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O presente writ tem como fundamento o artigo 5.º, incisos, VI, VIII, LXIX,
LXXVII, artigo 37, I e II, artigo 102, I, “d”, da Constituição Federal de 1988, combinados
com a Lei n.º 12.016/09.
Nos termos do disposto no art. 23, da Lei n.º 12.016/09, o prazo para a
interposição do Mandado de Segurança é de cento e vinte dias, contados da ciência, pelo
interessado, do ato impugnado.
3 - DOS FATOS
3.1 – Da crença do repouso semanal enquanto dia sagrado
Excelência, antes de tudo, se pede que no exame da questão se tenha o máximo de
neutralidade possível, uma vez, que do judiciário se requer a imparcialidade, esta sempre
3
aplicada neste colendo Tribunal, mas a neutralidade plena seria impossível se esperar do ser
humano, considerando que todos têm sua bagagem cultural e crenças pré-concebidas.
4
reúne, na mesquita, ao meio-dia, para a oração. Em seguida, realiza-se o khutbah, isto é, o
discurso que não é um simples sermão religioso. Nele aprofundam-se as questões sociais,
políticas, morais e tudo o que interessa à comunidade islâmica”. Também afirma que “a sexta-
feira, portanto, é mais que um dia de descanso, como o sábado dos judeus ou o domingo dos
cristãos. É o dia da semana em que a comunidade islâmica que se reúne. Dependendo do país
onde se encontre, a sexta-feira pode até ser um dia de trabalho, mas todos fecham os seus
negócios pelo menos na hora do khutbah”. A despeito de não se ter conhecimento profundo
sobre o islamismo, se percebe pelo acima citado que mesmo considerado como sagrado o
sexto dia da semana, não impediria pela concepção mencionada a prática de atos como
concursos públicos, desde que na hora do “khutbah”, cesse a atividade.
Para o catolicismo, bem como a maior parte dos protestantes (ou evangélicos), o
domingo é considerado como o dia sagrado, sendo o principal dia de adoração. Apenas como
exemplo se menciona as seguintes palavras do então líder católico Papa João Paulo II a
respeito da santificação do domingo, ao entender que as honras do sábado foram transferidas
para o domingo, como um memorial de uma “nova criação” por meio da ressurreição de Jesus
Cristo:
Por fim, para uma minoria2, que abrange adeptos do judaísmo, da Igreja Batista
do 7º Dia, Igreja de Deus do 7º Dia, e, Igreja Adventista do 7º Dia, a qual pertencem os
requerentes, o sétimo dia da semana, o sábado, é o dia sagrado de adoração.
1
PAULO II, Papa João.Carta Apostólica Dies Domini ao Episcopado, ao Clero e aos Fiéis da Igreja
Católica sobre a Santificação do Domingo. Disponível em: <http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/a
post_letters/documents/hf_jp-ii_apl_05071998_dies-domini_po.html> Acesso em: 20 fev. 2007, p. 8 e 10.
2
Estima-se que no mundo haja cerca de 13 milhões de judeus, número já superado pelos Adventistas que,
segundo dados da Associação Geral dos Adventistas do 7º Dia, atingiram em dezembro de 2005 cerca de 14
milhões e 400 mil membros. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
censo demográfico do ano de 2000, constata-se o número de 1.209.842 adeptos da religião adventista do 7º dia e
5
Como acima mencionado, para os Adventistas, o dia de repouso escolhido,
abençoado e santificado por Deus é o sétimo, com o objetivo de ser um memorial da Criação,
um dia em que se adora e se reconhece a Deus como Criador de todas as coisas e o ser
humano como simples criatura. Assim é que, conforme a Crença Fundamental nº 19, os
Adventistas do 7º Dia afirmam crer que
O bondoso Criador, após os seis dias da Criação, descansou no sétimo dia e instituiu
o sábado para todas as pessoas, como memorial da Criação. O quarto mandamento
da imutável lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia
de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e prática de Jesus, o
Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com
os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa
santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no
reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu
povo. A prazerosa observância deste tempo sagrado duma tarde a outra tarde, do
pôr-do-sol ao pôr-do-sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus.3
de 86.825 adeptos do judaísmo. Assim, considerando apenas essas duas religiões de maior representatividade
quanto à guarda do sábado se estima, com base em um censo de 10 anos atrás, um total de mais de 1 milhão e
300 mil cidadãos brasileiros que professam tal crença.
3
DAMSTEEGT, P. G., Nisto Cremos: 27 Ensinos Bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia. Trad. Hélio L.
Grellmann. 7. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 331.
4
BACCHIOCCHI, Samuele. Do Sábado para o Domingo: Uma Investigação do Surgimento da Observância
do Domingo no Cristianismo Primitivo. 1974. 221 f. Tese (Doutorado) - Pontificia Universitas Gregoriana,
Roma, 1974. Disponível em: <http://allen7.diinoweb.com/files/Bacchiocchi.rar>. Acesso em: 21 jun. 2007, p.
10.
6
assevera sobre a tolerância no âmbito religioso da seguinte forma:
Essas duas questões levantadas pela autora – diversidade e pluralidade – devem ser
entendidas de forma inclusiva, isto é, reconhecer as diferenças não apenas no campo teórico,
mas de forma prática, para, se necessário aplicar e efetivar o princípio da igualdade no sentido
de desigualar os desiguais para que desfrutem de verdadeira igualdade. A mesma autora ainda
esclarece:
7
decompondo-o de modo a deixar clara a relação entre este fundamento e a liberdade religiosa.
Nestes termos afirma que tal expressão representa:
Pelo que acima foi exposto, é inegável que a observância de práticas religiosas,
em particular ou em público, no “Dia do Senhor”, possibilite conflitos entre obrigações legais
e princípios religiosos. É direito fundamental de toda pessoa não ser obrigada a agir contra a
própria consciência e contra princípios religiosos. O direito de liberdade de consciência e de
8
Ibidem, loc. cit.
9
Ibidem, loc. Cit.
8
crença deve ser exercido concomitantemente com o pleno exercício da cidadania,
consubstanciado em todos os seus direitos inerentes, outrora outorgados por nossa
Constituição.
10
CASTILHO, José Roberto Fernandes. Cidadania: Esboço de Evolução e Sentido da Expressão. Disponível
em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/cid_expressao.html>. Acesso em 15 ago. 2007, p. 4.
11
Ibidem, p. 6.
12
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Direito e Cidadania na Constituição Federal. Disponível em:
<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista3/rev1.htm>. Acesso em: 10 jun. 2007, p. 9.
9
e exemplificados na vida de Cristo, acreditam ainda que a salvação é inteiramente pela
graça, e não pelas obras, mas seu fruto é a obediência aos dez mandamentos, dentre os quais
se tem a guarda do sábado (Êxodo 20:8-11). Segundo o relato bíblico, o bondoso Criador,
após seis dias da Criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas,
como memorial da Criação (Gênesis 2:1-3). Sendo assim, o quarto mandamento da Lei de
Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e
ministério, em harmonia com o ensino e prática de Jesus, o Senhor do Sábado, sendo ainda
sua forma autêntica de adoração suavemente delineada pelo Profeta Isaias (Isa 58:13 e 14) ao
afirmar que a santificação desse dia deve ser um deleite no Senhor, não fazendo a nossa
própria vontade ou buscando o próprio interesse. A prazerosa observância deste tempo
sagrado, o "Sábado Natural", período que se estende duma tarde a outra tarde, a saber, do pôr-
do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado, é uma celebração dos atos criadores e
redentores de Deus.
4 – DO DIREITO
Art. 1º. Ninguém será sujeito à coerção por parte de qualquer Estado, instituição,
grupo de pessoas ou pessoas que debilitem sua liberdade de religião ou crença de
sua livre escolha.
Art. 6º. O direito à liberdade de pensamento, consciência, religião ou crença
incluirá as seguintes liberdades:
h) Observar dia de repouso e celebrar feriados e cerimônias de acordo com os
preceitos da sua religião ou crença. [grifo nosso]
Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. [grifo
nosso]
A pergunta é: a realização de concursos públicos no dia de sábado não seria
medida restritiva de direito que limitaria a liberdade de conservar ou mesmo aderir à religião
que tivesse a crença da santificação do 7º dia, uma vez que restaria apenas uma opção entre o
exercício da fé e a realização da prova? As dificuldades gerais para se conseguir emprego
aliadas à impossibilidade de participação em processos seletivos para as carreiras do serviço
11
público, implicam uma sobrecarga que somente a fé no Deus que pede a obediência a tal
mandamento faria suportar a conseqüência pela manutenção de uma consciência livre.
Estaria assim, visto sobre outro aspecto, preservada a livre competição no
“mercado de idéias religiosas”, conforme muito bem exposto pelo Ministro Gilmar Mendes
em seu voto no processo STA 389-Agr (Caso envolvendo o Centro de Educação Religiosa
Judaica e o ENEM)?
Outra norma internacional a ser observada na questão é o Pacto dos Direitos Civis
e Políticos, de 1966, aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n°
226, de 12 de dezembro de 1991, e promulgado pelo Decreto No 59213, de 6 de julho de 1992.
Referido Pacto, em consonância com as demais normas internacionais de proteção dos
Direitos Humanos, prevê expressamente a liberdade de religião. Traz este texto legal, em seu
artigo 18, a seguinte disposição:
Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a
igual proteção da lei. A este respeito, deverá proibir qualquer forma de
discriminação e garantir a todas as pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer
13
O artigo 1º, do referido decreto, expressamente dispõe: “O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos,
apenso por cópia ao presente decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém”.
12
discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de
outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou
qualquer opinião.
13
Esse objectivo pode implicar a previsão, sempre que isso se justifique, de regimes
especiais para membros de determinadas confissões religiosas. Pense-se por
exemplo, no já referido caso dos adventistas do sétimo dia e da necessidade de
respeitar e tutelar, tanto quanto possível, a sua recusa, religiosamente fundada, de
trabalhar ao sábado. Embora estejamos aqui perante diferenciações jurídicas, nem
por isso se viola o princípio da igualdade. Pelo contrário, estas servem o propósito
constitucional substantivo de garantir a todos os cidadãos uma igual medida de
dignidade e liberdade.16
Daí que diante da existência de leis que estejam em desacordo com a consciência
de alguns indivíduos, e numa tentativa de contornar tal situação visando garantir igual
liberdade de religião a todos, se criou o instituto da objeção ou escusa de consciência, que em
nossa Constituição foi garantido no artigo 5º, inciso VIII, in verbis:
ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. [grifo
nosso]
Em relação a este inciso supracitado, é oportuno registrar que, segundo José Carlos
Buzanello, durante a Assembléia Nacional Constituinte, “a defesa da objeção de consciência
foi encampada por democratas, grupos religiosos e pacifistas, tendo como pano de fundo a
liberdade de crenças religiosas”. Referido autor cita as seguintes palavras do Brigadeiro José
Elislande Bayer de Barros, proferidas em Audiência Pública no dia 24/07/1987 e registradas
na página 80 do Diário da Assembléia Nacional Constituinte:
Sobre o serviço militar, farei uma pergunta, que talvez seja até de legislação
ordinária. Tenho sido procurado por esses grupos interessados (...), os menoritas do
Rio Grande do Sul, brasileiros de origem alemã, que tem como base de sua religião a
proibição de matar, sob qualquer circunstância, e se recusam a prestar o serviço
militar. Temos visto de vez em quando na História do País, e recentemente, “n”
decretos do Presidente da República cassando a cidadania desses brasileiros, que
perdem os direitos políticos por uma questão de convicções religiosas, que não
querem ou não podem prestar o serviço militar. Como temos os sabatistas, que me
parece que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica já têm uma forma de aliviar
os trabalhos nos sábados. É excessivamente drástico cassar-se a cidadania de
uma pessoa pelo fato de suas convicções religiosas. Nós todos, como homens
inteligentes, e nesta hora tentando melhorar o ordenamento jurídico, temos que
ter essa abertura democrática para esse contingente de brasileiros – e devemos
respeitar todas as tendências, a democracia é exatamente de senso, não de
consenso.17 [grifo nosso]
Como resultado das discussões a respeito da necessidade de previsão
constitucional do direito à objeção ou escusa de consciência, foi que se estabeleceu no inciso
VIII do artigo 5º o texto supracitado.
A forma como foi redigido o dispositivo permite que a interpretação seja a mais
abrangente possível. Observe que o constituinte utilizou a expressão “ninguém será privado
16
Ibidem, p. 292-293.
17
BUZANELLO, José Carlos. Direito de Resistência Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen
Iuris, 2006, p. 232.
14
de direitos”. Questionar-se-ia de quais direitos poderia o indivíduo ser privado e a resposta é
lógica: qualquer um. Em nenhum momento o dispositivo se refere apenas aos direitos
políticos ou a algum outro específico. O que o disposto no artigo 15 da Constituição afirma ao
vedar “a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: IV –
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII”, é que a cassação de direitos políticos se dará no caso da recusa à prestação da atividade
alternativa como forma de punição posterior.
Assim é que o indivíduo não pode ter parte dos seus direitos de cidadão restrita por
causa de suas crenças, quaisquer que sejam elas, tornando-se um cidadão de “segunda
categoria”. Registre-se também a ressalva de que se o indivíduo alegar motivo de consciência
para se eximir das obrigações impostas a todas as pessoas não poderá recusar cumprir
prestação alternativa.
O problema é que nem ao menos alternativa para o caso foi ofertada, como
aconteceu no caso do ENEM, a despeito de parte dos guardadores do sábado entenderem que
o isolamento também violaria sua liberdade de crença.
Destarte, como forma de reafirmar o que dispõe o art. 5º, inc. VIII, sobre o direito
à escusa de consciência, no que tange ao serviço militar, ainda na CF/88, o artigo 143
estabelece que as Forças Armadas, na forma da lei, atribuirão serviço alternativo a quem
invocar imperativo de consciência para as atividades militares. A questão dos sabatistas, no
entanto, foi deixada de lado.
Contudo, a objeção de consciência de modo algum se restringe apenas à prestação
do serviço militar. Com este entendimento é que Hédio da Silva Junior declara:
A leitura do art. 5º, inciso VIII, da Carta da República, permite constatar que o
sistema jurídico brasileiro adota a objeção de consciência do tipo total, visto que
admite a invocação de motivações de natureza religiosa, filosófica ou política. Por
evidente, o preceptivo constitucional em comento utiliza a locução “eximir-se de
obrigação legal a todos imposta”, sem adjetivar tal obrigação, pelo que contempla
não apenas a recusa ao serviço militar obrigatório (exemplo freqüentemente
lembrado pela doutrina), mas protege, ainda, ao menos teoricamente, a recusa ao
cumprimento de toda e qualquer obrigação legal a todos imposta.18
A associação da objeção de consciência com a liberdade de crença é umbilical,
razão pela qual para Cláudio Maraschin
18
SILVA JUNIOR, Hédio. A Liberdade de Crença como Limite à Regulamentação do Ensino Religioso.
2003. 245 f. Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003, p. 76.
15
Fundamentais. 19
Calha rápida referência ao artigo 19, CF/88, no qual é reafirmado o que já vinha
sendo consagrado nas Constituições anteriores, a saber, o princípio da separação entre a Igreja
e o Estado, refletindo, portanto, o caráter laicista do Estado brasileiro. Assim dispõe nossa
atual Constituição, no artigo já referido:
19
MARASCHIN, Claudio. Em busca de uma Fundamentação Jurídica da Objeção de Consciência. Revista de
Direito Militar, nº 17, mai/jun 1999, p. 23.
20
MIRANDA, Pontes de apud SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19. ed. rev.
e atual. até emenda constitucional n. 31. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 254-255.
16
sem que se ofereça atividade alternativa como exercício domiciliar etc.) e emprego,
especialmente os cargos públicos? Ou, pelo contrário, sendo uma sobrecarga para tais
confissões religiosas, influenciariam negativamente nesta opção de fé?
Não se vislumbra tal configuração, uma vez que o critério será o mesmo para
qualquer candidato caso a data seja igualmente alterada para todos, e, apenas o momento da
aplicação da prova seria diferente no caso do “confinamento”, sendo que os confinados não
teriam tempo a mais para estudo (apenas o cansaço adicional decorrente do isolamento) pois
tal comportamento seria vedado, além de não condizer com o próprio motivo do pedido
(santificação do dia).
17
Prima facie, poder-se-ia até responder negativamente, uma vez que há a
possibilidade de ninguém de tal grupo ter interesse naquele direito. No entanto, no caso
concreto, pela dimensão do processo seletivo, e mesmo pelo simples fato do requerimento que
ora é apresentado, se demonstra patente a violação. Registre-se que vem se tornando constante
a busca pelo judiciário para solucionar tal impasse, a tal ponto que o Ministério da Educação
paliativamente fez previsão de atendimento especial para esses casos, como de igual forma
outros concursos públicos.
Até mesmo unidades da federação cientes da situação e na ausência de lei federal
vêm legislando a respeito, a exemplo do Estado de São Paulo, cuja aprovação da lei se deu
por meio da derrubada do veto do governador pela assembléia legislativa, que possui maior
representatividade da população, do que um único dirigente.
Pensemos no caso de que todo concurso público, todo vestibular, todo calendário
letivo do ensino fundamental ao superior, preveja atividades para o dia de sábado; essa classe
de mais de um milhão de brasileiros não estaria sendo privada indiretamente de parte de sua
cidadania, por não poder ter acesso a cargos públicos e à educação? Não seria isso uma
violação à liberdade de crença, uma vez que teria que abrir mão da convicção religiosa de
obedecer ao mandamento que crêem ser de Deus para participar de tais atividades?
Acaso o dia considerado como sagrado não se configura uma crença religiosa? No
caso dos sabatistas é a crença de que o próprio Deus escreveu diretamente os mandamentos
em duas tábuas de pedra para que se lembrasse do dia de sábado como um memorial da
criação, consubstanciado em Seu próprio exemplo de criar o mundo em seis dias e descansar
no sétimo, conforme Êxodo 20:8 e 34:1? De fato, a depender da religião poderia ser em
qualquer dia da semana, mas como já foi explanado nessa petição, prima facie, apenas os
sabatistas têm essa peculiar forma de santificação do dia, além do que, a polêmica da
santificação do dia se refere à sexta-feira (islamismo), sábado (adventistas, judeus etc.) e
domingo (católicos e maioria dos evangélicos), e não a qualquer dia. Deve ficar bem claro que
liberdade religiosa não pode ser confundida com libertinagem religiosa. De fato deve haver
limites. Religião não é para ser brincadeira, especialmente quando possa vir a gerar algum
ônus para terceiros. E a guarda do sábado não é invencionice moderna. Conforme tabela em
18
anexo, é uma crença milenar que sempre esteve presente na história do homem, ainda que
seguida pela minoria perseguida durante os séculos.
São duas formas de afirmar a mesma coisa. Sendo que afirmar que estão
“deixando de exercer um direito” é uma forma eufemística de dizer que, em verdade, “estão
sendo privados”. Se for seguida essa linha, dizer que “estão deixando de exercer um direito”
por motivo religioso podemos reescrever a história de alguns mártires nos seguintes termos:
Jonh Hus, reformador religioso, cuja estátua pode ser encontrada na praça central de Praga,
deixou de exercer o direito à vida, garantido pelo Estado, porque, por motivo religioso,
crença, convicção, pregou, dentre outras coisas, que qualquer pessoa pode comunicar-se com
Deus sem a mediação sacramental e eclesial.
Galileu Galilei poderia ter optado pelo direito à vida abjurando publicamente de
suas idéias, mas optou pelo direito de uma consciência livre, tranqüila, ainda que deixasse de
exercer aquele direito. Igualmente muitos outros, como judeus e mouros, quando da ação do
Tribunal do Santo Ofício na Espanha, tinham de optar em “deixar de exercer o direito” de
permanecerem naquele país, caso não renegassem as suas religiões, ou mantê-las, mas em
outro lugar. Nunca se deve esquecer o preço pago para hoje termos o direito à liberdade de
pensamento e de crença.
Excelência, a pergunta inicial é: existe qualquer tipo de demanda para outros dias
da semana? A maior parte das atividades (concursos e provas) ocorre no domingo e em outros
dias da semana. A maioria esmagadora da população é de instituição religiosa que tem dia
considerado como sagrado diferente do sábado e nunca nem ao menos buscou tal direito. Por
quê? A norma constitucional do direito à liberdade de crença e escusa de consciência não já
19
existe para todos? Simplesmente porque a forma de observância de tal norma para eles não é
da mesma forma; para tais, tal crença é relativizada. Mas é claro, que com isso não se afirma
que só os sabatistas tenham esse direito. Mas negar o direito aos mesmos, com base em mera
especulação infundada (inexistência de pleitos semelhantes) seria razoável? E caso se conceda
o direito pleiteado aos requerentes não significa que se torne tal posição em cláusula pétrea,
podendo, diante de circunstância concreta, ser revista no futuro tal posição.
Entendemos que não é possível duas provas diferentes serem aplicadas porque se
trata de um certame. O nível de dificuldade é subjetivamente variável, dependendo muito da
preparação e aptidão do indivíduo. Por esses motivos é que não foi solicitada tal medida, mas
aqui se fala por mera reflexão. Assim, nesse ponto acertada a posição dos Ministros Gilmar
Mendes e Carlos Britto, na Suspensão de Tutela Antecipada nº 389.
Contudo, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) parece pensar dessa forma
apenas quando o problema envolve crença religiosa, uma vez que sustentou esse argumento
no processo citado, mas posteriormente aplicou provas nos dias 05 e 06/01/2010 (terça-feira e
quarta-feira) para adolescentes internos e presidiários de todo país, além de 334 estudantes de
duas cidades do Espírito Santo, que não puderam fazer em dezembro por causa de enchentes
na região. Noticia o portal G1 que “o nível de dificuldade deste Enem deverá ser idêntico ao
da prova aplicada nos dias 5 e 6 de dezembro, quando cerca de 2 milhões de estudantes do
país fizeram a prova. O motivo é que as questões são calibradas por nível de
dificuldade”21.
21
Acesso em 21/07/2009, às 10:00. Site: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1434643-5604,00-
FERNANDINHO+BEIRAMAR+E+MAIS+DEZ+MIL+PRESOS+DO+PAIS+FAZEM+O+ENEM+NESTA+T
ERCA.html
20
reportagem da Agência Brasil, publicado no Correio Brasiliense (anexo): “As questões serão
diferentes das que fazem parte do Enem regular, mas o nível de dificuldade da prova será
idêntico. De acordo com o Inep, isso vai ser assegurado por meio do uso de uma metodologia
utilizada em avaliações de habilidades e conhecimentos”.
Diante disso, imagine como se sentiu o grupo de 22 judeus interessados naquela
decisão da Corte Suprema, além de outros que não figuraram na referida ação, ao ver negado
o seu pleito de uma data alternativa, e, no dia seguinte, descobrir a portaria supracitada
garantir o mesmo que para eles fora negado.
Poder-se-ia indagar porque não pode ser aplicado o mesmo critério para os
sabatistas? Será que é mais respeitável nesse país ser criminoso do que ser religioso? Para
quem fez mal a sociedade é possível a aplicação de prova em data alternativa, mas para quem
busca fazer o bem, como em regra os religiosos fazem material e moralmente, não é possível?
Esse ano novamente a prova do ENEM será realizado em um sábado e em um domingo,
mesma situação do ano passado.
Portanto, é oportuna a reflexão sobre as seguinte palavras de Aldir Guedes
Soriano: “o Estado laico também não é confessional. Estado ateu possui um caráter
confessional às avessas. Assim, o Estado laico não é ateu nem muito menos confessional:
ele é neutro – ou, pelo menos, deveria, em tese, ser neutro22”.
22
SORIANO, Aldir Guedes. Estado Laico é Neutro. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 jul. 2007, Opinião, p. 3.
21
santificação do sétimo dia, sábado, e, ao mesmo tempo exercer plenamente a sua
cidadania, mediante o acesso a cargos públicos.
Observa-se que a despeito de não ser objeto da demanda, o resultado também terá
implicações no âmbito do acesso à educação superior por meio de vestibulares ou ENEM,
bem como implicação na própria conclusão dos níveis de ensino fundamental, básico e
superior (é comum ocorrerem reprovações em virtude de freqüência inferior a 75%, pois
determinadas aulas são designadas para ocorrerem entre o pôr-do-sol da sexta-feira e pôr-do-
sol do sábado - sábado bíblico -, sem que se ofereça uma atividade alternativa como
exercícios domiciliares, que são ofertadas no caso de ausência por doença, por exemplo).
Além das citadas leis acima, também tramitam projetos de lei em outras Unidades
da Federação ou municípios, sendo que no âmbito federal, tramitou o projeto de lei nº 5/1999,
ao qual foram apensados os projetos de lei nos. 5666/2001, 7001/2002, 7030/2002, 7125/2002,
2664/2003, 5446/2005, 6304/2005, 6663/2006, 6809/2006 e 8/2007, mas que, após aprovação
por unanimidade nas comissões pertinentes da Câmara dos Deputados, aguardando apenas
23
Era foco da ADI nº 3118, mas que foi extinta por perda objeto, por ter sido revogada antes do julgamento.
24
Objeto da ADI nº 3901, aguardando julgamento.
25
Declarada inconstitucional em 2003 pelo STF, em razão de vicio formal na iniciativa - ADI 2806.
26
Objeto da ADI nº 3714, aguardando julgamento.
22
votação em plenário, foi arquivado em face da não votação ao término daquela legislatura,
conforme preceitua o regimento interno daquela Casa.
De forma bem resumida, referidas leis, projetos, ou ações judiciais, não proíbem
em absoluto a realização da prova aos sábados, mas tão-somente “recomendam” que não
aconteçam nesse dia, pois caso não seja possível tal medida, determinam que ao menos se
garanta o direito ao “confinamento” até o pôr-do-sol, quando então se realizaria a prova.
Nesses termos é que se requer à Suprema Corte que se determine que a data
da prova de Analista do Ministério público da União seja alterada para outro dia que
não o sábado, conforme designado pelo edital. É de se registrar que todos os últimos
concursos do Ministério Público da União se realizaram aos domingos, sendo o turno
matutino para os cargos de analista e o vespertino para o de técnico. Que também a empresa
realizadora do concurso, CESPE tem aplicado semelhante procedimento em outros concursos,
como o realizado no Estado da Bahia pra o Tribunal Regional Eleitoral, com provas pela
manhã para o cargo de Analista (inclusive também com parte objetiva e subjetiva), e de
técnico à tarde.
23
Visando resguardar a integridade espiritual dos candidatos, caso entenda por
essa medida, que também se determine a permissão para que durante as horas sabáticas
(até o pôr-do-sol) tais candidatos possam portar e ler exemplar das Sagradas Escrituras
(bíblia), que deverá ser previamente vistoriada por fiscal, assim como acontece em provas em
que se permite consulta à determinado material, como legislação, a exemplo de exame da
OAB, sendo as mesmas recolhidas quando do início da prova.
Embora represente um custo maior para o órgão que disponibiliza as vagas a serem
preenchidas por via de concurso público, o direito individual à liberdade religiosa do
adventista – no caso, não se submetendo à prova em dia de sábado – não deve ceder
espaço à comodidade da Administração Pública27;
Excelência, parece ser razoável que caso se conceda a medida pleiteada, por
questão de isonomia, a mesma deva ser estendida a outros que professam a mesma fé e
pretendam participar do certame. O que também poderia acarretar em possível prorrogação do
prazo de inscrição, no caso desse julgamento ocorrer após o fim das inscrições em
30/07/2010.
Por essa razão, considerando que assim como em questão de fé não há consenso
sobre qual dia deva ser considerado sagrado, ou mesmo se algum dia deva ser assim
considerado, também não há consenso em relação à forma de cumprir o mandamento da
27
SILVA NETO, Manoel Jorge e, op. cit., p. 129.
24
santificação do sétimo dia. Assim, entendem alguns, como aqueles judeus que pleitearam dia
alternativo para o ENEM, e mesmo alguns adventistas do sétimo dia, que se dirigir ao local da
prova no período sabático e lá permanecer confinado, se estaria transgredindo o quarto
mandamento da lei de Deus.
Dessa forma, caso a alteração do dia seja efetivada se atenderia de forma mais
ampla a todos esses religiosos, mesmo porque, considerando ter a prova duração de 5 horas e
se especulando que se inicie às 13h, a conclusão é que o isolamento acarretará extremo
cansaço físico de mais de 10 horas seguidas em uma sala quase nunca confortável, fazendo
com que o candidato em tese comece seu deslocamento por volta do meio dia, para chegar
antes do fechamento dos portões, às 13h, ficar isolado até por volta das 18h, e, depois de mais
5 horas pra fazer a prova, poderá deixar o local, por volta das 23h, ou seja, quase meia noite.
Será isso algum “privilégio” para tais candidatos que querem manter a fé íntegra? Ou a
vantagem/privilégio estaria do lado daqueles que simplesmente chegarão ao local da prova
para em seguida iniciá-la, tudo num espaço de cerca de 5 horas?
Por outro lado, caso não realizem os impetrantes a prova, perde o objeto o
presente writ, nada mais havendo a discutir, a não ser lamentar a perda de possibilidade de
ingressar no quadro de servidores do MPU, instituição desejada por muitos que anseiam
ingressar no serviço público.
6 - DO PEDIDO
26
2) que, caso concedido o pedido acima, especialmente se for o pedido subsidiário
do “isolamento, se determine à entidade executora do certamente convocação
de interessados na medida;
Dão à causa o valor de R$ 50,00 (dez reais), para efeitos meramente fiscais,
juntando a prova documental que obtiveram.
Nestes termos,
Pedem deferimento.
27
34 ISSN 1677-7042 1 Nº 232, sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Ministério da Educação INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS Art. 2º O ENEM/2009, a ser realizado na forma do art. 1º,
. E PESQUISAS EDUCACIONAIS será aplicado nos dias 05 e 06 de janeiro de 2010, nos horários
ANÍSIO TEIXEIRA estabelecidos abaixo, considerando, para todo território nacional, o
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PIAUÍ PORTARIA N o- 317, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2009 horário de Brasília, de acordo com o seguinte calendário:
DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS I - no dia 05/01/2010 (terça-feira): das 13h às 17h30 - Ca-
O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE ES- derno I (Prova IV: Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Prova
PORTARIA N o- 683, DE 3 DE DEZEMBRO DE 2009 TUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA -
INEP, no exercício de suas atribuições, conforme estabelece o inciso III: Ciências Humanas e suas Tecnologias).
O DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS DA UNIVER- VI, do art. 16, do Decreto nº 6.317, de 20 de dezembro de 2007, e II - no dia 06/01/2010 (quarta-feira): das 13h às 18h30 -
SIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o disposto na Portaria MEC nº 438, de 28 de maio de
tendo em vista o disposto no Ato da Reitoria Nº. 425/08, de Caderno II (Prova I: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; e
18/03/2008, resolve: 1998, que instituiu o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
complementada pela Portaria MEC nº 318, de 22 de fevereiro de Redação, e Prova II: Matemática e suas Tecnologias).
Homologar o resultado do Processo Seletivo para Professor
Substituto, em Regime de Tempo Parcial - TP-20 (vinte) horas se- 2001, e Portaria MEC nº 391, de 07 de fevereiro de 2002, e alterada Art. 3º As normas e os procedimentos que regem o ENEM
manais, na Área de Pediatria, do Departamento de Materno-Infantil, pela Portaria nº 462, de 27 de maio de 2009, resolve: se aplicam, no que couber, ao disposto nesta Portaria.
Centro de Ciências da Saúde, habilitando SIMONE SOARES LIMA Art. 1º O INEP aplicará o Exame Nacional do Ensino Médio
e ANA MARIA CARVALHO FONTENELE, primeira e segunda - ENEM/2009 nas Unidades Prisionais que atendam aos seguintes Parágrafo único. Os casos omissos serão decididos pelo
colocada, respectivamente, classificando ambas para contratação. requisitos: INEP.
(considerando o Edital nº. 09/2009/CCS, de 20.10.2009, publicado
DOU 23.10.2009; o Processo Nº 23111.012766/09-60; as Leis nº.s I - mantenham matriculas em programas especiais de ensino Art 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua apli-
8.745/93; 9.849/99, e 10.667/2003, publicadas em 10/12/93; 27/10/99 médio;
e 15/05/2003, respectivamente). II - tenham cumprido o disposto no artigo 8º da Portaria Inep cação.
nº 109, de 27 de março de 2009; e
ANTÔNIO PÁDUA CARVALHO III - tenham efetuado a inscrição dos seus detentos. REYNALDO FERNANDES
O SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA, substituto, no uso de suas atribuições, considerando o Decreto nº 5.773, de 09/05/2006, com alterações do Decreto nº 6.303, de
12/12/2007, e a Portaria Normativa nº 40, de 12/12/2007, tendo em vista o Despacho nº 79/2009, da Diretoria de Regulação e Supervisão de Educação Profissional e Tecnológica, conforme instrução dos Processos
nº 23000.011533/2009-69 e 23000.023480/2008-48 (20080000312), do Ministério da Educação, resolve:
Art. 1º - Aditar, nos termos do art. art. 10, § 4º, do referido Decreto nº 5.773/2006, combinado com os artigos 57 e 61 da Portaria Normativa citada, exclusivamente no que tange ao local de funcionamento
da instituição de ensino superior e ao número de vagas do curso superior de tecnologia em questão, dos atos autorizativos abaixo especificados, respectivos ao credenciamento da Faculdade de Tecnologia SENAI Belo
Horizonte, mantida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional de Minas Gerais, e ao reconhecimento do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerencias, ofertado pela mesma
Faculdade de Tecnologia.
Ato autorizativo em aditamento Endereço de funcionamento anterior da instituição / Endereço de funcionamento da instituição pós-aditamento / Nº de va-
Nº de vagas totais anuais anterior gas totais anuais pós-aditamento / Turno
Portaria MEC nº.788, de 27/05/2005, D.O.U. de 30/05/2005, e Por- Avenida Afonso Pena, nº 2.918, Funcionários, Município de Belo Avenida Afonso Pena, nº 1.500, Centro, Município de Belo Horizonte,
taria MEC/SETEC nº 42, de 12/02/2008, D.O.U. de 15/02/2008 Horizonte, Estado de Minas Gerais / 80 vagas (Período noturno) Estado de Minas Gerais / 240 vagas (160 vagas noturnas e 80 vagas
diurnas)
ANEXO
Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, Documento assinado digitalmente conforme MP n o- 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a
pelo código 00012009120400034 Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
23/07/2010 G1 > Vestibular e Educação - NOTÍCIAS…
vestibular e educação / enem celular rss
Nesta terça, serão aplicadas, das 13h às 17h30, as provas de ciências da natureza e ciências humanas , com 90
ques tões. Na quarta, os inscritos respondem a 90 questões de linguagens e matemática e fazem a redação, das 13h às
18h30.
Tam bém estão es calados para fazer as provas nes ta terça e quarta os candidatos das cidades de Brejetuba e Itatiba, no
Espírito Santo, prejudicados pelas enchentes nos final de s emana de dezembro em que o exame foi aplicado.
…globo.com/…/0,,MUL1434643-5604,00… 1/1
23/07/2010 Eu Estudante - Correio Braziliense
Enem
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04/12/2009 -
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Ensino Médio Enem será aplicado em presídios nos dias 5 e 6 de
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Notícias Brasília - Os presos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) farão as
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Dicas e Pesquisas Educacionais (Inep) foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (4).
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logístico de segurança do Enem. V oc ê c oncorda c om o fim
Habilidades
Específicas do Exame da OAB?
No dia 5 de janeiro, terça-feira, das 13h às 17h30, serão aplicadas as provas de ciências da
Lista de sim
natureza e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias. No dia 6, quarta-feira,
Aprovados
os presos farão as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas não
Provas tecnologias e também a redação. O horário do exame será das 13h às 18h30.
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Provas As questões serão diferentes das que fazem parte do Enem regular, mas o nível de
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PAS dificuldade da prova será idêntico. De acordo com o Inep, isso vai ser assegurado por meio
do uso de uma metodologia utilizada em avaliações de habilidades e conhecim entos.
Material de Estudo
Estágio O sistema de consulta aos novos locais de prova do Enem regular deste ano está à
disposição dos estudantes, no site do exame. Para saber qual é o local do exame, que será
Redação aplinado neste fim de semana, os candidatos também contam com as informações Curso: Passo
Educação contidas no cartão de confirmação de inscrição, enviado pelos Correios. A busca pode ser a passo da
Profissional feita também pelo telefone 0800 616161.
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Pós-Graduação
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correioweb.com.br/…/noticias.php?id=7… 1/1
ANEXO D – POPULAÇÃO DE ADVENTISTAS E JUDEUS NO BRASIL411
411
IBGE. Banco de Dados Agregados. Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?z=cd&o=7&i=P>. Acesso em: 10 jun. 2007.
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 71.794
Minas Gerais
Judaísmo 2.213
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 41.153
Espírito Santo
Judaísmo 247
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 61.178
Rio de Janeiro
Judaísmo 25.752
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 240.656
São Paulo
Judaísmo 42.174
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 87.954
Paraná
Judaísmo 2.280
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 28.657
Santa Catarina
Judaísmo 462
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 59.443
Rio Grande do Sul
Judaísmo 7.269
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 25.086
Mato Grosso do Sul
Judaísmo 203
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 32.845
Mato Grosso
Judaísmo 135
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 32.311
Goiás
Judaísmo 350
Evangélicas de missão - Igreja Evangélica Adventista 17.248
Distrito Federal
Judaísmo 624
Nota:
“Quase todas as igrejas no mundo celebram os sagrados mistérios [da Ceia do Senhor] no sábado de
cada semana.” Socrates Scholasticus, Eccl. History.
Século I
“Então a semente espiritual de Abraão [os cristãos] fugiram para Pela, do outro lado do rio Jordão,
onde encontraram um lugar de refúgio seguro, e assim puderam servir a seu Mestre e guardar o Seu
sábado.” Eusebius’s Ecclesiastical History
Filo, filósofo e historiador, afirma que o sábado correspondia ao sétimo dia da semana.
Século II
“Os cristãos primitivos tinham grande veneração pelo sábado, e dedicavam o dia para devoção e
sermões(...) Eles receberam essa prática dos apóstolos, conforme vários escritos para esse fim.” D.
T. H. Morer (Church of England), Dialogues on the Lord’s Day, Londres, 1701.
Século II,
III e IV
“Desde o tempo dos apóstolos até o Concílio de Laodicéia [364 d.C.), a sagrada observância do
sábado dos judeus persistiu, como pode ser comprovado por muitos autores, não obstante o voto
contrário do concílio.” John Ley, Sunday A Sabbath, Londres, 1640
Século III
“Pelo ano 225 d.C., havia várias dioceses ou associações da Igreja Oriental, que guardavam o
sábado, desde a Palestina até a Índia.” Mingana Early Spread of Christianity
“Na igreja de Milão (Itália), o sábado era tido em alta consideração. Não que as igrejas do Oriente
ou qualquer outra das restantes que observavam esse dia, fossem inclinadas ao judaísmo, mas elas
se reuniam no sábado para adorar a Jesus, o Senhor do sábado.” Dr. Peter Heylyn, History of the
Sabbath, Londres, 1636
“Por mais de 17 séculos a Igreja da Abissínia continuou a santificar o sábado como o dia sagrado do
quarto mandamento.” Ambrósio de Morbius
Século IV
“Ambrósio, famoso bispo de Milão, disse que quando ele estava em Milão, guardou o sábado, mas
quando passou a morar em Roma, observou o domingo. Isso deu origem ao provérbio: ‘Quando
você está em Roma, faça como Roma faz.’” Heylyn, History of the Sabbath
Pérsia 335-375 d.C. Eles [os cristãos] desprezam nosso deus do Sol.
“Eles [os cristãos] desprezam nosso deus do Sol. Zoroastro, o venerado fundador de nossas crenças
divinas, não instituiu o domingo mil anos antes em honra ao Sol cancelando o sábado do Antigo
Testamento? Os cristãos, contudo, realizam suas cerimônias religiosas no sábado.” O’Leary, The
Syriac Church and Fathers
“Agostinho [cujo testemunho é mais incisivo pelo fato de ter sido um devotado observador do
Século V
domingo] mostra... que o sábado era observado em seus dias ‘na maior parte do mundo cristão’.”
Nicene and Post-Nicene Fathers, série 1, vol. 1, págs. 353 e 354
“No quinto século a observância do sábado judaico persistia na igreja cristã.” Lyman Coleman,
Ancient Christianity Exemplified, pág. 526
“Neste último exemplo, eles [a Igreja da Escócia] parecem ter seguido o costume do qual
encontramos vestígios na primitiva igreja monástica da Irlanda, ou seja, afirmavam que o sábado
era o sétimo dia no qual descansavam de todas as atividades.” W. T. Skene, Adamnan’s Life of St.
Século VI
guardar o sábado... como um dia de descanso. Eles obedeciam literalmente ao quarto mandamento
no sétimo dia da semana.” Jas. C. Moffatt, The Church in Scotland
Disse Gregório I, Papa de Roma (590-604): “Cidadãos romanos: Chegou a meu conhecimento que
certos homens de espírito perverso têm disseminado entre vós coisas depravadas e contrárias à fé
408
O SÁBADO ATRAVÉS DOS SÉCULOS. Disponível em: <http://www.igrejaadventista.org.br/Osabado/te
mas10.asp#>. Acesso em: 27 jun. 2007.
cristã, proibindo que nada seja feito no dia de sábado. Como eu deveria chamá-los senão de
pregadores do anticristo?”
Índia, China, Pérsia, etc. “Abrangente e persistente foi a observância do sábado entre os crentes da
Igreja Oriental e dos Cristãos de São Tomás da Índia, que jamais estiveram ligados a Roma. O
Século
VIII
mesmo costume foi mantido entre as congregações que se separaram de Roma após o Concílio de
Calcedônia, como por exemplo, os abissínios, jacobitas, marionitas e armênios.” New Achaff-
Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, artigo intitulado “Nestorians”
“O papa Nicolau I, no nono século, enviou ao príncipe governante da Bulgária um extenso
Século IX
documento dizendo que se devia cessar o trabalho no domingo, mas não no sábado. O líder da
Igreja Grega, ofendido pela interferência do papado, declarou o papa excomungado.” B. G.
Wilkinson, Ph.D., The Truth Triumphant, pág. 232
Século X
“Os seguidores de Nestor não comem porco e guardam o sábado. Não crêem em confissão auricular
nem no purgatório.” New Schaff-Herzog Encyclopedia, artigo “Nestorians”
Século XI
Sobre os valdenses, em 1120: “A observância do sábado... é uma fonte de alegria.” Blair, History of
the Waldenses, vol.1, pág. 220
França: “Por vinte anos Pedro de Bruys agitou o sul da França. Ele enfatizava especialmente um dia
de adoração reconhecido na época entre as igrejas celtas das ilhas britânicas, entre os seguidores de
Paulo, e na Igreja Oriental, isto é, o sábado do quarto mandamento.” Coltheart, pág. 18
“Contra os observadores do sábado, Concílio de Toulouse, 1229: Canon 3: Os senhores dos
Século
diversos distritos devem procurar diligentemente as vilas, casas e matas, para destruir os lugares que
XIII
servem de refúgio. Canon 4: Aos leigos não é permitido adquirir os livros tanto do Antigo quanto
do Novo Testamentos.” Hefele
“Em 1310, duzentos anos antes das teses de Lutero, os irmãos boêmios constituíam um quarto da
população da Boêmia, e estavam em contato com os valdenses, que havia em grande número na
Século
XIV
Liechtenstein: “Os sabatistas ensinam que o dia de repouso, o sábado, ainda deve ser guardado.
Dizem que o domingo [como dia semanal de descanso] é uma invenção do papa.” Wolfgang Capito,
Refutation of the Sabbath, c. de 1590
Índia: “Francisco Xavier, famoso jesuíta, chamado para a inquisição que foi preparada em Goa,
Índia, em 1560, para verificar ‘a maldade judaica, a observância do sábado’.” Adeney, The Greek
and Eastern Churches, págs. 527 e 528
Abissínia: “Não é pela imitação dos judeus, mas em obediência a Cristo e Seus apóstolos, que
observamos este dia [o sábado].” De um legado abissínio na corte de Lisboa, 1534, citado na
História da Igreja da Etiópia, de Geddes, págs. 87 e 88.
nos séculos dezessete e dezoito.” Dr. Brian W. Ball, The Seventh-Day Men, Sabbatarians and
Sabbatarianism in England and Wales, 1600-1800, Clarendon Press, Oxford University, 1994
Alemanha: “Tennhardt de Nuremberg adere estritamente à doutrina do sábado, por ser um dos dez
mandamentos.” J. A. Bengel, Leben und Wirken, pág. 579
Século XVIII
primeiro lugar, porque a Bíblia o ensina, e, em segundo, porque seus ancestrais o guardavam como
dia de culto.” A Critical History of Sabbath and Sunday.
Em 1844 surgiu nos Estados Unidos o movimento que, anos depois, teria a denominação de
Adventistas do Sétimo Dia, de âmbito mundial.