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COL A “Iteratura infant] + istévia, teorin, anilise : das ox cortentats a0 Biasil_de hoje / Nelly Novass Coelho, ~ Sto Panio Quiron + Brasilia: INL, 1981. 1. Literatura infanto-javenil — Historia e ettica 2, Literatura iofanto-jvenil brasileira — Histore © erftca 9. Livros leitura pam elangas I. Instituto Nacional do Livro, 1. ‘Titulo. cpp: 909.8926, f69.9009282 2 OBS (COR/OBL/SP-81-0799, cou: 82-92 CPBrasit Coelho, Nelly Novaes. Indices para eatélogo sistematico (CDD) 1. Literatura infantil 028.5 2) Literatura infantil : Historia © crtice 808.80262 3. Literaturn infantil brasilica': Histéria critica 889.9090282 4) Livros para eriangas 028.5 NELLY NOVAES COELHO A LITERATURA INFANTIL HISTORIA — TEORIA — ANALISE (Das origens orientais ao Brasil de hoje) EDIGOES QUIRON LTDA. em convénio com Instituto Nacional do Livro Ministério de Educacdo e Cultura So Paulo/Brasilia EXPLICAQAO (talvez desnecessdria... ) ‘A matétia deste livro foi surgindo, nestes wltimos anos, praticamente ao sabor do acaso, a partir do momento em que comegamos a sentir-atra- ‘edo pelas discusses de problemas de Literatura Infantil ¢ Juvenil, dis- pondo-nos a refletir sobre eles, a pesquisi-los e a discuti-los com profes- sores, escritores, orientadores educacionais, bibliotetérios, pais, etc. ‘Assim, nossa antiga preocupagio com a Diditica da Literatura, nos diversos niveis de estudo, ¢ também com as Literaturas Portuguesa ¢ Bra- sileira Contemporaneas, foi de certo momento em diante alargada por um novo interesse: a literatura escrita especialmente para criancas e jovens. Neste alatgamento, justo € que registremos aqui nossa divida para com as companheiras e companheiros do CELIIU (Centro de Estudos de Lite- ratura Infantil © Juvenil de S, Paulo); da Fundaggo Nacional do Livro Infantil ¢ Juyenil (Rio de Jancito); da Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil (S, Paulo) ¢ da Biblioteca Municipal Infantil Monteiro Lobato (S. Paulo), que sempre nos honraram com sua confianga © in- centivo. Dentro das tarefas docentes, em convivio com os companheiros que tratam diretamente com as criangas no dia-a-dia familiar ou escolar, impOs- se-nos a necessidade de descobrir com eles 0 que seria mais adequado, hhoje, para a “formacao” cultural que a Literatura deve proporcionar 20 pequeno Ieitor, para akém de scus objetivos mais imediatos, que € dar-The prazer, emogies ou divertélo Sabemos bem que, neste momento de transformagio dos valores de base da Sociedade, a crianga passou a ser, para os adultos conscientes, uma espécie de “territério a ser conquistado”. O que é muito natural, uma yer que a cla caberé, no amanha préximo, prosseguir a tarefa civi- lizadora em que a humenidade se vem empenhando ha milénios, e & qual, cada um de nds, mais ou menos empenhados, tem dado a sua parte. essa “‘iransformagio de valores” © da importincia que as noves geragSes assumem como responsaveis pelo mundo futuro, & que decorre a diversidade de proposigées quanto a0 O QUE? seri mais vélido trans- mitir como “valor” as criangas. Muito diversas sio também as respostas a0 COMO? ou POR QUE? a Literatura pode intervie nessa “tansmissfo". Ha ainda os que recusam qualquer possibilidade de Ihes transmitir va- Tores ou dar-thes crientacio. Como os ethos ditados continuam vilidos: “eada cabega, uma sen- tenga’. Portanto, so mais do que normais as discordincias que imperam ‘entre os responsiveis pela decistio do que seria accitével ou repudivel, em matéria de Literatura Infantil. Como também & compresnsfvel o radi- calismo que, via de regra, caracteriza tais “decisées” (soja em ambito editorial ou escolar...) Cada qual tem a sua verdude. E, como er nela, ‘obyiamente tenta fincé-la como bandeira de posse nesse importante “terri- tério a sor conquistado” que & a crianga ¢ o jovem. De nossa parte, preocupam-nos principalmente os problemas que to- cam dirlamente of'ecritores que wo propocn. a cia a Literatura Infantil ¢ Juvenil entre nés, e a08 professores ligacios a area do vernéculo (= “Co- municaclo e Expresso” ou nos Cursos de Formagao de Professores) que devem lidar com tal literatura. Dal a selecao dos tépicos, que compoem «ate livto, tor obedecido principalmente as questies bésicas da eriagio lite- réria ow da tarefa docente ligada a cla © QUE crian/produzir ow sugerir como literatura is criangas ou jovens estudantes? Ou ainda, qual o eritério a seguir para a criagio atualizada ou para a sclecio dos livros, por entre a imensa gama de sugestdes inova-- doras ou de publicagdes, se nfo hé, via de regra, 0 trabalho selecionador/ orientador da Critica organizada? COMO interessar o jovem leitor por essa atiyidade bisica em sua formagio se, normalmente, ela ¢ repudiada como enfadonhe ou instil? COMO concorrer com a influéncia maciga dos meios-cle-comunicagio-de- ‘massa que cada vez se expandem mais? POR QUE 0 texto literdtio é essencial & condigéo humana? E sendo assim, por que deve ser a pega-chave no processo de formagio dos novos? ONDE a crescente massa de estudantes poder encontrar livros sufi- cientes & crescente demanda imposta pelos novos métodos didaticos que, necessatiamente, levam aos textos? (Aceleragio positiva, como sabemos, ‘mas que fem o seu reverso negativo: a precariedade do solugées concrctas, devido a inexisténcia de uma infra-estrutura sélida, que ponha os livros a0 aleance de 1odos os possivels leitores.) Diante da enormidade ¢ complexidade dos problemas envolvidos por ‘essas questdes bisicas € também devido & certeza de que 86 poderio ser superados, gradativamente, dentro de um processo de evolucio, a médio longo prazo, procuramos sugerir, nas vérias partes deste volume, um pos- sivel roteiro de temas-para-rellexdo-eestudo, que visam besicamente scrvir de estimulo a uma preparagio mais consciente do professor ou do eritico € A produgio literéria de novos escritores que se sintam atrafios por essa diffeil, mas importante area, que é a literatura destinada As eriangas ou ‘aos jovens. Procuramos, a0 mesmo tempo, situar todos esses problemas emr face dc umn horizonte fundamental: © do fendmeno literdrio como etia- flo € como produgio. Ni ha divida de que, embora vivemos em plena eta da imagem ¢ do som, 0 livro ainda continua a ser o instrumento ideal no processo edu. cativo (ou pelo menos deveria ser...). Bem sabemos que, $6 a partir do ‘momento em que a crianga (ou o jovem) aprende realmente a ler, & que ela adquite-capacidade de se empenhar em atividades culturais conscientes interesse pela pesquisa; capacidade de anilise e sintese; capacidade de valorizacio do real-objetivo; conscientizagio do cu em face da vida exte. ror ou social; desenvolvimento de uma mentalidade criatiya; ele.), — exatamente a “capacidade” que deve ser explorada pelo esctitor com sua criagio Iiteréria, ¢ pelo mestre no processo da aprendizagem através dos textos... E neste caso, jé a leitura ultrapassart, gradetivamente, os limites a literatura “infantil” ou do “livro de classe”, para aventurar-se com Provelio em éreas bastante complexas da cultura geral (= como a das enciclopédias, livros documentérios, artigos jornalisticos, exOnicas, report ‘gens....), para entrar, enfim, no verdadeiro wniverso da literatura, H nessa ordem de idéias, que procuraremos discutir adiante a urgéncia ¢ & mecessidade de uma nova mudanga na éptica crtico-lteritia e/ou idatica que se vem impondo nos tltimos anos. Ao reagir contra o ex. essivo didatismo da literatura que, nos sulcos da Tradigio, vinha sendo criada ou produrida para as criangas, a erftica passa a exigir maior liber. dade para o autor e para o pequeno Ieitor. Portanto, reagindo contra, a exemplaridade da literatura ligada a0 passado, a critica insiste no ludismo que deve predominar na literatura do presente, nfio sé para alegrar ou atrait © pequeno Ieitor, mas principalmente para poder competir com 0 enttetenimento a cle oferecido pela “cultura de massa” (= estérias em. quadrinhos; televisio; radio; publicidade; etc.) para a qual a Literatura vern Perdendo' terreno, acsleradamenie, nesta segunda metade do séeulo. Obviamente, 0 caréter Kidico, emotive ou afetivo da literatura (princi Palmente da que € destinada 20 piiblico mirim) é qualidade sine qua non Para sua existéncia plena e positiva, Eniretanto, ndo é #5 prater que conta Simullaneamente & “diversio” da leiture, a criangada precisa comegar 4 descobrir (sem saber que o esti descobrindo....)" que Literatura € algo imais do que um simples passatempo. 1 esse 0 aspect que anda mute esquecido de muitos escritores recentes e dagucles que tein a sett cargo a crientaglio das criangas ou jovens. A nosso ver, um dos projetos mais importantes a setem desenvolvidos Pela Literatura Infantil tual ¢ conseguir “instilae” no espirito da exlanga & descoberta de que a palavra literdria & algo precioso e essencial h sua prépria vida, Escritores, bibliotecirios, cxticos, professores, orientadores, pais ou fa- rillares podem se unir em um esforgo conjunto para que a literatura seja scatida pelas criangas como uma companheira preciosa; que os textos lile- ratios sejam percebides por elas (claro que inconscientemente!) ‘como “depositirios” ou “mediadores” de valores decisivos para a vida ser vivida em plenitude; ou como algo que nos abre os othos © nos ensina a ver par falém da aparéncia imediata das coisas; ¢ nos ensina que a Vida € um Projeto no qual todos devemos estar ativamente engajados. JA nifo se trata, pois, de nos empenharmos no combate as forges da imagem e do som, para a vit6ria final da palavra excrita, & urgente a coexisténcia fecunda... mas 0 caminho para cla nic ¢ fécil nem curto. Exige tempo, persisténcia, dedicagdo continua e, principalmente, um projeto em mira... Foi pensindo neste “projeto” que trabathamos a variada matéria deste livro. As muitas anélises, confrontos © sugestdes (talvez demasiadas....) que registramos 20 longo destas paginas, objetivando a reflexto dos adul- {os responsiveis pela Ieituwa das criangas, nio deve fazé-los esquecer que a idade infantil ndo é wn trampolim para a idade adulta; mas deve ser vivida plenamente pela erianga; que a vide, acima de tudo, deve parecer-Ihe extremamente preciosa e que cla propria & alguém muito importante para 08 que com ela convivem. Todo trabalho de “orientacao”, no sentido de preparé-la para o futuro, nfo pode esquecer esses fatos essenciais, sob pena de falhar lamentavelmente (© de fazer esquecer o presente). Urge descobrir verdadeiramente @ Literatura Tnfantl Como diz Mare Soriano, na apresentagio de seu monumental Guide de littérature pour la jeunesse, “nossa ignorfincia dessa literatura nio signi- fica, necessariamente, que cla € mediocre. /.../ O essencial, para 0 mo- mento, parece que ulirapassa 0 ponto de vista estético, — iltimo refiigio dos julgamentos de valor, para perceber que se trata, ali, de um sefor tessencial da cultura. De resto, como poderia ser de outra forma, uma vez que se trata das criangas, idade triunfante ou desastrosa, quando 0 indi- viduo se constitui ou se desagtega?” (op. cit. p. 16) (irad. ¢ gtifos nossos) Na verdade, 6 urgente que a literatura infantil scja deseoberta como Jendmeno literdrio que , com seus bons ou grandes (ou maus. ..) autores. E ao mesmo tempo, coneordamos com Soriano, quando diz que esse pro- blema literitio, hoje, “ullrapassa 0 ponto de vista estético”, — 0 que nio quer dizor que o valor estético (isto 6 o propriamente literirio) fique em plano secundério. Longe disso. Ele esté na propria raiz do problema em Causa, B foi visendo esse “literétio” que ordenamos a matéria aqui reu- ida. No todo, cla se apresenta bastante heterogénca, pois resulta de pesquisas ¢ reflexdes pessoais, completadas com informagSes de outros estu- diosos. © que aqui segistramos sto verdades, na medida em que hoje acredi- tamos nelas, Nao sio absolutas, porque a transformagio-hoje-em-processo pode, amanhi, mostrar aspectos, valores ou desvalores que agora nlio ve~ mos. E nesse caso elas mudartio Los Angeles jonho de 1679 — “Ano Internacional da Criance"” ‘Sko Paulo, dezembro de 1980 Conhego alguns homens que Wem com o maximo pro- veito cem paginas de matemética, filosofia, bistéria ow arqueolo- gia em yinte minutos. Os aiores aprendem a colocar @ vor. Quem nos ensinaré a colocar a aiengiio? Hé wma altura a partir da qual tudo muda de velocidade. Eu néo sou, neste trabalho, tum desses escritores que desejam conservar o leitor a seu lado (© mais fempo possivel, entretendo-o. Nada para o sono, tudo para o despertar. Despachem-se, escolham e partam! Lé fora hd uma ocupagio. Se for preciso, saltem capitulos, comecem por onde thes apetecer, leiam em diagonal: isto é um instru- ‘mento com miltiplas aplicagées, como a faca dos campistas. (Louis Pauwels) Talvez uma das jungdes mais importantes da arte consista em conscientizar os homens da grandeza que eles ignoram tra- zer em si. (André Mairaux) Para todas as criangas, aprendizes © continuadoras da Vida. B, em especial, para os meus queridos ELISA TATIANA MARCIO F° DANIELA. xix Uma questio de terminologia Adotamos aqui o rétulo geral, Literatura Infantil, para indicar as diferentes modalidades, apenas por uma Questo operativa: facilitar a exposigio das idéias. Apesar de limitado ou insuficiente, seri usado como termo geral, referiado-se, indistintamente, a literatura in Fanti! (destinada a criangas até 10 anos de iclade); a literatura infanto-juvenil (para @ meninada entre 11 ¢ 14 anos de idade) © & literatura juvenil (para jovens @ partir dos 19 anos). S6 quando for mecessitio especiticar gue langaremos mio dos demais rétulos citados. Todos que lidam com essa literatura néo-adulta, bem conhecem as dificuldades de se encontrar um terme abrangente que ndo falscic a matéria por ele nomeade, Devido 4 mesma dificuldade, usaremos 0 termo crianga, ara indicar, na generalidade, 0 pequeno lkitor (= 0 set em formagio ou em processo de aprendizagem da Vida € da Cultura), para quem tal literatura & eriada on pro- duzida, Obyiamente nfo nos preocupamos aqui com as itredutiveis diferengas que fazem de cada crianga um caso especial I? Parte LITERATURA INFANTIL: Problemas de Conceituacao A LITERATURA INFANTIL: ABERTURA PARA A FORMAQAO DE UMA NOVA MENTALIDADE * *...2 eulturs orleate 0 ser sontivel, ao mesmo tempo que vinta sor consctene. /-»./) AD’ se tomar cogscente de sin ‘slstinola individual o homes ndo deta do concietiar-c tam ‘bam de ‘sun exitincn social, ainda qe este proceso nio a2j ‘vido do fora intelectual: /-s./ Or valor cultural vigentes Sez o line mental pao se agi” ist erin, imines at oposts, pois, conquanto 0s abjeivor,possan fee. de earitor exitamente'pescoal, eles se chboraty paxil dlides caturis. Roprosontahdo. a tndividveliade, sabjetva. de aula win, 3 consoBicin representa asia cutor.” (Flygu Or rower) Partindo do dado basico de que é através de sua consciéncta cultural que 0s seres humanos se desenvolvem ¢ se realizam de mancita integral, € facil compreendermos a importincia do papel que a Literatura pods de- sempenhar para os seres em formagéo. f ela, dentre as diferentes manifes- agdes da Arte, a que atua de mancira mais profunda e duradoura, no sentido de dar forma e de divulgar os valores culturais que dinamizam uma sociedade ou uma civilizagio. Daf a importincia da Literatura Infantil, nestes tempos de crise cul- tural: cumprindo sua tarefa de alegrar, divertir ou emocionar o espirito de seus pequenos Ieitores ou ouivintes, leva-os, de maneira hidiea, fécil, a peroeberem ¢ a interrogarem a si mesmos 6 ao mundo que os rodeia, orien- tando sous interesses, suas aspiragies, sua necessidade de auto-afirmacio fou de segaranga, ao thes propor objetivos, ideais ou formas posstveis (ou desejiveis) de-participagio social Portanto, 6 ainda ao livro, & palavra escrita, que atribuimos a maior responsabilidade na formagio da conscitncia-de-mundo das criangas ¢ jo- * Comunicagio apresontada no 1° Eneontso de Professoces Universities de Litera- tura Infantile Juvenil, promovido pela Fundsefo Nacional ‘do. Livro Infantil © Juvenile Faculdade de Eeucano da Universidade Federal do Rio de Janciro, realizado entte 30 de junho © 4 de jullo de 1980, Vans, Apesar de todos os prognésticos pessimisias, © até apocalipticos, acerca do futuro do livro (ou melhor, da literatura), nesta nossa cet de imagem e da comunicacio instantanen, a verdade & que # palavia Lierists Grcita esd mais viva do que nunca, B parece ja fora de qualquer divide, Que nenhuma outta forma de ler 0 muncdo dos'homens & tio slieas ont quanto a que ela permite, © impulso para “e:”, para observar © compreendet 0 espaco em que Nive f os seres e coisas com que convive, & como sabemos algo iroreite 36 fe humano. "Desde que sua inclgéncia teve conligdes part orgaens

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