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Somos todos criminosos

A legislação e falta de políticas públicas para o acesso da produção intelectual fazem de professores e
estudantes infratores da lei

por Talyta Singer

Marcos chega a UFMT às sete e meia todos os dias. Na aula daquele dia o professor assistiu com a
turma um documentário e ao final da aula pediu que os alunos tirassem xerox do capítulo de um livro que
estava na copiadora do bloco. Por e-mail, ele recebeu um artigo científico que um amigo enviou para que
fizessem um trabalho de outra disciplina. Antes de almoçar, ele viu no YouTube o trecho de um filme
antigo para perceber como eram os movimentos de câmera. Todas as atividades de Marcos nessa
manhã foram ilegais. Mas Marcos não existe, é apenas um personagem fictício. Ele, como a maior parte
dos estudantes e professores, infringe todos os dias vários artigos da Lei 9.610, a Lei do Direito Autoral
(LDA).

A Lei de Direito Autoral brasileira foi promulgada em 1998 em substituição a uma lei anterior, de 1973, e
até hoje não sofreu alterações. Seus 115 artigos foram criados para proteger direitos de autor sobre
obras intelectuais e tem como princípio central que toda a utilização deve ser expressamente autorizada
por ele. A lei considera que são “obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por
qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no
futuro”, em citação literal do texto jurídico.

Um estudo realizado pela organização Consumers International a considera uma das leis mais rígidas do
mundo por suas restrições que dificultam o acesso a cultura e ao conhecimento. O estudo comparou a
nossa legislação com a de outros 34 países e ficamos com o sétimo pior lugar. A pesquisa está acessível
no endereço www.a2knetwork.org, em inglês.

Na Suécia, por exemplo, os autores, ou um intermediário, detém o direito patrimonial e de exploração


comercial das obras, mas existem um grande número de usos livres, principalmente para fins
educacionais ou científicos. As exceções e limitações das leis preservam os usos socialmente relevantes
das obras intelectuais e permitem o acesso aos textos de leis e decisões judiciais, a livre crítica artística,
política e literária, a pesquisa científica e o livre uso de materiais na educação.

Na contramão, a lei brasileira não permite, por exemplo, copiar músicas de um CD para o computador ou
tocador de MP3, exibir filmes para fins pedagógicos e nem tirar cópias de livros, mesmo daqueles com
tiragem esgotada e para fins educacionais. As grandes limitações da lei e falta de exceções faz com que
instituições de preservação do patrimônio cultural, como bibliotecas e cinematecas, não possam tirar
cópias para preservar obras que estão deteriorando.

Apesar de a lei afirmar que, no domínio das ciências, o conteúdo científico ou técnico está livre de
proteção, ela recaí sobre a forma literária e artística das obras, ou seja, nos livros, filmes ou qualquer tipo
de registro, materiais essenciais para a produção científica. O artigo 46 da LDA só permite a reprodução
de pequenos trechos para uso privado e sem o intuito de lucro, sem explicitar o que é um pequeno
trecho. A Associação Brasileira de Direitos Autorais Reprográficos (ABRD), órgão que representa
algumas editoras, entende que não se deve copiar nenhum trecho essencial e que as cópias não podem
ser solicitadas em fotocopiadoras.

Uma revisão da lei está em andamento, e o Ministério da Cultura abriu uma consulta pública para
sugestões de alteração no texto da legislação, acessível em www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral. O
prazo para apresentação de propostas vai até o dia 28 de julho de 2010. Mas é importante lembrar que a
Lei de Direito Autoral só se estende a produção científica e cultural. O campo da tecnologia e das
invenções, outro foco da produção dos pesquisadores, é regido pela Lei de Propriedade Industrial.

Tecnologia e Propriedade Industrial

A Lei de Propriedade Industrial (LPI), nº 9.279, foi promulgada em maio de 1996 e ao longo do tempo
sofreu emendas principalmente nos artigos que tratam das descobertas químicas e biológicas, ou seja,
dos fármacos e da genética. Essa parte do código civil se destina a proteger às invenções em todos os
domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às
marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais,
além da proteção contra a concorrência desleal. A LPI funciona como um mecanismo jurídico para
permitir aos inventores a exploração comercial exclusiva sobre suas criações. Os direitos industriais
geram os famosos royalties, pagamentos feitos ao criador para exploração da criação. É o que acontece,
por exemplo, quando para fazer um celular uma empresa paga royalties para aquela que inventou e
produz a bateria que vai usada no aparelho.

O objetivo da lei é impedir que terceiros, sem o consentimento do inventor, produzam, usem ou vendam
o que está patenteado. O uso livre do pagamento de royalties pode acontecer para estudos e
experiências científicas e tecnológicas, desde que sem fim comercial. Pode-se questionar o sistema de
patentes pelos direitos exclusivos, mas ao impedir a criação de invenções idênticas, a lei incentiva a
criação de novas invenções e o avanço tecnológico. E vale dizer, que o prazo de patente é de 20 anos
para invenções e 15 para modelos de utilidade, prazos curtos se comparados ao propriedade intelectual
que é de 70 anos. O registro das patentes é feito através do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
(INPI) e somente após a concessão é que o inventor tem direito à exploração econômica com
exclusividade.

Desde a aprovação da Lei nº 10.973, a Lei de Inovação Tecnológica, em 2004, as Instituições Científica
e Tecnológicas passaram a criar Núcleos para a gestão do conhecimento e da tecnologia produzidos. Na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Escritório de Inovação Tecnológica funciona desde
2009 sob a coordenação do professor Josiel Figueiredo. Uma das dimensões de trabalho do EIT é
fortalecer a interação entre a produção interna e as empresas; e a promover a chamada inovação
tecnológica, nada mais do que levar e aplicar na sociedade os conhecimentos desenvolvidos dentro da
UFMT. Vinculado a Pró-reitoria de Pesquisa, o EIT faz com que se altere uma lógica antiga na produção
científica, a publicação de artigos. “Mais do que pensar só em artigos e papers, é pensar se a gente
consegue fazer esse conhecimento virar produto na sociedade”, diz o coordenador.

Outra dimensão é proteger o conhecimento, via patente ou direito autoral, antes que ele seja publicado.
“Só depois de protegido a gente pode realmente publicar e divulgar. Isso esbarra no modelo tradicional.
A gente quer tirar a burocracia que essas questões envolvem para o professor e na hora de gerar uma
patente o escritório que tem que cuidar de tudo isso” explica Figueiredo. Nesse momento, o Escritório
procura mobilizar empresários e mostrar que a universidade pode desenvolver tecnologia. “A gente tem
dois mundos, um fala grego e o outro fala espanhol. E a gente está nesse meio, uma hora falando de um
jeito com o pesquisador, outra hora falando de outro jeito com o empresário.”, conta Figueiredo. É
nessas relações de parceria entre universidade e iniciativa privada ou outras instituições de ensino que o
EIT vai trabalhar para fazer a gestão do conhecimento produzido também em parceiras para definir a
quem pertence a patente gerada e quais são as porcentagens de cada participante. Vale lembrar que,
conforme o estabelecido na lei, a titularidade de toda a produção gerada por estudante, professor ou
técnico é da UFMT, e o inventor recebe apenas parte dos royalties.

Antes de qualquer registro, no entanto, são os muitos os contextos a serem considerados para escolher
o modelo de licenciamento de uma produção acadêmica. A UFMT é quem faz a escolha das patentes a
serem geradas, mas elas precisam atender a diversos critérios de ineditibilidade e possibilidade de uso
em larga escala previstos em lei. A política da universidade ainda é cuidar para que a proteção aconteça
apenas para evitar casos de apropriação e uso indevidos, já que as patentes são públicas e podem ser
consultadas. Além do que, apenas em casos excepcionais elas geram lucros.

Pelo pouco tempo de implantação do EIT, ele ainda afirma que a política do escritório é passiva, apenas
apurando denúncias e atuando conforme demanda. " A lei obriga a criação (dos núcleos de inovação)
mas não cria vagas de concurso para a o trabalho. E professores precisam cumprir a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação), dar aula, pesquisar e ainda assumir funções nessa área. Uma
realidade de todas as universidades.", explica Figueiredo.

O professor, que está vinculado ao Instituto de Computação, também acredita que a UFMT tem uma
postura bastante flexível quanto aos direitos intelectuais e ele próprio é um defensor das tecnologias
livres. "Particularmente, eu penso que o conhecimento é da humanidade. Se tivemos a sorte ou
batalhamos para sermos doutores foi porque a sociedade contribuiu, e eu uso o conhecimento de todo
mundo o tempo todo." Assim, ele explica que a patente é apenas a proteção de um conhecimento
público e apesar de a UFMT não ter uma política de uso de tecnologias livres, como o software livre, por
exemplo, ele afirma que o Instituto de Computação está "há anos-luz na frente, disponibilizamos nossa
produção de forma que todo mundo possa usar, dadas as devidas referências.".

É importante lembrar que as tecnologia livres são aquelas de licenciadas de forma flexíveis, que pré-
autorizam a cópia e a distribuição dos produtos. Copiar ou redistribuir uma obra dessas é um uso legal, o
que é diferente de pirataria.

Pirataria x Uso justo


No Brasil, o termo pirataria foi definido juridicamente pelo Decreto no 5.244 de 2004, que criou o
Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP). Segundo o artigo 1º, parágrafo único dessa norma,
pirataria é a violação de direitos autorais tratada pelas leis 9.610 de 1998 (lei de direitos autorais) e 9.609
de 1998 (lei de proteção da propriedade intelectual de programas de computador). Assim, pirataria é o
que fazemos quando baixamos um programa ou copiamos um trecho de um livro.

A Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral lançou em maio um caderno de textos que ajudam a
entender a atual legislação de direitos intelectuais e aponta que no caso dos livros, o que a lei
caracteriza como pirataria são os usos possíveis de materiais já pagos pelos contribuintes. Segundo o
caderno, as editoras comerciais tem isenção de impostos que incidem principalmente sobre o papel e ás
vezes toda a cadeia produtiva dos livros, 10% do mercado editorial de livros científicos é de editoras
universitárias públicas e que o governo é responsável pela compra de 60% da produção de livros
didáticos no país. Além disso, é bom lembrar que professores de universidades públicas, autores de boa
parte dos livros científicos publicados, tem seus salários pelo governo através de impostos, suas
pesquisas financiadas por agências como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) e a FAPEMAT (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Mato Grosso) e trabalham
em laboratórios mantidos pelas universidades com verbas públicas.

A maior crítica da Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral a atual legislação é que ela não favorece
nem o autor. Já que grande parte das editoras de livros, gravadoras de música ou distribuidoras de
filmes detém os direitos das obras lançadas por elas. E assim, mesmo que não haja dúvidas de que os
autores e artistas devem ser reconhecidos e remunerados a lei só dificulta e torna ilegal o acesso ao
conhecimento.

As situações em que consumir um bem cultural ou educativo se torna um crime são muitas e só
aumentaram com a popularização das tecnologias digitais. A mais nova questão é a dos leitores digitais
de livros. Fazer uma cópia de um conteúdo em qualquer formato (texto, áudio ou vídeo) ficou mais fácil e
é impossível distinguir o arquivo original da cópia. A legislação não considera a ampliação do acesso às
obras científicas e culturais possibilitadas, principalmente pela Internet, e considera a maior parte do
consumo como simples pirataria. Nesse contexto começaram a surgir iniciativas de proteção dos direitos
do autor cabíveis dentro da legislação mas onde copiar e redistribuir não configura crime, são as
chamadas licenças flexíveis. As duas mais conhecidas são o Creative Commons, para obras intelectuais,
e a GLP para software.

O Creative Commons (CC) foi lançado em 2002 nos Estados Unidos com a criação de licenças fáceis de
entender, sem textos jurídicos. Participaram de sua criação juristas e intelectuais de universidades como
Berkrman e Harvard e o MIT (Massachusetts Institute of Technology). No Brasil, o CC é mantido pelo
Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas.
As licenças estão disponíveis gratuitamente e online no site www.creativecommons.org.br, onde o autor
pode escolher com quais critérios deseja distribuir sua obra. É possível escolher se ela pode copiada e
distribuída com ou sem fins comerciais, se pode ser editada, se é necessário dar crédito ao autor, se as
criações derivadas também precisam ser distribuídas por licenças CC. Em resumo, as licenças deste tipo
substituem o "todos os direitos reservados" por alguns direitos reservados em obras com livros, filmes,
textos, áudios, fotografias e imagens. O Ministério da Cultura usa em seu site uma licença CC, assim
como o portal de revistas científicas SciELO.

Já a GLP é mais antiga. Foi criada na década de 1980 por Richard Stallman com o nome de GNU
General Public License (Licença Pública Geral), ou simplesmente GLP. Essa licença se aplica para os
softwares livres, programas de computador que disponibilizam seus códigos-fonte, o que permite sua
alteração por qualquer programador. A GPL foi popularizada ao ser usada no sistema operacional livre
GNU/Linux, que é de distribuição gratuita e uma alternativa aos sistemas privados como o Windows e o
Mac OS. A GPL baseia-se em quatro liberdades: a de executar um programa para qualquer propósito, a
liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo as necessidades, de distribuir cópias de
modo a ajudar o próximo e a liberdade de aperfeiçoar o programa para que todos se beneficiem deles. A
GPL permite que programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo os créditos ao seus autores.
Além do custo zero, a flexibilidade, leveza e grande comunidade de programadores que trabalha em
softwares desse tipo, eles são alternativas a maior parte dos programas privativos, que tem alto custo e
são protegidos integralmente pela legislação de direito autoral.

O maior questionamento para a adoção das licenças flexíveis é a remuneração dos autores. Se o
conteúdo é livre para distribuição e cópia, como gerar lucro a partir das obras? As novas tecnologias vem
provando que um autor reconhecido por sua obra constrói seu capital a partir dela, e não com ela. É o
caso de Juliano Spyer, autor dos livros "Conectado", "Tudo que você precisa saber sobre o Twitter" e
organizador do livro "Para entender a Internet". O primeiro livro foi lançado pela editora Jorge Zahar de
forma tradicional. Os outros dois foram publicados em seu blog, naozero.com.br, licenciados em Creative
Commons. A receita gerada pela primeira publicação foi recebida em pequenas parcelas ao longo de
dois anos em que a tiragem de três mil livros foi vendida. "Para entender a Internet" teve três mil
downloads nos primeiros cinco dias depois da publicação, enquanto "Tudo que você precisa saber sobre
o Twitter" teve quinze mil downloads nos dez primeiros dias. As publicações gratuitas não geraram
renda, mas levaram o nome de Spyer para muitas pessoas. Hoje ele é reconhecido pelas publicações,
citado em muitos trabalhos, convidado para dezenas de palestras por ano e contratado para prestar
assessoria, atualmente na equipe de comunicação da candidata Marina Silva. A renda vem dos trabalhos
que só foram possíveis pela reputação que Spyer recebeu com a publicação de seus livros.

Ciência pública

A tecnologia digital facilitou o processo de produção de produção em todas as mídias e motivou muitos
autores a distribuírem sua produção pela Internet. Praticamente todas as revistas científicas usam a rede
para publicar suas edições e os congressos para publicar os trabalhos apresentados. Mas a publicação
não é garantia de acesso. Um dos projetos brasileiros nesse sentido é o SciELO (www.scielo.br),
Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica em Linha). Ele é um produto da
cooperação entre a FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), BIREME
(Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), financiado com recursos
do CNPq e que está em funcionamento desde 1998. O SciELO reúne mais de 260 mil artigos publicados
em revistas científicas de 15 países. Todo o conteúdo está licenciado por Creative Commons, mas a
publicação online e a licença flexível não garantem o acesso. Em uma primeira visita é difícil encontrar
os campos de busca e a navegação é pouco intuitiva, o que não faz do projeto menos memorável.

A maior parte dos pesquisadores publicam seus artigos, com ou sem patentes, em revistas e periódicos
espalhados por repositórios sem conexão. Poucas são as universidades que mantém bancos de dados
acessíveis com sua produção. Na UFMT, as monografias, teses e dissertações estão disponíveis para
leitura na biblioteca central de onde não podem ser retiradas. Online, a Pró-reitoria de Pesquisa mantém
uma relação dos grupos de pesquisa e anualmente lança um catálogo impresso com informações sobre
os participantes do grupo e os nomes dos trabalhos por eles desenvolvidos. Os trabalhos em si,
precisam ser buscados na Internet. O coordenador de pesquisa da UFMT, Reginaldo Brito, afirma que a
produção do catálogo é difícil já que os pesquisadores demoram em atualizar suas informações, mas ele
acredita na criação de mais canais de interação com o público externo como uma prestação de contas a
sociedade que mantém a universidade e as pesquisas.

E para a ciência, acesso é fundamental. A produção científica consiste, em grande parte, do


processamento de informação. Percebendo a estreita ligação entre direito autoral e acessibilidade
nasceu o movimento Students for Free Culture. O grupo reúne estudantes americanos de diversas
universidades, que com a criação de diretórios locais, buscam implantar repositórios abertos da
produção intelectual. O mais conhecido é o Open Course Ware do MIT (Massachusetts Institute of
Technology) um diretório dentro do site do Instituto onde são publicados conteúdos dos cursos
oferecidos em diversas mídias, além de resultados de pesquisas. Tudo é licenciado em Creative
Commons e o acesso pode ser feito por qualquer pessoa através do endereço www.ocw.mit.edu, sem a
necessidade de cadastros. Iniciativas deste tipo lembram que o conhecimento precisa ser público,
acessível e estar dentro da lei.

Na UFMT está em desenvolvimento uma plataforma para troca de arquivos entre estudantes e
professores. O projeto ainda é inicial mas deve ser acessível apenas para usuários registrados com
número de matrícula. O professor Josiel Figueiredo aponta que a universidade tem pessoal técnico
capacitado para o desenvolvimento de tecnologias nesse sentido. "O grande problema é a equipe, ela
tem formação para implantação, mas a demanda de trabalho é imensa. O novo site demorou um ano e
ainda não saiu. O pessoal é qualificado, mas não temos pessoal suficiente. O problema é generalizado,
se precisa de advogado, contador ou médico contrata-se quantos precisarem. Quando você precisa de
pessoal de tecnologia da informação sempre tem um vizinho que sabe mexer. Ainda temos um longo
caminho até sermos valorizados de verdade. Tecnologia é vista como um gasto não como um
investimento.".

Enquanto novos projetos não aparecem, é preciso esperar que as alterações na Lei de Direito Autoral
aconteçam. E até que as mudanças não sejam aprovadas ou novas tecnologias sejam adotadas para a
descentralização do conhecimento, grande parte da produção intelectual continuará sendo utilizada de
forma ilegal, não respeitando autoria, com prejuízos as empresas e sem controle. Entre as mudanças
propostas para a lei, a mais significativa está no parágrafo terceiro: "Na interpretação e aplicação desta
Lei atender-se-á às finalidades de estimular a criação artística e a diversidade cultural e garantir a
liberdade de expressão e o acesso à cultura, à educação, à informação e ao conhecimento,
harmonizando-se os interesses dos titulares de direitos autorais e os da sociedade". Ou seja, a lei deve
servir para fazer da produção intelectual uma ferramenta de acesso a educação e a fruição cultural, e
não um crime.

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