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Sopa de Letras

Hitler

Tentar conhecer quem foi


Hitler é um desafio para
qualquer pessoa, porque
aquele homem foi o
responsável pelo maior conflito
que teve lugar no século XX.
Assim, a Folha propõe este mês
uma viagem pela vida de Hitler,
65 anos após o seu
desaparecimento, através do
trabalho do historiador inglês
Ian Kershaw, publicado em
2009 pela editora D. Quixote.

O autor explica no prefácio”a


minha biografia teve por
objectivo ser um estudo sobre
o poder de Hitler. À partida, a
minha intenção foi dar
resposta a duas questões. A
primeira era saber como é que
Hitler foi possível. Como é que
um indivíduo tão inadaptado terá ficado em posição de se apoderar do poder na
Alemanha, uma nação com uma economia moderna, complexa, economicamente
desenvolvida e culturalmente avançada? A segunda era descobrir como é que Hitler
pôde exercer o poder”.

A obra divide-se em duas partes. Na primeira é-nos revelado Adolf Hitler na juventude
e no início da idade adulta, onde constrói e desenvolve as suas profundas convicções.
Mas este Hitler é também uma pessoa solitária e com dificuldades em encontrar um
emprego normal. Quando chega a I Guerra Mundial, Hitler vai participar e chega a
cabo, tendo sido ferido em combate. Quando a Guerra chega ao fim com a capitulação
da Alemanha, Hitler regressa a Munique para um período de agitação e de revolta,
tendo sido orador em vários comícios.
O talento revela-se

“Descobriu de imediato que era capaz de tocar quem o ouvia, que a maneira como se
expressava suscitava entusiasmo nos soldados despertando-os da sua passividade e
cinismo. Hitler encontrava-se no seu elemento. Pela primeira vez na sua vida,
encontrara algo em que tinha um êxito extraordinário. Quase por mero acaso,
encontrara o seu maior talento”.

Foi a partir da sua capacidade de captar assistências que Hitler foi ganhando público.
Primeiro nas cervejarias de Munique e depois por onde foi discursando. Os temas
simples que ele abordava iam ao encontro de uma população alemã marcada pela
derrota e pela humilhação de ter perdido a guerra. Com estas características Hitler
junta-se ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) que na
altura era um pequeno partido no universo político da Alemanha, praticamente com
expressão apenas em Munique, e acaba por chegar à liderança.

A 8 de Novembro de 1923 Hitler faz uma tentativa de golpe de Estado na Baviera, que
é mal sucedida, tendo, por sido condenada a uma pena de prisão. Aqui, escreve uma
parte significativa do livro ‘A Minha Luta’ (Mein Kampf) que após a sua libertação vem
servir de suporte de divulgação das suas ideias. O livro atestava “a afirmação
intransigente dos princípios políticos de Hitler, a sua visão do mundo, o sentido que
tinha da sua própria missão, a visão que tinha da sociedade e os seus objectivos a
longo prazo”. Ian Kershan frisa que para Hitler a missão do povo germânico era a
destruição do bolchevismo e com ela o inimigo mortal, o judeu.

Com o agravamento da situação económica mundial resultante da crise de 1929, a


Alemanha sofreu também sérias privações que desencadearam crises políticas que
foram abrindo portas para que um pequeno partido fosse aumentando a sua votação e
ganhando lugares no parlamento, até se tornar indispensável à governação da
Alemanha. A 30 de Janeiro de 1933, Hitler foi nomeado Chanceler, dando início a um
período de governação de 12 anos que apenas terminou com o seu suicídios e o final
da II Guerra Mundial.

A concretização do poder

Apesar de no início do seu primeiro mandato ter tomado medidas que agradaram ao
povo alemão e começaram a aumentar as perspectivas de desenvolvimento
económico, à medida que o seu poder foi crescendo, foi também crescendo o seu
aspecto ditatorial, que permitiu a aniquilação de praticamente todos aqueles que lhe
faziam frente. Hitler tornou-se um ditador.

Depois de consolidado o poder, veio a adulação e o culto da personagem, através da


expressão “trabalhar em prol do Führer”, o que permitiu todo o tipo de atrocidades
sem que existissem quaisquer consequências para quem as praticasse.

Após arrumar a casa, Hitler voltou-se para o exterior. A Áustria, logo ali ao lado e
fragilizada pelo desmoronar do império dos Habsburgos foi a primeira vítima, com
base na “vontade” de integração na nação alemã. Seguiu-se a invasão da
Checoslováquia, também uma nação saída da solução da I Guerra Mundial acabou por
ficar sob o domínio alemão, sem que as potências ocidentais fizessem nada para
contrariar esta situação.

Apenas com a invasão da Polónia, a 1 de Setembro de 1939, a reacção ocidental se vai


começar a fazer sentir, mas Hitler vai permanecer vitorioso até ao inverno de 1941,
quando é parado quase às portas de Moscovo. Até 1940 “o seu poder era reconhecido
e confirmado em todo as frentes. Não havia nada de importância que fosse levado a
cabo em contradição com o que se sabia serem os seus desejos. O seu apoio popular
era imenso”

Mas a paragem na URSS e a entrada dos Estados Unidos na Guerra, primeiro no


Pacífico e depois no Atlântico vão mudar o curso das operações. À medida que se vê
cada vez mais encurralado, despede os seus chefes militares que acusa de traição, mas
vai mantendo sempre a esperança de que a coligação aliada se viria a desmoronar,
dando-lhe uma oportunidade de terminar a guerra sem capitular.

O final

Contudo, a força dos Aliados, depois do desembarque na Normandia, não mais dá


hipóteses ao exército alemão que tem de acorrer constantemente a duas frentes de
guerra. No leste, Estaline não dá tréguas e avança direito a Berlim, e no ocidente
Churchill e Roosevelt juntam esforços para destruir a Alemanha com
bombardeamentos constantes. No final, no seu ‘bunker’, já com os soldados soviéticos
praticamente à porta, Hitler comete suicídio em conjunto com Eva Braun, a sua
companheira.

A concluir, o autor, refere que “Hitler foi o principal autor de uma guerra que deixou
mais de cinquenta milhões de mortos e ainda mais milhões de pessoas a chorar os
seus entes queridos que perderam, enquanto tentavam refazer as suas vidas
destroçadas. Hitler foi a principal inspiração de um genocídio como o mundo nunca
tinha conhecido e que seria correctamente visto em tempos vindouros como um
episódio que definiria o século XX. O Reich, cuja glória ele procurou alcançar acabou
destruído, com o que restou dele a ser dividido por entre as potências vitoriosas e
ocupantes”.

A.M. Santos Nabo

Julho 2010

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