Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
– A nossa união com Cristo é mais forte do que qualquer vínculo humano. Os laços que
resultam do seguimento do Senhor num mesmo caminho são mais fortes que os do sangue.
– Maria, Mãe dessa nova família de Jesus que é a Igreja, é também Mãe de cada um de nós.
O Papa João Paulo II relaciona estas duas cenas com a resposta que Jesus
deu a Maria e a José quando o encontraram em Jerusalém, à idade de doze
anos, depois de uma busca aflita durante três dias. Naquela ocasião, Jesus
disse-lhes, com um amor sem limites e com uma clareza total: Por que me
buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar- me nas coisas de meu Pai?3 Desde o
começo, Jesus dedicou-se às coisas de seu Pai. Anunciava o Reino de Deus e,
à sua passagem, todas as coisas alcançavam um novo sentido; entre elas, o
parentesco. “Nesta nova dimensão, também um vínculo como o da
«fraternidade» significa uma coisa diversa da «fraternidade segundo a carne»,
que provém da origem comum dos mesmos pais. E mesmo a «maternidade»
[...] alcança um outro sentido”4, mais profundo e mais íntimo.
O vínculo que deriva de se ter o mesmo sangue é muito forte, mas aquele
que resulta de se seguir o Senhor por um mesmo caminho é mais forte ainda.
Não há nenhuma relação humana, por mais estreita que seja, que se
assemelhe à nossa união com Jesus e com aqueles que o seguem.
II. QUEM É A MINHA MÃE...? “Será que, com essa pergunta, Cristo se
afasta daquela que foi a sua mãe segundo a carne? Quererá deixá-la na
sombra desse recolhimento que Ela mesmo escolheu? Se assim pode parecer
devido ao sentido literal dessas palavras, devemos observar no entanto que a
maternidade nova e diferente de que Jesus fala aos seus discípulos refere-se
precisamente a Maria de um modo especialíssimo”7.
Que alegria pertencer com laços tão fortes à nova família de Jesus! Como
devemos amar e ajudar os que nos estão fortemente unidos pelos vínculos da
fé e da vocação! Então entendemos as palavras da Escritura: Frater qui
adiuvatur a fratre quasi civitas firma10, o irmão, ajudado pelo seu irmão, é como
uma cidade amuralhada. Nada pode abalar a caridade e a fraternidade bem
vividas. “O poder da caridade! – A vossa mútua fraqueza é também apoio que
vos mantém erguidos no cumprimento do dever, se viveis a vossa bendita
fraternidade: como mutuamente se sustêm, apoiando-se, as cartas do
baralho”11.
III. TODO AQUELE QUE FAZ a vontade de meu Pai, que está nos céus,
esse é meu irmão e irmã e mãe. Do lugar em que se encontrava, Maria ouviu
provavelmente essas palavras, ou talvez alguém lhas tenha repetido a seguir.
Ela bem sabia dos laços profundos que a uniam Àquele que queria ver:
vínculos resultantes da natureza, e outros, mais profundos ainda, derivados da
sua perfeita união com a Santíssima Trindade.
Ela sabia também, de um modo cada vez mais perfeito, que fora chamada
desde a eternidade para ser a Mãe dessa nova família que se ia formando em
torno de Jesus. Por meio da fé, correspondeu à chamada que Deus lhe dirigia
para ser a Mãe do seu Filho, e, “na mesma fé, descobriu e acolheu a outra
dimensão da maternidade, revelada por Jesus no decorrer da sua missão
messiânica. Pode-se afirmar – diz o Papa João Paulo II – que esta dimensão
da maternidade era possuída por Maria desde o início, isto é, desde o
momento da concepção e do nascimento do Filho. Desde então, Ela foi
«aquela que acreditou». Mas, à medida que se ia esclarecendo aos seus olhos
e no seu espírito a missão do Filho, Ela própria, como Mãe, ia- se abrindo cada
vez mais àquela «novidade» da maternidade que devia constituir o seu «papel»
junto do Filho”12.