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Vem-me mente uma imagem, uma matriz analgica do sentido: filosofia e arte so
historicamente acopladas tal qual so, segundo Lacan, o Mestre e a Histrica. Sabe-se que a
histrica vem dizer ao mestre: A verdade fala por minha boca, estou aqui, e tu, que sabes, diga-
me quem sou. E adivinha-se que, por maior que seja a sutileza douta da resposta do mestre, a
histrica lhe dar a entender que ainda no isso, que seu aqui escapa apreenso, que se deve
retomar tudo e redobrar esforos para lhe agradar. Nesse momento, ela ruma para o mestre e
toma-se sua cortes. E, da mesma maneira, a arte j est sempre aqui, dirigindo ao pensador a
questo muda e cintilante de sua identidade, enquanto, por sua constante inveno, por sua
metamorfose, ela declara-se decepcionada com tudo o que o filsofo enuncia a seu respeito.
O mestre da histrica praticamente no tem outra escolha, caso demonstre m vontade
servido amorosa, idolatria que deve pagar com uma produo de saber estafante e sempre
decepcionante, a no ser lhe passar o cetro. E, da mesma maneira, o mestre filsofo permanece
dividido, no que diz respeito arte, entre idolatria e censura. Ou dir aos jovens, seus
discpulos, que o cerne de qualquer educao viril da razo manter-se afastado da Criatura, ou
acabar por conceder que s ela, esse brilho opaco do qual s podemos ser cativos, nos ensine
sobre o vis por onde a verdade comanda que o saber seja produzido.
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