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Hitler
A obra divide-se em duas partes. Na primeira é-nos revelado Adolf Hitler na juventude
e no início da idade adulta, onde constrói e desenvolve as suas profundas convicções.
Mas este Hitler é também uma pessoa solitária e com dificuldades em encontrar um
emprego normal. Quando chega a I Guerra Mundial, Hitler vai participar e chega a
cabo, tendo sido ferido em combate. Quando a Guerra chega ao fim com a capitulação
da Alemanha, Hitler regressa a Munique para um período de agitação e de revolta,
tendo sido orador em vários comícios.
O talento revela-se
“Descobriu de imediato que era capaz de tocar quem o ouvia, que a maneira como se
expressava suscitava entusiasmo nos soldados despertando-os da sua passividade e
cinismo. Hitler encontrava-se no seu elemento. Pela primeira vez na sua vida,
encontrara algo em que tinha um êxito extraordinário. Quase por mero acaso,
encontrara o seu maior talento”.
Foi a partir da sua capacidade de captar assistências que Hitler foi ganhando público.
Primeiro nas cervejarias de Munique e depois por onde foi discursando. Os temas
simples que ele abordava iam ao encontro de uma população alemã marcada pela
derrota e pela humilhação de ter perdido a guerra. Com estas características Hitler
junta-se ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) que na
altura era um pequeno partido no universo político da Alemanha, praticamente com
expressão apenas em Munique, e acaba por chegar à liderança.
A 8 de Novembro de 1923 Hitler faz uma tentativa de golpe de Estado na Baviera, que
é mal sucedida, tendo, por sido condenada a uma pena de prisão. Aqui, escreve uma
parte significativa do livro ‘A Minha Luta’ (Mein Kampf) que após a sua libertação vem
servir de suporte de divulgação das suas ideias. O livro atestava “a afirmação
intransigente dos princípios políticos de Hitler, a sua visão do mundo, o sentido que
tinha da sua própria missão, a visão que tinha da sociedade e os seus objectivos a
longo prazo”. Ian Kershan frisa que para Hitler a missão do povo germânico era a
destruição do bolchevismo e com ela o inimigo mortal, o judeu.
A concretização do poder
Apesar de no início do seu primeiro mandato ter tomado medidas que agradaram ao
povo alemão e começaram a aumentar as perspectivas de desenvolvimento
económico, à medida que o seu poder foi crescendo, foi também crescendo o seu
aspecto ditatorial, que permitiu a aniquilação de praticamente todos aqueles que lhe
faziam frente. Hitler tornou-se um ditador.
Após arrumar a casa, Hitler voltou-se para o exterior. A Áustria, logo ali ao lado e
fragilizada pelo desmoronar do império dos Habsburgos foi a primeira vítima, com
base na “vontade” de integração na nação alemã. Seguiu-se a invasão da
Checoslováquia, também uma nação saída da solução da I Guerra Mundial acabou por
ficar sob o domínio alemão, sem que as potências ocidentais fizessem nada para
contrariar esta situação.
O final
A concluir, o autor, refere que “Hitler foi o principal autor de uma guerra que deixou
mais de cinquenta milhões de mortos e ainda mais milhões de pessoas a chorar os
seus entes queridos que perderam, enquanto tentavam refazer as suas vidas
destroçadas. Hitler foi a principal inspiração de um genocídio como o mundo nunca
tinha conhecido e que seria correctamente visto em tempos vindouros como um
episódio que definiria o século XX. O Reich, cuja glória ele procurou alcançar acabou
destruído, com o que restou dele a ser dividido por entre as potências vitoriosas e
ocupantes”.
Julho 2010