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O pescador que j mora h muitos anos sabe fazer uma leitura de onde vai o
sedimento, porque ele comea a perceber onde est quebrando. Mas quando
um camarada comea a construir ali, outro comea a construir aqui, ele perde
completamente a capacidade de prever. Porque isso no natural. Isso afeta
tudo. A energia que antes se dissipava no mangue vai erodir uma casa, uma
via pblica, uma calada, explica Flvia Mochel, do Cermangue.
Vir ao mangue uma terapia para mim, diz inesperadamente Militina Garcia,
com um sorriso no rosto.
Militina professora e liderana comunitria. Durante anos a sua comunidade
foi ameaada de remoo pela Fora Area Brasileira (leia aqui) e por isso, ela
sabe o valor dos bens que o mangue conservado e a natureza estupenda ao
redor podem proporcionar em termos econmicos, culturais, existncias e
mesmo espirituais.
Mochel literalmente rega o mangue. Ora com gua doce, ora com gua
salgada, dependendo da necessidade. Sendo assim, a probabilidade de o
mangue em recuperao morrer quase zero.
Na poca da seca ele est cheio de sal, ento jogamos gua doce. O mangue
gosta. A na poca da chuva o mangue fica doce demais. O que a gente faz?
Pegamos gua da mar! Desse modo espantamos todos os possveis
predadores. assim, eu escuto a linguagem dele. Ele me ensina, diz Flvia
Mochel, coordenadora do Cermangue e do Lama da Universidade Federal do
Maranho.
VIDA NO MANGUE
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Ao fundo, Seu Pe, condutor de turistas em Alcntara, Maranho. (Foto: Ana
Mendes/AmReal)