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Carta dirigida ao presidente do Incra, Leonardo Góes Silva, em 10/3/2017, que abriu sindicância investigatória contra servidores que trabalharam no processo de Regularização do Território Quilombola de Morro Alto.
Titolo originale
Carta ao Presidente do Incra - Sindicância processo quilombo Morro Alto
Carta dirigida ao presidente do Incra, Leonardo Góes Silva, em 10/3/2017, que abriu sindicância investigatória contra servidores que trabalharam no processo de Regularização do Território Quilombola de Morro Alto.
Carta dirigida ao presidente do Incra, Leonardo Góes Silva, em 10/3/2017, que abriu sindicância investigatória contra servidores que trabalharam no processo de Regularização do Território Quilombola de Morro Alto.
Porto Alegre, 10 de marco de 2017.
Ao Exmo. Sr. Leonardo Gées Silva
Presidente do Instituto Nacional de Colonizagdo e Reforma Agraria ~ INCRA
Prezado colega e Presidente,
Os servidores e servidoras do INCRA que atuaram e atuam no Processo
Administrativo SR1I1/RS N°54220.001201/04-09 - Regularizagao Fundiaria da
Comunidade Quilombola do Morro Alto, em diferentes momentos, vem afirmar a
expressa acuidade exercida em todos os atos envolvidos no referido processo e, da
mesma forma, manifestar estranheza e inconformidade com a decisao da Presidéncia
de instalar a Comissdo de Sindicancia Investigatéria que visa apurar agdes
praticadas por servidores no exercicio de suas fungdes. Todos os atos foram
praticados em conformidade com as normas legais e em estrito cumprimento das
competéncias do Estado brasileiro atribuidas ao INCRA.
O Relatorio Técnico de Identificagdo e Delimitagao (RTID), que apontou o
territério quilombola do Morro Alto, ¢ uma pega técnica densa que envolve diferentes
reas de conhecimento técnico ¢ multidisciplinar, a qual apés a sua elaboragdo é
homologada mediante a analise eo parecer da Procuradoria Federal Especializada
(PFE) ¢ da decisao final do Comité de Decistio Regional (CDR).
O processo em questdo foi aberto em 22 de julho de 2004, a pedido da
Associagao Quilombola Rosa Osério Marques, atendendo 0 que dispée a legislagao
vigente em relagao a identificagdo, delimitagao, titulagao e registro de territérios de
comunidades remanescentes de quilombos. Contudo, o territério quilombola somente
foi delimitado 6 (seis) anos apés a sua abertura, em face da complexidade do rito
previsto pela legislagao, das condigdes operacionais da SR e aos conflitos inerentes,
potencializados no presente caso. Nesse tempo decorrido, 0 INCRA procedeu a
comunicagao prévia a todos érgdos previstos nas instrugdes normativas vigentes,
realizou exaustivos levantamentos de campo, precedidos de realizagdo de inimeras
reunides com prefeituras dos municipios de Maquiné e Osdrio, com os sindicatos de
trabalhadores rurais e demais associagdes, 0 que denota que a agao dos servidores
visou garantir a expresso, a andlise, 0 contraditério e o amplo direito de defesa em
todas as etapas do procedimento realizado.
Desde a abertura, passando pela aprovagio da proposta de delimitagiio
dy =territorial (¢ até o presente momento), o processo de regularizagao fundidria do Morro
Alto foi, e 6, minunciosamente acompanhado pelo Ministério Piiblico Federal (MPF),
que teve ampla atuagio na decisto da proposta de delimitagao territorial, conforme
pode ser conferido nos autos em questao, inclusive ingressando com Agao Civil
Publica (ACP) com a “obrigagao de fazer” do INCRA.
Apos a aprovagao da proposta de territério, na assembleia realizada 04 (quatro)
de fevereiro de 2011, 0 RTID foi objeto de ampla analise ¢ discussdo em todas as
instancias do INCRA (PFE/Sede, Diretorias e Presidéncia). Importa resgatar e
registrar, ainda, que o Relatorio teve ampla publicidade, mediante a publicagao de
edital por duas vezes consecutivas nos Diarios Oficiais da Unido e do Estado e foram
notificados direta e pessoalmente os lindeiros, os ocupantes e possiveis detentores de
titulos de dominio, num dispendioso e exaustivo trabalho de campo. Ainda, apés
essas tapas, foi publicado um novo edital em jornal de grande circulagaio que abriu
um prazo adicional de 90 (noventa) dias a todos os interessados. Desse trabalho
decorreu a apresentagao de 206 (duzentos e seis) contestagdes que foram analisadas
pela equipe técnica e PFE/RS. O CDR acolheu os pareceres técnicos ¢ juridicos
contrarios 4s contestagdes e, dessa forma, indeferiu as referidas contestagdes
Contudo, de acordo com a IN 57/2009, cabe, ainda, recurso ao Conselho Diretor do
INCRA que poder acatar ou rejeitar as contestagdes.
A inédita iniciativa da Presidéncia do INCRA de instalar a sindicancia em tela,
a partir de deniincia externa, que tramitou da Diretoria de Ordenamento para o
Gabinete da Presidéncia diretamente 4 CGT/PFE-INCRA-SEDE/PGF/AGU sem
nenhum parecer ou esclarecimento da area técnica, induziu a PFE a propor um
encaminhamento equivocado, pois considerou como veridica a tnica versio
existente. Esta deciséo da Presidéncia, de abrir procedimento investigatério para
apurar condutas de servidores que seguiram estritamente as normas legais, gera uma
situagao de instabilidade institucional, pois atinge exatamente aqueles e aquelas que
tem compromisso com o desenvolvimento das atividades da Autarquia.
Informamos que, enquanto nao for esclarecida a presente situagdéo ¢
permanecer injustificado 0 clima de inseguranga, os servidores que atuam no Servigo
de regularizagao de territérios quilombolas da SR-11/RS, nao tem condigées para
exercer suas tarefas com normalidade.
Consideramos a presente situagdo grave, pois ¢ inadmissivel que, em uma
instituigao com a trajetéria do INCRA, aceite-se sem questionamentos que os
servidores sejam submetidos a constrangimentos pelo devido exercicio de suas
fangdes. Ademais, tal situagdo afeta as condigdes para desenvolvimento de todas as
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iSnossas agdes, em todos os setores, tendo em vista a percepgiio de instabilidade
institucional, Entendemos que cabe a Diregio do INCRA, em primeiro lugar,
assegurar garantias minimas para o desenvolvimento das atividades de seus
servidores e defesa de seus atos, 0 que nao ocorre no presente fato.
Diante do acima exposto, solicitamos a reconsideragdo da decisao tomada por
vossa senhoria ¢ a revogaco da Portaria n° 116, de 20 de fevereiro de 2017,
publicada no Boletim de Servigo N° 8.
Subscrevem este documento os servidores e servidoras a seguir relacionados:
ha YO
Carlos Orth at
Gustavo, ty! Filho
wt
José Rui Cancian Tagliapietra
L 2
Vitor Py Macha
[;
jj
Wf
Mbues| Wa
Vladimir Silva d ; Lima
\
Servidores que manifestaram concordéncia por e-mail.
André Bocorny Guidotti
Eleandra Raquel da Silva Koch
Francisco Emilio de Lemos
Janaina Campos Lobo
Maria de Lourdes Alvares da Rosa
Pardclito José Brazeiro de Deus
Sebastifio Henrique dos Santos Lima
Vanessa Flores dos Santos