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| | | Publicagao do Instituto Universitério de Pesquisas do Rio de Janeiro N.° 16 — 1977 —_— |FFLCH - USPI Adam Przeworski Mércia B. M. L. Nunes ‘Simon Schwartzman Vera Wrobel Maria Valéria Junho Pena _ Edson de Oliveira Nunes Processo de Formacgo das Classes Estratifica¢do Social e Educagio: Cami- nhos e Alternativas para o Homem do Campo Satide nos Planos Nacionais de Desenvol- vimento, Quem Representa o Carioca? Notas sobre a Questo da Autonomia Tecnolégica na Economia Brasileira ‘Tempo Social e Urbanizago O Proceso de Formagio das Classes (*) Nenhum problema persistiu com tanta constancia no pensamento socialista co- mo 0 tema da filiagdo de classe dos tral Ihadores assalariados nfo-manuais. Desde a década de 1890, quando o conceito de proletariado passou a tornar-se problemé- tico, ocasio apés ocasifo, conjuntura apés conjuntura, este assunto aparece com uma preméncia renovada, tedrica € politica. Quem so todas essas pessoas que © capitalismo gera num ritmo ca vez mais acelerado, que est4o separadas dos meios de produc, que sfo forcadas a vender a sua forca de trabalho por um saldrio € que, no entanto, nfo trabalham, vivem, pensam e agem exatamente como 0s proletirios? Serfo eles trabalhadores, proletérios? Ou serfo eles “classe mé- dia”? Ou talvez simplesmente trabalha- dores “ndo-manuais”, como so classifica- dos nos resultados das pesquisas? Ou “Ya nouvelle petite bourgeoise”? Ou agentes Adam Przeworski da reprodugdo capitalista e, dai, simples- mente a burguesia? Este problema nunca foi simples por- que 0 aparecimento de todas essas pessoas que gerenciam, administram, supervisio- nam, comunicam, planejam ou simples- mente processam informacdes ndo foi an- tecipado nos escritos tedricos de Marx, principalmente conforme foram esque- matizados aps 1891 na doutrina do “so- cialismo cient{fico”.! Esperava-se que 0 capitalismo gerasse uma dicotomia de posigdes de classe, que ele agueasse os cri- ‘térios de classe destruindo todas as posi- g6es intermedidrias “entre” os proletarios € 08 capitalistas. © mercado caético e, no entanto, auto-reguldvel, ndo deveria ser um lugar que exigisse planejamento, ad- ministrago, coordenagio, uma produgao deliberadamente organizada de relacoes sociais.? ‘constitui uma yersio condensada ¢ revisada de um paper anterior que foi alvo de -comentirios. $6 posso expressar minha gratidio aqui relacionando nomes: Amy Burawoy, J. David Greenstone, Elizabeth Jelin, Colin Leys, John Kautsky, Ira bert Melville, Paul Piccone, Philippe Schmitter e Mike Underhill. As modifi- tradugGes de Karl Kautsky devem-se generosidade de John Kautsky. Nao ue varios entre os comentadores ficaram muito pouco entusiasmados com 0 josse dessa teoria ¢ enfrentando © en ‘08 tedricos socialistas © comu- nistas, numa forma muito tiplca, Passi: fam a lamentarse ¢ a aguardar. Kautsky, escrevendo em 1891, no comentario ofi- tial sobre 0 Congresso de Erfurth, deu 0 tom apropriado: “Mais um novo estrato de proletdrios . .. comera a desenvolver- se: os proletérios educados . , . Muito em breve esses proletarios distinguir-se-fo dos outros trabalhadores assalariados apenas pelas suas pretensOes. A maioria defes ainda imagina que ¢ algo melhor do que um proletdrio. Fantasiam pertencer a bur- guesia, da mesma forma que © lacaio te identifica com o seu senhor”, (1971; 36, 40; tradugao modificada), Em 1958, numa discusso internacio- nal devotada a este problema, estas opi- nides foram repetidas exaustivamente. O American Institute of the Problems of Work concluiu que: ‘‘Se alguma vez exis tiram condigdes objetivas que nos perm tiam considerar 0s trabalhadores de ‘cola- rinho branco’ (white collar) como repte- sentantes da classe média, atualmente essas condig6es desapareceram. A avalia~ G0 subjetiva da sua situagdo s6 nfo mu- dou por parte deles mesmos ....”" (Prze- ‘miany, 1958: 88), Os editores de Marxism Today reiteraram: “Em termos de con ‘ges de trabalho e dimensio da renda os trabalhadores de ‘colarinho branco’ ¢s- to se tornando cada vez mais semelhan- tes aos trabalhadores comuns, embora eles ainda nfo o tenham compreendido” Przemiany, 1958: 96), Eo resumo sovié- “tico reflete a discussio: os epreelatindo mas eles da no 0 compreendem, dai resultando }fato de ndo se ter conseguido ainda a Ho da classe trabalhadora (1958; ‘Rotavel nessas anilises, e os m ser multiplicados ad fase repetida no “ainda” © de consciéncia e organi- Manifesto Comunista Marx.¢ Engels obser- vavam que o capitalismo “havia con- vertido o médico, 0 advogado, o padre, o poeta, o homem de ciéncla om trabatha- dores assalariados” (p. 135), Assim sendo, ¢ isto tem sido argumentado desde entio, tém eles 0 mesmo interesse que todos aqueles que vendem a sua forga de traba- tho por um salirio, Para citar a mais re- cente expresso de tais opinides, eles par- tilham “os mesmos interesses fundamen- tais de classe da classe trabalhadora” e esse interesse é “um interesse no socia- lismo” (Wright, 1976; 41). Eles silo traba- Thadores, quer saibam quer no, quer atuem como tal ou no, porque seus inte- resses silo “paralelos” aos do proletariado, para usar uma expressiio mais antiga. “Jd examinamos agora”, concluiu Kautsky em sua andlise de 1891, “o campo prin- cipal de recrutamento para 0 socialismo. Nossos resultados podem ser resumidos como segue: as divis6es militantes e poli- ticamente autoconscientes do proletaria- do industrial fornecem © poder que estd por trds do movimento socialista, Mas, quanto maior for a influéncia do proleta- riado sobre a forma de pensar e sentir em ‘Yoga entre os grupos sociais aliados, tanto maior serd o niimero destes, também atrafdos para o movimento” (1971: 191). Entretanto, a propria necessidade de tepetir claramente o “ainda” indica que o problema nfo pode ser resolvido por de- creto, Fazia-se necessdrio algum model da classe desenvolvida’ alguma forma de abandonar a ficgiio de ae ll ne classe dicotdmica das for- Sociais capitalistas, al; forma de analisar as posigoes de Rae ultra: Passe a noodo de duas classes associadas a cada modo de lugdo, mais a eterna Pequena burguesia, O método de Kautsky €ra pensar em todas as classes, menos o Proletariado © a burguesia, como ascen- dendo ou descendendo para estes ‘*pdlos” cos no curso da histéria do capi- talismo — dat classificd-tos pela diregdo ee ee

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