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Processo psicológico do assédio moral no trabalho

Hoje o trabalho é fonte de profunda angústia para muitas pessoas. Esse sofrimento é
trazido diariamente aos consultórios, o que exige do profissional estar em conexão com
esses temas e dentre estes o assédio moral no trabalho.
O assédio moral difere de outros tipos de conflito porque é caracterizado por ações
antiéticas. Pode ser multilateral, vertical, horizontal ou ascendente.
A psicanalista francesa Marie-France Hirigoyen, defini assedio moral no trabalho,
“como toda conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude) que se configure
num atentado - por sua repetição ou sua sistematização - à dignidade ou à integridade
psíquica ou física de uma pessoa, colocando em perigo seu emprego ou degradando o
clima de trabalho". (in Mal-Estar no Trabalho: Redefinindo o Assédio Moral. - RJ;
Bertrand Brasil, 2002, p.17.)
Denota-se do conceito acima que o assédio moral caracteriza-se particularmente pela
frequência e a intencionalidade da conduta. Entretanto, nem sempre a prática do assédio
moral é de fácil comprovação, na maioria das vezes, acontece de maneira velada,
dissimulada, tendendo minar a auto-estima da vítima e a sua desestabilização.
A primeira fase do processo é a da sedução perversa. Por meio de diversas humilhações,
a vítima é engendrada num processo de desestabilização que a priva de sua própria
personalidade, ao mesmo tempo em que a isola de outras pessoas que possam lhe ajudar
a refletir. Aos poucos a vítima vai perdendo seu senso crítico. Sua autoconfiança é
destruída, tornando mínimas suas defesas, liberando para o assediador a “posse” de sua
personalidade.
No assédio moral "se observa uma relação dominante/dominado, na qual aquele que
comanda o jogo procura submeter o outro até fazê-lo perder a identidade" através de
"uma fria racionalidade, combinada a uma incapacidade de considerar os outros como
seres humanos". Viram-se instrumentos, meros objetos, e assim é consumado o ato de
"coisificar". (ob.cit., p. 350)
A segunda fase da violência revela, já com a vítima dilacerada, um verdadeiro “ritual”
pontuado de estratégias de violências e de agressões aplicados em doses impactantes. A
trama comporta um inegável elemento destrutivo uma vez que a vítima não tem mais
resistência para reagir e o agressor usa e abusa dos seus poderes para manipular o
indivíduo "coisificado". A constante desqualificação a que é submetida a conduz a
pensar que ela merece o que lhe aconteceu. Assim é que acontece o deslocamento da
culpa: o trabalhador moralmente assediado internaliza sua culpa e acredita que tem uma
efetiva participação na sua doença.
Barreto em seus estudos buscou compreender o sentido da humilhação no discurso
sobre saúde, doença e trabalho construído e sustentado pelo adoecido, revela que "a vida
perde o sentido transformando a vivência em sofrimento, num contexto de doenças,
desemprego, procuras, desamparo, medo, desespero, tristeza, depressão e tentativas de
suicídio". (in Assédio moral: o risco invisível no mundo do trabalho. Disponível em:
<http://www.redesaude.org.br/jr25/html/body_jr25- margarida.html>. Acesso em: 17 jun.
2010).
Quando a vítima, começa a sentir os sinais da doença, brota outro sintoma: a ocultação
do problema. O comportamento está relacionado ao medo de perder o emprego e assim,
como tática, o trabalhador não expõe sua doença e prefere sofrer sozinho. Já adoecido, o
caminho é o afastamento que, de início, pode ser uma licença médica, podendo por fim
levar a demissão, como sequela da inadequação do trabalhador adoecido aos padrões de
produção da organização.
O assédio moral repercute na família, com separações conjugais, abuso de drogas,
lícitas ou ilícitas, dentre outras.
A família pode oferecer o apoio para aquele que sofre. A empresa deve combater as
formas de discriminação, assédio moral e sexual e propagar o respeito à dignidade e à
cidadania, mas a pessoa deve procurar ajuda especializada.
A psicoterapia é um espaço favorável para elaboração de questões emocionais, um
lugar/tempo/modo privilegiado de estabelecer diálogos construtivos e abrir novos canais
de comunicação.
Ao finalizar, ciente da complexidade do tema, espera-se que aqueles que sofrem possam
procurar ajuda.

Abraço a todos
Claudia Medrado Martins
Psicóloga
clamedmar@gmail.com

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