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9 TJRJ, DORJ, 29-8-2002, p. 352, AC n. 29.708-01, rel. Des. Srgio Cavalieri Filho.
um filho menor das mos dos pais para que seja submetido ao tra-
tamento necessrio preservao de sua vida, mesmo contra a
vontade dos pais, seus familiares e tantos outros que se apresen-
tem contrrios, quer por motivos religiosos, quer por outros moti-
vos.
[...]
essencial ao aperfeioamento e sobrevivncia da hu-
manidade que sejam respeitados direitos fundamentais do ser hu-
mano, como o direito vida com dignidade, o direito liberdade e
outros. Precisam ser tidos como princpios gerais e universais de
direito, acima at mesmo das Constituies. Nem por outra ra-
zo que se encontram consagrados na Carta das Naes Unidas.
Especificidades culturais e religiosas no se podem sobrepor
queles direitos. Pensamento diverso, com toda a vnia, acaba
conduzindo a asquerosas brutalidades, como, por exemplo, pr-
tica de certos povos de extirparem o clitris, para que a mulher
no tenha prazer nas relaes sexuais; e o fazem quando ainda
criana. E apenas um exemplo dentre muitas barbries. Outra
do mesmo jaez a de vivas serem obrigadas a se matar quando
morre o marido. A imaginao humana por demais frtil para a
crueldade e a estupidez e sempre encontra pretextos para prati-
c-los.
[...]
Abrir mo de direitos humanos fundamentais, em nome de
tradies, culturas, religies, costumes, , queiram ou no, prepa-
rar caminho para a relativizao daqueles direitos e para que ve-
nham a ser desrespeitados por outras fundamentaes, inclusive
polticas.
No mesmo julgamento o Desembargador Osvaldo Stefanel-
lo, ao proferir seu voto, acompanhando as ponderaes do relator,
acrescentou:
A prpria Constituio prev, em seu art. 5, que trata dos
direitos e garantias fundamentais do homem, como direito primei-
ro o da inviolabilidade do direito vida. Do direito vida decorrem
todos os demais direitos, inclusive o de liberdade de conscincia e
de crena ou, mais claramente, direito religio.
Quero dizer que no vai ser uma crena religiosa que vai
deixar uma pessoa morrer, e muito menos pode um hospital ou um
mdico deixar uma pessoa morrer por causa dessas crenas. A li-
38 Volume - 101 Jurisprudncia Catarinense
Jurisprudncia Catarinense, Florianpolis, v. 29, n. 101, jan./mar. 2003.
DOUTRINA Jorge Luis Costa Beber