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Linhas Gerais sobre a Historia da Universidade Conimbricense. Das suas origens 4 Reforma Universitaria Pombalina de 1772. Com a colaboracdo de Jorge Freitas * Parte A Universidade Portuguesa. Da sua fundagao e funcionamento durante a Idade Média. Quando em meados de 2007 projectei realizar um trabalho intitulado «Relance sobre o ensino em Portugal no periodo anterior d fundagdo da Universidade», e que foi publicado neste Suplemento, em 3, 10, 17, 24 ¢ 31 de Janeiro de 2008, era, minha intengio prosseguir no tema do ensino no nosso Pais. Porém, agora, ¢ também em relance, esboco ou linhas gerais, como ndo podia deixar de ser, especifiquei o tema, tentando fazer uma breve abordagem da Histéria da Universidade Portuguesa, desde as suas origens até @ sua primeira grande inovagao: a Reforma Universitéria Pombalina de 1772. Assim, tratando-se de um tema demasiado complexo e inesgotdvel, devo esclarecer, desde jd, que este estudo nao pretende ser mais do que uma pequena sintese construida sobre elementos jé conhecidos, uns mais outros menos, tentando conseguir uma exposigdo historica limitada as suas linhas gerais e, mesmo assim, com grandes lacunas 0 que, também, ndo podia deixar de ser. Numa Instituig&o que tem atras de si mais de sete séculos de histéria, 0 que equivale a afirmar que tem muito para contar, no se pode estranhar que sejam passados em claro, ou sé tocados pela rama, alguns pontos que mereciam outra atengao, no entanto, varios condicionalismos a isso obrigam, sem esquecer as minhas réprias limitagaes Concluindo este breve intréito, direi que a elaboracdo deste trabalho, tem como principal objectivo tornd-lo inteligivel, dirigindo-o a generalidade do piiblico e nao, obviamente, a especialistas. Por critério que adoptei, as partes constantes deste estudo serdo publicadas espacadamente, porquanto, embora ligadas, poderdo ser compartimentadas. Carlos Jaca 1 As Universidades europeias. Uma criacao do espirito medieval. ‘A Alta Idade Média nao deixou de dar continuidade & tradigo escolar do mundo romano, porquanto, sob a égide da Igreja floresceram altos centros de estudo, onde a Teologia, o Direito, a Medicina e outros ramos do saber eram ministrados com vista & preparagdo dos estudiosos para as respectivas profissdes. Ao iniciar-se o séc. XII, havia um pouco por toda a parte escolas dependentes de igrejas, conventos e, também, escolas laicas, Entre estas, salientavam-se as de Roma, Ravena, Bolonha e Pavia, Em Salerno, jé na fronteira do mundo érabe, tinha-se desenvolvido uma activa escola de Medicina a partir do sée. X. Como é bem sabido, a maior parte das escolas estava nas mios da Igreja, sendo célebres as de Laon, Chatillon-sur-Seine, Monte Cassino, as abadias de cénegos regulares de So Victor e de Santa Genoveva em Paris ¢ de Sdo Félix em Bolonha. Era sobretudo na Itilia do Norte ¢ na regio compreendida entre 0 Loire ¢ 0 Sena, com as escolas catedrais de Laon, Reims, Orléans, Tours, Chartres, etc. , nomeadamente, Paris, que a vida intelectual atingia vigor assinalavel, onde pontificavam insignes mestres como, Bernardo e Thierry em Chartres, Anselmo em Laon, Alberico em Reims, Bérenge em Tours ¢ Roseelino ‘em Compiégne ¢ em Loches. A esse notivel movimento, vivido no séc. XII, chamou Ch- H. Haskins «Renaissance du XI, Embora os homens da Idade Antiga e os da Alta Idade Média nao tivessem conhecido a Universidade, tal como os homens do sée. XII vieram a conhecé-la, no se pode esquecer que criaram um clima favorével 4 transformagdo da vida escolar no Ocidente e 20 aparecimento das referidas Instituigdes, A nivel intelectual, os anos de 1150 a 1300 representam na histéria medieval do Ocidente um periodo de notavel esforgo. Durante 0 seu decurso foi elaborada e desenvolvida uma cultura predominantemente cristi e de caracterizagdo muito especifica. Dessa expansio deram testemunho a evolugdo da autoridade pedagégica das escolas e, sobretudo, o nascimento das Universidades. Carlos Jaca 2 Efectivamente, o sée. XII é, na Europa Ocidental, 0 século da fundagdo das Universidades, por conseguinte, trata-se de uma criagdo do espirito medieval, «daquele novo espirito de que 0 mundo medievo se revestiu, depois de dobrado o ano mil. Nasceu no mesmo tempo das Cruzadas e das grandes Catedrais romanicas e géticas e é obra, em boa parte, do mesmo ambiente historico que elas». Nao € possivel garantir para muitas delas o ano exacto em que foram criadas, uma vez que, se desconhece quando comegaram a funcionar as primeiras aulas, ¢ também por serem considerados diferentes critérios para a fixago de uma data da criagdo e que pode ser admitida como a da publicagdo dos respectivos estatutos, ou a da autorizago régia para o scu funcionamento ou, ainda, a da bula papal que o determinava ou aceitava, situages estas, por vezes, distanciadas de alguns anos entre si Na base do movimento universitario medieval esté presente o espirito de classe, como verdadeira estrutura corporativa, entre os profissionais do estudo: mestres ¢ discipulos. Trata-se de i ton ‘uma Instituigdo que deixou |S de ter projec meramente local, passar a ter projecedo ecuménica, adquirindo a categoria de “instituicao” juridicamente auténoma, pela formagdo do espirito corporativo entre aqueles que nela ensinam e aqueles que nela aprendem. Aliés, “universitas” € utilizada na época com exclusivo significado de “Corporagdo”. Com efeito, a palavra “universidade” (“universitas”) significa na Idade Média “corporacdo” ¢ tanto se aplica a professores e estudantes, como a mercadores ¢ industriais: Ao lado da “universitas magistrorum” ¢ da “universitas scholarium”, fala-se da

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