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CONSTRUÇÃO DE TERRÁRIOS EDUCATIVOS NA GEOGRAFIA:

Ian Bruno Mendonça Taquary

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é fruto de pesquisa acadêmica vinculada à disciplina de


metodologia do Ensino da Geografia e visa discorrer sobre o uso e construção de
terrários nas aulas de Geografia como medida incentivadora para as aulas,
propondo a interação dos alunos com os conteúdos da disciplina, mais
especificamente da Geografia física, a serem trabalhadas de modo prazeroso e
concreto, promovendo um ensino mais lúdico, uma reestruturação do espaço escolar
e do papel de seus agentes atuantes.
Sugere-se a inclusão de terrários no Ensino da Geografia tendo em vista que
os mesmos podem ser construídos com materiais de mínimo ou nenhum custo, que
podem ser conseguidos facilmente, em casa, na escola ou mesmo nas ruas, como
materiais que podem ser reciclados, reaproveitados, naturais orgânicos e
inorgânicos (sementes, madeiras, rochas, terra...). Espera-se com esta pesquisa a
promoção de uma didática tátil e interativa como forma de promover a percepção
tátil-espacial dos discentes e tornar o ensino da disciplina menos abstrato, (de
caráter mnemônico, onde os conceitos são a peça fundamental do processo),
possibilitando uma maior interatividade dos alunos, açodando seu interesse e os
tornando mais interessados e conscientes de seu papel na busca pelo
conhecimento, por meio de aulas mais prazerosas que tenham por base não
somente os terrários, mas também outros meios que dinamizem a prática
pedagógica.

2. O QUE É E PARA QUE SERVE O TERRÁRIO?

A prática docente de muitos professores do ensino básico, expressa em


variados trabalhos apresentados em congressos, simpósios ou encontros sobre
práticas em educação tem demonstrado a grande frequência que objetos didático-
tatéis têm sido utilizados em sala de aula, especialmente as maquetes e outras
representações ou modelados que objetivem a demonstração dos professores.
Quando utilizadas pelos professores de Geografia ou Biologia, principalmente, as
maquetes servem para que se demonstre visual e tatilmente algum elemento físico
ou biológico presente num determinado espaço ou ecossistema, respectivamente,
tais como: o relevo, a hidrografia, a distribuição espacial de seres vivos pelo
ambiente, entre outros. Por permitir sintetizar concretamente vários elementos
presentes num mesmo espaço em uma maquete (normalmente construída com
isopor ou sobre uma lâmina de madeira) demonstra-se um elemento interessante
para o uso em sala de aula.

Entretanto, nem sempre a maquete considera o espaço geográfico em seu


todo, dando principal enfoque aos elementos físicos da paisagem, tornando-se
muitas vezes reducionista e desvinculada do meio vivido pelo aluno. A construção
de tal elemento didático pode ser considerada proveitosa, quando o discente
consegue entender a dinâmica e a gênese das formas de relevo do espaço bem
como os fatores que se relacionam entre estas formas, sejam eles bioclimáticos,
pedológicos, geológicos e antrópicos, pois os alunos conseguirão entender o espaço
vivido na atualidade se considerarem os processos evolutivos do passado e os que
ainda se fazem presentes diariamente (LUZ, 2009).

Por estas questões sucitadas pela utilização de maquetes em sala de aula,


será proposto a seguir um outro tipo de representação do cenário terrestre em sala
de aula. Tal modelo da terra é comumente utilizado por professores da disciplina de
Ciências, no ensino básico por considerar em maior escala o meio biótico em
detrimento do abiótico. Tal modelo é mais conhecido como terrário ou ecossistema
artificial.

2.1 Conceito e elementos norteadores para sua utilização

Existem várias definições sobre o que vem a ser um terrário e cada uma delas
atende aos objetivos de seus idealizadores e metas daqueles as propuseram,
abrangendo desde engenheiros agrônomos, geólogos ou professores de Biologia e
Geografia do ensino básico ou superior. Deste modo, na visão de um pesquisador
da área ambiental, tal objeto pode ser considerado como uma representação de um
ecossistema ou meio natural. Para um geógrafo, pode ser considerado como uma
oportunidade de análise do meio social e sua interrelação com a natureza.

De acordo com Rosa (2009, p. 88), podemos entender o terrário como, "[...]
modelos de ecossistemas terrestres e constituem-se de mini-laboratórios práticos,
através dos quais procura-se reproduzir as condições de meio ambiente".
Observando-se atentamente, tal afirmação é consistente ao campo em que foi
elaborada, a Biologia, entretanto, torna-se incompleta ou pouco prática quando
pretendemos a sua utilização pelo método geográfico, que considera não somente o
meio natural, como também a produção cultural do espaço. Não se afirma aqui que
utilizado na área de ciências naturais não se considerará os aspectos
antropogênicos, mas que no âmbito próprio da Geografia, a construção do espaço
geográfico será mais bem abordado, pois o terrário, quando utilizado nas aulas de
Geografia poderá considerar não somente os elementos naturais dispostos no
espaço físico, mas também as construções humanas, que se espacializam neste
lócus natural. Tais construções podem ser representadas por meio de miniaturas de
casas, edifícios, pontes, entre outros elementos próprios do espaço cultural e
constantes do cotidiano dos discentes. Tal abordagem, largamente beneficiada se
se trabalhada em conjunto com a Biologia, poderá fornecer ao aluno uma visão mais
aproximada de seu espaço de vivência, e se refletir sobre seu papel atuante no meio
em que vive. Esta reflexão pode se dar quando durante a construção do terrário, o
professor poderá orientar o aluno a perceber que tal objeto em elaboração, o
terrário, enquanto representação tátil e visual do estrato geográfico apresenta
elementos culturais, construídos pela sociedade, para sua vivência e reprodução e
que toda construção humana se assenta no espaço natural.

No terrário estão presentes, como afirmamos, elementos próprios da natureza


biológica, física e humana. Por este motivo pode abranger plantas, rochas, água,
miniaturas de casas, entre outros elementos orgânicos e inorgânicos presentes no
espaço geográfico. Sua aparência deve ser o mais aproximado possível com o
espaço de vivência rotineiro das pessoas, seja ele urbano, o rural ou uma
aproximação dos dois num mesmo cenário. Deste modo, construir um terrário sobre
estas diretrizes é se considerar uma Geografia total, desprovida de visões parciais
expressas em palavras que dividem a Geografia como "humana", "crítica", "física",
entre outras. Na relação ensino e aprendizagem, será desenvolvida uma geografia
imparcial, ampla e, assim, total.

3. CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DO TERRÁRIO

A construção de um modelo como o terrário para se representar o espaço


geográfico demanda muita organização e também liberdade para construí-lo, ficando
a cargo do (s) professor (es) envolvido (s) organizar e gerir o processo junto com
alunos. Pode-se optar por um planejamento dinâmico onde os materiais possam ser
substituídos e o objeto final caracterizado de acordo com aquele que o produziu.
Para tanto, deve-se dar preferência a materiais com nenhum custo e de origem
natural, ou que estejam sendo utilizados para fins de reciclagem ou aproveitamento
de materiais guardados em casa sem uso, como plásticos, papéis, entre outros.

Figura 1 - Modelo de terrário proposto, elaborado com aquário e elementos naturais.


Fonte: Rosa, 2009.

O principal objeto para a construção e que servirá com caixa para conter os
demais elementos do terrário elaborado pode ser um aquário antigo disposto na
casa no aluno, bem como uma garrafa pet ou pote de plástico. Deve ser de cor
translúcida e pode ter formas arredondadas ou retas. Recomenda-se o uso do
plástico para que se evitem incidentes quanto ao seu manuseio. Caso se trate de
garrafa pet, um corte transversal ao centro da mesma deve ser elaborado pelo
professor ou outro responsável presente em sala.

Depois de conseguida a base para a construção do terrário (o pote ou


aquário), deve-se providenciar os demais elementos que farão parte da confecção,
tais como: terra para forrar o fundo do recipiente, relevos elaborados com isopor ou
outro material disponível, mudinhas de plantas pequenas, brinquedos como
bonecos, carrinhos e modelos de casas, rochas, entre outros, de acordo com a
necessidade dos professores (para ilustrar o exemplo, demonstramos a figura 1).

3.1 Breve roteiro de aplicação didática do terrário

Quando se intenciona a construção do terrário em sala de aula, deve-se


considerar alguns elementos que nortearão a prática dos que estão envolvidos em
sua coordenação. Quando trabalhado de forma interdisciplinar, os professores
envolvidos deverão selecionar as turmas e o tema a serem considerados para o
projeto de aplicação. A utilização temática do terrário não descarta a possibilidade
de se trabalhar as disciplinas de forma geral, não as fragmentando. Assim, pode-se
considerar o tema população e com base nele, as transformações do espaço e usos
de recursos do meio ambiente, entre outros aspectos.

Tal objeto didático pode ser utilizado antes ou após o professor explorar um
conteúdo novo com a classe, sendo um elemento de fixação de conceitos ou
incentivador de novos conhecimentos. Em qualquer momento que seja utilizado,
deve-se dar a turma uma noção do que precisará ser conseguido, caso os
professores não os dispunha. Para tanto, uma lista pode ser redigida e junto com
ela, direcionamentos com a data e objetivos principais do projeto, em formato de
plano de aula.

Além destes, é interessante que o professor distribua alunos por grupos para
a construção do terrário para que se trabalhe em equipe e deste modo, surja o
diálogo sobre elementos presentes no espaço vivido. Pode-se ao final da atividade
pedir a estes que elaborem relatório, ou estudo dirigido. Entretanto, durante o
processo de elaboração do trabalho, é importante pensar em formas para que os
alunos tenham sempre em mente os conceitos estruturantes da Geografia, como:
espaço físico, sociedade e equilíbrio natural. Outros, porém, podem ser pensados
em conjunto com o professor de Biologia, tal como higiene e atividades humanas.
No âmbito da Geografia, uma forma interessante para se trabalhar os conceitos
acima descritos é o desenho dos objetos que fizeram parte do terrário construído,
como miniaturas de represas, montanhas, lagos, indústrias, entre outros.
Juntamente com o desenho, o aluno poderá explicar se o mesmo faz parte do
espaço natural ou humano. Tal atividade tem caráter sintético e reflexivo, pois incita
os alunos a repensarem sobre os conceitos abordados e refletirem sobre a
construção do espaço geográfico e a atuação da sociedade neste processo.

Pode-se promover também uma espécie de concurso ao final da atividade


para que se avaliem quais os terrários mais organizados, bonitos ou coloridos entre
os criados pela turma em qual a atividade se desenvolveu, escolhendo para isto
juízes e jurados da escola, de preferência alunos que não participaram do projeto
nas classes.

Desta forma, pretende-se uma avaliação contínua, onde a participação e a


fixação dos elementos principais dos conteúdos sejam pontos importantes no
resultado final de cada aluno, tendo sempre em vista uma atividade prazerosa e
saudável, onde a criatividade e a ciência, o conhecimento e o saber não sejam
processos paralelos, mas continuamente presentes na didática daquele que acredita
em uma Geografia realmente renovada.

4. CONCLUSÃO

A aplicação e construção de terrários nas aulas de geografia pode-se revelar como


uma ferramenta interessante para a prática do professor em sala de aula. Deve levar
em questão não somente os aspectos conteudísticos (de sua disciplina e em
conjunto com outras), como também a interatividade que a construção de tal objeto
pode trazer, constituindo-se, assim, em um elemento prazeroso que possa dinamizar
a relação ensino-aprendizagem e professor-aluno. Há de se destacar também, neste
processo pedagógico de uso e construção, uma perspectiva tátil do terrário, tendo
em vista que tal perspectiva visa favorecer a todos os alunos e não somente a
alunos que apresentem deficiência visual. Espera-se, com tal trabalho, que se tenha
construído um elemento fundamental para a criação de aulas mais prazerosas no
ensino de geografia: a curiosidade por novas práticas.
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