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CONCEITOS E DEFINIÇÕES DO UNIVERSO DA MODA

PAULA PEREZ SANCHES

Resumo: Uma reflexão sobre os conceitos e definições dos termos do universo da


moda.

Palavras-chave: Moda, Indumentária, Vestimenta, Conceitos, Antimoda.

Introdução

A moda, como todos os fenômenos culturais, mostra-se resistente a ser


aprisionada em um significado. Termos como adorno, vestimenta e estilo também são
resistentes, geralmente sendo tratados como sinônimos do primeiro.

Estes e outros termos formam uma teia que cria esta confusão. Para compreender
o que cada termo significa, deve-se estudar as relações entre eles e o que os diferencia.

Segundo o Dicionário Aurélio, moda é o uso passageiro que rege, de acordo com
o gosto do momento, a maneira de viver, de vestir etc. Também identifica moda como
fantasia, gosto, maneira ou modo segundo o qual cada um faz as coisas.

De acordo com essa definição, a moda é efêmera (passageira), que se faz valer
de acordo com os modos do momento. Mas moda é mais do que isso.

Para compreender seu significado de forma mais concisa, deve-se partir da


etimologia da palavra.

O termo fashion (moda) deriva do latim factio, que significa fazendo ou


fabricando. Assim, o sentido original da palavra remetia a uma atividade, um fazer.

O sentido original também se refere a idéia de fetiche, uma vez que facere (fazer
ou fabricar) também é raiz da palavra fetiche.
O termo moda, como modo de fazer, foi descaracterizado e adquiriu novos
significados, assim como o termo design.

No Oxford Dictionary podem-se encontrar nove sentidos diferentes para a


palavra fashion, desde “a ação ou processo de fazer”, “forma”, passando por “maneira
ou conduta” até “uso convencional da vestimenta”.

Para Anne Hollander, em seu livro O sexo e as Roupas: a evolução do traje


moderno, “moda” significa a variedade momentânea das roupas. Para ela, “moda” é o
que aparece nos meios de comunicação e nas coleções de estilistas nas lojas, após terem
sido mostradas na passarela. Para a autora, novas posturas e temas florescem até
murchar ou serem suplantados por outros, indicando aqui, o ciclo da moda.

Assim como a palavra moda, termos antes acima citados como adorno, estilo,
vestimenta e indumentária, podem ser utilizados como verbo ou substantivo. E,
dependendo do seu uso, seu significado poderá não ser o mesmo.

Para Carlos Gardin, autor do artigo O corpo mídia: modos e moda, a moda é
linguagem, indica uma forma de expressão de comunicação. Partindo deste ponto de
vista, o usuário, ao escolher determinada roupa, cor ou adereço, expressa uma atitude,
um comportamento, podendo também expressar sua adesão a determinada “tribo” e,
consequentemente, sua oposição a outras.

Se tratarmos moda como linguagem, encontramos um campo onde é possível


determinar algumas significações mais precisas.

Malcolm Barnard, autor de Moda e Comunicação, aborda a moda neste


contexto.

Para o autor, se moda é expressão, então ela deve seguir duas tendências sociais
para se estabelecer. Aqui, Malcolm cita Simmel. Para o segundo, a moda não poderá se
formar sem estas duas tendências. A primeira compreende a necessidade de união. A
segunda, o anseio pelo isolamento.
Ou seja, para que a moda aconteça, o conflito entre a adaptação a sociedade e o
afastamento individual deve existir. Wilson ressalta esse paradoxo ao escrever que
“queremos ser com os nossos amigos, mas não queremos ser clones”.

A frase de Wilson compreende muito bem este conflito e exemplifica-o.

Assim, se o termo moda é difícil de ser aprisionado em um significado, sua


relação com os indivíduos torna sua compreensão mais clara. Sendo linguagem, ela
comunica. Comunicando, ela expressa algo, seja esse algo individual ou coletivo.

Para melhor compreender o termo, revelando a sua relação com os indivíduos,


torna-se importante a compreensão de um outro termo, antimoda. Talvez, ao
exemplificar o que é antimoda, lance-se uma luz sobre o termo moda.

Malcolm cita Flügel para exemplificar essa distinção. Para Flügel, existem dois
tipos de indumentária, a “fixa” e a “donairosa” (ou elegante). Basicamente, a
indumentária fixa é aquela que muda vagarosamente com o tempo, mas varia
grandemente no espaço, ou seja, seu valor depende da sua permanência. Pode-se citar
aqui a indumentária medieval, que sofreu pouquíssimas alterações durante mil anos. Já
o traje elegante muda muito rapidamente com o tempo, mas varia pouco no espaço, ou
seja, por se difundir muito rapidamente, não varia no espaço.

Polhemus e Procter identificam a indumentária fixa com antimoda e a


indumentária elegante como moda. Os autores exemplificam estes termos ao analisarem
duas túnicas, ambas do ano de 1953. A primeira, a túnica utilizada na coroação da
rainha Elizabeth II, a segunda, uma túnica da coleção Dior.

A túnica utilizada na coroação da rainha constitui um item antimoda, por


enfatizar a continuidade, a manutenção do status quo. A túnica da coleção de Dior
constitui um item de moda, pois suas coleções objetivam a descontinuidade e a
mudança. Antes da túnica da coleção de 1953, houve outra linha que foi sucedida pela
túnica e que também, posteriormente, foi sucedida por outra linha ou coleção.

Assim, a antimoda trabalha com um modelo de tempo que deseja que as coisas
permaneçam como estão, diferentemente da moda, que trabalha com um modelo de
tempo que sempre se renova, muda.
Erika Palomino exemplifica muito bem o termo moda em seu livro A Moda.

Resumindo, Erika Palomino relaciona a moda com as mudanças. A autora


também afirma que estas mudanças foram aos poucos acelerando a partir do fim da
Idade Média e início do Renascimento. A moda também passou a expressar idéias e
sentimentos.

Considerações finais

De acordo com tudo o que foi exposto, a moda não só deixou de significar uma
determinada coisa, um determinado modo de fazer, mas também agregou diversos
outros significados ao seu universo. Abrangendo, especialmente, conceitos de tempo,
mudança, linguagem e expressão.
Referências citadas e consultadas

BARNARD, Malcolm. Moda e comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.

GARDIN, Carlos. O corpo mídia: modos e moda. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de,
CASTILHO, Kathia (orgs.). Corpo e moda: por uma compreensão do
contemporâneo. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008.

HOLLANDER, Anne. O Sexo e as roupas: a evolução do traje moderno. Rio de


Janeiro: Rocco, 1996.

PALOMINO, Erika. A moda. São Paulo: Folha Explica, 2002.

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