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Houve uma ocasião quando um fariseu convidou a Jesus para um jantar. O que era
de se estranhar, pois os fariseus viviam encrencando com Cristo. Teria sido aquela uma
atitude excepcionalmente simpática de um fariseu em relação a Jesus ou não passaria de
mais uma das inúmeras ciladas com intuito de desmoralizá-lo? Aparentemente, Jesus
estava sendo tratado como um grande mestre vindo fora, pois um banquete público havia
sido preparado, onde convidados especiais se reclinariam à mesa enquanto a maioria da
vizinhança ficaria ao redor para assistir aos debates entre o mestre visitante e os mestres
locais. Mas, espantosamente, o anfitrião negligenciou as honrarias da casa ao ilustre
convidado. Receber com um beijo, providenciar água para a lavagem dos pés e ungir a
cabeça com óleo eram a maneira correta de dar as boas vindas na cultura daquela época.
A negligência do fariseu foi proposital com intuito de envergonhar e desmoralizar a pessoa
de Jesus diante de toda aquela comunidade.
Jesus não reagiu com grosseria. Aceitou pacificamente aquela humilhação.
Enquanto isto, uma mulher, indignada com o desprezo demonstrado a Jesus, se aproxima
dele, e, agindo como se fosse uma serva, passa a lavar os pés de Jesus com suas
lágrimas e a enxugá-los com seus cabelos. Ela também beija os seus pés e derrama
sobre eles um vidro precioso de perfume. O fariseu, malicioso, julga que Jesus não
possuía discernimento espiritual para constatar que a mulher não passava de uma
prostituta.
O fariseu chama a mulher de pecadora, pois ele não se julgava pecador. Ele
achava que não fazia nada de muito errado e que portanto não carecia tanto assim de
perdão e misericórdia. Já a mulher se via como pecadora e estava muito agradecida a
Cristo pelo perdão e nova oportunidade de vida que encontrara em Cristo. Os atos
daquela mulher revelam sua fé e o seu grande amor e devoção. A omissão daquele
homem revela sua falta de fé e consideração a Jesus como Senhor e Salvador. Desprezar
o Salvador é desfazer-se da única esperança de se livrar da condenação do Juízo Final.
E, nesta história, com quem é que nós mais nos identificamos? Estamos cônscios
dos nossos pecados e nos sentimos eternamente gratos a Jesus por seu perdão que
transborda da cruz ou nos assemelhamos ao fariseu em sua presunção espiritual e não
sentimos tanta necessidade de perdão? O que é que revelam as nossas ações em
relação a Cristo? Muito amor e gratidão ou pouco amor e até mesmo descaso?