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Introdução
Estes e outros termos formam uma teia que cria esta confusão. Para compreender
o que cada termo significa, deve-se estudar as relações entre eles e o que os diferencia.
Segundo o Dicionário Aurélio, moda é o uso passageiro que rege, de acordo com
o gosto do momento, a maneira de viver, de vestir etc. Também identifica moda como
fantasia, gosto, maneira ou modo segundo o qual cada um faz as coisas.
De acordo com essa definição, a moda é efêmera (passageira), que se faz valer
de acordo com os modos do momento. Mas moda é mais do que isso.
O sentido original também se refere a idéia de fetiche, uma vez que facere (fazer
ou fabricar) também é raiz da palavra fetiche.
O termo moda, como modo de fazer, foi descaracterizado e adquiriu novos
significados, assim como o termo design.
Assim como a palavra moda, termos antes acima citados como adorno, estilo,
vestimenta e indumentária, podem ser utilizados como verbo ou substantivo. E,
dependendo do seu uso, seu significado poderá não ser o mesmo.
Para Carlos Gardin, autor do artigo O corpo mídia: modos e moda, a moda é
linguagem, indica uma forma de expressão de comunicação. Partindo deste ponto de
vista, o usuário, ao escolher determinada roupa, cor ou adereço, expressa uma atitude,
um comportamento, podendo também expressar sua adesão a determinada “tribo” e,
consequentemente, sua oposição a outras.
Para o autor, se moda é expressão, então ela deve seguir duas tendências sociais
para se estabelecer. Aqui, Malcolm cita Simmel. Para o segundo, a moda não poderá se
formar sem estas duas tendências. A primeira compreende a necessidade de união. A
segunda, o anseio pelo isolamento.
Ou seja, para que a moda aconteça, o conflito entre a adaptação a sociedade e o
afastamento individual deve existir. Wilson ressalta esse paradoxo ao escrever que
“queremos ser com os nossos amigos, mas não queremos ser clones”.
Malcolm cita Flügel para exemplificar essa distinção. Para Flügel, existem dois
tipos de indumentária, a “fixa” e a “donairosa” (ou elegante). Basicamente, a
indumentária fixa é aquela que muda vagarosamente com o tempo, mas varia
grandemente no espaço, ou seja, seu valor depende da sua permanência. Pode-se citar
aqui a indumentária medieval, que sofreu pouquíssimas alterações durante mil anos. Já
o traje elegante muda muito rapidamente com o tempo, mas varia pouco no espaço, ou
seja, por se difundir muito rapidamente, não varia no espaço.
Assim, a antimoda trabalha com um modelo de tempo que deseja que as coisas
permaneçam como estão, diferentemente da moda, que trabalha com um modelo de
tempo que sempre se renova, muda.
Erika Palomino exemplifica muito bem o termo moda em seu livro A Moda.
Considerações finais
De acordo com tudo o que foi exposto, a moda não só deixou de significar uma
determinada coisa, um determinado modo de fazer, mas também agregou diversos
outros significados ao seu universo. Abrangendo, especialmente, conceitos de tempo,
mudança, linguagem e expressão.
Referências citadas e consultadas
GARDIN, Carlos. O corpo mídia: modos e moda. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de,
CASTILHO, Kathia (orgs.). Corpo e moda: por uma compreensão do
contemporâneo. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008.