeitavel através da reuniao racional de conceitos metddicos € praticas terapéuticas sistematicas. Mesmo que os célebres textos fadico classicos do Ayurveda, 0 Caraka e o Susruta Samhita, transmitidos até nds, tenham adquirido suas formas atuais apés edigdes provavelmente do século 7 A.C., os pensamentos e as praticas neles ilustrados estavam indubitavelmente em voga muito antes deste periodo, Em sua abordagem teorica, esta ciéncia da vida deve muito as filosofias do Sankhya Yoga e de Vaisesika, adotando os principios da ultima no que diz respeito ao Dravya- guna-viinana (matéria médica) e as teorias do Tridosha e do Sapta dhatu, e a primeira, relacionada a Paficabhautika (composi¢ao do corpo) e sua evolugao a partir do Purusa Prakrti. Crénicas Sobre a Vida de Jivaka Durante a vida de Buda, havia um médico famoso com o nome de Jivaka. Devido a sua competéncia na arte de curar, foi por trés vezes coroado rei dos médicos e dos cirurgiées. Ele era um especialista em pediatria, excelente neurocirurgiao e realizava com sucesso grandes cirurgias abdominais. Foi um discipulo de Atreya, 0 renomado professor de Taxila, um pioneiro do sistema indiano de medicina. Atreya estava muito impressionado pela_ inteligéncia, perspicacia e pelo agugado poder de observacado de Jivaka, segundo as escrituras tibetanas. Costumava pedir a Jivaka, seu discipulo, para acompanhé-lo a residéncia de seus pacientes e ajudé-lo no tratamento. Um dia, Atreya prescreveu um medicamento 0 qual, segundo Jivaka, nao estava correto. Dirigiu- se ao seu preceptor e retomou novamente a residéncia do paciente, alterando a prescrigéo. Com a substituiggéo do medicamento, 0 homem curou-se e isto impressionou muito o professor, quando veio a tomar conhecimento do ocorrido. A admiragao e a afeigao de Atreya por Jivaka nao eram apreciadas pelos colegas de classe do ultimo, que costumavam colocar em divida a imparcialidade do professor Atreya. Um dia, este pediu a todos os seus alunos que fizessem uma avaliagao 38 para testar sua sabedoria, solicitando a todos, inclusive Jivaka, que fossem ao mercado e perguntassem sobre os pregos de certos produtos medicinais. Todos retornaram e Atreya questionou-os sobre os precos de outros produtos medicinais, além daqueles mencionados. Nao havia nenhum sobre o qual Jivaka nao pudesse responder satisfatoriamente, demonstrando o poder de imaginagéo e percepgao do mesmo, que era considerado possuidor de todos os atributos de um bom médico. A terceira estoria é semelhante. Um dia, Atreya pediu a todos os estudantes que fossem até a colina préxima e trouxessem os itens que nao possuissem valor medicinal. Todos os estudantes com excessdo de Jivaka, retornaram com muitas substancias as quais, de acordo com eles, nao possuiam valor medicinal. Jivaka voltou de maos vazias e explicou ao seu professor que nao havia nada que nao possuisse um valor medicinal. Isto demonstrava a meticulosidade do estudo de Jivaka. A quarta estéria 6 sobre um elefante. Uma vez, Jivaka e seus colegas estavam retornando de um rio apés banharem-se. Seus amigos estavam comentando divertidamente sobre as pegadas de um elefante. Quando perguntaram a Jivaka sobre as fais pegadas, ele respondeu que pertenciam a uma ali, cega do olho direito, que iria dar a luz um filhote naquele mesmo dia e que 0 filhote era macho. Jivaka continuou dizendo que sobre o dorso do elefante estava montada uma moga, cega do olho direito e que iria dar a luz a um menino naquele mesmo dia. Isto foi narrado, em meio a tisadas, ao professor Atreya, como um exemplo da loucura de Jivaka. Depois disso, os fatos foram verificados e descobriram serem todos verdadeiros. Pediram a Jivaka que explicasse como poderia ter conhecimento de tudo aquilo. Ele disse que as pegadas do elefante eram arredondadas enquanto as da alia eram ligeiramente alongadas. Como ela havia comido 39 apenas do capim que crescia do lado esquerdo da trilha, inferiu que era cega do olho direito. Como as impressées de suas patas posteriores estavam mais profundas, isto o levou a inferir que estava prenha. Das duas, a impressao da pata direita era mais profunda e, portanto, concluiu que iria dar a luz um filhote macho. Da urina que eliminou, concluiu que o parto era iminente. Da mesma maneira, explicou suas afirmagdes com relagéo a moga que montava o elefante. Ha muitas estérias interessantes nas escrituras tibetanas, além das descritas acima, sobre as realizagdes de Jivaka como médico e como cirurgiao. AEstoria de Bhoja O Bhoja prabandha fomece uma narrativa de cirurgia craniana realizada por dois médicos no Rei Bhoja, que reinou de 1010 a 1056 D.C. Ele sofria de um tipo grave de cefaléia e os médicos realizaram uma craniotomia, corrigindo a doenca. A importancia da descrigéo desta cirurgia foi a utilizagaéo de um anestésico em pd denominado Moha curna, que tomou o rei inconsciente. Apds 0 término da operacao, foi administrado outro po, denominado Sanjivani, com o qual ele recuperou a consciéncia. Infelizmente, os detalhes sobre estes dois tipos de drogas nao esto disponiveis na atualidade Estas curiosidades foram narradas aqui com a intengdo de mostrar que durante 0 periodo pés-védico, especialmente entre 500 A.C. e 1000 D.C. o Ayurveda atingiu o apogeu de seu desenvolvimento. Interrupgao do Progresso no Periodo Medieval Acciéncia, por natureza, é progressiva, ainda mais no caso da ciéncia médica. Qualquer interrupgao no seu progresso leva a dogmas, perdas e aclimulos de idéias supersticiosas. Durante 0 periodo medieval, a India foi exposta a freqtientes invasdes 40 estrangeiras e a paz interna foi completamente perturbada. Havia pouco tempo para que as pessoas pensassem na ciéncia, pois estavam engajadas na luta pela seguranga do pais. Pensamentos originais foram completamente interrompidos. Os livros sobre 0 Ayurveda escritos durante este periodo sao, em sua maioria, compitagdes de outras fontes diversas. Durante as invasdes estrangeiras e lutas internas, muitas obras originals foram destruidas. O que permaneceu tinha que ser preservado e explicado as pessoas através de comentarios. Individuos com pouca erudicao comegaram a comentar e isto resultou em interpretagdes erréneas, modificagdes nao autorizadas e redagdes incorretas. Restauracao do Ayurveda E no final do século 19 @ inicio do século 20 que a populagao da India comeca a refletir novamente acerca do desenvolvimento do Ayurveda. O movimento nacional para a libertagao do pais deu o impulso a esta revolugao. Os governos Estaduais e Central organizaram muitos comités periciais para investigar os problemas da ciéncia e sugerir medidas para desenvolvé-las. Abaixo estado alguns detalhes destes comités: Nome do Estado ‘Ano da Constituicao do Comité Pericial 1. Madras (atual Tamilnadu; 1921-22 2. Bengal (atualmente divicido) 1921-25 3. Provincias Unidas 192% 4. Provincias Centrais e Berar 1937-39 5. Punjab 1938 6. Bombaim 1947 7. Orissa 1946-47 8. Assam 1947 9. Mysore (atual Karnataka) 1942 Al O governo Central também organizou muitos Comités Periciais para sugerir medidas para o desenvolvimento deste sistema e a utilizagdo dos médicos Ayurvédicos nos programas de desenvolvimento da satide do pais. Sao eles: Presidente do Comité Pericial Ano 1. Sir Joseph Bhore: 1943 2. Sir R. N. Chopra 1946 3.Dr.C. G. Pandit 1949 Mr. 0. T. Dave 1955 5. Dr. K.N. Vdupa. 1958. 6. Mr. MP. Vyas 1963 42 CAPITULO II PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS Criagao do Universo Diferentes pensamentos filoséficos da india so cultuados nos Darsanas. Estes Darsanas estao divididos em dois grupos. Aqueles que acreditam na autoridade dos Vedas sao conhecidos como Astika Darsanas e aqueles que nao créem nos Vedas sao chamados Mastika Darsanas. As escolas filosdficas Bauddha e Jaina e a filosofia dos Carvakas pertencem a titima categoria. As seguintes escolas filosdficas pertencem a primeira categoria: 1. Nyaya darsana de Gautama 2. Vaisesika darsana de Kanada 3. Sankhya darsana de Kapila 4. Yoga darsana de Patanjali 5. Purva mimansa de Jaimini 6. Uttara mimansa ou Vedanta darsana O nome coletivo para todas estas escolas 6 Sad darsana. Todas as antigas ciéncias da India como a medicina, a astrologia, a astronomia, a poesia e a arquitetura s40 baseadas nestes Darsanas. Os Nyaya e Vaisesika Darsanas séo empregados para auxiliar 0 Ayurveda a explicar as atividades fisicas e quimicas. Para descrever certos fendmenos, tem sido utilizado 0 auxilio do Bauddha Darsana. 43 Mas para explicar 0 processo de origem do universo e do homem, 0 Ayurveda conta com o auxilio do Sankhya Darsana, principalmente. Evidentemente, isto nao tem sido aceito por completo mas com certas modificagdes. De acordo com o Ayurveda, 0 universo teve origem do Avyakta, que significa literalmente “Nao Manifestado”. Este conceito de Avyakta inclui tanto o Purusa (elemento consciente) como 0 Prakrti (matéria primordial) do Sankhya Darsana. A partir deste Avyakta, 0 universo inteiro teve sua origem como detalhado no seguinte esquema: Avyakta Mahan (Intelecto) Ahankara (Ego) —_|__, Sattvika Rajasika Tamasika re el Cinco Orgaos Cinco Orgaos + Manas ou Sensoriais Motores Mente Sabda Sparsa_ Rupa Rasa Gandha tanmatra tanmatra tanmatra tanmatra_—_—tanmatra Akasa Vayu Tejo Jala Prthvi mahabhuta mahabhuta mahabhuta mahabhuta mahabhuta De Avyakta surge, consecutivamente, 0 Mahan (Intelecto) e o Ahankara (Ego). © Ego possui trés aspectos diferentes, sattvika, rajasika e tamasika. Sattvi ¢ 0 aspecto puro, rajas representa o dinamismo e tamas é a energia potencial. Os tipos sattvika e rajasika de Ahankara combinam-se para juntos produzirem os onze indriyas. Os tipos tamasika e rajasika de Ahankara combinam-se para produzir 45 cinco tanmatras. Destes tanmatras, originam-se os cinco mahabhutas. A partir dos cinco mahabhutas tudo 0 que é matéria no planeta — tanto animado como inanimado - é criado. O mundo inanimado consiste destes mahabhutas isolados e os seres vivos (incluindo plantas e animais) so constituidos de sua combinagao, assim como os indriyas, que sao onze, as faculdades sensoriais, os Orgdos motores e a mente. Teoria Pafica Mahabhuta O homem possui cinco sentidos e através destes percebe o mundo externa de cinco maneiras diferentes. Os orgaos dos sentidos $40 0s ouvidos, a pele, os olhos, a lingua e o nariz. Através deles, os ‘objetos externos sd0 ndo apenas percebidos mas também absorvidos pelo corpo humano na forma de energia. Este grupo de cinco sentidos 6 a base com a qual podemos dividir, agrupar ou classificar 0 mundo inteiro nas cinco diferentes categorias, conhecidas como mahabhutas. Sao denominados akasa (espaco?), vayu (ar?), agni (fogo?), jala (agua?) e prthvi (terra?). Os equivalentes em lingua portuguesa aqui fornecidos entre parénteses nao possuem a conotagao correta e o todo das implicagdes dos termos originais em sanscrito. Por exemplo, a agua comum nao contém apenas jala mahabhuta, mas € composta de todos os cinco mahabhutas. Da mesma forma, o ar nao 6 apenas vayu mahabhuta, mas contém os elementos que pertencem aos outros mahabhutas também. Outro exemplo, 0 oxigénio esta mais proximo de agni mahabhuta e 0 hidrogénio, mais proximo de jala mahabhuta, Os fisicos € quimicos modemos dividiram a matéria do universo em alguns elementos basicos. Estes elementos diferem um dos outros em certos aspectos, sendo que todos eles podem ser classificados em cinco categorias de mahabhutas. Por outro lado, cada atomo possui os aspectos caracteristicos de todos os cinco mahabhutas. Os elétrons, protons, néutrons etc. presentes dentro do tomo representam prthvi mahabhuta. A forga ou coesdo que 46 mantém atraidos seus componentes é caracteristica atribuida a jala mahabhuta. A energia produzida dentro do atomo quando este é partido e a energia que permanece latente em sua forma integra representam atributos de agni mahabhuta. A forga do movimento dos elétrons representa 0 aspecto caracteristico do vayu mahabhuta e 0 espaco no qual se movem é 0 atributo principal do akasa mahabhuta. De acordo com o Ayurveda, 0 compo do individuo é composto de cinco mahabhutas. De forma semelhante, outras coisas do planeta sao também compostas de cinco mahabhutas. No corpo humano, estes cinco mahabhutas sao explicados em termos de dosha, dhatu e mala e nas drogas eles representam rasa (sabor), guna (qualidade), virya (poténcia) e vipaka (0 sabor que surge apés a digestao e o metabolismo de uma substancia). No corpo normal de um ser vivo, estas substancias permanecem em uma propor¢ao particular. Entretanto, devido a ago enzimatica no interior do corpo humano esta propor¢ao entre os cinco mahabhutas ou seu equilibrio torna-se alterado. O organismo, portanto, possui uma tendéncia natural para permanecer equilibrado. Ele elimina alguns dos mahabhutas que estéo em excesso e acumula alguns que estejam deficientes. Esta deficiéncia de mahabhutas é reabastecida através de ingredientes que compdem a dieta, as bebidas, 0 ar, 0 calor, a luz do sol etc. Os pafica mahabhutas exgenos sao convertidos em pafica mahabhutas endogenos através do processo da digestao e do metabolismo. Mesmo durante 0 processo da morte, estes cinco bhutas apresentam uma fungaéo muito importante. Eles possuem duas formas denominadas grosseira e sutil. As cinco categorias sutis de bhutas no interior do corpo impregnam os cinco sentidos e depois sao separados dos mesmos ocorrendo entéo a morte. O corpo morto perde estes cinco sentidos, ficando em seguida composto apenas dos cinco mahabhutas. 47 Determinagao da Composigao Mahabhautica de uma Droga a Partir de suas Propriedades Substancias pesadas, duras, resistentes, eslaveis, densas, grosseiras, nao pegajosas e com abundantes qualidades telacionadas ao olfato sao compostas principalmente por prthvi, proporcionam rotundidade, solidez, peso e estabilidade. Substancias liquidas, viscosas, frias, oleosas, moles, frageis e com abundantes qualidades relacionadas ao sabor s40 compostas principalmente por jala: promovem adesividade, oleosidade, solidez, umidade, leveza e felicidade. Substancias quentes, brilhantes, sulis, leves, oleosas, nao- viscosas e com abundantes qualidades relacionadas a visao séo constituidas principalmente por fejas; promovem combustao, metabolismo, brilho, radiancia e cor. Substancias leves, frias, néc-oleosas, dsperas, nao-viscosas, sutis e com abundantes qualidades relacionadas ao tato sao dominados por vayu; promovem aspereza, averso, movimento, nao- viscosidade e leveza. Substancias leves, suaves, sutis, homogéneas e com qualidades principais relacionadas com a audicao so dominadas por akasa; promovem suavidade, porosidade e leveza. O Conceito de Tridosha O corpo humano, de acordo com o Ayurveda, é composto de trés elementos fundamentais denominados doshas, dhatus e malas, Qs doshas controlam as atividades psico-quimicas e fisioldgicas do corpo, enquanto os dhatus entram na formacao da estrutura celular basica, de tal modo que realizam algumas fungdes especificas. Os malas s40 substancias utilizadas parcialmente no organismo e excretadas também parcialmente, de forma modificada, apds Tealizarem suas fungdes fisiolégicas, Estes trés elementos sao definidos como estando em equilibrio dinamico uns com os outros 48 para a manutengaéo da sadde. Qualquer desequilibrio em suas predominancias no corpo resulta em doenga e decomposigao. Como foi estabelecido anteriormente, no interior do corpo existem trés doshas que comandam as atividades psico-quimicas e fisiologicas. Sao eles vayu, pitta e kapha. Estes doshas sao compostos de mahabhutas. Todos os doshas possuem todos os cinco mahabhutas em sua composigao. No entanto, o dosha vayu apresenta predominancia de akasa mahabhuta e vayu mahabhuta. Em pitta predomina agni mahabhuta. Kapha ¢ principalmente constituido por jala e prthvi mahabhutas. A doutrina dos doshas representa uma parte importante no Ayurveda, tanto quanto constitui a base para a manutengao da satide absoluta, para o diagnéstico e o tratamento das doengas. Uma andlise cometa deste conhecimento @, portanto, essencial para a compreens4o e apreciago adequada da teoria e pratica do Ayurveda. Quando estao em seu estado normal, sustentam o corpo € qualquer alteragéo em seu equilibrio resulta em doenca e degeneragao. Estes trés doshas infiltram todo o corpo. Ha, entretanto, alguns elementos ou drgaos nos quais estao, a principio, localizados. Por exemplo, a bexiga urindria, os intestinos, a regio pélvica, as coxas, as pemnas e os ossos so sitios de vayu, principalmente. Os sitios de pitta so o suor, a linfa, o sangue e o estémago. Da mesma maneira, os sitios de kapha sao 0 torax, a cabeca, 0 pescogo, as articulagdes, a porgao superior do estémago e 0 tecido adiposo do corpo. Cada um destes tres doshas sao novamente divididos em cinco tipos. Estas cinco divisées representam apenas cinco diferentes aspectos do mesmo dosha e nao cinco entidades diferentes no corpo. As localizagdes e as fungées destas divisées de vayu, pitta e kapha sao fornecidos na Tabela 1 49, Tabolat Tovaizacio Fangio Normal Doengas Causadas pela Nleraqao AWAY. 1 Prana Coragio Respragio edegulgaodo ‘Salugos,bronqis, asm, Fo, mento rowqudio 2.Udana——Garganta Fale voz \atias doencas dos cos, outs, raze camara, 3.Samara —_Estmagocintestino delet Auillana agin nzinéiica,na_—_ndgostin, dana e distr de sssinbe29 0 produsfnas.daassmnlagao ‘dgestéo © emsua separagac nos varos elemertos tecduas 4.Anana Clone argo peas Eiminagio de ezes, una, Doonras da beige, do nus, jacuiaga @ mensiuaeso testis, obs urd © ddaoats 5. Wane Corarao ‘alia croagéo dos canals, Distirbis drellros e doengas| ‘nclundovasos sngiireos comofebre e dada Tocalzagio Fungo Normal Doangas Causadas pela sua Aeragio EPA Pacaks Exiga eTreatino _Digesifo Trdiestn delgado 2 Rena Figado,bagoeestimago Fomacao do sangue Anema, teria ele 4 Satheka Corio Meméra @outas fungéesmeriis —Ditrbivspsaucos 4 Aocaka lho Visto Distitins views 5 Blrajka Pele LCooragio ebro dapele Loucodermia e outespatlogias da pale KAPHA T Kedaka Exiomago Unedice os aivaios audlandona dgesio Dblrbs di digesta 2 Avalaméaka Coraglo Energia nos membros Preguga 4 Bodhake nua —_—Perceprao do galadar Distros ch paladar ATapska Cora. Nut dos 6rgos sensors Prda da memiiaedstrbiodas unpbos dos gos sensors 5 Sesaka __Arcuaggo__Lutiicago das atculagbes Doves ariculares e distitbosartulares Condigées dos Doshas nas Diferentes Estagées do Ano Durante as diferentes estagdes do ano, estes doshas apresentam certas modificagdes. Por exemplo, vayu torna-se alterado durante os meses de junho e agosto, ou seja, no final do vera. Pitta sofre alterago entre outubro e dezembro, ou seja, durante o outono, e kapha altera-se entre fevereiro e abril, ou seja, durante a primavera Se detarminadas medidas preventivas nao forem tomadas durante estas estagdes, 0 individuo estaré exposto a certas doengas causadas por estes doshas. As precaugdes a serem tomadas nestas estagdes sero descritas posteriormente. Nos textos Ayurvédicos classicos, sugere-se que para promover a satide verdadeira e prevenir a ocorréncia das doengas, a pessoa deve submeter-se a um enema terapéutico no final do vero, a um purgativo durante o outono a um emético durante a primavera. Fatores Responsaveis pela Alteragao dos Doshas Vata toma-se alterado pela supressao das necessidades naturais que se manifestam, pela ingestéo de alimentos antes de terminada a digestao da refeigao anterior, por permanecer acordado durante a noite, falar com tom de voz aumentado, realizar exercicios fisicos além da capacidade do individuo, pela exposigao a solavancos durante longas viagens em um veiculo, ingestao de substancias com sabores picante, amargo e adstringente, ingestao de frutas secas, aborrecimentos em excesso, relagdes sexuais, medo, jejum, frio € desgosto. Este dosha torna-se anormalmente alterado durante o inicio da estagao chuvosa. Pitta toma-se alterado pela ingestdo excessiva de alimentos picantes, salgados e azedos, preparacdes alcodlicas, substancias quentes, moles e vidahi (alimentos que causam sensagao de queimagao). Outros fatores responsaveis pelo distUrbio de pitta sao raiva, exposicao excessiva ao sol e ao fogo, medo, fadiga, ingestao 52 de vegetais secos e substancias alcalinas. A indigestéo e as imegularidades na ingestao de alimentos também agravam pitta. Alteragdes deste dosha ocorrem geralmente durante 0 outono. Kapha torna-se alterado pela ingestao de alimentos doces, frios, pesados, azedos e viscosos, peixes, came, preparagdes contendo gergelim, cana-de-agucar, leite, subslancias oleosas, alimentos e bebidas contendo agua e sal em excesso, ingestéo de alimentos apds a refeigao e durante a primavera. Sinais e Sintomas do Agravamento dos Doshas Disturbios de vayu causam rouquidao, dores em pontada, em contragéo e em cédlicas, descoloragdo da pele, indisposigao, movimentos anormais dos membros, fraturas, frieza, ressecamento, entorpecimento e emagrecimento. Alteragdes de pitta causam fadiga, sudorese, sensacao de queimago, coloragao da pele, odor fétido, viscosidade, supuragéo, raiva, fala desconexa, fraqueza e vertigem. E especialmente responsavel pela coloragao amarela da pele. Palidez, frieza, peso, prurido, falta de oleosidade, upadeha (retengao das excregdes através dos orificios corporais), stimitatva (sensacgao subjetiva, como se estivesse coberto com um pano molhado), lepa (sensagao subjetiva, como se houvesse um corpo. estranho aderido ao corpo), distensdo, exsudagdo excessiva e cirakriya (retardo na ago ou na resposta) s40 as manifestagdes das perturbagoes de kapha. Tratamento de Doengas Causadas por Perturbagoes dos Doshas Bebidas, dieta, conduta e medicamentos que sejam oleosos, quentes, estaveis, afrodisiacos, que promovam vigor, que sejam salgados, doces, azedos, 0 uso de dleos, a exposigao ao sol, os banhos, as massagens, enemas, terapia inalatoria, dormir, repousar, as aplicagdes de ungtientos quentes, etc. aliviam vata. As bebidas, dietas, condutas e medicamentos que sejam amargos, doces e adstringentes, 0 vento frio, a sombra, a noite, a agua, o luar, residéncias subterraneas, fontes, o Idtus, abracar 0 corpo das mulheres, ghee, leite, aspersao de agua, purgativos, sangrias, aplicagdes de ungilentos, etc. aliviam pitta. Bebidas, dietas, condutas e medicamentos que sejam asperos, alcalinos, adstringentes, amargos e picantes, exercicios, terapia do escarro, relagdes sexuais, caminhadas, lutas, permanecer acordado, jogos aquaticos, padaghata (aplicar pressdo sobre diferentes partes do corpo utilizando os pés), fumar, expor-se ao calor ou aos raios do sol, terapia esterutatéria (espirros), terapia emeética, fomentagao, upanaha (aplicagao de ungiientos quentes), etc. aliviam as agravages de kapha Terapia de Eliminagao para Correcao dos Doshas Alterados Devem ser administradas terapias eméticas e de inalacao para correcao das perturbacdes de kapha; terapias purgativas nas doengas causadas por pitta, enemas medicinais nas doengas causadas por vata e terapias mistas nas doengas causadas pela combinagao dos doshas. Através da ingestéo de alimentos sdlidos e liquidos constituidos por substancias azedas, oleosas, salgadas e doces, pode-se aliviar vayu. Da mesma forma, pitta é aliviado por substdncias doces, amargas, adstringentes e frias. Para kapha, as substéncias indicadas para o alivio s4o amargas, picantes, asperas, adstringentes e penetrantes. Através da administragéo destes alimentos, as doengas causadas por estes doshas s40 curadas. Doengas Causadas pelos Doshas A. Doengas causadas por Vayu. 1. Nakhabheda (unhas quebradigas) 2. Vipadika (pele dos pés quebradiga) 3. Padasula (dor nos pés) 4 4, Padabhramsa (protuberancia nos pés) 5, Padasuptata (dorméncia do pé) 6. Vatakhuddata (pé torto) 7. Gulphagraha (rigidez do tomozelo) 8, Pindikodvestana (caimbra nas panturrilhas) 9. Grahrasi (dor cidtica) 10. Janubheda (genu varum) 11. Januvislesa (genu valgum) 12. Urustambha (rigidez na coxa) 13. Urusada (dores nas coxas) 14. Pangulya (paraplegia) 15. Gudabhramsa (prolapso retal) 16. Gudarfi(tenesmo) 17. Vrsanaksepa (dor escrotal) 18. Sephastambha (rigidez no pénis) 19. Vanksananaha (tensao da virilha) 20. Sronibheda (dor em toro da regiao pélvica) 21. Vidbheda (diarréia) 22. Udavarta (distuirbios peristalticos) 23. Khanjatva (coxeadura) 24. Kubjatva (cifose) 25. Vamanatva (nanismo) 26. Trikagraha (artrite da articulagao sacroiliaca) 27. Prsthagraha (rigidez no dorso) 28. Parsvavamarda (dor no peito) 29. Udaravesta (dores em colicas abdominais) 30. Hrnmoha (bradicardia) 31. Hrddrava (taquicardia) 32. Vaksa uddharsa (dor em fricgao no peito) 33. Vaksa uparodha (bloqueio da movimentagao toracica) 34. Vaksastoda (dor em facada no peito) 35. Bahusosa (atrofia do brago) 36. Grivastambha (rigidez do pescogo) 37. Manyastambha (torcicolo) 38. Kanthoddhavamsa (rouquidao) 39. Hanubheda (dor no queixo) 40. Osthabheda (dor nos labios) 41. Aksibheda (dor nos olhos) 42. Dantabheda (dor de dentes) 43. Dantasaithilya (perda de dentes) 44, Mukatva (afasia) 45. Vaksanga (alivio da voz) 46. Kasayasyata (sabor adstringente na boca) 47. Mukhasosa (secura na boca) 48. Arasainata (ageusia) 49. Ghramanasa (anosmia) 50. Kamasula (otalgia) 51. Asabdasravana (zumbido nos ouvidos) 52. Uccaihsruti (dificuldade na audigao) 53. Badhirya (surdez) 54. Vartmastambha (ptose palpebral) 55. Vartmasankoca (entrdpio) 56. Timira (catarata) 57. Aksisula (dor nos olhos em aperto) 58. Aksivyudasa (ptose do globo ocular) 59. Sankhabheda (dor na regio temporal) 60. Bhruvyudasa (ptose da sobrancelha) 61. Lalatabheda (dor na regido frontal) 62. Siroruk (cefaléia) 63. Kesabhumisphutana (caspa) 64. Arita (paralisia facial) 65. Ekangaroga (monoplegia) 66. Sarvangaroga (paraplegia) 67. Paksavadha (hemiplegia) 68. Aksepaka (convulsdes clonicas) 69. Dandaka (convulsdes ténicas) 70. Tama (lipotimia) 71. Bhrama (desmaio) 72. Vepathu (tremores) 73. Jrmbha (bocejo) 74. Hikka (solugos) 75. Visada (astenia) 76. Atipralapa (delirio) 77. Rauka parusya (sequidao e rigidez) 78. Syavarunavabhasata (aparéncia vermelha e sombreada) 79. Asvapna (ins6nia) 80. Anavasthitacittatva (mentalidade instével) B. Doengas causadas por Pitta: As seguintes doencas sao causadas primariamente por pitta: 1. Osa (aquecimento) 2. Plosa (ardor) 3. Daha (queimagao) 4, Davathu (fervura) 5, Dhumaka (defumagao) 6. Amlaka (eructagao azeda) 7, Vidaha (sensagao de queimacao no peito) 8. Antardaha (sensacao de queimacao no interior do corpo) 9, Amsadaha (sensacao de queimagao nos ombros) 10. Usmadhikhya (hipertermia) 11. Atisveda (sudorese excessiva) 12. Angagandha (odor fétido do corpo) 13. Angavadarana (dor insuportavel no corpo) 14. Sonitakleda (necrose do sangue) 15. Mamsakleda (necrose do missculo) 16. Tvagdaha (sensacao de queimacao da pele) 17. Tvagavadarana (fissura da pele) 18. Carmadalana (prurido da pele) 19. Raktakostha (urticaria) 20. Raktavisphota (vesiculas vermelhas) 21. Raktapitta (tendancia ao sangramento) 22. Raktamandala (pustulas vermelhas) 23. Haritatva (coloragao esverdeada) 24. Haridratva (amarelecimento) 25. Nilika (molas de coloragao azul) 26. Kaksa (herpes) 27. Kamala (ictericia) 28. Tiktasyata (sabor amargo na boca) 29. Lohitagandhasyata (halito de sangue) 30. Putimukhata (odor fétido na boca) 31. Trsnadhikya (sede excessiva) 32. Atrpti(insatisfagao) 33. Asyavipaka (estomatite) 34. Galapaka (faringjte) 35. Aksipaka (conjuntivite) 36. Gudapaka (proctite) 37. Medhrapaka (inflamagao do pénis) 38. Jivadana (hemorragia) 39. Tamahpravesa (lipotimias) 40. Haritaharidra netra mutra varcastva (olhos, urina e fezes de coloragao esverdeada e amarelada) C. Doengas causadas por Kapha As seguintes doengas sao causadas por kapha: 1. Trpti (anorexia nervosa) 2. Tandra (sonoléncia) 3. Nidradhikya (sono excessivo) 4, Siaimitya (timidez) 5. Gurugatrata (sensagao de peso no corpo) 6. Alasya (preguiga) 7. Mukhamadhurya (sabor doce na boca) 8. Mukhasrava (salivagao) 9, Slemodgirana (expectoragao) 10. Maladhikya (eliminacao excessiva de residuos) 11. Balasada (perda do vigor) 12. Apalti (indigestao) 13. Hrdayopalepa (aderéncia de muco em tomo do coragao) 14. Kanthpalepa (adesao de muco a garganta) 15. Dhamani praticaya (endurecimento dos vasos) 16. Galaganda (bécio) 17. Atishaulya (obesidade) 18. Sita gnitva (supressao do vigor digestivo) 19. Udarda (urticaria) 20. Svetavabhasata e sveta mutra netra varcastva (palidez e urina, fezes e olhos brancos) Conceito de Sapta Dhatu Qs elementos teciduais basicos do corpo séo conhecidos como dhatus no Ayurveda. O termo dhatu significa, etimologicamente, “aquele que assiste ao corpo ou faz parte da formac4o da estrutura basica do corpo como um todo”. Estes dhatus ‘so sete e consistem em: 1. Rasa ou quilo e linfa 2. Raksa ou a fragao hemoglobinica do sangue 3, Mamsa ou tecido muscular 4, Medas ou tecido adiposo 5, Asthi ou tecido dsseo 6, Majia ou medula ossea 7. Sukra ou 0 esperma no homem e o évulo na mulher Estes sete dhatus so compostos dos cinco mahabhutas: - Jala mahabhuta predomina no quilo e na linfa - Prithvi mahabhuta predomina nos tecidos musculares e adiposos - Tejas mahabhuta predomina na fragao hemoglobinica do sangue - Vayu mahabhuta predomina no tecido ésseo - Akasa mahabhuta existe nos poros no interior dos ossos Deve ficar claro, novamente, que todos os sete dhatus sao compostos por todos os cinco mahabhutas e apenas aqueles predominantes foram descritos acima. Estes dhatus permanecem no interior do corpo humano em uma proporgao propria no individuo e qualquer alteragao no seu equilibrio leva a doenga e a degeneracao. As doengas causadas pela alteragdo destes dhatus sao relacionadas abaixo: Dhaty Doengeg Rasa —_asraddha (anorexia), aruci (avers4o), asyavarasya (mau halito), arasajnata (calafrio), hilasa (nauseas), gaurava (sensagao de peso), tandra (sonoléncia), angamarda (dores no corpo), jvara (febre), tamas (lipotimia), pandutva (palidez), srotorodha (obstrugao dos canais), khaibya (impoténcia), sada (astenia), krsangata (debilidade do organismo), agninasa (perda da capacidade digestiva), ayathakavali (aparecimento de rugas _prematuras), ayathakalapalitya (branqueamento prematuro dos cabelos) Rakta _kustha (doengas da pele), visarpa (erisipela), pidaka (acne), raktapitta (hemorragia dos diferentes canais do corpo), asrgdara (menorragia), medhrapaka (timidez), asyapaka (estomatite), pliha (aumento do bago), guima (tumor fantasma), vidradhi (abscesso), niika (mola cor azul), kamala (ictericia), vyanga (sardas), piplu (manchas cor de vinho do porto), tiakalaka (mola de coloragao negra), dadru (tinha), carmadala (um tipo de doenga de pele), svitra (leucodermia), pama (escabiose), kotha (erupgdes), asramandala (manchas circulares vermelhas). ‘Mamsa_—adhimamsa (granuloma), arbuda (tumor), kila (verrugas), galasaluka (uma patologia da orofaringe), galasundika (lonsilte), putimamsa (gangrena), algji (um tipo de doenga da pele), ganda (bocio), gandamala (adenites cervicais), upajihvika (uvulite Medas kes jatitbhava (emaranhamento dos — cabelos), asyamadhurya (sabor doce na boca), karapadadaha (sensagao de queimacao nas maos e nos pés), mukhasosa (secura na boca), talusosa (secura do palato), kanthasosa (secura da garganta), pipasa (sede), alasya (preguiga), kaymala (aumento das excregdes do corpo), kayachidra- upadeha (aumento das eliminagdes pelos orificios do corpo), angdaha (sensagaéo de queimacao no corpo), angasyptata (entorpecimento do corpo) Asthi —adhyasthi (hipertrofia dssea), adhidanta (hipertrofia dos dentes), dantabheda (dor de dente), dantasula (dor intensa dos dentes), asthibheda (dor nos dssos), asthisula (dor éssea intensa), vivamata (palidez), kesaloma e smasrudosa (condigdes patolégicas de diferentes tipos nos cabelos), nakhadosa (condigdes patolégicas das unhas) Majja —parvaruk (dor nas articulagdes dos dedos), bhrama (vertigem), murecha (desmaios), tamas (lipotimia), sthulamula parvaja arumsika (abscesso _localizado profundamente nas articulag6es dos dedos) Sukra —_kieibya (esterilidade), aharsana (impoténcia), rogi prajanana (geragéo de descendente doente), iba prajanana (geracéo de descendente impotente), alpayu prajana (geragao de descendente com pouca longevidade), virypa prajanana (geragao de descendente com malformagao, Conceito de Mala Os trés importantes malas sao as fezes, a urina e o suor. S20 os produtos excretados pelo corpo e sua eliminacao apropriada é essencial para a manutengao da satide do individuo. As fezes nao ‘sa compostas apenas de alimento ingerido rejeitado pelo organismo, mas contém também substancias eliminadas pelas células teciduais do corpo. A evacuacdo adequada é, portanto, essencial para a manutengao de um excelente estado de satide nas células teciduais. Se houver eliminacdio inadequada, as doengas nao ocorrerdo apenas no trato gastrointestinal, mas também em outras regiées do organismo. Em patologias como lombalgia, reumatismo, ciatalgia, paralisias, bronquites e asma é@ essencial que 0 médico tome as precaugdes necessarias para assegurar a eliminagao adequada das fezes antes de dar inicio a qualquer tratamento Ayurvédico. A evacuagao inadequada favorece 0 surgimento de uma atmosfera compativel com o desenvolvimento de diferentes tipos de parasitas intestinais, interferindo eventualmente com a flora normal do célon, as quais auxiliam na sintese de substancias titeis ao organismo. A urina @ outro produto excretado através do qual muitos materiais organicos so rejeitados, Ainda que a eliminacao excessiva de urina seja considerada patologica no Ayurveda, @ sempre aconselhavel que o individuo beba a quantidade adequada de agua, tanto no verao como no inverno, de modo que haja pelo menos seis micgdes durante 0 periodo diumo. O suor 6 essencial para a manutengao da satide da pele. Exercicios adequados, terapias como a fomentagao e certas drogas ajudam o individuo a suar e com isto, uma grande quantidade de produtos residuais é eliminada do organismo. Os dhatus séo elementos teciduais e também produzem malas (produtos residuais) durante o processo metabdlico. Normalmente, as fezes, a urina e o suor possuem odor fétido. Mas quando o odor toma-se insuportavel, o individuo precisa ingerir certos medicamentos para corrigir os odores mais desagradaveis. Srotas ou Canais de Circulagao organismo 6 composto de muitos tipos de canais de circulagao através dos quais os elementos teciduais basicos, os doshas e alguns dos produtos residuais circulam ou se movimentam de um local para outro constante e continuamente, Para que ocorra um funcionamento adequado do organismo, é necessério que estes canais de circulagao permanegam desobstruidos e que 0 processo circulatorio continue ininterruptamente. Uma das importantes fungdes destes canais é transportar 0 produto da digestao do alimento através do trato gastrointestinal e toma-lo disponivel aos elementos teciduais basicos, auxiliando assim em sua nutrigao. Em resumo, incluem todos os grandes canais do corpo como as artérias, as veias, os vasos linféticos, o trato gastrointestinal e o trato geniturinario, que sao macroscépicos e os delicados capilares, que sao microscdpicos. Todos estes canais sao lassificados em treze categorias e estao descritos abaixo: 1. Canais transportadores do ar vital (orana vayu) do meio externo ao fluxo sangilineo 2. Canais transportadores de agua (udaka), incluindo soro e linfa 3. Canais transportadores de alimentos sélidos e liquidos (anna) 4, Canais transportadores de plasma (rasa) 5, Canais transportadores da fragéio hemoglobinica do sangue (rakia) 6. Canais transportadores de nutrientes para os tecidos musculares (mamsa) 7, Canais transportadores de nutrientes para os tecidos adiposos (medas) 8. Canais transportadores de nutrientes para os tecidos dsseos (asthi) 9. Canais transportadores de nutrientes para a medula éssea (maja) 68 10. Canais transportadores de nutrientes para o esperma e 0 6vulo (sukrae rajas). O esperma e 0 dvulo em si também sao transportados por esta categoria de canais 11. Canais transportadores de urina (mutra) 12. Canais transportadores de fezes (purisa) 13. Canais transportadores de suor (sveda) Estes canais de circulagéo representam um papel importante na origem das doengas. Se a circulagéo ou o movimento for interrompido ou danificado devido a fatores externos ou internos, resultara em actimulo de substancias naquele canal em particular e alteragéo no metabolismo do tecido, ofiginando ama (produtos imaturos ou ndo-preparados). Estes produtos séo nao apenas acumulados nos tecidos, mas também circulam através de todo o corpo com 0 auxilio dos outros canais que esto em funcionamento. Eles danificam as atividades dos outros canais, dando origem as doengas. Para conservar estes canais em movimento e funcionamento continuo, muitas prescrigdes e restrigdes sao feitas nos textos Ayurvédicos. O importante é a ingestao de alimentos oportunamente, a eliminacdo das excregdes, o atendimento as necessidades basicas do corpo e exercicios fisicos. Srotas (canais), sira (veias), dhamani (artérias), rasayani (canais linfaticos), rasavadhini (capilares), nadi (canais), pantha (passagens), marga (vias), sariracchidra (espagos no interior do corpo), samvrtasamvrta (canais com fundo cego), sthana (residéncia), asaya (compartimento) e niketa (sitio) - estas sao as denominagGes atribuidas aos varios canais visiveis e invisiveis no interior dos elementos teciduais do corpo. A alteragao destes canais leva @ perturbagdo dos elementos teciduais que ai se localizam ou os atravessam. Os canais danificados e os dhatus (elementos teciduais), por seu lado, alteram outros canais e dhatus, respectivamente. Como conseqiiéncia da alteragao de sua natureza, os doshas - vata, pitta e kapha — sao responsavels pela perturbacao de todos eles (canals e elementos teciduais) Causas das Alteragdes dos Srotas Pranavaha srotas (os canais que transportam a respiracao Vital) tomam-se perturbados pelo enfraquecimento, pela supress4o das necessidades basicas, tolerancia com substéncias nao-oleosas, realizagao de exercicios quando faminto e também outras condutas prejudiciais. Udakavaha srotas (canals que transportam agua) tornam-se alterados com a exposigao ao calor, com a indigestéo, com a ingestao de alimentos secos e bebidas alcodlicas e pela sede excessiva. Annavaha srotas (canais transportadores de alimentos) alteram-se pela ingesto excessiva de grandes quantidades de alimentos insalubres perda da forca digestiva Rasavaha srotas (canais transportadores de plasma ou rasa) alteram-se devido a ingestéo excessiva de alimentos muito gordurosos, frios e pesados, além de aborrecimentos em demasia. Raktavaha srofas (canais que transportam sangue, especialmente sua fragéo hemoglobinica) tornam-se alterados pela ingestao de alimentos e bebidas asperos, untuosos, quentes e liquidos e pela exposigo ao sol e ao fogo. ‘Mamsavaha srotas (canais transportadores de componentes de tecido muscular) alteram-se pela ingestao de alimentos liquidiicados, grosseiros e pesados e por dormir apds as refeicoes. Medovaha srotas (canais transportadores de tecido adiposo) tomam-se perturbados devido a falta de exercicios, dormir durante o dia e pela ingestao excessiva de alimentos gordurosos e vinho. Asthivaha srotas (canais transportadores de tecido Osseo) alteram-se por exercicios que envolvem irritagdo excessiva e friogao dos ossos ¢ pela ingestio de alimentos que perturbem vata. Majjavaha srotas (canais transportadores de componentes da medula éssea) tomam-se alterados pela opressdo, liquefagao, lesdo € compressdo da medula éssea e pela ingestdo de alimentos com qualidades opostas entre si. Sukravaha srotas (canais transportadores de esperma e 6vulo) alteram-se por relagdes sexuais em periodos inadequados (auséncia de excitagéo suficiente), em local inadequado, na ‘supressao ou no excesso de necessidade sexual e também como resultado de cirurgia, aplicagao de alcalis e cauterizagao. Mutravaha srotas (canais transportadores de urina) tomam-se alterados pela ingestao de alimentos e bebidas ou no ato sexual realizado quando ha necessidade de urinar e na supressao da micgao especialmente por individucs portadores de doengas debiltantes e consumplivas Purisavaha srotas (canais transportadores das fezes) tornam- se alterados devido a supresséo da necessidade de evacuar, ingestéo de alimentos em grandes quantidades e antes que a refeigdo anterior tenha sido digerida, especialmente em individuos debilitados e com enfraquecimento da capacidade digestiva. Svedavaha srotas (canais transportadores de suor) alteram-se pelo excesso de exercicios, pela exposigdo ao calor excessivo, raiva, desgosto, medo e pela indulgéncia com coisas quentes e frias sem obedecer as recomendacoes prescritas. Sitios de Origem dos Srotas e Sintomas Causados por suas Alteragées O coragaéo e os mahasrotas (cavidade central ou trato alimentar) sao os sitios de origem (drgaos controladores) dos canais transportadores de prana vayu (respiragao vital). As manifestagdes caracteristicas do desequilibrio destes canais refletem-se em respiragées muito longas ou muito restritivas, dificeis, superficiais ou freqiientes, associadas com ruidos e dor. 66 Talu (palato) e kloman (pancreas) sao os sitios de origem dos elementos aquosos. As manifestagdes caracteristicas da alteragao destes canais sao 0 ressecamento do palato, da lingua, dos labios, da garganta e do Kloman e sede excessiva. (0 estémago e vamaparsva (regido lateral esquerda) so os sitios de origem dos canais transportadores de alimentos e seus produtos. As manifestagdes caracteristicas do desequilibrio destes canais sao a aversdo aos alimentos, anorexia, indigestao e vomitos. s sitios de origem dos canais transportadores dos dhatus, ou seja, de rasa, rakta, mamsa etc. esto descritos a seguir: Dhatus (Elementos Teciduais) Sitios de Origem dos Canais 1.Rasa (plasma) Coragdo e seus dez vasos 2.Rakta (fragao hemoglobinica do -—_—Figado e bago sangue) 3.Mamsa (tecido muscular) Tendées e pele 4.Medas (tecido adiposo) Rins e omento 5.Asthi (tecido osseo) Tecido adiposo e giuteo 6.Majja (medula) Ossos e articulagdes 7.Sukra (sen, em especial Testiculos e genitdlia espermatozéides) As doengas manifestadas pelo desequilibrio destes dhatus foram descritas neste capitulo. Alguns distlirbios sao manifestados pelo desequilibrio de seus canais de circulagao. Os sitios de origem dos canais de circulagao da urina sao a bexiga e vankasana (rins). As manifestagdes caracteristicas do desequilibrio destes canais sao a eliminacdo excessiva de urina ou a completa supressdo da mesma, alleragdo em sua composicao e eliminagao freqdente ou ocasional de uma urina espessa associada com dor. 67 Os sitios de origem dos canais transportadores de fezes s40 0 célon e o reto. As manifestagdes caracteristicas de seu desequilibrio so a eliminagao de pequenas quantidades de fezes com dificuldade, eliminagao de fezes em grandes quantidades e muito aquosas e eliminagao de fezes em cibalos, associadas com tuidos e dor. Os sitios de origem dos canais transportadores de suor sao © tecido adiposo e os foliculos capilares. As manifestagdes caracteristicas de seu desequilibrio sao a auséncia ou 0 excesso de perspiragéo, aspereza ou maciez excessiva do corpo, sensacao de queimagao generalizada e calafrios. Linha de Tratamento Para 0 tratamento do desequilibrio de prana, udaka e anna vaha srotas (canais transportadores de respirago vital, qua e alimentos), deve-se adotar a conduta para doencas respiratorias como asma brénquica, sede patolégica e ama dosha (doengas causadas por produtos alimentares ndo-digeridos e pelo metabolismo inadequado), respectivamente. Para a corregdo de doengas de rasavaha srotas (canais transportadores de plasma, etc.) deve-se recorrer aos diferentes tipos de jejum. Para o tratamento de disttirbios de raktavaha srotas (canais transportadores dos glébulos vermelhos do sangue), devem ser adotadas terapias como a sangria. Doengas causadas pelo desequilibrio dos mamsavaha Srotas (canais transportadores de tecido muscular) podem ser tratadas por cirurgia, alcalis e cauterizacao. Para o tratamento das doengas causadas por medovaha srotas (canais transportadores de tecido adiposo) devem ser adotadas terapias emagrecedoras. Doengas causadas pelo desequilibrio de asthivaha srotas (canais transportadores de tecido ésseo) podem ser tratadas por 68 paficakarma (cinco terapias de eliminagao). Para este propdsito, 40 Utels os enemas de leite e ghee, fervidos com drogas amargas. Doengas causadas pelo desequilibrio de majjavaha srotas (canais transportadores de medula Ossea) e sukravaha srotas (canais transportadores de esperma e ovulo) podem ser tratadas com dietas de sabores doce e amargo, relagdes sexuais, exercicios e eliminagaéo oportuna de doshas em quantidade adequada. Devem ser adotadas para o tratamento de doengas causadas pelo desequilibrio de mutra, purisa e svedahava srotas (canais transportadores de urina, fezes e suor, respectivamente), terapias prescritas para o tratamento de mutrakrechra (condigbes caracterizadas pela dificuldade de eliminar a urina), diarréia e febre Digestdo e Metabolismo Qs alimentos que vém do meio externo devem ser quebrados, absorvidos e assimilados. Uma substancia heterogénea deve ser transformada em homogénea. Os fatores responsaveis por estas atividades no organismo sao conhecidos por agnis. Eles representam os varios tipos de enzimas do trato gastrointestinal, do figado e dos tecidos celulares. Quando os doshas do corpo estao em estado de equilibrio, estes agnis, ou enzimas funcionam normalmente. Quando ha qualquer distarbio no seu equilibrio, a fungao destes agnis torna- se prejudicada, Os quatro estados destes agnis estao resumidos aqui: 6 Estado do Agni Visamagni Tiksnagni ‘Sintomas As vezes digere lentamente, as vezes normalmente e outras vezes produz adhamana (Gistengo abdominal), sula (célicas), udavarta, atisara (Giaréia), jathara (ascite), gaurava (sensacio de eso), antrakyjana (ruidos de agua no intestino) € pravahana (disenteria). Comentarios Umestado anormal de agni surge como resultado da influéncia de vata na condiga0 descrita como visamagni. Este estado, algumas vezes auxila no processo da completa digestio e outras vezes produz distens4o do abdome, cdlicas, constipacao intestinal, disenteria, ascite, sensagao de peso nos membros e perda dos movimentos. Digere grandes quantidades de todos os alimentos mais freqdentes; apos a digestéo, produz galasosae daha (ressecamento da gar- ganta), osthasosa e daha (ressecamento dos labios), talusosa e daha (secura do palato) e santapa (sensagao de calor e queimacao) ‘Aacao de jatharagnineste estado é infuenciada predominantemente por pitta. O agninesta condigao é estimulado em excesso sendo, portanto, conhecido como tiksnagni. Este digare facilmente até um alimento muito pesado em um curto espago de tempo. Causa uma fome voraz-uma condigéo conhecida como atyagni(ou bhasmaka por certas autoridades). Isto possiblita que um glutio faca a digestio de todas as suas freqientes refeigdes. E caracterizado por produzir secura na garganta, no palato, nos labios, calor e outros desconfortos. ‘Mandagni Nao é capaz de digerir Este € umestadono quala agao adequadamente mesmo de jathragnié conside- uma diata normal causando_ravelmente inibida pela dara gaurava (pesono_influéncia dominante de kapha. abdome), sirogaurava (peso Portanto, este estado de agni é na cabeca), kasatosse), _conhecido como mandagni. svasa (dispnéia), praseka Neste estado, o agnié incapaz (salivago), chardi (vémitos) de digerir e metabolizar mesmo e galrasadama ([raqueza no uma pequena quantidade de corpo) qualquer alimento, mesmo que seja de fic digestio. SamagniDigere adequadamentea No bem equilbrado estado de deta normal. funcionamento dos tridoshas, 0 Jatharagni é também formulado para funcionar normalmente. Este estado foi descrto como samagni, Em outras palavras, jatharagni assegura a completa digestéo dos alimentos ingeridos nos hordrios adequados, sem qualsquer imeguiaridades, quando os tridoshas esto em um estado equilbrado de funcionamento. O conceito de agni no Ayurveda é imediatamente compreendido quando se refere as miultiplas fungGes atribuidas a pitta. Nao indui apenas os agentes quimicos responsaveis pelo aharacapacana no kostha correspondente a digestao gastro-intestinal que controla a separagao de sara bhaga (fragao nutriente), do ahara (alimento) e do kitta bhaga (residuo nao-digerido ou indigerivel do alimento), mas também processos metabdlicos - sintese de energia manutengéo do metabolismo. Além disso, compreende os processos de foto e quimiossintese. O pacaka pitta, conhecido também como suas variedades jatharagni, kosthagni, antaragni, a pacakagni e dehagni, quando esta localizado em seu proprio sitio em uma area entre amasaya e pakvasaya, participa diretamente na digestao do alimento e ao mesmo tempo, presta-se ao suporte e ao aumento do funcionamento dos pittas remanescentes e presentes em outros locais do corpo. A observacao feita aqui refere-se obviamente aos outros pittas: ranjaka, sadhaka, alocaka e bhrajaka. Considera-se que 0 pacaka pitta contribua em parte com os sete dhatvagnis, ‘sustentando e elevando a fungao do anterior. Pode ser compreendido a partir do precedente que o conceito Ayurvédico de agni inclui nao apenas os cinco tipos de pittas, mas também os dhatvagnis e bhutagnis. Ha treze grupos de agnis: Jatharagni (um), Bhutagni (cinco) e Dhatvagni (sete). Eles sao descritos abaixo: Jatharagni Os ingredientes alimentares possuem seis sabores denominados: doce, azedo, salgado, picante, amargo e adstringente. Eles sao submetidos a diferentes tipos de alteragdes através da digestao gastrointestinal. Os ingredientes alimentares, quebrados em suas menores particulas possiveis, tomam-se deste modo absorviveis pelas vilosidades da mucosa géstrica e intestinal. Mahabhutagni Sao cinco e auxiliam na transformagao dos mahabhutas heterogéneos externos e internos. Dhatvagni Estes dhatvagnis ou enzimas estao localizados nos elementos teciduais do corpo. Auxiliam na assimilagao e transformagao do material nutriente recebido depois do bhutagnipaka em substancias homédlogas aos elementos teciduais. Durante 0 proceso de assimilacao, com 0 auxilio destes agnis, muitos produtos residuais ‘sdo produzidos. Estes produtos residuais 40 os seguintes: Elementos Teciduais | Produtos Residuais apos a Agao de Agni ou Enzima Rasa (plasma e linfa) Fleuma Reta (gl6bulos vermelhos) | Bile Mamsa {tecido muscular) | Secrego dos ouvidos, olhos, nariz, boca e raiz do cabelo Medas (tecido adiposo) ‘| Suor Asthi(tecido 6sseo) Cabelas e unhas Maja (medula 6ssea) Substéncias gordurosas presentes nos hos, fezes ¢ pele Sukra (esperma e dvulo) Nenhum produto residual Ayurveda dedica grande énfase a todos os agnis que, por esta razao, so tratados como sinénimos de corpo fisico. Antes do médico iniciar 0 tratamento de qualquer doenga, em primeiro lugar, devem ser localizados os defeitos nestes agnis e devem ser feitas tentativas para corrigi-los. A maioria dos medicamentos utilizados no Ayurveda contém substancias que estimulam 0 funcionamento destas enzimas em diferentes niveis. Algumas das terapias eliminativas também so prescritas no Ayurveda com a intengao de limpar os canais de circulagao e remover os produtos residuais acumulados. Isto auxilia no funcionamento apropriado do agni. Na juventude, o estagio de agni é suave e com o passar da idade sua forca se eleva resultando em melhora da digestéo e do metabolismo. Isto auxilia no crescimento do corpo. Apds os 40 anos, 0 vigor do agni permanece estavel até que o individuo atinja os 60 anos. Durante este periodo, nao ha crescimento apreciavel do corpo e este se mantém status quo ante. Depois dos 60 anos, a forca deste agni declina. Os tecidos corporais nao adquirem nutrigéio adequada. Eles so reduzidos em niimero, tamanho e qualidade originando o B processo de envelhecimento. O individuo considera-se mentalmente velho. O corpo torna-se mais fragil e ha abundante produgdo de material residual. Quando o ar vital sai do corpo, isto 6, quando o individuo falece, o funcionamento destas enzimas cessa. Alravés da terapia de rejuvenescimento, direciona-se 0 esforco para recuperar e revitalizar estas enzimas de tal modo que elas possam manter ou aumentar ‘suas atividades. Isto auxilia na prevengao do envelhecimento e das doengas associadas com o mesmo, O alimento que ingerimos converte-se em diferentes elementos teciduais e para todos ha um tempo limitado para esta convers4o. Este tempo de conversao dos alimentos e de produgao de um tipo particular de tecido pode ser alterado através de medicamentos. Por exemplo, affodisiacos ou estimulantes sexuais aumentam a produgao de esperma e dvulo a partir dos ingredientes alimentares, apenas se os agnis ou as enzimas estiverem estimulados por certos agentes. Uma doenga 6 causada pela obstrucdo dos canais de circulagao. A obstrugdo surge devido ao actimulo de produtos residuais. Estes materials nao preparados podem ser convertidos ou eliminados se 0 agni ou enzimas daquele local forem estimuladas. Esta 6 a fungao da maioria dos medicamentos e é assim que as doengas so curadas, Portanto, o conceito de agni ou do processo de digestao e metabolismo é muito importante no Ayurveda. Prakrti ou Constituinte Fisico Os doshas, denominados vayu, pitta e kapha infiltram todo o corpo. Eles controlam as fungdes de cada um e de todos os tecidos celulares e esto presentes em cada um e em todos eles. Quando o esperma e 0 dvulo se unem no Utero da mae para formar um zigoto, 0s doshas presentes naqueles e no proprio Utero, produzem certos aspectos caracteristicos denominados prakrti, na linguagem Ayurvédica. Se todos os doshas estiverem em um estado de 4 equilibrio, darao origem a um feto saudavel e a crianga nascida tera uma vida saudavel. Se os doshas estiverem em um estado muito desequilibrado, impedem a concepgdo ou nao permitem que 0 zigoto se desenvolva ou resultam em malformagées. Se um ou dois doshas estiverem moderadamente em excesso, geram um tipo peculiar de constituinte fisico e temperamento psiquico no individuo que nascera. Estes aspectos caracteristicos do corpo e da mente permanecem com 0 individuo durante toda sua vida. Nao se alteram e qualquer mudanga nos mesmos é¢ indicativa de morte. Basicamente, prakrti possui sete tipos: (1) vata prakrti; (2) pitta prakrt; (3) kapha prakri; (4)vata/pitta prakrt; (6) pittazkapha prakrti (6) vata/slesma prakrti e (7) sama prakrti. A seguir estao os aspectos caracteristicos de uma pessoa do tipo vata prakt: 1. Ressacamento e aspereza da pele e do corpo; 2. Corpo esquio; 3. Estatura baixa; 4, Proeminéncia dos tenddes e velas, aspereza dos cabelos, das unhas, dentes, sola dos pés e palmas das maos; 5. Aparecimento de fissuras nos membros; 6. Perda de cabelos e barba; 7. Cabelos com pontas quebradigas e colorago cinzenta e 8, Ressecamento e entorpecimento dos olhos. Os aspectos caracteristicos de uma pessoa do tipo pitta prakrti estao a seguir: 1. Coloragao branca da pele; 2. Ressecamento e sensibilidade do corpo; 3. Aparecimento de molas de coloragao negra em excesso; 4, Sensagao de calor excessivo na face e nos membros; 5. Aparecimento precoce de cabelos grisalhos e rugas; 6. Calvicie; 7, Perda de cabelos com coloracéo marrom-avermelhado; 8, Preguiga muscular; 9. Frouxidao das articulagées; 10. Halito desagradavel; 11. Unhas, olhos, lingua e palato com coloragao cuiprica; 12. Entusiamo; 13. Olhos pequenos e avermelhados; 14. Cilios escassos. Os aspectos caracteristicos de uma pessoa do tipo kapha prakti sdo os seguintes: 1. Pele macia, suave e gordurosa; 2. Corpo musculoso e compacto; 3. Corpo branco e sensivel; 4. Corpulento; 5, Articulagdes compactas; 6. Esclera dos alhos brancas e avermelhadas nos cantos externos; 7. Cabelos negros e ondulados; 8. Fronte, peito e bracos proeminentes; 9. Olhos grandes e bonitos; 10. Vastas pestanas. Os prakrti mistos, denominados vata/pitta prakrti, pittazkapha prakrti e vata/kapha prakrli, possuem os aspectos caracteristicos de seus respectivos doshas de forma combinada. No sama prakrti, que 6 o melhor, todos estao em estado de equilibrio. Para o tratamento Ayurvédico, 0 conhecimento do Prakrti é muito importante. Por exemplo, uma pessoa com vata prakrti é muito propensa a adquirir disturbios tipo vatika. Nestes individuos os desequilibrios de outros tipos nao sao muito graves e podem ser facilmente curaveis. Para prevenir a ocorréncia de patologias naquele que 6 vata prakrti, deve-se evitar sempre aqueles fatores que agravam vata e recorrer aos alimentos, bebidas e condutas que aliviem este dosha. Alimentos untuosos e picantes sao provavelmente mais adequados a eles do que para os individuos que possuem pitta prakrti, para os quais os alimentos frios sao mais apropriados. Da mesma maneira, na administragdo de medicamentos, um paciente pitta prakrti deve receber drogas tefrigerantes e um paciente kapha prakri deve receber drogas picantes, secas, asperas, etc. O quinino, por exemplo, pode ser administrado com seguranga para um individuo do tipo kapha prakrii. Nao é muito adequado para uma pessoa que seja vata prakiti e é& prejudicial se prescrito para um paciente pitta prakrti. Fatores Responsaveis pela Determinagao de Prakrt O prakrti, ou constituigao fisica do individuo determinada no momento da concepgao, depende dos seguintes fatores: 1. As condigdes do esperma e do dvulo; 2. Anatureza da estagdo do ano e as condi¢des predominantes dentro do Utero; 3. Qualidades do alimento e as condutas adotadas pela mae durante 0 periodo de gravidez; e 4, Natureza dos mahabhutas que compéem o feto. © feto torma-se perturbado por um ou mais doshas, associados com os fatores mencionados acima. A constituigao fisica de um individuo é determinada com base nestes doshas no momento da formagao do feto. Este pralti 6 também determinado com base na disposicao natural da pessoa relacionada, como segue: 1. Posigo social: Por exemplo, brahmanas, em sua maioria, recorrem a conduta pura e os ksatriyas possuem bravura. Logo, suas. criancas herdam estas disposigdes naturais de seus pais. 2. Caracteristica familiar: A pureza ou outro carater e conduta de uma familia sempre se reflete na constituigao fisica e temperamento psiquico do descendente. 3. Localidade: Pessoas de certas regides possuem atitudes peculiares durante a vida devido ao meio ambiente. Aqueles que residem no litoral s0 expostos muito freqiientemente a invaséo estrangeira. Assim, seus descendentes desenvolvem tendéncias herdicas. 4, Epoca: Nos diferentes periodos do ano, a atitude mental e fisica dos pais mostra certas peculiaridades que se refletem na constituicao fisica e na disposigao natural do descendente. 5. Idade: A idade dos pais determina, em grande parte, sua Constituigao fisica e temperamento psiquico. A concepgao durante as diferentes idades dos pais determina a natureza do filho. 6. Aspectos caracteristicos do individuo: Os fatores mencionados acima so comuns, e certos individuos possuem pureza da mente enquanto em outros esta caracteristica nao é encontrada. Isto também determina 0 prakrti dos filhos. Os aspectos caracteristicos dos diferentes tipos de pessoas manifestam-se como conseqiiéncia das atribuigdes espectiicas dos doshas envolvidos. Elas esto descritas abaixo: Caracteristicas dos Individuos que Possuem Kapha Prakrti Kapha @ untuoso, macio, suave, doce, firme, denso, lento, estavel, pesado, frio, viscoso e dlaro. As varias manifestagdes do ‘corpo humano que possui o tipo constitucional kapha sao fornecidas a seguir: Atributos Manifestacées especificas de kapha prakri de kapha Untuoso___Untuosidade dos érgaos Maciez __ Maciez dos érgaos Suave Aparéndia agradavel, sensiblidade e compleigao dara Doce ‘Aumento na quantidade de sémen, do desejo no ato sexual @ no ndmero de fos Fime Corpo firme, compacto e estavel Denso ;géos arredondados ¢ rolgos Lento Lentido da ago, da ingestéo de alimentos e dos movimentos Estavel , manifestagdes mérbidas iritagéo Pesado Andar estavel e nao vacilante com toda a sola do pé pressionando contra 0 solo Frio Perda da intensidade da fome, da sede, do calor e da perspiracao Viscoso. Firmeza e solidez articular Claro Felicidade da aparéncia e da face, felicidade e suavidade na compleigao € na voz Em virtude das qualidades mencionadas acima, um homem com 0 tipo constitucional kapha é dotado da exceléncia do vigor, riqueza, conhecimento, energia, paz e longevidade. Caracteristicas de um Individuo que Possui Pitta Prakrti Pitta 6 quente, agugado, liquido, de odor camoso, azedo e penetrante. As varias manifestagdes conseqlentes a estes atributos no corpo humano que possui 0 tipo constitucional pitta estao na tabela a seguir: Atibutos de pitta Manifestagoes especificas de pitta prakrti 1. Quente Tnidlerancia &s coisas quentes, possul face quent, 0 corpo claro e sensivel, marcas cor de vinho do porto, sardas, molas de coloragio negra, fome e sede excessivas, rugas precoces, cabelos grisalhos calvicie, presenga de alguns cabelos marrons e ‘énues na face, na cabeca e em outras partes do corpo. 2. Aguado Penetrante, demonstra vigor fisico, poder digestivo acentuado, ingere grandes quantdades de alimento @ bebidas, incapacidade face as situagtes dificeis habitos de glutéo. 3. Liquido Frouxidao e madez das articulagdes e misculos, eliminagao de suor e fezes em grande quantidade. 4. Odor Odor excessivamente putrido das axilas, boca, cabega e como. 5, Sabores Insuficiéncia de sémen, desejo sexual e procriagao. pungente e azedo Em virtude das qualidades acima mencionadas, um homem com 0 tipo constitucional pitta é dotado com vigor moderado, tempo de vida médio, conhecimento espiritual e materialista médios riqueza e acessorios da vida moderados. Caracteristicas de um Individuo que Possui Vata Prakrti Vata @ n&o-gorduroso, leve, movel, abundante em quantidade, rapido, frio, dspero e nao-viscoso. As varias manifestagdes conseqientes a estes atributos de vata no corpo humano que possui 0 tipo constitucional vatala estao expostas na tabela seguinte: ‘Atributos de Manifestacdes especificas de vata prakrti Vata -gorduroso__Nao-unfuosidade, corpo esguio e paqueno, voz seca, prolongada, iregular, bloqueada e rouca; sempre fica acordado. 2. Leve Marcha, agdes, alimentagao e movimentos suaves inconsistentes 3. Movel ‘Ariculagées, olhos, sobrancelhias, queixo,lébios, ingua, cabega, maos, ombros e pemas instéves. 4. Abundancia Loquacidade, abundancia de tendoes e veias 5. Rapido Rapidez para iniciar ages, para tomar-se initado e para iniciar manifestagGes da doenga; rapidez para tomar-se afito, com medo; rapidez para apreciar e deixar de apreciar; rapidez em compreender e esquecer as coisas 6. Fro Intoleranca para as substancias frias, toma-se freqiientemente perturbado pelo frio; calafrios e rigidez 7. Aspero ‘Aspereza dos cabelos, pélos da face e das outras partes do corpo, unhas, dentes, face, maos e pés 8. Nao-viscoso Fissura dos membros e dos drgéos, produgao de estalidos ao mover as articulagdes Baseado nas qualidades mencionadas acima, os individuos que possuem o tipo constitucional vata so geralmente dotados de pequena quantidade de vigor, pouco tempo de vida, poucos filhos, poucos acessorios da vida e pouca riqueza. Os individuos que possuem constituigao na qual predomina a associagao de dois doshas sao caracterizados pela combinagao das manifestagdes dos respectivos doshas. Um individuo do tipo sama prakrti, que possui todos os doshas em estado de equilibrio, € dotado das boas qualidades de todos os tipos individuais descritos acima. As pessoas que possuem vata prakrti, pitta prakrti e kapha prakrti s4o mais susceptiveis 4s doengas causadas por vata, pitta e kapha, respectivamente, Estas pessoas de diferentes tipos constitucionais estao expostas a algumas doencas especificas necessitando, portanto, de algumas terapias especificas. Caracteristicas e Controle de uma Pessoa que Possui Vata Prakrti Se um individuo tipo vatala faz uso de substancias agravadoras de vata, o mesmo toma-se imediatamente alterado em ‘seu organismo. Isto nao ocorre no caso dos demais doshas. O vata alterado perturba 0 individuo através das manifestagdes das doengas resultando em perda do vigor, da compleigao, da felicidade e da longevidade. As seguintes terapias aliviam este dosha 1.Administragdo adequada de fomentacao e dleos; 2.Purgativo suave preparado com gordura, substancias quentes e que tenham sabores doce, azedo e salgado; 3.Alimentos compostos de ingredientes com as propriedades mencionadas acima; 4.Massagem, cataplasma, enfaixamento, asperséo, _ banho, samvahana (pressao e massagem com a mao), pressao, susto, condutas que produzam surpresa e perda da memoria; 5.Uso de vinho e asavas (bebidas fermentadas); 6.Gorduras de diferentes fontes preparadas com drogas que possuem propriedades digestivas, estimulantes, _antiflatulentos, mitigadores de vata e purgativos — eles devem ser fervidos centenas de milhares de vezes e utilizados sob diferentes formas de administrago, ou seja, uso interno, massagem, etc. 7 Varios tipos de enemas medicinais. Caracteristicas e Controle de uma Pessoa que Possui Pitta Prakrti Se um individuo do tipo constitucional pitta faz uso de substancias que desequilibram pitta, este dosha tora-se imediatamente alterado em seu corpo. Isto néo ocorre com os dois outros doshas. A alteragdo de pitta perturba o individuo com as manifestagdes patolégicas resultando em perda do vigor, da compleigao, da felicidade e da longevidade. As seguintes aliviam este dosha: ‘.ingestao de ghee: 2.aplicacao de ghee; 3.purgacao; 4,uso de drogas e dieta com sabores doce, amargo e adstringente e propriedades refrigerantes; S.uso de fragréncias suaves, doces, aromaticas, frescas e estimulantes; 6.uso de pérolas, pedras preciosas e omamentos que permaneceram conservadas em agua fia 82 T.aspersao freqiiente de agua fria e ar frio com agryacandana (Santalum album, Linn.), priyangu (Callicarpa macrophylla, Vahl.), kaliya (candana, variedade amarela) e mrnala (haste de létus) combinados com utpala (Nymphaea alba, Linn), kumuda (uma variedade de utpala) e pada (Nelumbo nucifera, Gaertn.); 8.ouvir sons e musicas agradaveis, suaves, doces e convenientes aos ouvidos; G.receber informagGes sobre prosperidade; 10.conservar-se na companhia de amigos; 11.acompanhar-se de mulheres agradaveis, vestir roupas e omamentos frescos; 12.residir em construcdo que seja resfriada pela luz da lua e exposta a brisas por todos os lados; ‘13.,residir em locais frescos, nas montanhas e beira de rio, usar vestimentas frescas e expdr-se aos ventos frios de ventiladores; 14 .visitar belos jardins com ventos aromaticos, agradaveis e frescos; 15.uso de flores de padma (Nelumbo nucifera, Gaertn.) e utpala (Nymphaea alba, Linn.) e pundarika (Nymphaea lotus, Linn.); 16.adotar outras condutas que tenham natureza suavizante. Caracteristicas e Controle de uma Pessoa que Possui Kapha Prakrti Se uma pessoa do tipo slesmala faz uso de substncias agravadoras de kapha, este dosha desequiliora-se imediatamente. Isto nao ocorre com os demais doshas. A perturbagao de kapha afeta © individuo através de manifestagdes palologicas que resultam em perda do vigor, da compleicao, da felicidade e da longevidade, As ‘seguintes terapias aliviam kapha: ‘.administragéo apropriada de terapias de eliminagao fortes e quentes; Zingestao de dieta que nao seja gordurosa, composta de ingredientes de sabores picante, amargo e adstringente; S.correr, pular, nadar, mover-se em circulos, caminhar durante a noite, envolver-se em relagdes sexuais, exercicios, untar-se, banhar- se e massagear-se com leo; 4 ingestao de vinhos fortes, conservados por longo tempo; 5.todas as terapias aliviadoras associadas com fumaga; 6.uso de vestimentas moras; 7.renunciar aos confortos da vida tendo em vista basicamente a felicidade. Conceito de Mente O conceito de mente é muito importante e significativa tanto para o Ayurveda como para o Yoga. No Ayurveda, as doengas sao classificadas em duas categorias, ou seja, fisicas e mentais. No primeiro, 0 corpo considerado o sitio da doenca e no Ultimo, a mente. Em ambas as categorias, a mente representa um importante papel na causa das doencas. Os fatores psiquicos exercem controle sobre as fungdes fisioldgicas do corpo e vice-versa. Portanto, mesmo no tratamento de algumas doengas fisicas, certas medidas psiquicas ‘so prescritas no Ayurveda. objetivo principal do Yoga é impedir as varias modificagdes da mente. Este ponto é enfatizado na introdugao do Yoga Sutra de Patafijali. Diferentes tipos de Yoga prescrevem diferentes métodos para os seguidores de suas respectivas escolas. Mas o objetivo comum 6 0 controle da mente e suas varias modificagdes, e apenas atingindo-o pode-se realizar a verdade basica e alcangar a salvagéo. A recitagao de um mantra, a manutengao da postura fisica (asana), os exercicios respiratorios (pranayama), a observacao de uma dieta programada e de jejuns e outros rituais semelhantes eslao relacionados principalmente com a correcao das afligdes mentais, assim como as aberragdes, de forma que um iogue possa prosseguir suavemente em seu desenvolvimento espiritual. Sindnimos e suas Implicagdes No Ayurveda, no Yoga e nas literaturas afins, 0 termo manas 6 geralmente utilizado para indicar mente, para a qual existem cinco sindnimos em sanscrito, ou seja, citta, caita, hrdaya, svanta e hit. O termo manas é derivado da raiz man que significa ‘pensar’. Portanto, significa 0 instrumento ou agente primariamente responsavel pelo fenémeno do pensamento. Todos os termos sanscritos utilizados aqui como sindnimos também possuem conotagées diferentes de acordo com seu contexto. Por exemplo, hrdaya e hrt significam “centro” ou “o coragao” que 6 0 sitio da mente. Citta 6 um dos quatro significados interos de percepgao (antah karana) e, junto com a mente, o ego e 0 intelecto, é responsavel pelo fendmeno da percepgao. Assim, estes sinénimos descrevem os diferentes aspectos e atributos da mente. Mente e Manas O termo “mente” é geralmente utilizado como o equivalente portugués do termo snscrito manas. Mas existem certas diferengas nas implicagdes destes dois termos. Manas tem sido utllizado na [ndia desde a época dos Vedas e 0 conceito se desenvolveu em varios estagios, sendo explicado diferentemente nas varias escolas filosdficas. Estes detalhes serao fomecidos posteriormente. Por outro lado, a psicologia é um dos ramos mais recentes da ciéncia, Seu desenvolvimento mais significativo ocorreu apenas durante as Ultimas poucas décadas no plano da filosofia Ocidental. A extenséo do conceito de manas que se desenvolveu no plano da filosofia antiga da india é, entretanto, ligeiramente diferente do conceito modemo de mente. Desenvolvimento do Conceito A descrigao da natureza e das fungdes da mente esta disponivel no Rk veda e no Yajur veda. Nos Upanishads 0 conceito apresenta uma definigéo concreta e a descrigao dos pensamentos filosdficos assume uma importante posic¢ao. Uma descrigao precisa 85 da mente surgiu nos ultimos trabalhos como Nyaya de Gautama, Vaisesika de Kanada, Sankhya de Kapila, Yoga, Purva Mimansa e Uttara Mimansa de Patafijali e nas escolas filoséficas de Bauddha e Jaina. Mesmo que a psicologia nao seja tratada como uma matéria separada na literatura antiga da India, as varias escolas de filosofia dedicam espago consideravel a descrico da mente e suas funcdes. Trés Pontos de Vista Diferentes As teorias psicoldgicas da india antiga apresentam trés visées distintas sobre a mente. Os seguidores de Nyaya, Vaisesika e Mimansa Darsanas apresentam uma visdéo mecanicista. De acordo com eles, a mente possui proporgdes atémicas, sendo apenas a conexao, a ligagdo entre a alma e os drgaos sensoriais que auxiliam na produgdo do conhecimento. E insensivel e ndo possui atributos especiais como calor, tato, etc., ou como 0 conhecimento, 0 prazer, a dor, etc. O prazer, a dor e 0 conhecimento, de acordo com eles, s40 produzidos apenas quando a mente entra em conjuncao com a alma. Cada alma possui uma mente como sua eterna associada. Os seguidores do Sankhya, de Pataijali e dos Vedanta Darsanas apresentam uma visao psiquica da mente. De acordo com eles, manas é plastica e transparente, sendo capaz de modificar-se na forma do objeto que a percebe. Expande-se e contrai-se de acordo com o tamanho do abjeto e toma a forma daquele no qual est interessado. A mente é insensivel, mas aparentemente possui um agente consciente devido a0 seu contato com a alma, que 6 abundante em consciéncia. De acordo com esta escola, a mente pos- sui diferentes atributos, denominados sativa, rajas e tamas, responsaveis pela compreensao, atividade e inércia adequadas, respectivamente. A terceira escola, que inclui alguns dos Agamas, apresenta uma visdo espiritualista. Uma vez que a alma é consciente, a mente naturalmente também o é, mas sua consciéncia tem limitagdes. A maioria das filosofias indianas admitem a existéncia da alma somada a mente. De acordo com algumas escolas, entretanto, a alma nao existe. O Carvaka e 0 Bauddha Darsanas sao exemplos. O Carvaka nao reconhece a existéncia de qualquer coisa além da mente, a qual atribui todas as qualidades da alma. Seres Sencientes e Nao Sencientes O universo inteiro esta dividido em duas categorias denominadas sencientes e nao sencientes. Ambas as categorias de ‘substancias, incluindo os seres humanos, os animais, os passaros, as arvores, os metais, os minerais e outros, so compostos de cinco elementos basicos nao sencientes. O que os diferencia? Existe uma diferenga entre um corpo morto e um vivo. Metais e minerais nao teagem aos estimulos da mesma maneira que as plantas e os animais. As diferentes escolas filosdficas da India atribuem fungdes diferenciadas para a alma universal, assim como para a individual, na ctiagéo da matéria universal e individual. Entretanto, a maioria concorda que as coisas sdo criadas apenas quando a materia primordial em questao entra em contato com o elemento Consciente © qual @ designado diferentemente como alma individual e alma experimental universal. Se assim for, qual seria a diferenga entre um objeto animado e um inanimado? O estado da mente e os sentidos 6 que produzem todas estas diferencas. Através de muitos experimentos estabeleceu-se que as plantas s40 conscientes e reagem diferentemente aos varios tipos de estimulos ainda que tais reagdes nado sejam obviamente como aquelas manifestadas em animais ou seres humanos. De forma semelhante, os metais ¢ os minerais, que sao considerados insensiveis, nao sao absolutamente livres de consciéncia. Os elétrons e os protons, que se movem em tomo dos atomos que constituem estes objetos, observam uma certa proporga4o de cisciplina que representa uma forma sutil de consciéncia. E com base neste conceito que sao oferecidas oragdes 87 aos idolos ou imagens de divindades pelos indianos. Mesmo que a consciéncia nao seja inteiramente manifestada nestas imagens ou idolos, a mente do individuo € desenvolvida em tal proporgdo pelo encantamento de certos mantras e pela realizacao de certos rituais, que se toma capaz de transferir consciéncia a estes idolos e imagens. Em troca, o individuo 6 capaz de exercer um controle sobre si mesmo através destas mesmas imagens para as quais 0 mantra é oferecido. Nos nao precisamos prosseguir com este topico detalhadamente neste livro; este adendo serve apenas para enfatizar que todas as coisas neste universo possuem consciéncia, algumas em forma latente ou sublatente e outras, inteiramente manifestada. O que provoca estas diferengas entre as diversas categorias de matéria? Sao os estados da mente e dos drgaos sensoriais os responsaveis? Um pedago de metal, mesmo que composto do mesmo material consciente, nao reage a estimulagdo da mesma forma que 0 ser humano, por que no primeiro a mente e os drgaos sensoriais estao latentes. Nas plantas ha alguma reagao, mas nao da forma como ocorre nos animais e nos seres humanos, a mente e os Orgdos sensoriais est4o semi-manifestados ou em estado sub-latente. Nos animais, a mente ¢ os sentidos esto inteiramente manifestados, mas no na mesma extenso que nos seres humanos. Antahkarana ou os Meios Internos de Percepcao Como foi mencionado antes, a diferenga no estado da mente e dos sentidos é responsavel pelas variagdes na manifestago da consciéncia nas varias categorias de substancias. Estes sentidos, que sao cinco em numero, sa0 os meios externos de percepcao. Eles entram em contato com os diferentes aspectos dos objetos e, através da visdo, do tato, do olfato, da audigao e do paladar, transmitem estas sensagdes para os meios internos de percepgao que sao primariamente quatro. S4o eles: manas, citta, buddhi e ahankara. Os 6rgéios sensoriais extemos no percebem os objetos em sua totalidade. Eles reconhecem apenas a existéncia de alguma 88 coisa dentro dos limites de sua percepgao. Por exemplo, um animal esta de pé em frente a alguém e, através de seu drgao visual, é capaz de ver algo ali, mas nao sabe o que 6. O manas ou a mente determina a natureza exata do objeto. Entao percebe aquilo como uma mesa ou um animal e ndo um ser humano defronte dele. Através do citfa, esta sensagao ¢ transmitida ao ahankara ou 0 ego, que responsavel pela disseminagao da percepgao. Ele realiza se o animal percebido pelos sentidos e determinado pela mente é bom ou mau para si mesmo. Esta reagao é transmitida ao buddhi ou 0 intelecto, que por ultimo determina se o animal move-se para frente ou para tras. Os primeiros dois meios internos de percepgdo denominados manas e citta est4o freqlientemente juntos e, portanto, apenas trés antahkaranas ou meios intemos so geralmente reconhecidos. Localizagao O coracao e 0 cérebro sao considerados como os sitios da mente. Eles estéo inter-relacionados e suas fungdes sao interdependentes. Os textos Ayurvédicos dao maior importancia ao coragao como sitio da mente e os textos iogues enfatizam tanto o coragao como o cérebro nesta conexao. Pingala (canal simpatico direito?), Ha (canal simpatico esquerdo?) e Susumna na medula espinhal s&0 encarregados de transportar as correntes de consciéncia, segundo o Yoga. O Kundalini Sakti ou a energia latente em um ser humano permanece dormente na regiao do oéccix na forma de uma serpente adormecida. Ela 6 despertada por muitos métodos do Yoga. Quando despertada, diz-se que gera um tremendo impacto na mente da pessoa e as faculdades mentais que normalmente permanecem dormentes tomam-se subitamente ativas. Portanto, no Yoga, 0 coragdo, o cérebro e a medula espinhal, incluindo os canais simpaticos, sao todos considerados como sitios da mente. Dimensées e Numeros Diferentes escolas filosdficas da India apresentam diferentes pontos de vista sobre as dimensGes da mente e se existiria mais que uma. Todas as escolas Ayurvédicas asseguram que exista apenas uma Unica mente, material e do tamanho de um atomo. De acordo com as escolas Nyaya e Vaisesika, a mente, assim como a alma, 0 tempo, 0 espago e os cinco elementos basicos (mahabhutas), é um dos nove constituintes materais deste universo. As escolas Sankhya e Yoga afirmam que a mente, juntamente com os outros érgéos sensoriais e motores so criagées do aspecto sativika do ego (ahankara). Fungées ‘A fungo priméria da mente é perceber o estimulo transmitido pelos sentidos e comunica-lo ao ego, ad intelecto etc. A reacao a percep¢ao é entao transmitida através da mente para os drgéos motores e resulta em reflexo. Esta agao reflexa aplica-se ao pensamento, a consideracdo, a formagado de hipdteses, atencdo e determinago. Diferentes Niveis de Mente ‘Amente possui trés atributos, ou seja, sattva, rajas e tamas. A predominancia de um ou outro causa diferentes disposigdes psiquicas, de forma que pessoas diferentes reagem diversamente a certa coisa, Dependendo dos atributos, nossos niveis mentais sao Clasificados, de modo geral, nas cinco seguintes categorias: 1.Ksipa, no qual a mente esta muito atraida pelos objetos dos sentidos; 2.Mudha, no qual ha uma tendéncia aos vicios, a ignorancia, ao sono excessivo e atitudes semelhantes; 3.Viksipa, mente distraida, que produz por virtude, conhecimento etc.; 4.Ekagra ou concentrada, onde a mente é limpa de impurezas e ha concentragao prolongada; 90 5.Niruddha, onde todas as fungdes mentais cessam e a mente & deixada em seu estado original no-modificado de calma e tranqiiilidade. Classificagao das Faculdades Mentais Sao de trés tipos: sattvika, rajasika e tamasika. O tipo sattvika de faculdades mentais esta livre de defeitos e é dotado com aus- piciosidade, consciéncia e pureza; 0 tipo rajasika promove disposigao colérica € 0 tipo tamasika sofre de ignorancia. Alravés da permutagao e da combinacao, ha uma incontavel variedade de atitudes mentais. Algumas vezes, as qualidades fisicas de um individuo sao controladas pela sua faculdade mental e vice-versa. De modo geral, ha sete categorias de sattvika, seis de rajasika e trés de tamasika. ‘Sao feitas analogias com deuses, outros seres celestiais, animais e plantas para descrevé-los. Seus aspectos caracteristicos sao fomecidos na seguinte tabela: Tipos de Faculdades _Aspectos Caracteristicos do Individuo Mentais 10 Se 4. Brahma ureza, amor pela verdade, auto-controk; (compartiha das -Poder de iscriminagéo material e conhecimento caracteristicasde spiritual Brahma) -Poder de exposicdo, resposta e memoria; -Livre de paixio, raiva, avareza ignordncia, inveja, depressao, intolerdincia e egoismo, 2. Arsa (compartina -Devogio aos rituais sagrados, ao estudo, aos dasqualidadesde _volos sagrados, as oferendas e celibato; rsis) -Disposigo hospitaleira -Livre do orgulho, do egoismo, dos apegos, do ddio, da ignorancia, da avareza e da raiva; -Superioridade intelectual e elogliéncia -Poder de compreensao e retencdo. OL 3. Aindra (compariiha -Modo de falar dominador e autortario; das qualidades de -Realiza rituals sagrados; Indra) -Bravura, vigor @ esplendor; -Livre de atitudes mediocres; Perspicaz; Devocio a vérias alitudes, & aquisigdo de riqueza e satisfagdo adequada de seus desejos. 4. Yamya (compariha -Observago das atitudes adequadas, das qualidades de Inicio das agdes no momento adequado; Yama) -Inviolabilidade; -Prontidéo para iniciar a agao; “Memeéria e dominio -Livre de apegos, inveja, édio e ignordncia, 5, Varuna (compartha -Bravura, paciénda, pureza e averso & impureza; dasqualidades de -Pratica de rituais religiosos, Varum) -Incinago para esportes aquaticos: -Aversio a attudes mediocres, -Exibigdo de raiva e prazer nos locais adequados. 6. Kaubera -Posigao social, honra, luxirias e assistentes; (compariiha das -Preferéncia por alos virtuosos, riqueza e satisfagdo qualidades de Kubera). dos desejos; Pureza; -Preferéncia pelos prazeres da recreacso. 7. Gandharva -Incinagao pela danga, musica, canto e exallagdes; (compariiha das Especialista em poesia, estirias, narracdes qualidades de histericas e épicas; Gandharva) -Incinago por perfumes, ornamentos, ungiientos, roupas, relacionamento com mulheres e paixdes. B. Tipo Rajaska 1. Asura (compartiha -Bravura, crueldade, Inveja, dominio, movimento na dasqualidadesde dissimulagéo, aparéncia terval e falta de Asura) compaixao; -Prazer no auto-clogio 2. Raksasa (compartiha qualidades de um Raksasa) “Intolerdneia, raiva constante, violencia, crueldade, habitos de gula e preferéncia por almentos nao- vegetarianos; -Sono excessivo e indolénecia; isposigao invejosa. 3. Paisaca (compartiha das quaidades de um Paisaca) 4, Sarpa (compartiha das qualidades de um ‘Sarpa ou cobra) 5, Praita (compart das qualidades dos Pretas) 6. Sakina (comparilha das qualidades de um -Gula; -Apego as mulheres; -Aprecia permanecer com mulheres em lugares solitérios; -Habitos sujos, ndo aprecia a limpeza; -Covardia e disposigéo aterrorizante; -Faz uso de dista e condutas anomais. -Bravura quando com disposigao colérica @ covardia quando néo-colérico; -Reagdo suave; -Indoléncia excessiva; -Disposigéio medrosa ao caminhar, alimentar-se e em outras condutas. -Excessivo desejo por comida; -Excessiva disposigao dolorosa no carater @ nos passatempos; -lnveja; -Atitudes sem discriminagao, avareza e inatvidade excessivas, -Apego excessivo & paixdo, alimentagao e afitudes, instabiidade, falta de compaixéo e auséncia de ganéncia passaro) C- Tipo Tamasika 1. Pasava ~Disposigao ameagadora, (compartiha das Falta de inteligéncia quaidades deum _-Conduta e dieta repulsiva; animal) -Relagdes sexuais € sono excessivos 93 2. Matsya (compartha -Covardaa, fata de inteligéncia, gula, instablidade, das qualidades de um paitéo constante e disposicdo raivosa; peixe) -Incinagéo por movimentos constantes e desejo por agua, 3. Vanaspatya -Indoléncia, tolerancia por comida e deficiéncia em (compariiha das todas as faculdades intelectuais qualidades da vida vegetal) Composigao das Drogas Assim como todas as coisas do universo, uma droga é composta dos cinco mahabhutas, denominados akasa, vayu, tejas, jalae prthvi. E dificil definir 2 composigao bhduthika de uma droga considerando apenas a aparéncia fisica. E preciso diferencid-la das demais, baseando-se no sabor destas drogas. Por exemplo, se uma substancia possuir sabor doce, pode ser inferido que nela predomina privi e jala mahabhutas. De forma semelhante, se possuir sabor azedo, nela predominam jala e agni mahabhutas; no sabor salgado, predominam prthvi e agni mahabhutas; no sabor picante, predominam agni e vayu mahabhutas; na droga que possui sabor amargo predominam vayu e akasa mahabhutas e se possuir sabor adstringente predominam prthvi e vayu mahabhutas. Como foi descrito anteriormente, os doshas no corpo também 4 compostos destes cinco mahabhutas, ou seja, em kapha predominam prthvi e jala mahabhutas; em pitta predominam agni mahabhuta e em vayu predominam vayu e akasa mahabhutas. Quando uma doenga 6 causada por um distirbio de kapha dosha, devem ser administradas ao paciente bebidas e drogas que possuam menos prthvi e jala mahabhutas, Este necessita mais de agni, vayu e akasa mahabhutas. As drogas com sabores picante, amargo e adstringente (0 Ultimo € apenas parcial) contém predominantemente estes trés mahabhutas. Portanto, os medicamentos que possuem estes sabores denominados picante, amargo e adstringente sao administrados ao paciente portador de uma doenga na qual predomine kapha dosha. A mesma regra dirigira a selecao das drogas para doencas causadas pelos outros doshas. O que foi apresentado acima é apenas uma breve explicacao sobre a acao das drogas Ayurvédicas. Ha muitos outros fatores considerados durante a selegao de uma droga, como os atributos (gunas), as poténcias (viryas), os sabores que surgem apds a diges- tao do alimento ou substancia ingerida (vipakas) e a agao especifica (prabhava). Todos estes fatores internos da droga sao em sua maioria inter-telacionados e interdependentes, pois representam diferentes aspectos dos mahabhutas que compéem a droga. Classificagao das Drogas Dependendo de sua fonte original, as drogas sao classificadas em trés grupos denominados: 1, audbhida ou drogas de origem vegetal; 2. jangama ou produtos animais e 3. parthiva ou metais, incluindo minerais. As drogas de origem vegetal sao novamente divididas em quatro grupos denominados: -vanaspati — vegetais que possuem frutos, mas nao flores; -vanaspatya — aqueles que tém tanto frutos como flores; -vinut - trepadeiras; -osadhi— plantas anuais que morrem apés dar frutos Da mesma forma, as drogas de origem animal foram dassificadas em quatro grupos: -jarayuja - mamiferos; -andaja - oviparos; -svedaja - que nascem da umidade; e -udbhijia — que hibernam na terra e saem quando ha ambiente apropriado. Dependendo de seus efeitos, as drogas sao classificadas em trés categorias denominadas: 1. Samana — aquelas que aliviam os doshas; 2. Kopana — aquelas que desequilibram os doshas e os dhatus; e 3. Svasthahita - aquelas que auxiliam na manutengao da sauide verdadeira, As drogas também podem ser classificadas em cinco grupos dependendo da predominancia de um ou de outro dentre os cinco mahabhutas. Rasa ou Sabor O sabor ou rasa é definido pela lingua e pelos efeitos da droga ou da dieta sobre 0 corpo do individuo. Ha seis rasas ou sabores. Dois mahabhutas combinam-se para produzir cada um deles. S40 os seguintes: Sabor Mahabhutas predominantes 1, Doce Prthvi e Jala 2. Azedo Jala e Tejas 3. Salgado Prthvi e Tejas 4, Picante Vayu e Tejas 5, Amargo Vayu e Akasa 6. Adstringente Vayu e Prthvi A fisiologia modema nao aceita como isolados os sabores adstringente e picante, pois sao considerados como efeitos sobre a pele e membranas mucosas de certos ingredientes presentes nas drogas. Mas no Ayurveda eles sao tratados como sabores especificos. Os efeitos provocados pelos diferentes sabores sobre 0 corpo serao descritos posteriormente. 96 Sabores e Doshas Os sabores doce e salgado elevam kapha e reduzem vata. Ao contrario, os sabores amargo e adstringente elevam vata e reduzem kapha. Os sabores picante, azedo e salgado elevam pitta e os sabores doce, amargo e adstringente reduzem pitta. O sabor doce promove atividades anabdlicas e nutre todos os elementos teciduais. O sabor azedo estimula as enzimas do corpo e auxilia no processo metabdlico dos elementos teciduais. O sabor azedo estimula as enzimas do corpo e auxilia no processo metabdlico dos elementos teciduais, mas apresenta efeitos adversos sobre sukra ou sémen. Portanto, néo é recomendado como um elixir. Os quatro sabores remanescentes, denominados salgado, picante, amargo e adstringente apresentam um efeito depletivo sobre os elementos teciduais. Destes, 0 sabor salgado produz morosidade dos tecidos e Os outros trés sabores reduzem sua qualidade. Gunas e qualidades Nas drogas existem dez pares de qualidades ou atributos que se opdem. No total so vinte, camo descritos a seguir: 1.Guru ou pesado -Laghu ouleve 2.Manda ou embotado -Tiksna ou agugado. 3.Sita ou frio -Usna ou quente 4Snigdha ou gorduroso —_-Ruksa ou ndo-gorduroso. 5.Slaksna ou macio -Khara ou aspero 6.Sandra ou denso -Drava ou liquido 7.Mrdu ou mole -Kathina ou duro 8.Sthira ou estavel -Sara ou fluid 9.Suksma ou sutil -Sthula ou grosseiro 10.Visada ou ndo-viscoso_-Picchila ou viscoso 7 Estas caracteristicas referem-se tanto a natureza fisica como farmacolégica. Mas no contexto do medicamento 6 sua acao farmacolégica que determina os atributos de uma substancia. Os efeitos dos gunas ou qualidades sao substituidas pelos efeitos dos ‘sabores nas drogas. Virya ou Poténcia Existem muitas qualidades ou atributos em uma droga, mas 6 denominado virya 0 principal atributo ativo, aquele que auxilia na cura e prevengao das doengas. As drogas sao divididas em duas categorias dependendo de seu virya ser aquecedor ou refrescante. Este aspecto da droga é sempre avaliado pelo médico Ayurvédico ao prescrever um medicamento. As substancias que possuem poténcia aquecedora produzem aumento da temperatura corporal. Por outro lado, a substancia que possui poténcia fria produz uma redugéo da temperatura corporal. Além destas duas poténcias (denominadas quente e fria), de acordo com o Ayurveda, ha outros seis atributos predominantes que determinam o efeito terapéutico de uma droga. Todas estas cito poténcias estao enumeradas abaixo: 1. Laghu ou leve 2. Guru ou pesada 3. Sita ou fria 4, Usna ou quente 5. Snigaha ou gordurosa 6. Ruksa ou nao-gordurosa 7. Manda ou embotada 8. Tiksna ou agucada A composigao dos mahabhutas presentes nestes viryas ou poténcias é fornecida aqui: 98 Nome do Virya Mahabhutas Sita (fria) Prthvi e Jala Usna (quente) Tejas ‘Snigdha (gordurosa) Jala Ruksa (no gordurosa) Vayu Guru (pesada) Prthvie Jala Laghu (leve) Tejas, Vayu e Akasa Manda (embotada) Jala Tiksna (penetrante) Tejas Vipaka ou Sabor Pés-Digestivo Durante o processo digestivo, os ingredientes que compéem os alimentos e as drogas passam por trés diferentes estagios de transformagaéo em virtude da agéo enzmatica no trato gastrointestinal. Assim, o produto do primeiro estagio possui sabor doce, o segundo apresenta um sabor azedo e 0 terceiro estagio, picante. Estes estgios s40 denominados avasthapakas. Os produtos destes avasthapakas passam por futuras transformagdes sob a aco enzimatica nas células teciduais e este processo pode produzir os sabores doce, azedo e picante. Estes sabores, que emergem depois que o produto da digestao @ exposto a reacao enzimatica, sao conhecidos como vipaka. Uma substancia que possui vipaka doce altera Kapha, aquela que possui vipaka azedo altera pitta e 0 vipaka picante desequilibra vayu. Pitta e vayu sao aliviados por um vipaka doce, kapha e vayu sao aliviados pelo vipaka azedo e kapha é aliviado pelo vipaka picante. Prabhava ou Acao Especifica Algumas drogas fundamentam sua ago em seus sabores, cutras com base em seus atributos, ha aquelas que agem dependendo de sua poténcia e outras ainda que baseiam sua ago em seu vipaka. As agdes de algumas drogas nao pertencem a nenhuma destas categorias. Elas possuem agdes especificas para curar doengas que nao podem ser explicadas com base em rasa, guna, virya ou vipaka. Esta agdo especifica é conhecida como prabhava, Duas drogas podem ser similares em sabor, atributo, poténcia e vipaka, mas a acao de uma pode ser diferente da outra. Isto se deve ao prabhava ou agao especifica da droga. CAPITULO 4 MEDICINA PREVENTIVA DINACARYA (Conduta no Periodo Diurno) individuo deve levantar-se da cama no inicio da manha antes do nascer do sol. Este é considerado um horario auspicioso, quando ha menos barulho na atmosfera e todo o meio ambiente esta impregnado de calma e paz. Levantar-se da cama e oferecer oragdes ao deus (de sua crenca ou religido) cria tal impacto no individuo que ele desfruta de felicidade durante todo o dia. Antes de se levantar da cama, deve-se tragar seu programa de trabalho para o dia. Limpeza da Face Na estagaéo chuvosa, no verao ou no invemo, o individuo deve lavar a face com agua, imediatamente apds levantar-se da cama. Isto auxilia na limpeza das secregdes acumuladas nos olhos, nas narinas e na boca durante a noite, além de produzir frescor. No inverno deve ser utilizada agua morna para este propdsito. Protegao da Visao Lol Enquanto lavar a face, deve-se pegar um bocado de agua, fechar a boca e conservar os olhos tao abertos quanto possivel. Com a mao cheia da agua de uma torneira e com uma minima forca deve-se aspergi-la sobre os olhos. Isto 6 considerado muito til para preservar e promover a visdo. Deve-se tomar cuidado para nao aplicar forga quando aspergir a agua. Depois as palpebras devem ser friccionadas levemente de forma a massagear gentilmente os globos oculares. Beber um Copo de Agua Apés lavar a face e a boca, deve-se beber um copo de Agua. Isto esta prescrito para todas as estagdes, todos os dias, pois auxilia na eliminacao apropriada de fezes e urina. Algumas pessoas tém o habito de tomar cha para este propdsito. A agao reflexa produzida pelo cha da manha é diferente daquela produzida pela agua fria. A iltima produz apenas pressao, estimulando os intestinos @ iniciar os movimentos para a evacuagao. O cha, sendo quente, age tao intensamente sobre os intestinos que seu efeito estimulante é perdido apds alguns dias e 0 individuo desenvolve constipagao. A cafeina contida no cha ou café produz alguns efeitos adversos sobre as glandulas do trato gastro-intestinal que a agua fria nao produz. No entanto, ela esta contra-indicada para os individuos acometidos por resfriado, tosse ou qualquer lesao na garganta Evacuagao Deve-se adquitir 0 habito de ir a0 banheiro apés levantar- se pela manha. As vezes, 0 individuo ndo sente a necessidade de evacuar, por cerlas razGes. Ou a refeigao da noite anterior nao foi digerida adequadamente ou o individuo nao dormiu de forma apropriada. O habito de beber um copo de agua fria pela manha elimina estas dificuldades causadas pela indigestdo e sono inadequado, fazendo com que 0 individuo consiga os movimentos Loz para a evacuagao. Pessoas expostas a preocupagao demasiada ou aquelas com temperamento irritadigo, sensivel ou colérico, produzem vayu em excesso no estémago, que se acumula no intestino durante a noite. Tal vayu 6 formado também pela ingestéo excessiva de alimentos fritos e legumes (dala). A formagaéo de vayu ocorre da mesma forma em pessoas que ingerem vegetais folhosos e frutas em quantidade adequada. Qualquer que seja a causa, quando formado, vayu cria certa obstrugéo no movimento intestinal. O individuo pode sentir, as vezes, que a evacuacao foi completa, mas apds algum tempo, volta a sentir a necessidade novamente e ha pessoas que evacuam trés ou quatro vezes pela manha, antes de satifazerem tal necessidade. Isto causa muitas inconveniéncias e, em muitos casos, a evacuagao permanece incompleta resultando em perda do apetite, indigestao, cefaléia, sensagao de incémodo, fadiga e mesmo sonoléncia. O vento, quando formado em excesso, exerce press&o sobre 0 coragao e pode causar palpitagdes. Portanto, é necessario que 0 individuo tome certas precaugdes com sua alimentagao, com as bebidas e 0 sono, de modo a conseguir movimentos de eliminacdo pela manha. Entretanto, caso sinta necessidade pela segunda vez, néo deve bloqued-la forgadamente. Nao é bom para a satide Higiene dos Dentes Deve-se utilizar 0 graveto dental cuja extremidade tenha sido esmagada e que possua os sabores adstringente, picante ou amargo. Isto deve ser feito para que as gengivas nao sejam lesadas. Removem-se assim o odor desagradavel da boca, a sujeira da lingua, dos dentes e da boca causados pelos alimentos. Além disso, os dentes sao mantidos limpos e saudaveis. Karanja (Pongamia pinnata, Merr.), karavira (Nerium indicum, Mill), arka (Calotropis gigantea, R. Br. E Ait), malati (Aganosma dichotoma, K. Schum.). kakubha (Teminalia ajuna, 103 W. e A.) e asana (Terminalia tomentosa, W. e A.) - os ramos destas e de outras arvores com propriedades (sabores) idénticas sao recomendados para utilizagao como varetas dentais. Raspagem da Lingua Raspadores de lingua devem ser feitos de ouro, prata, cobre, estanho ou bronze. Suas extremidades néo devem ser pontiagudas, mas sim curvadas para facilitar a raspagem, A sujeira depositada na raiz da lingua da origem a um odor desagradavel. Portanto, a lingua deve ser esfregada regularmente. Uso de Gotas Nasais Deve-se inalar Anu taila todos os anos durante as trés estagdes: no outono, na primavera, quando o céu esta sem nuvens e na estagdo chuvosa. Aquele que recorre a terapia nasal, na época correta, de acordo com o método prescrito, nao sera acometido por qualquer processo morbido nos olhos, no nariz € nos ouvidos. Seus cabelos € barba nao se tornarao brancos ou grisalhos; néo haveré queda de cabelos, que cresceréo abundantemente. Doengas como torcicolo, cefaléia, paralisia facial, trismo, rinite, enxaqueca e tremores da cabega sao curadas pela terapia inalatéria. As veias, articulagées, ligamentos e tendédes da cabega e do pesco¢o sdo nutridos pela inalagdo e adquirem mais vigor. A face torna-se jovial e roliga @ a voz torna-se clara e estavel. Todos os orgéos sensoriais tornam-se limpidos e ganham consideravel vigor. As doengas relacionadas com a cabeca e 0 pescogo no acometem 0 individuo repentinamente. Mesmo que esteja envelhecendo, a idade nao afeta sua cabega, na forma de cabelos grisalhos etc. Mastigagao Quem deseja paladar e hdlito limpidos e agradaveis deve conservar na boca (mastigando) as folhas de jati (Myristica fragrans, Houtt.), de katuka (Hibiscus abelmochus, Linn.), de puga (Areca catechu, Linn.), kakkola (Piper cubeba, Linn.), suksmaila (Elettaria cardamomum, Maton.), a haste da flor da lavanga (Syzygium aromaticum, Mert. E L.M.), @ folha fresca da tambula (Piper betfe, Linn.) e o extrato de karpura (Cinnamomum camphora, Nees. e Eberm.) Gargarejos O gargarejo com dleo de gergelim € benéfico para revigorar mandibulas e maxilares, a profundidade da voz, a flacidez da face e para melhorar a sensacao gustativa e o bom paladar pelos alimentos. A pessoa habituada a tais gargarejos nunca sente sequiddo na garganta e os labios nao se tornam quebradigos. Os dentes nao apresentam céries e desenvolvem raizes profundas. O individuo nao apresentaré dor de dentes e nao sentir o incdmodo pela ingestéo de substancias azedas. Os dentes podem mastigar até mesmo os produtos comestiveis mais duros. Aplicagao de Oleo na Cabega Aquele que aplica regularmente dleo de gergelim sobre a cabega nao é acometido por cefaléia, calvicie, cabelos brancos, nem queda de cabelos. O vigor de sua cabega e fronte é especialmente intensificado. Os cabelos tornam-se negros, longos e com raizes profundas. Os drgaos sensoriais funcionam adequadamente. A pele da face torna-se mais brilhante. A aplicagao de Oleo de gergelim sobre a cabeca produz sono agradavel e felicidade. Gotas de Oleo nos Ouvidos As doengas do ouvido resultantes do desequilibrio de vata, 0s torcicolos, 0 trismo, as dificuldades na audigao e surdez sao evitados se realizada a instilagdo de gotas de dleo, regularmente, dentro do canal auditivo externo. Massagem com Oleo Assim como uma engrenagem, uma pele seca ou o eixo de uma carreta tormam-se mais fortes e resistentes através da aplicagao de dleo, da mesma maneira, através da massagem com 6leo, o corpo humano tomna-se forte e com a pele macia. O corpo torna-se menos susceptivel as doengas causadas por vata e mais resistente ao esforgo e ao cansago. Vayu predomina no érgao sensorial do tato e este drgdo esta localizado na pele. A massagem é extraordinariamente benéfica para a pele. Deve-se portanto realizar massagem com 6leo regularmente Mesmo que seja submetido a les6es € ao trabalho extenuante, se a pessoa realiza a massagem com dleo regularmente, 0 corpo nao se torna muito prejudicado. Seu estado psicoldgico torna-se suave, brando, forte e encantador. Através da massagem com leo feita regularmente, a investida violenta da idade é interrompida. Quando feita na sola dos pés, pode-se curar a aspereza, a imobilidade, 0 ressecamento, a fadiga e o entorpecimento. Promove vigor e estabilidade aos pés. A visao torna-se clara e os disturbios de vata sao aliviados. Através da massagem com Oleo feita com regularidade nos pés, assegura-se a prevencdo da ciatalgia, das fissuras nos pés, da constricgao dos vasos e ligamentos dos pés. A ungao do corpo elimina o mau cheiro, controla a sensacao de peso, a sonoléncia e 0 prurido, remove a sujeira indesejavel e os desconfortos da sudorese. Exercicios E conhecido como exercicio fisico a ago fisica agradavel e capaz de proporcionar estabilidade vigor ao corpo. Deve ser praticado com moderagao. * Efeitos Benéficos dos Exercicios Os exercicios fisicos proporcionam leveza, habilidade no trabalho, estabilidade, resisténcia aos desequilibrios e alivio dos doshas, especialmente kapha. Estimula o poder digestivo. * Efeitos Prejudiciais do Exercicio Excessivo Exercicios fisicos em excesso causam esgotamento, exaustao, consump¢ao, sede, rakta pitta (sangramento em diferentes partes do corpo), pratamaka (uma forma aguda de dispnéia, tosse, febre e voritos) * Caracteristicas do Exercicio Correto Sudorese, aumento do ritmo respiratdrio, uma sensagao de leveza do corpo, funcionamento adequado dos drgaos sao indicativos do exercicio realizado corretamente. Nao se deve fazer exercicios rindo e falando, nao se deve fazer viagens a pé, caminhadas notumas ou manter relacgdes sexuais em excesso, mesmo se ja estiver habituado as mesmas. * Contra-Indicagoes para os Exercicios ‘S40 contra-indicados para pessoas que emagreceram por causa de alividade sexual excessiva, que engordaram por viajar a pé e para aqueles que estao sob o dominio da raiva, do medo, do desgosto e do esgotamento. Nao estao indicados para criangas, idosos e pessoas com constituigao vatika e cuja profissao exige 0 107 uso demasiado da fala. Nao se deve fazer exercicios fisicos quando com fome ou sede. Banho O banho 6 purificador, estimulante sexual e revitalizante. Elimina a fadiga, o suor e a sujeira. Proporciona vigor ao corpo e 6 um auxiliar por exceléncia para 0 aumento da vitalidade corporal. Vestimentas Vestir roupas limpas promove charme fisico, reputagao e longevidade, Previne a auséncia de auspiciosidade, proporciona prazer, graga, competéncia para participar de conferéncias e boa sorte. Uso de Perfumes O uso de perfumes e ornamentos estimula a libido, produz aroma agradavel no corpo e aumenta o charme e a longevidade. Fomece corpuléncia e vigor, 6 agradavel A mente e previne a auséncia de auspiciosidade. Uso de Ornamentos O uso de pedras preciosas e ornamentos leva a prosperidade, auspiciosidade, longevidade e graciosidade. E agradavel e charmoso. Direciona para a longevidade do corpo. Cuidados com Cabelos e Unhas O adomo e o corte dos cabelos, da barba (incluindo o bigode) e das unhas aumenta a corpuléncia, a libido, a longevidade, 0 asseio e a beleza. Calgados O uso de calgados é proveitoso para a pele dos pés e para a viséo que se tem deles. Protege-os do ataque de répteis, micro- organismos, etc. Fornece vigor, facilita a demonstragao de forga fisica e 6 um estimulante da libido. Alimentos Deve-se ingerir alimentos em quantidade adequada. Repetindo, a quantidade de alimentos a ser ingerida depende da forca digestiva, incluindo o metabolismo individual. Para que ndo perturbe 0 equilibrio dos dhatus e doshas do corpo, para que seja digerida e metabolizada no periodo de tempo adequado, a quantidade de alimentos deve ser levada em consideracao. Géneros alimenticios como sali (Oryza sativa, Linn.), sastika (uma variedade de Oryza sativa), mudga (Phaseolos mungo, Linn.), a codorna comum, perdiz cinza, antilope, coelho, wapiti (espécie de veado norte-americano), sambar indiano, etc. - mesmo que sejam leves para a digestao, por natureza, devem ser ingeridos de acordo com as medidas prescritas. De forma semelhante, preparagdes a base de farinha de trigo, cana-de- agucar e leite, tia (Sesamum indicum, Linn.), masa (Phaseolos radiatus, Linn.) e carne de animais aquaticos e de pantanos, mesmo pesados para a digestdo, por natureza, precisam ser ingeridos em quantidade adequada. Nao se deve concluir a partir dai que a descrigaéo de alimentos pesados e leves nao tem qualquer importncia. Os géneros alimenticios leves possuem qualidades de vayu e agni mahabhutas, predominantemente. Nos alimentos pesados predominam as qualidades de prihvi e ap mahabhutas. De acordo com suas qualidades, os alimentos leves sao estimulantes do apetite e, por natureza, considerados menos prejudiciais mesmo. se ingeridos além da quantidade prescrita. Por outro lado, ali- mentos pesados sao supressores do apetite e quando ingeridos em excesso $40 muito prejudiciais, a menos que haja grande forga digestiva. e metabolismo adquiridos pelo exercicia fisico. Se os 109 alimentos sao pesados, apenas % ou metade da capacidade gastrica deve ser preenchida. Mesmo no caso de alimentos leves, sua ingestéo excessiva nao é benéfica para a manutengado da forga digestiva e do metabolismo. Os alimentos certamente auxiliam 0 individuo, fornecendo vigor, compleigao, felicidade e longevidade, sem perturbar o equilibrio dos dhatus e doshas do corpo, quando ingeridos em quantidade adequada. Uso de Colirio Deve-se aplicar regularmente um colirio preparado com antiménio, pois é util para os olhos. Rasanjana (uma preparagao de Berberis aristata, D.C.) 6 aplicado uma vez ao dia durante cinco ou oito noites para lacrimejamento dos olhos, que sao susceptiveis aos desequilibrios de kapha. Portanto, os colirios que aliviam kapha so benéficos para conservar a visao limpida. Um colirio mais potente nao deve ser aplicado nos olhos durante o dia, pois estes, enfraquecidos pela drenagem, serao adversamente afetados pela viséo do sol. Portanto, 0 colirio indicado para a drenagem deve ser, via de regra, aplicado apenas durante a noite. Fumo No Ayurveda, diferentes tipos de cigarros so indicados para serem fumados. Sao preparados a partir de drogas vegetais e nao contém tabaco ou narcoticos, como a Cannabis. Fumar alivia a sensagao de peso na cabega, as cefaléias, atinite, a enxaqueca, dor de ouvido, dor nos olhos, tosse, solugo, dispnéia, bloqueio na garganta, debilidade dos dentes, secrecao patologica dos ouvidos, do nariz e dos olhos, o odor purulento exalado pelo nariz e pela boca, dores de dentes, anorexia, trismo, torcicolo, prurido, processos infecciosos, palidez da face, salivagao excessiva, bloquelo da voz, tonsilite, uvulite, alopécia, Lo perda da consciéncia, acinzentamento do cabelo, espirros, sonoléncia excessiva e hipersomnia. Fortalece também os cabelos, os ossos do cranio, os drgdos sensoriais e a voz. As doengas relacionadas com a cabeca e 0 pescoco resultantes de vata e kapha nao acometem as pessoas que utilizam a inalagao de fumaga via oral. Sao prescritos oito hordrios especificos, pois nestes periodos vata, pitta e kapha tornam-se alterados. Deve-se fumar apds o banho, apds as refeigdes, apos a raspagem da lingua, espiros, escovacao dos dentes, apds a inalagao de substancias medicinais, aplicagao de colirios e apés dormir. Esta inalagdo nestes oito periodos previne doencas da cabega e do pescoco causadas por vata e kapha. A inalagao deve ser feita trés vezes — trés baforadas de cada vez. * Caracteristicas do Uso Correto do Fumo Sinais como leveza do peito, da garganta, da cabeca e liquefagao de kapha sao aspectos caracteristicos de que o individuo fuma corretamente. * Caracteristicas do Uso Insuficiente do Fumo Bloqueio da voz, presenga de kapha (muco) na garganta e sensagdo de peso na cabeca sao caracteristicos da inalacdo insuficiente de fumaga medicinal. * Caracteristicas do Uso Excessivo de Fumo Quando o individuo fuma em excesso, seu palato, cabeca e garganta tomam-se ressecados @ quentes. O individu sente sede e toma-se inconsciente. Ha sangramento excessivo e ocorréncia de vertigens e lipotimias. Os érgaos sensoriais tornam- se quentes. Cédigo de Etica Geral ut Nao se deve dizer mentiras, tirar o que é de propriedade de outros, nem desejar ardentemente a esposa ou a propridade de outrem. Nao se deve possuir quaisquer vicios. Nao se deve revelar os defeitos ou segredos dos outros. A pessoa deve evitar a companhia de pessoas ndao-virluosas, traidoras, lunaticas, mediocres, decadentes, desonestas e aborteiras, Nao se deve favorecer as atividades rancorosas e pecaminosas. Nao se deve dirigir veiculos perigosos, dormir em uma cama sem cobertas, sem travesseiro, pequena ou irregular. Nao se deve caminhar nas vertentes acidentadas das montanhas, subir em arvores e banhar-se em rio de fluxo turbulento. Nao se deve pisar na sombra de familiares ou daqueles nascidos de familias nobres. A pessoa nao deve movimentar-se em tomo do fogo, rir ruidosamente e eliminar flatos com ruidos. Nao bocejar, espirrar ou gargalhar sem cobrir a boca, cogar as narinas, rilhar os dentes, fazer sons com as unhas, bater os ossos ou cavoucar terra, cortar palha, trabalhar com barro e manter diferentes partes do corpo em posigdo inadequada. Nao se deve olhar fixamente para os planetas ou para objetos indesejaveis, impuros ou condenaveis. Nao se deve violar a sombra de uma arvore sagrada, de um professor, de uma pessoa respeitavel ou indesejavel. Durante a noite no se deve entrar no terreno de um templo, de uma arvore sagrada, patios publicos, cruzamentos, jardins, cemitérios e abatedouros, Da mesma forma, nao se deve entrar em uma casa solitéria ou floresta sozinho. Nao se deve manter relagdes sexuais com mulheres, amigos ou empregados de ma conduta. Nao se deve manter inimizade com homens bons € nem amizade com homens maus. Nao se deve dar alternativas para favorecer atitudes desonestas. Nao se deve favorecer atos despreziveis ou assustadores, nem se deve recorrer a valentia, sono, vigilia, banhos, bebidas ou alimentos em excesso. Nao se deve sentar por longo tempo com os joelhos para cima. A pessoa 12 nao deve se aproximar de cobras ou de animais com dentes perigosos e chifres. Deve-se evitar os ventos do leste, 0 sol, as nevascas e as tempestades. Nao se deve provocar brigas. Nao se deve aproximar do fogo estando abaixo do mesmo. Nao se deve tomar banho logo apés exercitar-se, apés ter feito um gargarejo e se nao estiver nu, Nao se deve deixar a cabega em contato com a foupa usada durante o banho ou bater nas extremidades dos cabelos. Apos o banho nao se deve vestir a mesma roupa usada anteriormente. Nao se deve sair sem estar em contato com pedras preciosas, sem ghee, sem tocar os pés de pessoas respeitaveis, sem tocar objetos auspiciosos ou flores. Nao se deve passar por pessoas respeitosas ou objetos auspiciosos conservando-se a esquerda, nem conservando outros do lado direito. Estudo Nao de deve estudar se nao houver iluminagao suficiente, quando os alojamentos parecem estar queimando, durante uma erupcao de fogo, terremotos, festivais importantes, queda de meteoros, eclipses solar ou lunar, em dia de lua nova, ao ama- nhecer e ao anoitecer. Nao se deve estudar sem ser iniciado por um professor. Enquanto estudar, ndo se deve recitar 0 som das palavras incompletamente, em voz alta, rouca, sem a acentuagao apropriada, sem a simetria morfoldgica adequada, demasiadamente rapido, vagarosamente, com preguica excessiva com grau de intensidade muito alto ou muito baixo. Conduta Geral Nao se deve desviar dos principios gerais aprovados. Nao se deve quebrar qualquer codigo de conduta. Nao se deve caminhar durante a noite nem em local improprio. A pessoa nao deve se satisfazer com a ingestao de alimentos, estudos, relagdes sexuais ou sono durante o amanhecer ou anoitecer. Nao se deve fazer amizade com criangas, com os idosos, os gananciosos, os 13 tolos, pessoas em estados aflitivos e com os eunucos. Nao se deve ter qualquer inclinagdo ao vinho, jogos de azar ou prostitutas. Nao se deve ser convencido, hostil, inabil, nem indulgente na calunia. Nao se deve insultar os Brahmanas, nem marcar as vacas, Nao se deve ulilizar palavras asperas com as pessoas idosas, professores, agrupamentos ou reis, Nao se deve falar muito, nem expulsar pessoas da familia, pessoas relacionadas, que tenham ajudado durante a epoca de dificuldades e aqueles que conhecem segredos particulares ou familiares. Nao se deve ser excessivamente impaciente ou confiante. Nao se deve ser negligente na manutengao dos empregados. Deve-se confiar nos homens de sua propria familia. A pessoa nao deve se divertir sozinha. Nao se deve possuir carater, conduta, maneiras e doengas incémodas. Nao se deve acreditar em todos nem suspeitar de todos. Nao se deve ser meticuloso demais em todas as ocasides. N&o se deve ter o habito de adiar nem favorecer quaisquer atividades sem a analise adequada. Nao se deve ser um escravo dos sentidos nem deixar a solta sua mente vollvel. Nao se deve infligir demasiada responsabilidade ao intelecto e aos sentidos. Deve-se evitar praticas dilatérias em excesso. Nao se deve rea- lizar atividades sob um acesso de raiva ou de exaltagaéo, Nao se deve permanecer sob continuo desgosto. A pessoa nao deve se tornar envaidecida pelas realizagdes nem desesperada pelas perdas. Deve-se lembrar sempre de sua propria natureza. Deve- se ter fé na correlacao de causa e efeito, ou seja, nas boas e mas agdes e seus resultados correspondentes e sempre agir baseado nisto. Nao se deve ser complacente com suas prdprias agdes. Nao se deve perder o animo nem lembrar-se de suas injurias. Amigos Convenientes Ls Deve-se fazer amizades com pessoas que tenham adquirido maturidade em virtude de sabedoria, aprendizado, idade, conduta, paciéncia, memdria e meditagao. Aqueles que sao maduros e instruidos, que se mantém na companhia de pessoas maduras, aqueles familiarizados com a natureza humana, aqueles livres de todas as ansiedades, aqueles que se comportam bem com todos, que sao pacificos, que seguem um curso de agao direto, aqueles que defendem a boa conduta e aqueles cujo verdadeiro nome e cuja visdo sejam auspiciosos sao pessoas convenientes para a amizade. Pessoas Inconvenientes para a Amizade Deve-se evitar a companhia de pessoas de conduta, fala e mente pecaminosas, caluniadoras, com inclinagdo natural para brigas, que sejam condescendentes com comentarios sarcdsticos sobre 08 outros, os gananciosos, aqueles que invejam a propriedade dos outros, os cruéis, que sao condescendentes com a difamagao de pessoas, aqueles de mente voluvel, que servem ao inimigo, os destituidos de compaixéo e aqueles que nao seguem um curso de vida virtuoso. RATRICARYA (Conduta no Periodo Noturno) Sono Quando a mente se torna exausta ou inativa e os drgaos motores e sensoriais estao fatigados, 0 individuo sente sono. O sono 6 nada mais que a disposi¢ao da mente em um local desconectado com os érgéos motores @ sensoriais. Quando ocorre a exaustéo da mente, o individuo também fica exausto, pois suas agdes s&o dependentes do funcionamento da mesma. Portanto, quando esta se dissocia de seus objetos, o individuo também se dissocia dos objetos da percepgao. Como resultado, 0s drgaos motores e sensoriais tornam-se inativos, levando ao sono, O sono adequado favorece o individuo com felicidade, nutrigao, vigor, virilidade, conhecimento e longevidade. Por outro lado, 0 sono inadequado leva a miséria, ao emagrecimento, fraqueza, esterilidade, ignorancia e até a morte prematura. Quando em excesso ou em horario improprio, ou mesmo a vigilia prolongada, retiram tanto a felicidade como a longevidade. * Tipos Diferentes de Sono Dependendo dos fatores causais, 0 sono pode pertencer a sete tipos diferentes: 1.causado por excesso de tamas na mente; 2.causado pelo desequilibrio de kapha; 3.causado por esforgo mental; 4.causado por exaustao fisica; S.agantuka ou um tipo exdtico de sono indicativo de mau prognético e que leva a morte iminente; 6.causado por uma complicagaéo de outras doengas como sSannipata jvaral; e T.causado pela propria natureza da noite que leva ao sono fisioldgico. * Contra-indicagdes ao Sono Diurno Dormir durante o dia em outras estacdes do ano que nao seja o verao é desaconselhavel, pois causa desequilibrio de kapha e pitta. Pessoas obesas, apegadas a ingestao de alimentos gordurosos, com constituigéo slaismika, portadoras de doengas causadas pelo desequilibrio de kapha e aquelas pessoas acometidas de dusivisa (intoxicago artificial) nunca devem dormir durante o dia. Ao transgredir esta prescrigdo com relagao ao sono diurno, o individuo estar susceptivel a halimaka (um tipo grave 116 de ictericia), cefaléia, timidez, sensagéo de peso no corpo, indisposicao, perda da forga digestiva, hrdayopalepa (uma sensagao de muco aderido ao coragdo), edema, anorexia, nauseas, rinite, enxaqueca, urticaria, erupgdes, abscessos, prurido, entorpecimento, tosse, doengas da garganta, bloqueio da memoria e da inteligéncia, obstrugao dos canais circulatorios do corpo, febre, debilidade dos orgaos sensoriais e motores e aumento dos efeitos toxicos dos venenos arlificiais. Desta maneira, a pessoa deve manter em mente as vantagens e desvantagens do sono durante as varias estagdes do ano de modo que isto possa proporcionar felicidade. * Indicagées do Sono Diurno Dormir durante o dia, em todas as estagdes, esta indicado para aquelas pessoas que estdo exaustas com a realizagao de atividades como cantar, estudar, pela agao de bebidas alcodlicas, telagdes sexuais, que estejam exaustas pelo efeito da terapia de eliminagao, por transportar peso excessivo, por caminhar longas distancias; o sono diumo esta indicado para aqueles portadores de diaréia, sede, tuberculose, cdlicas, dispnéia, solugos, insanidade, aqueles que estao em jejum, que so muito idosos ou muito jovens, fracos e debilitados, para aqueles que sofreram uma queda ou agressao, que estao exaustos por viagem em veiculo, pela vigilia, raiva, desgosto e medo e para aqueles que estado habituados ao sono diurno. O equilibrio dos dhatus e o vigor é mantido e kapha nutre os drgaos e assegura a longevidade. No verao, as noites tornam-se mais curtas e vata esta em desequilibrio devido a absorgéo de fluidos (adana). Portanto, durante esta estagao, 0 sono durante o dia esta indicado para todos. 17 + Causas da Insonia Pode ser causada por eliminagaéo de doshas do organismo e da cabega através de purgagaéo e de vdmitos, pelo medo, ansiedade, raiva, fumo, pelos exercicios fisicos, sangria, jejum, por dormir em cama incémoda, pela predominancia de sattva e pela supressdo de tamas que levam a dominacdo do sono excessivo. Os fatores mencionados acima, somados a sobrecarga de trabalho, a idade, as doengas, especialmente aquelas causadas pelo desequilibrio de vata, como as célicas, etc., so conhecidos por causar perda de sono, mesmo em individuos normais. Alguns possuem insOnia pela sua propria natureza. + Medidas que Favorecem um Sono Benéfico Se por um motivo ou outro o individuo é acometido por ins6nia, pode ser curado através de massagem, ungao, banho, ingestéo de sopa preparada com animais aquaticos, animais do pantano ou domésticos; é benéfico ingerir arroz sali com iogurte, leite, substancias oleosas e alcool, adquirir prazer psiquico, sentir odores perfumados, ouvir sons de sua propria apreciagao, a aplicagéo de samvahana (massagem do corpo com as. maos) aplicagao de unglentos calmantes para os olhos, cabega e face, dormir em uma cama e uma casa confortaveis e no horario adequado. Conduta Durante a Refeigao Noturna O alimento deve ser ingerido o mais cedo possivel durante a noite. Deve haver um intervalo suficiente entre a ingestao da refeigao e o horario de dormir. Isto auxilia na digestao adequada do alimento e resulta em um bom sono também. Esta refeigdo deve ser leve e facilmente digerivel, tanto quanto possivel. Uso de logurte a Noite Lg A ingestéo de iogurte durante a noite esta estritamente proibida. Ingerido de outra maneira ele 6 benéfico a salide, mas apresenta um efeito prejudicial aos canais de circulagao, obstruindo-os. Isto resulta em bloqueio do sono e distlirbio do metabolismo. E especialmente prejudicial para pacientes portadores de asma, bronquite e reumatismo. Leitura Durante a Noite Com iluminagdo adequada, pode-se ler livros durante algum tempo. Mas deve ser deixado claro que a luz artificial da noite nao é completamente harmoniosa com as necessidades dos olhos. Basicamente, tal iluminagao prejudica seriamente a visao. Portanto, a leitura durante a noite deve ser evitada tanto quanto possivel, ou a mesma deve ser leve. Escrever durante a noite afeta seriamente a visao. Relagdes Sexuais Nao se deve manter relacdes sexuais com mulheres em periodo menstrual ou com aquelas que estao doentes, ou seja, impuras ou que tenham qualquer processo infeccioso ou mesmo com uma mulher feia na aparéncia, que tenha ma conduta ou que seja destituida de habilidade. Nao se deve manter relagdes se- xuais com uma mulher que nao seja amiga ou pela qual nao se esteja apaixonado ou com desejo ardente, ou que esteja apaixonada por outra pessoa, ou casada com outro ou que pertenca a outro nivel social. A atividade sexual em qualquer outro 6rgao que nao seja o genital deve ser evitado. As relacdes sexuais também estao proibidas debaixo de arvores religiosas, em patios publicos, sobre um cruzamento, em jardins, no cemitério, em abatedouro, na agua, em clinicas médicas ou na residéncia de Brahmanas ou professores ou em templos. Tais atividades devem ser evitadas durante 0 amanhecer e o anoitecer e nos dias auspiciosos (dias de lua cheia, pratipat etc.) Nao se deve manter Lis relagdes sexuais quando impuro, sem haver ingerido afrodisiacos ‘ou sem desejo intenso, sem eregdo, sem haver ingerido qualquer alimento ou apds sua ingestao excessiva, em locais impréprios, quando ha necessidade de urinar, apés exercicio ou esforgo fisico, durante jejuns, estando exausto e em locais sem privacidade. Deve-se adquirir 0 habito de ingerir um copo de leite com aguicar antes e depois do ato sexual. RTUCARYA (Conduta Durante as Estacdes do Ano) Os Dois Solsticios O ano esta dividido em seis estagdes. O movimento do sol para o norte e sua acao de desidratacao ocasiona trés estagdes a comecar de sisira (final do invemo) até 0 veréo. O movimento do sol para 0 sul e sua agao de hidratagdo gera as outras trés esta- des comecando pela estacao chuvosa até hemanta (comego do inverno). A tabela a seguir fornece detalhes destas estagces. [A tabela sobre as estagdes fornecida na pagina seguinte cita os meses conforme o calendario no hemisfério norte. Pode-se fazer a correspondéncia com as estagdes no hemisfério sul da mesma forma. Sendo assim, sisira (fim do inverno) corresponde aos meses Julho-Agosto e Agosto-Setembro, e assim por diante.] No periodo de visarga ou de emissao (hidratagao), os ventos nao sao muito secos como no periodo de adana ou desidratagéo. © periodo de emissao —_compartilha predominantemente das qualidades da Lua. Durante este periodo, a Lua com suas propriedades refrescantes naturais, encanta continuamente 0 mundo com seus raios suavizantes. O periodo de desidratagao, por outro lado, é dominado pelas qualidades de agni (“fogo"). Deste modo, estes trés - 0 Sol, o vento e a Lua - sendo govemados pelo tempo, pela natureza e pela drbita 120

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