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Nesta edição
3 | Entrevista | Professor Giuseppe Tosi, do NCDH da UFPB, fala da importância de uma cultura
de educação em direitos humanos no contexto da democracia brasileira
5 | Espaço Discente | Adoção por casais homossexuais, a falta de previsão legislativa e a atua-
ção imprescindível da jurisprudência
7 | Espaço Docente | O Conselho Nacional de Justiça e a nova condição da magistratura nacio-
nal, por Gustavo Rabay Guerra
8 | Cultura | Michael Moore, o sistema de saúde público e a dificuldade de consolidação dos
direitos sociais
8 | Concursos públicos e estágios | Prefeitura de João Pessoa oferece 1.100 vagas
CCJ EM AÇÃO ANO 1 Nº 1 PÁGINA 2
linguagem do estudioso americano Owen civil homossexual, o aborto e a retirada de PONTOS POLÊMICOS DO PNDH-3
Fiss). O PNDH-3 não trata de censura: é uma símbolos religiosos dos estabelecimentos
pretensão potencializante do direito à comuni- públicos da União, conforme declaração da Direito à comunicação:
cação democrática que entende o papel deci- CNBB, que tentou uma justificativa cultural
sivo do Estado na promoção do pluralismo e pouco convincente com o fim de mitigar o -Regulamentar o art. 221 da Constituição Fede-
ral, estabelecendo o respeito aos direitos huma-
defesa dos valores de direitos humanos. O processo de laicização institucional do Esta- nos como condição de outorga ou renovação dos
dilema do governo é tentar incrementar esse do. Os movimentos feministas, por sua vez, serviços de radiodifusão;
discurso num ambiente notadamente adverso. mobilizam o governo para que não ceda às -Suspender programação e publicidade
O fato é que não foi possível agradar a gre- pressões das autoridades católicas quanto à atentárias aos direitos humanos;
gos e troianos. Numa outra vertente de inte- retirada do aborto da pauta do PNDH-3. Ao -Elaborar um ranking dos veículos de
resses, a chefia das Forças Armadas também que parece, as dimensões de “autonomia” e comunicação comprometidos com os direitos
resmunga enquanto a democracia tenta sorrir: “igualdade” têm diferenças gritantes entre os humanos, bem como os que cometem violações.
o PNDH-3 promete fazer o Estado brasileiro lados que se enfrentam.
pagar uma boa parcela de sua reconhecida Temos um futuro incerto assim como no pas- Direito à memória e à verdade:
dívida para com as vítimas do regime militar e sado permaneceu a certeza de um imobilis-
para com uma sociedade que não pode es- mo. Eleições gerais se aproximam e a ques- -Instituir a Comissão Nacional da Verdade para
apurar e trazer a público as violações de direitos
quecer da vida pregressa do poder político. A tão dos direitos humanos não pode ser escan-
humanos praticadas durante o regime militar;
memória e a verdade são prerrogativas natu- teada das propostas políticas. Diante dos -Ratificar, dando status constitucional, a
rais da justiça de transição, uma justiça que dissensos (sintoma de um regime democráti- convenção internacional que torna imprescritíveis
nunca findou na terra brasilis. A pretensa co), é importante deixar aberto um permanen- os crimes de guerra e contra a humanidade;
Comissão Nacional da Verdade (chamada por te espaço de diálogo público sobre o Progra- -Proibir a utilização de nomes de violadores de
seus opositores de “revanchista”) provoca ma Nacional de Direitos Humanos: o fato de direitos humanos em espaços públicos.
incômodos particulares porque, mais do que ele ter sido feito e refeito confirma a tese de
trazer à luz da publicidade acontecimentos rediscussões anteriores e necessárias. Daí a Política de gênero:
sombrios do regime de exceção, quer apontar razão de se indagar acerca de uma secular
sujeitos. Mas quando se falou em mexer no celeuma nacional: aprofundar as bases da -Apoiar aprovação de projeto de lei que
“acordo político” que a Lei da Anistia democracia participativa, da cidadania ativa e descriminaliza o aborto;
-Desconstruir esteriótipos acerca das
(6.683/79) representou, o resultado foi um de efetividade das garantias fundamentais ou
profissionais do sexo;
desconforto dentro do próprio governo. Por permanecer reafirmando, a cada dia, a cons- -Apoiar aprovação de projeto de lei que
enquanto, as discussões giram em torno da trução oligárquica, elitista e conservadora da reconhece a união civil entre pessoas do mesmo
ADPF 153, proposta pelo Conselho Federal nossa história? Não parece interessante, para sexo;
da OAB, que pede ao STF para interpretar a a promessa de consolidação do Estado demo- -Garantir o direito de adoção por casais
citada lei em prejuízo dos agentes do Estado crático, que a lei da inércia sirva como pano homossexuais;
que praticaram crimes comuns contra os opo- de fundo de seu dever garantista. E para
sitores do regime: os nossos vizinhos argenti- quem duvida do potencial estruturante dos Religião:
nos não relutaram em banir do ordenamento direitos humanos nas sociedades (“pós”)
uma lei que consideraram de natureza des- modernas, vale o entendimento que sintetiza -Eliminar símbolos religiosos dos
moralizante para o regime democrático. a obra do saudoso italiano citado no começo estabelecimentos públicos da União;
-Estabelecer o ensino da diversidade e história
A Igreja Católica e os grandes proprietários de deste texto: “Direitos do homem, democracia
das religiões.
terra também andam com os ânimos exalta- e paz são três momentos necessários do
dos. Estes últimos veem com bastante desa- mesmo movimento histórico: sem direitos do Acesso à justiça e conflitos fundiários:
grado o implemento de políticas de mediação homem reconhecidos e protegidos, não há
para evitar o uso imediato da força em ações democracia; sem democracia, não existem -Propor projeto de lei para institucionalizar a
de reintegração de posse - consequência de condições mínimas para a solução pacífica utilização de mediação nos conflitos agrários e
uma cultura de “desjudicialização” desejada dos conflitos”. urbanos, através de audiência coletiva com as
pelo programa. Já por parte da Igreja, “a con- partes e o poder público, preliminarmente à
cepção de pessoa humana que lhe advém da Por Douglas Pinheiro avaliação da concessão de medidas liminares
fé e da razão natural” não concebe a união douglas_jp16@hotmail.com pela justiça.
EDITORIAL
Finalmente um espaço nosso o trabalho conjunto de estudantes e professo- uma análise do PNDH-3, fruto de controverti-
res, apostando também em parcerias firmes das polêmicas, e de temas como a jurispru-
A ideia deste jornal surgiu de um trabalho com instâncias de representatividade estu- dencialização e a insuficiência legislativa e
discente sobre segurança pública. Alguém dantil, como o D.A. Tarcísio Burity, e patroci- governamental em matéria de efetividade dos
balbuciou que o CCJ precisava de um jornal nadores confiantes na função cognitiva do chamados direitos universais. Apostamos
permanente como proposta de integração jornal, a exemplo da Livraria Prática Forense, numa informação de caráter crítico capaz de
acadêmica para além das conversas costu- abre-se um leque de possibilidades que a- engendrar críticas saudáveis. Boa leitura!
meiras nos corredores da faculdade. Eis que pontam para a construção de um íntegro
as projeções lograram êxito; esperamos que espaço dialogal a nível do CCJ e (por que Os Editores
a boa repercussão também o faça. não?) para além dele.
Antes de qualquer declaração insinuosa, Os direitos humanos nortearam o tema princi- O CCJ em Ação presenteará com o livro
alertamos para o fato de que este instrumen- pal desta edição. Indagações do tipo “direitos “Direitos Humanos, direitos sociais e justiça”,
to não pertence a um grupo restrito de pesso- humanos devem existir apenas para os hu- de José Eduardo Faria (org.), o leitor que
as. O modelo organizacional existente é ape- manos direitos” e “direitos humanos só exis- enviar o melhor comentário sobre alguma
nas uma exigência burocrática mínima: en- tem para bandidos” sugerem que, mais de 60 matéria ou tema específico tratados nesta
tendendo o ambiente da faculdade como de anos após da Declaração Universal da ONU, edição. O comentário deve ser enviado para
propensão democrática, o CCJ em Ação per- o debate ainda não chegou a um estágio o email jornalccjemacao@gmail.com até o
tence a toda ela. Não se pretende firmar um maduro. Qual a importância do assunto em dia 10 de abril. Não concorrerão comentários
cerceamento de pontos de vista que devem uma época de internacionalização de direitos de pessoas que não pertençam ao CCJ ou
atender a interesses privados; a pluralidade e e de aprimoramento dos regimes democráti- que tenham contribuído, de forma direta ou
a discordância são praticamente uma regra cos interna e externamente falando? indireta, para a elaboração desta edição e da
para quem quer expor suas ideias aqui. Com Esperamos despertar a curiosidade quanto a próxima.
CCJ EM AÇÃO ANO 1 Nº 1 PÁGINA 3
A universidade representa um novo universo, litografia e galeria com exposições periódicas Iniciação Científica (PIBIC): 3216-7374;
principalmente para o fera recém–saído do abertas ao público em geral. Localizado na Iniciação à Docência (PROLICEN): 3216-
ensino médio. O site da UFPB (www.ufpb.br) Rua das Trincheiras, 275, Centro de João 7135;
dá uma boa noção de todas as possibilidades Pessoa. Fone: 3221-5038. Programa Especial de Treinamento (PET):
acadêmicas existentes na realidade dos cam- 3216-7383;
pi da instituição. A UFPB oferece, também, Dança: Balé Popular, do Núcleo de Pesqui- Programa de Bolsa de Extensão
um leque de atividades culturais que integram sa e Documentação da Cultura (NUPPO), (PROBEX): 3216-7078;
a sociedade com o meio universitário. Campus I, aberto aos alunos da UFPB e à Assessoria para Assuntos Internacionais
comunidade em geral. Fone: 3221- 7070. (AAI, programa de intercâmbio universitá-
Bibliotecas: A Biblioteca Setorial, localiza- rio): 3216-7156.
da na própria Faculdade de Direito (segunda Canto: Vários grupos de canto coral vincu-
a sexta, das 08h00 às 22h00) e a Biblioteca lados à PRAC e ao Departamento de Música/
Central, ao lado da Reitoria (segunda a sexta, CCHLA.
das 07h30 às 21h30, e sábado, das 8h00 às
13h00). O web site da Biblioteca Central é Música: Cursos oferecidos pelo Departa-
www.biblioteca.ufpb.br. mento de Música/CCHLA, nas modalidades:
Violão; Violino; Flauta doce; Flauta transver-
Teatro: Núcleo de Teatro Universitário sa; Clarinete; Sax; Contrabaixo; Piano; Musi-
(NTU), no Teatro Lima Penante, localizado na calização Infantil. Fone: 3216-7122.
Av. João Machado, 67, Centro de João Pes-
soa. Fone: 3221-5835. Oferece cursos e ofici- Além de tudo isso, a UFPB desenvolve pro-
nas em artes cênicas para estudantes e pes- gramas de pesquisa, extensão, treinamentos
soas da comunidade. especiais, intercâmbios acadêmicos etc. Al- O site do Centro de Ciências Jurídicas
gumas dessas atividades oferecem bolsas (www.ccj.ufpb.br) também oferece importante
Cinema e Vídeo: O Núcleo de Documenta- para o aluno (concedida após seleção prévia) contributo na busca de informações sobre o
ção Cinematográfica (NUDOC) disponibiliza e são fundamentais para cumprir a carga CCJ.
periodicamente cursos teóricos e práticos de horária extracurricular do curso de direito. É _______________________________________
cinema e vídeo para estudantes. Localizado importante não limitar a vida acadêmica às A partir da próxima edição, o CCJ em Ação
no térreo da Reitoria, Campus I, fone: 3216- aulas do dia-a-dia. disponibilizará espaço para que os grupos de
7382. pesquisa, extensão e prática jurídica do Centro
Telefones úteis: deixem a comunidade acadêmica a par de suas
Artes Plásticas: Núcleo de Arte Contempo- atividades.
Por Alysson Guerra
rânea (NAC), que possui ateliê, biblioteca, Estágio e Monitoria: 3216-7383;
alyssonsg@msn.com
ESPAÇO DISCENTE
ESPAÇO DISCENTE
CHARGE CULTURA
Michael Moore, o sistema de saúde público e a dificul-
dade de consolidação dos direitos sociais