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RECRIAR – Espaço de Saúde Mental

Psicóloga Márcia Sessegolo

ALCOOLISMO É DOENÇA? (Fonte: Imesc)

De forma direta, o tema específico do alcoolismo foi incorporado pela OMS à Classificação Internacional
das Doenças em 1967 (CID-8), a partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde. No entanto, essa questão não
pode ser vista apenas como um fato cronológico. A questão do impacto sobre a saúde provocado pelo
abuso do álcool já vinha sendo objeto de discussão pela OMS desde o início dos anos 50, compondo um
processo longo de maturação (que até hoje ainda é objeto de contendas médico-científicas). Consta que
em 1953 a OMS, através do seu Expert Comittee on Alcohol, já havia decidido que o álcool deveria ser
incluído numa categoria própria, intermediária entre as drogas provocadoras de dependência e aquelas
apenas formadoras de hábito (sobre isso consulte o documento da OMS denominado: Technical Repport
84,10 (1954)

Uma resposta sobre data e fato não comportaria a riqueza dos debates e as sutilezas conceituais que
envolveram a questão do alcoolismo no âmbito da OMS. Além disso, é interessante acompanhar como
desenvolveram-se tais debates no interior de várias outras instâncias científicas e médico-corporativas
(tanto no Brasil como no exterior). Esse tipo de investigação é útil quando se quer entender
adequadamente um fenômeno que no fundo remete a uma série de determinantes que tangenciam as mais
diversas fronteiras do conhecimento

EFEITOS * ( fontes: Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e médicos).

O que é estar alcoolizado?

O indivíduo é considerado alcoolizado se estiver com taxa a partir de 0,6 gramas de álcool por litro de
sangue.

A taxa de álcool no sangue varia de acordo com o peso, altura e condições físicas de cada um. Mas, em
média, a pessoa não pode ultrapassar a ingestão de duas latas de cerveja ou duas doses de bebidas
destiladas, se não, já está considerado alcoolizado.

Com Com Com


0,6 g/litro 0,8 g/litro 1,5 g/litro
de sangue, de sangue, de sangue,
o risco de o risco de o risco de
acidente é acidente é acidente é
50% maior quatro vezes maior 25 vezes maior

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Quantidade de álcool por litro de sangue (em gramas)* Efeitos


0,2 a 0,3 g/l - equivalente a um copo de cerveja, um cálice As funções mentais começam a ficar comprometidas. A
pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida percepção da distância e da velocidade são prejudicadas
destilada
0,3 a 0,5 g/l - dois copos de cerveja, um cálice grande de O grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O
vinho, duas doses de bebidas destiladas controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e
satisfação
0,51 a 0,8 g/l - três ou quatro copos de cerveja, três copos de Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a
vinho, três doses de uísque diferenças de luminosidade, superestimação das
possibilidades e minimização de riscos e tendência à
agressividade
0,8 a 1,5 g/l - a partir dessa taxa, as quantidades são muito Dificuldades de controlar automóveis, incapacidade de
grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o grau concentração e falhas na coordenação neuromuscular
de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduo
1,5 a 2,0 g/l Embriaguez, torpor alcoólico, dupla visão
2,0 a 5,0 g/l Embriaguez profunda
5,0 g/l Coma alcoólica

* Tomando-se por base a ingestão de álcool por um indivíduo que pese 70 kg.

AS FASES DO ALCOOLISMO

O Alcoolismo é uma doença caracterizada por 4 fases:

Fase 1: (Fase social, sem dependência física, apenas dependência Emocional). Inicia-se na primeira vez
que se bebe (lembrando-se que dois fatores são fundamentais: Predisposição Orgânica e Benefícios, do
contrário a doença não se desenvolve). O primeiro sintoma é a dependência Emocional. O
desenvolvimento emocional pára e a pessoa torna-se pouco tolerante. Como geralmente isso acontece na
infância ou na adolescência, a mudança emocional geralmente não é percebida, pois confunde-se com
malcriação, infantilidade ou temperamento forte. A partir daí, a doença desenvolve-se mais ou menos
devagar, dependendo da predisposição orgânica. Bebe-se pouco e socialmente, não há perdas em virtude
do uso. Não há problemas físicos.

Fase 2: (Fase social, sem dependência física, apenas dependência emocional). O organismo modifica-se:
tem-se a tolerância aumentada (bebe-se mais que na fase 1). Não há problemas em conseqüência da
ingestão de álcool. Não há problemas físicos. Não há dependência física, apenas emocional.

Fase 3: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito (altíssima tolerância). O
beber torna-se um problema. Muitos problemas emocionais, ressacas constantes, problemas em
decorrência da bebida , problemas familiares, problemas de relacionamento. Há o inicio da síndrome de
abstinência, começam as "PARADAS ESTRATÉGICAS", pode-se haver internações. Há boas
expectativas de recuperação física. Há muitas perdas. Perda de controle.

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Fase 4: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito pouco, menos que na
fase 1. Inicia-se a atrofia do cérebro. Pode-se ter delírios. Pode-se ter as mãos trêmulas por períodos
excessivamente longos. Problemas físicos e emocionais extremos. Pode-se ter Esquizofrenia. Muitas vezes
confunde-se com PMD (psicose maníaco-depressiva). Há poucas expectativas de recuperação física.
Perdas extremas.

SEQUELAS

ESTATÍSTICAS (Fonte: Jornal o Estado de São Paulo - Repórter Gabriela Scheinberg.)

Alcoolismo afeta 15% da população brasileira

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Cerca de 15% da população brasileira é alcoólatra, de acordo com levantamento realizado pelo Grupo
Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas,
em São Paulo. Dados obtidos em outros países giram em torno de 12% a 13%, segundo o coordenador do
grupo, Arthur Guerra de Andrade.

O levantamento, que foi divulgado ontem por Andrade durante o Encontro Álcool e suas Repercusões
Médico-Sociais, em São Paulo, foi feito com base no cruzamento de dados obtidos no Grea, na Associação
Brasileira de Bedidas (Abrabe), na Ambev e no Ministério da Saúde.

De acordo com os pesquisadores, o País gasta 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano para tratar de
problemas relacionados ao álcool, que variam desde o tratamento de um dependente até a perda da
produtividade por causa da bebida. Já a indústria do álcool no País movimenta 3,5% do PIB. "O País gasta
o dobro para tratar problemas provocados pelo álcool do que usa para produzir a bebida", diz Andrade.
"Não há nenhum país onde essa avaliação foi feita que ganhe mais do que perde com o álcool, mesmo
considerando os grandes exportadores mundiais de bebida."

Produção - Segundo Andrade, o País é o quinto maior produtor de cerveja do mundo, com a terceira maior
empresa da área, a Ambev. Da produção da Ambev, que representa 70% do total do Brasil, 90% são
destinados ao mercado nacional. "Do total de cervejas produzidas pela empresa, 35 milhões são
engarrafadas por dia", afirma Andrade.

"Não sou contra o álcool", explica Andrade. "A bebida não provoca danos desde que seja consumida
socialmente, de forma moderada." Para o especialista, as causas do alto número de pessoas dependentes de
bebidas alcoólicas no País deve-se, principalmente, à cultura nacional. A cerveja, por exemplo, é aceita
como uma bebida tradicional. "Você bebe no frio para esquentar e no calor para esfriar", diz. "Ela está
sempre presente."

Sair para beber também faz parte da cultura do brasileiro, outro fator que, para Andrade, aumenta o
número de usuários. A bebida alcoólica é facilmente encontrada em vários pontos do País a preços
acessíveis. Não há uma regulação efetiva de quem compra. "A idade em que o adolescente começa a tomar
álcool está cada vez menor", afirma, ressaltando que a média atual está em torno de 13 anos.
Adolescentes - Para esses adolescentes, a melhor forma de evitar o consumo precoce é a informação e a
educação. Os pais devem dar o exemplo. Andrade explica que, muitos pais, por beberem, não costumam
impedir que seus filhos o façam. "Geralmente, a principal preocupação dos pais é a maconha", diz. "Mas é
preciso saber que o álcool é a porta de entrada das drogas."

Um levantamento realizado pelo Grea indica que os filhos de país alcoólatras têm um risco até quatro
vezes maior de desenvolver a dependência. "Existem também os fatores genéticos que predispõem ao
vício", diz o médico.

EXISTE CURA?

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É o que a medicina afirma, mas a maior dificuldade das pessoas é entender como isso funciona e na
verdade, sabemos que não é bem assim.

Alguns acham que é falta de vergonha; outros, que é falta de força de vontade; outros, até, que é coisa do
"demônio", outros acham que leva algum tempo para desenvolver tal "vício". A verdade é que algumas
pessoas nascem com o organismo predisposto a reagir de determinada maneira quando ingerem o álcool.

Aproximadamente dez em cada cem pessoas nascem com essa predisposição, mas só desenvolverão esta
doença se entrarem em contato com o álcool.

Portanto, na prática podemos afirmar: NÃO HÁ CURA, mas temos como estacionar a doença.

O alcoolismo é uma doença incurável, de determinação fatal e progressiva até mesmo em períodos de
abstinência, entretanto, existem tratamentos para interromper o crescimento da doença, como veremos a
seguir.

Tratamentos psicossociais: As psicoterapias descritas mais adiante têm sido usadas no tratamento dos
transtornos causados pelo uso do álcool. Vários autores fizeram revisões da eficácia das várias
psicoterapias para tais transtornos. Este tópico faz revisões dos resultados na literatura sobre terapias
comportamentais cognitivas, terapias comportamentais, terapias psicodinâmicas/interpessoais,
intervenções breves, terapia conjugal e familiar, terapia de grupo, aftercare e grupos de auto-ajuda.

Terapias comportamentais cognitivas: Existem muitas evidências de que os tratamentos comportamentais


cognitivos que objetivam a melhora do autocontrole e das habilidades sociais levam consistentemente à
redução do alcoolismo. Estratégias de autocontrole incluem estabelecimento de metas, automonitorização,
análise funcional dos antecedentes do alcoolismo e possibilidades de aprendizagem de alternativas para
enfrentamento de situações conflitivas. O treinamento das capacidades sociais concentra-se em
desenvolver habilidades para formar e manter relações interpessoais mais estáveis, positividade e recusa
para aceitar bebidas. Holder et al. relataram que as intervenções comportamentais para tratamento do
estresse foram efetivas em seis dos dez estudos revistos. Monti et al. descobriram que pacientes internados
que receberam tratamento de exposição a insinuações pareado a treinamento das habilidades de
enfrentamento tiveram melhores resultados que aqueles que receberam somente tratamento padronizado
quando internados. Intervenções em terapia cognitiva concentradas em identificar e modificar
pensamentos mal-adaptativos e que não incluam um componente comportamental não têm sido tão
efetivas quanto os tratamentos comportamentais cognitivos.

O treinamento do autocontrole consiste em estratégias cognitivas e comportamentais, inclusive


automonitorização, estabelecimento de metas, recompensas para obtenção de metas, análise funcional de
situações propícias para beber e aprendizagem das habilidades alternativas para enfrentamento do
problema com bebidas. Embora alguns estudos de treinamento de autocontrole comportamental tenham
incluído alcoolismo controlado, bem como abstinência, como objetivo do tratamento, as técnicas
comportamentais de autocontrole devem ser utilizadas com o objetivo explícito a longo prazo de
abstinência.

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Em vários estudos, o aumento das respostas de enfrentamento ou "auto-eficácia" ao final do tratamento


predisseram melhores resultados com a bebida durante o acompanhamento. Os indivíduos que relatam uso
mais freqüente de estratégias cognitivas ou comportamentais com intuito de resolver ou dominar o
problema ("enfrentamento por aproximação") tipicamente têm melhores resultados que aqueles que
dependem de ficar distantes das situações de alto risco ("enfrentamento por evitar").

Terapias comportamentais A terapia comportamental individual e a conjugal têm demonstrado efetividade


para pacientes com transtornos causados pelo uso do álcool. A abordagem mais estudada do tratamento de
pacientes com transtornos causados pelo uso do álcool é a abordagem do reforço da comunidade, que
utiliza princípios comportamentais e, geralmente, inclui terapia conjunta, treinamento para encontrar
trabalho, aconselhamento enfocado em atividades sociais e recreacionais livres de álcool, monitorização
do dissulfiram e clube social livre de álcool. Usando designação aleatória para reforço da comunidade ou
tratamentos hospitalares padronizados, Azrin observou que os pacientes no grupo de reforço da
comunidade bebiam menos, passavam menos dias longe de casa, trabalhavam mais dias e eram menos
institucionalizados durante um acompanhamento de 24 meses. Um segundo estudo controlado
comparando a) a abordagem de reforço da comunidade, b) dissulfiram mais um programa comportamental
de fidelidade ao tratamento e c) tratamento ambulatorial regular mostrou que os pacientes tratados com
reforço da comunidade saíram-se substancialmente melhor em todas as medidas de resultados que aqueles
nas outras condições de tratamento.

Terapias psicodinâmicas/interpessoais Holder et al. concluíram que houve poucas evidências empíricas de
estudos controlados de que a psicoterapia orientada pelo insight ou aconselhamento são tratamentos
efetivos para o alcoolismo. A psicoterapia individual produziu melhores resultados que uma condição de
controle em dois dos oito estudos revistos, e a terapia de grupo orientada psicodinamicamente produziu
melhores resultados em dois de onze estudos. Abordagens genéricas de aconselhamento (caracterizadas
como primariamente diretivas e de apoio) produziram melhores resultados que os controles em um de oito
estudos revistos. Estudos existentes sobre essa modalidade podem ser limitados por suas abordagens a
curto prazo.

Intervenções breves As intervenções breves, em geral, são oferecidas por uma a três sessões e incluem
uma avaliação abreviada da gravidade do alcoolismo e de problemas relacionados e fornecimento de
feedback motivacional, além de aconselhamento. Em oito das nove experiências de tratamento controladas
revistas por Holder et al., as intervenções breves demonstraram ser efetivas, embora Chick et al.
relatassem resultados negativos. Revisões de Babor e Bien et al. concluíram que intervenções breves: a)
são tipicamente mais efetivas (em termos de uso do álcool, saúde geral ou funcionamento social); b)
muitas vezes têm eficácia comparável à de programas tradicionais mais intensos e a mais longo prazo; c)
aumentam a efetividade do tratamento posterior. Mesmo as intervenções que sejam muito breves (isto é,
de algumas horas) podem ter algum efeito positivo. Intervenções breves são utilizadas tipicamente (e têm
mais sucesso) para pacientes afetados menos gravemente e que não tenham recebido tratamento anterior
para um transtorno com o álcool. São necessárias mais pesquisas para determinar quais pacientes são
otimamente servidos pelo recebimento de uma intervenção breve.

Terapia conjugal e familiar O estado do relacionamento do paciente com familiares ou outras pessoas
igualmente significativas pode ser fator crítico no ambiente pós-tratamento para pacientes que sejam
casados ou que vivam com a família. O’Farrell et al. contrastaram a terapia conjugal comportamental e a

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terapia conjugal interacional com um grupo-controle sem tratamento. Ambos os grupos de tratamento
mostraram melhor evolução no ajuste conjugal, e os grupos de terapia conjugal mostraram maior grau de
sobriedade no decorrer de um período de acompanhamento a curto prazo. Dois outros estudos mostraram
que os pacientes que receberam terapia conjugal comportamental começaram a ter melhores resultados
com relação ao alcoolismo que aqueles que não a tiveram após um ano de acompanhamento. Estudos
também indicaram que o envolvimento do cônjuge no tratamento leva à melhora dos resultados conjugais
e do uso do álcool precocemente no período pós-tratamento, que os pacientes em terapia conjunta têm
menor probabilidade de abandonar o tratamento, e que a terapia com o intuito de melhorar o casamento
como um todo parece funcionar melhor que a terapia de casais concentrada rigidamente nos problemas
relacionados ao álcool (terapia com envolvimento mínimo do cônjuge ou apenas concentrado no álcool).

A FAMÍLIA DO ALCOOLISTA (Fonte: Site da Uniad)

por: Neliana Buzi Figlie

Se você tem um amigo, um familiar, um colega de trabalho que é dependente de álcool, você tem o que
fazer!
O alcoolismo acaba sendo uma armadilha para o dependente e também para a família, para o trabalho e
para a comunidade onde o dependente vive. Mas você pode tentar desarmar esta armadilha!

QUEM É FAMÍLIA ?

A primeira idéia que nos vem a mente quando falamos em família é: casal heterossexual, com dois filhos,
um animal de estimação, o homem como chefe da família e a mulher como dona de casa.
Quando temos esta estrutura, torna-se fácil definir a família. Mas nem sempre isso é real. Por família,
devemos entender várias formas de relacionamento com compromisso. Por exemplo: um alcoólatra
solteiro que mantém uma relação amigável com a família do vizinho, casais homossexuais, irmãos de
criação, entre outros. A família pode ser aquela que tem acesso ao dependente, sem ser necessariamente a
família consangüínea.
O alcoolismo não é causa, mas sim efeito
O alcoolismo é um sintoma que ao surgir, se interpõe entre o indivíduo, a família e outros relacionamentos
sociais, influenciando todo curso de vida.
Todo sintoma tem uma causa.

RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO


As causas podem ser as mais variadas possíveis:

• Conflitos emocionais ou pessoais


• Dificuldade escolares, sociais e/ou profissionais
• Acréscimo ou perda de um dos membros da família
• Crises familiares
• Consumo de bebida para o controle da ansiedade

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• Consumo de bebida para fuga de problemas


• Separações, divórcios ou término de relacionamento amorosos
• Ausência de pais
• Filhos de alcoólatras: aprendizagem de comportamento
• Pressão Social ("Quem não bebe não é macho!")

Embora o sintoma traga sérios prejuízos e desvantagens para a vida do dependente, o alcoolismo tem uma
função na vida deste. Podemos dizer que a pessoa "aprendeu a funcionar com o álcool ", seja qual for a
causa. Se o álcool é retirado, como o dependente vai funcionar (psicológica e fisicamente)?

Fica a questão: " Como funcionar sem a bebida ?". Daí a dificuldade de abandonar o hábito de beber,
embora a pessoa perceba as conseqüências negativas em sua vida.

Mas existem Fatores Protetores que podem evitar a continuação do hábito ou as recaídas:

• Boas oportunidades de trabalho


• Boas oportunidades educacionais
• Recursos da Comunidade: serviços sociais, lugares com o número reduzido de traficantes,
tratamento clínico e psicológico, grupos de auto-ajuda (AA,NA) , etc.
• Família: amor materno e paterno, relacionamento conjugal positivo, moradia definida, bom
relacionamento.

Nem sempre estes fatores existem simultaneamente. Em alguns casos basta um destes itens para motivar o
dependente para tornar-se abstinente.
ATENÇÃO: Existem famílias em que ocorre a necessidade de uma pessoa alcoólatra para que ela
funcione.
Exemplo: "Eu bebo porque você me deixa nervoso."
"Mas eu só fico nervosa quando você bebe."
A família tem um padrão de comunicação que define comportamentos. Em alguns casos, quando o
alcoolista "se cura", alguém pode piorar.

TIPOS DE FAMÍLIA

Esconder Assumir
O alcoolismo é visto como um desgosto e a família tende a esconder o alcoolista, tentando ajudá-lo.

A família não tem controle sobre o beber do alcoólatra, mas este beber acaba afetando a vida da família.
Como mudar esta situação:

1. Aprender o que é Alcoolismo (conceito de dependência, tolerância, síndrome de abstinência e


recaídas).
2. Entender o funcionamento da família: Qual é o real papel de cada membro ?

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3. Pedir e procurar ajuda: as conseqüências físicas, sociais e emocionais do alcoolismo são difíceis de
serem suportadas, principalmente quando os vizinhos começam a comentar, alguns familiares a
recriminar o apoio dado, contas a pagar, demissões... Nestes momentos de crise é bom contar com
um amigo para desabafar, um terapeuta para orientar ou mesmo a procura da religião para
confortar o sofrimento.

O alcoolismo não é fraqueza ou falta de moral. Trata-se de uma dependência física e psicológica que
controla o comportamento do dependente.

MITOS

Existem falsas noções sobre alcoolismo. É importante sabermos quais são elas para modificarmos nossos
pensamentos e/ou atitudes:

1. "Para quem bebia pinga, uma cerveja não faz mal"


Álcool é álcool! Uma cerveja grande eqüivale a uma dose de whisky, pinga ou um copo de vinho.
2. "Se eu tenho emprego, não sou alcoólatra "
O alcoolismo atinge até mesmo grandes executivos, que conseguem desempenhar suas atividades,
mas que não excluí o consumo abusivo. O outro lado da moeda são os cargos pequenos , onde o
indivíduo necessita tomar pelo menos uma dose antes de trabalhar para evitar as famosas ressacas
ou tremedeiras que acabam por prejudicar seu desempenho.
3. "Mas ele(a) uma boa pessoa!"
Ser alcoólatra não é sinônimo de que a pessoa seja um mau caráter. Contudo, quando intoxicada, a
pessoa perde a consciência de seus atos, mas não quer dizer que possua uma personalidade má.
4. "Mas nós temos um bom lar"
Muitos alcoólatras permanecem com suas famílias por longos anos, mantendo muitas vezes uma
família de aparência.
5. "Mas ele(a) não bebe sempre
"Beber diariamente não caracteriza o alcoólatra. Uma pessoa que bebe uma dose diária tem um
beber social. Se o número de doses for igual ou maior que 21( para homens ) e 14 ( para
mulheres ), mesmo que o consumidor beba uma vez por semana, já é um beber abusivo.
6. "Mas ele é tão inteligente que não pode ser um alcoólatra"

Esta é uma fala comum entre os patrões quando começam a desconfiar do consumo de álcool de
seu funcionário.
Lembre-se: Não há relação entre inteligência e alcoolismo.

7. "Ele desempenha seu trabalho brilhantemente e raramente falta"


Que bom! Este funcionário ainda não deixou que seu consumo afetasse seu trabalho, mas e depois
do expediente?
8. "Mas eu nunca o vi beber"
Quando pensamos na figura do alcoólatra, a primeira imagem é o estereótipo do consumidor que

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não sai do bar. Porém, existem muitos alcoólatras que compram sua bebida e a bebem nos lugares
mais inesperados.
9. "Todo alcoólatra é um vagabundo ou beberrão"
Não pense que o alcoólatra é apenas aquele que fica jogado na sarjeta. Muitos são pessoas
respeitáveis, que têm a aparência bem cuidada.
10. "Mas ele(a) veio de uma boa família"
Alcoolismo acontece com qualquer pessoa, independente do nível social, econômico ou de status.
11. "Com a internação ele(a) irá se curar"
Na maioria das vezes a internação é vista como "Salvadora da Pátria", mas para alguns familiares
que já passaram por esta experiência , sabem que a afirmação acima nem sempre é verdadeira.
Em alguns casos a internação pode ser eficaz quando o dependente está motivado ou quando ele
está muito doente.
Pensemos: em um ambiente protegido de problemas , pressão social e bebida, com cuidado 24
horas por dia, tornar-se fácil atingir a abstinência. Quando ocorre o retorno para o seu meio de
origem : amigos, problemas, bares, bebidas e cobranças continuam a existir. Por tal o tratamento
ambulatorial em alguns casos pode ser mais efetivo.
12. "O alcoolismo só atingem os homens"
A realidade é que existe mais homens do que mulheres alcoólatras. Contudo, existem mulheres
alcoólatras e por ser considerada uma dependência masculina, é esperado que as mulheres
escondam sua dependência por vergonha ou culpa.

COMO A FAMÍLIA ACABA AGINDO

Para amenizar sentimentos ruins ou de pressão social, profissional, escolar e por que não dizer familiar, os
parentes acabam atuando de forma a proteger a alcoólatra, isentando-o de seus atos ou diminuindo sua
auto-estima. Veja alguns casos:

1. O familiar que presta socorro 24 horas por dia


Se o patrão reclama a ausência do funcionário e o familiar dá "desculpas", fica cômodo para o
alcoólatra permanecer escondido e protegido. Uma vez assumido um compromisso a
responsabilidade é de quem o assumiu, mas vem o pensamento: "Se o patrão o ver desta forma
(ressaca), irá demiti-lo".
Questão: Com o passar do tempo, havendo a diminuição na qualidade do trabalho e aumentando o
número de faltas, o patrão não irá demiti-lo?
2. Policiar intensivamente
O dependente deve ter consciência de que não deve beber e não somente o familiar. Ilusão pensar
que você poderá controlar os hábitos do dependente 25 horas por dia, todos os dias.
Acontece um desgaste duplo: o ato de fiscalizar gera ansiedade e nervosismo e consequentemente ,
a ausência de seus próprios compromissos para ter tempo de fiscalizar.
Com o familiar preocupando-se pelo dependente, para que o dependente vai se preocupar ?
3. Perda de controle
Os familiares tornam-se tão preocupados em controlar o beber do dependente ou evitar recaídas,
que chegam a abandonar suas próprias vidas (lazer, trabalho, estudos...). O beber de forma indireta
passa a dominar os pensamentos e ações dos familiares.

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Lembre-se que esta preocupação tem que ser do dependente e não sua. Por mais que ele esteja
despreocupado, você apenas poderá lembrá-lo e ajudá-lo, mas não atuar por ele.
4. Agressão Física
Infelizmente ocorrem casos de espancamento e atos de violência com alguns familiares,
principalmente esposas e filhos. Quando restam os sinais de agressão é comum filhos deixarem de
ir à escola ou esposas evitarem sair de casa por vergonha. Indiretamente estas atitudes omitem os
atos do alcoólatras.
Violência é crime! Não se esconda e procure ajuda! Você sabe que existe a Delegacia da Mulher e
o SOS Criança?
5. Os passivos
Apatia não ajuda!
O familiar apático tenta se esconder em seu mundo e não se confronta com o beber e suas
conseqüências.
6. Os acusadores
São aqueles que acreditam que o alcoólatra é o problema da família, tornando responsabilidade do
dependente todas as ações dos outros membros da família.
Intensifica o rebaixamento da auto-estima- O dependente se sente o pior dos piores, sem saída para
mudar seu conceito.
7. Símbolo da perfeição
Tratam-se de familiares que tentam chamar atenção do alcoólatra através de seu comportamento
exemplar, comparando-se a este em todo o momento. Também é comum a comparação entre
irmãos ou cônjuges. Tal atitude somente contribui para que o dependente se sinta pequeno, sem
valor.

BUSCANDO SOLUÇÕES

A solução ideal seria a "cura do alcoolismo", mas esta solução depende da motivação do dependente e do
familiar. Se o dependente não tem esta motivação, a melhor solução para a família seria efetuar algumas
modificações nos comportamentos dos familiares, objetivando a interrupção ou pelo menos dificultar, o
curso do alcoolismo.

1. Não atuar pelo alcoólatra


É importante a família quebrar o sistema de proteção, atribuindo a responsabilidade dos problemas
e conseqüências do beber ao próprio alcoólatra.
2. Pensar mais em você
Só podemos ajudar alguém quando estamos bem, caso contrário, como oferecer algo que não
temos para dar?
O dependente causa um abalo na vida do familiar e este tende a abandonar algumas de suas
atividades. Retome-as, cumpra suas responsabilidades e cuide mais de si mesmo. Quando o
alcoólatra passa a perceber que você não está mais seguindo o ritmo dele, ele começa apensar: "o
que está acontecendo?".
3. Adquirir conhecimento
Informe-se : é importante saber alguns conceitos básicos para poder entender e ajudar o alcoólatra.

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Por exemplo: nos primeiros dias em que o dependente fica sem beber, é comum um hálito
alcoólico, que dá a impressão de consumo, denominada "Hálito de Vinagre. A família se desespera,
fiscaliza ou cobra, fato este que pode levar o alcoólatra a beber. Se os familiares tem este tipo de
informação, a atitude muda.
4. Conversar
Evite falar com o dependente apenas assuntos relacionados ao álcool. Procure mantê-lo interessado
e também interessar-se sobre outros aspectos da vida. E, lembre-se: o alcoolismo é conseqüência e
não causa. Porém existem pessoas que chegam a um grau de dependência tão elevado, que mal
restam outros aspectos de vida para conversar. Nestes casos procure estimular ou mesmo apontar
este "vazio" na vida do alcoólatra, tentando ajuda-lo a enxergar o que ele pode fazer para modificar
seu futuro.
5. Recaídas
Prepare-se! Por mais estabilizada que esteja a situação de abstinência, as recaídas são previstas no
processo.
Tenha em mente que o voltar a beber pode ser passageiro, principalmente se forem tomadas as
medidas adequadas.
6. Limites
Seja compreensivo e amigo com firmeza, sabendo definir limites e regras, principalmente sobre
sua competência e do dependente.
No primeiro momento a reação é de raiva, ódio e explosão! Tente se acalmar e refletir sobre a
situação. Não gaste suas energias em falar com uma pessoa intoxicada. Espere os efeitos passarem
para haver um diálogo consciente. Neste diálogo, procure colocar o que você espera e até onde
você agüenta (seus próprios limites).
7. Aspecto Social
Com a abstinência, perde-se ou ocorre uma diminuição no convívio social com os amigos do bar.
Daí vem as frustrações: falta de amigos e falta de bebida.
Propiciar atividades de lazer ou de convívio familiar para tentar abrandar estas frustrações são
importantes. Atividades físicas acabam sendo as mais comuns , mas também pense em passeios,
vídeo, cinema, teatro, leitura, visitas a casa de parentes e amigos, buscar filhos na escola, etc.
8. EVITE: Não dar importância ou ignorar os fatos
Expulsar de casa
Julgar o dependente como o único culpado
Policiar intensivamente
9. Procurar ajuda profissional
Não se deixe levar pelo sentimento de fracasso. Os profissionais de saúde existem para ajudar
tanto o dependente, como o familiar. Em alguns casos é necessário uma atuação técnica e não
apenas familiar.
Será que não é uma exigência muito grande a família acreditar que deve dar conta de tudo sozinha?
10. Procurar Recursos da Comunidade
Existem grupos de Auto-Ajuda (AA e NA), religião e palestra...enfim, tudo que o dependente
possa sentir como eficaz para ajudá-lo.
ATENÇÃO: Nem sempre o que é melhor para a família, é melhor para o dependente. O principal
envolvido precisa estar motivado.
Vale ressaltar que estes recursos podem ser utilizados simultaneamente a um tratamento. Não
existe um único detentor do saber ou uma forma única de cura.

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FAMÍLIA IDEAL

Este quadro pode tornar-se realidade.


O alcoolismo não é um caminho sem volta !
Acredite! Você pode ajudar muito para modificar a rota deste caminho.
BOA SORTE!!!!

EXISTE UM COMPORTAMENTO TÍPICO DE ALCOOLISTAS?

Não, mas com base em dezenas de depoimentos colhidos pelo Site Alcoolismo.com.br podemos algumas
manias, atitudes, síndromes ou situações emergiram com maior frequência:

• Obsessão com o copo - O alcoolista raramente o larga. Brinca com ele o tempo todo, mantém o
contato físico. "No meu caso", explica um veterano, "o barman pode colocar dez daquelas
varetinhas de mixar bebida, e eu jamais abriria mão de fazer girar o gelo do copo com o dedo.
Provavelmente o tato é mais uma forma de participar da bebida. Além de beber quero tocá-la."

• Sofreguidão ao beber- O alcoolista não bebe com prazer, e sim para que o efeito comece logo.
Prefere comer um pouco enquanto bebe, para não diminuir o efeito da bebida. Se comer a oxidação
do álcool será maior, sua eliminação da corrente sanguínea, mais rápida e o efeito menor.

• Sono instável- Dorme pouco e o sono não é reparador.


Comportamento autoritário- Passa a querer as coisas à sua maneira, com impaciência Com o tempo
alcoolizado ou não, vai se tornando monossilábico, sem vontade de falar, sobretudo em casa.

• Percepção obliterada- Torna-se vulnerável a bajulações; facilmente enganado por sócios ou


parceiros de trabalho.

• Medo de copo vazio- Numa festa logo que surge uma bandeja, o alcoólatra captura logo seu copo.
Passa o resto da noite vigiando os garçons. Para se garantir, frequentemente distribui gorjetas
desnecessárias.

• Isolamento- Só consegue confraternizar bebendo. Passa a não achar graça em amigos que não
bebem. Começa a não gostar de gente.

Negação permanente- O uísque, que passa a guardar no escritório, é "para os clientes." Acredita
que ninguém percebe sua dependência da bebida.

• Planejamento obsessivo- Vive de olho no relógio e em estratagemas para não lhe faltar bebida.
Quanto tempo falta para a próxima dose? E para o almoço? Memoriza horários de fechamento dos
bares que frequenta, conhece as empresas aéreas mais liberais com bebidas, investiga se os donos
da casa onde vai jantar servem bebida farta. Seu planejamento do dia é obsessivo.

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• Roteiro próprio- Os anos de bebida levam o alcoólatra a se afastar de quem pode atrapalhá-lo: o
chefe, a mulher, os filhos. A vida passa a ser uma sucessão de "dane-se". Meteu-se em briga de
rua? Dane-se. A mulher saiu de casa? Dane-se. Bateu o carro? Dane-se.
Soltando as amarras- Enquanto os filhos são pequenos e estão acordados, ainda procura dissimular.
Quando adormecem, costuma soltar tudo, pois passa o dia controlando-se no trabalho. É o início
da briga conjugal.

• Lapsos de memória- Os "apagamentos" em relação ao que fez ou aconteceu, enquanto esteve


alcoolizado. É capaz de viajar, seduzir estranhos, discutir temas complexos e não lembrar-se de
nada após a bebedeira. Pode acordar no quarto de um hotel de outra cidade, ao lado de quem não
conhece, sem saber como e nem como está ali. Fica aterrorizado e tenta recaptular - checa se seu
carro está na garagem, se está batido. "É como acordar de uma anestesia e ver um pedaço de seu
corpo faltando", define um dos entrevistados.

• Impotência- Como já adverti Shakespeare em Macbeth, "o álcool provoca o desejo mas rouba a
performance". O homem alcoolizado tem dificuldades em alcançar a ereção ou ejacular. Em alguns
casos, a impotência persiste nos períudos de sobriedade, levando o alcoólatra à paranóia conjugal:
por toda parte vê indícios de infidelidade da esposa. Começa a chamá-la corriqueiramente de
"Vagabunda" e "P...". A taxa de divórcio entre os que bebem é duas vezes maior que a verificada
entre os que não bebem.

CAMINHO PARA OUTRAS DROGAS.


(fonte: Jornal o Estado de São Paulo - Repórter Ligia Formenti).

O álcool é a porta de entrada, dizem especialistas.

A bebida é geralmente a primeira substância com que o jovem trava contato e seu consumo é estimulado
pela sociedade.

Durante muitos anos, o consumo de maconha foi considerado como o primeiro estágio da dependência
química. Depois de fumar cigarros preparados com a erva, a pessoa passaria a usar drogas cada vez mais
pesadas e em maior quantidade. As recentes pesquisas, porém, descartam essa tese, batizada de Teoria da
Escalada. O resultado dos estudos e a própria experiência dos médicos demonstram que o problema
começa de outra forma: no consumo exagerado de bebidas alcoólicas.

“Não há dúvida de que a porta de entrada da dependência é o álcool”, garante o chefe do Grupo
Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea), da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, professor Arthur Guerra de Andrade. Como a bebida é socialmente aceita, as doses a mais
raramente são consideradas um problema, mas apenas um deslize passageiro. Esse desprezo é incorreto e
perigoso, garantem especialistas. Principalmente quando o exagero ocorre na adolescência.

Pesquisa da professora Sandra Schivoletto, em São Paulo, demonstra que o álcool “é a primeira droga
usada por adolescentes”. Pelo levantamento, o contato com a bebida ocorre, em média, aos 11 anos. O

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cigarro vem depois, aos 12 anos. A média de idade para o primeiro uso de maconha é de 13 anos e o da
cocaína, 14 anos.
Além de o contato com a bebida ser mais precoce, a relação que o adolescente estabelece com ela também
causa preocupação. Grande número de jovens vincula o consumo de bebidas ao lazer. “Associar o álcool
ao amadurecimento e ao prazer são atitudes que acabam levando ao abuso”, afirma Sandra.

Outro aspecto fundamental é a facilidade de acesso à bebida. Embora a sua venda seja proibida para
menores de 18 anos, em todos os pontos do País existem locais onde jovens compram e ingerem álcool
livremente. “A cultura de que os encontros têm de ser regados com bebidas alcoólicas aumentou de forma
considerável nos últimos anos e os jovens, para se sentir integrados, acabam adotando esse mesmo
hábito”, diz Andrade.

Os especialistas advertem que os perigos são muitos, principalmente quando se leva em conta também o
metabolismo de pessoas mais jovens. “Os efeitos são potencializados”, garante Sandra. Para os médicos,
nem todas as pessoas que durante um período abusaram da bebida terão problemas ao longo da vida. Mas
o risco é alto.

“Os estudos revelam que, por ser a adolescência uma fase de experimentação, fica mais fácil o contato
com outras drogas”, garante Sandra. Andrade concorda: “Pessoas que desenvolvem dependência
apresentam algumas características comuns, que vão de fatores biológicos a problemas emocionais.” E
conclui: “E é por essa razão que os cuidados com o álcool têm de ser redobrados na adolescência.”

Do álcool ao pó – A história de Aloísio, de 20 anos, comprova o alerta feito por especialistas. O processo
de dependência química começou aos 13 anos, quando ele passou a beber de forma indiscriminada. Pouco
tempo depois, o garoto experimentou maconha. “Não gostei da experiência e continuei apenas bebendo
demais”, relata. Aos 14 anos, começou a usar cocaína.

A mãe de Aloísio somente percebeu o problema um ano depois. “Eu me envolvi em uma briga e levei um
tiro que me perfurou o pulmão”, conta o jovem. “Minha mãe soube apenas quando chegou ao hospital e
conversou com os médicos.” Depois da recuperação no hospital, Aloísio foi internado em uma clínica para
dependentes, na primeira primeira de uma série de tentativas para livrá-lo da dependência.

Entre o período “limpo” e os de recaída, uma série de problemas apareceu. Aloísio foi expulso de várias
escolas e parou de estudar e de conversar com amigos e familiares. Internado novamente em uma clínica,
espera agora escapar de uma vez das drogas. “Até pouco tempo atrás, não botava fé nos tratamentos, mas
desta vez acho que vai dar certo”, diz.

Marketing para jovens – A professora do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP Beatriz


Carlini Cotrim lembra que o consumo de álcool aumentou de forma significativa. “O marketing hoje é
voltado para conquistar um público mais jovem”, afirma. Para Beatriz, o ideal seria que limites mais
rígidos fossem fixados para impedir o acesso dos adolescentes ao álcool. “É claro que a medida sozinha
não basta, mas é preciso começar de algum ponto”, explica.

A especialista acha que a geração atual de pais reluta muito em impor proibições e limites aos filhos: “A
sociedade ficou traumatizada com a ditadura e hoje tem dificuldades para estabelecer certas normas.”

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Beatriz, contudo, entende que os pais deveriam ser mais severos com relação à bebida e mais rigorosos na
fiscalização do consumo de álcool. “Álcool não é iogurte de morango, pois sua ingestão traz vários riscos
e, por essa razão, ele não pode ser usado de forma irresponsável.”

As críticas da professora têm uma justificativa: em pesquisa que fez com Alice Chasin, sobre as mortes
violentas ocorridas na região metropolitana de São Paulo em 1994, constatou que 50% dos atropelados,
60% dos afogados e 50% das vítimas de homicídio haviam ingerido altas doses de álcool.

TESTE

01. Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
Muitos de nós "largamos a bebida" muitas vezes antes de procurar ajuda. Fizemos sérias promessas aos
nossos familiares e empregadores. Fizemos juramentos solenes. Nada funcionou. Agora não lutamos mais.

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Não prometemos nada a ninguém, nem a nós mesmos. Simplesmente esforçamo-nos para não tomar o
primeiro gole hoje. Mantemo-nos sóbrios um dia de cada vez.
Sim( ) Não( )
02. Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?
Muitas pessoas tentam ajudar bebedores - problema. Porém, a maioria dos alcoólicos ressente-se com os
"bons conselhos" que lhes dão. (não impomos esse tipo de conselho a ninguém. Mas, se solicitados,
contaríamos nossa experiência e daríamos algumas sugestões práticas sobre como viver sem o álcool.)
Sim( ) Não( )
03. Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?
Sempre procurávamos uma fórmula "salvadora" de beber. Passamos das bebidas destiladas para o vinho e a
cerveja. Ou confiamos na água para "diluir" a bebida. Ou, então, tomamos nossos goles sem misturá-los.
Tentamos ainda beber somente em determinadas horas. Porém, seja qual for a fórmula adotada,
invariavelmente acabamos embriagados.
Sim( ) Não( )
04. Tomou algum trago pela manhã nos últimos doze meses?
A maioria de nós está convencida (por experiência própria) de que a resposta a esta pergunta fornece uma
chave quase infalível sobre se uma pessoa está ou não a caminho do alcoolismo, ou já se encontra no limite
da "normalidade" no beber.
Sim( ) Não( )
05. Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?
É óbvio que milhões de pessoas podem beber (às vezes muito) em seus contatos sociais sem causar danos
sérios a si mesmos, ou a outros. Você parou alguma vez para perguntar-se por que, no seu caso, o álcool é,
tão freqüentemente, um convite ao desastre?
Sim( ) Não( )
06. Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
Todos os fatos médicos conhecidos indicam que o alcoolismo é uma doença progressiva. Uma vez que a
pessoa perde o controle da bebida, o problema torna-se pior, nunca desaparece. O alcoólico só tem, no fim,
duas alternativas: (1) beber até morrer ou ser internado num manicômio, ou (2) afastar-se do álcool em
todas as suas formas. A escolha é simples.
Sim( ) Não( )
07. A bebida já criou problemas no seu lar?
Muitos de nós dizíamos que bebíamos por causa das situações desagradáveis no lar. Raramente nos ocorria
que problemas deste tipo são agravados, em vez de resolvidos, pelo nosso descontrole no beber.
Sim( ) Não( )
08. Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
Quando tínhamos de participar de reuniões deste tipo, ou nos "fortificávamos" antes de chegar, ou
conseguíamos geralmente ir além da parte que nos cabia. E, freqüentemente, continuávamos a beber
depois.
Sim( ) Não( )
09. Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando
quer?
Iludir a si mesmo parece ser próprio do bebedor problema. A maioria de nós que hoje nos encontramos.,
tentou parar de beber repetidas vezes sem ajuda de fora. Mas não conseguimos.
Sim( ) Não( )

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10. Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
Quando bebíamos e perdíamos dias de trabalho na fábrica ou no escritório, freqüentemente procurávamos
justificar nossa "doença". Apelamos para vários males para desculpar nossas ausências. Na verdade,
enganávamos somente a nós mesmos.
Sim( ) Não( )
11. Já experimentou alguma vez ‘apagamento’ durante uma bebedeira?
Os chamados "apagamentos" (em que continuamos funcionando sem contudo poder lembrar mais tarde do
que aconteceu) parecem ser um denominador comum nos casos de muitos de nós que hoje admitimos ser
alcoólicos. Agora sabemos muito bem quais os problemas que tivemos nesse estado "apagado" e
irresponsável.
Sim( ) Não( )
12. Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse?
em si, não podemos resolver todos os seus problemas. No que se refere, porém, ao alcoolismo, podemos
mostrar-lhe como viver sem os "apagamentos", as ressacas, o remorso ou o desconsolo que acompanham as
bebedeiras desenfreadas. Uma vez alcoólico, sempre alcoólico. Portanto, evitamos o "primeiro gole".
Quando se faz isto, a vida se torna mais simples, mais promissora e muitíssimo mais feliz.
Sim( ) Não( )
Qual foi a contagem?
Respondeu SIM quatro vezes ou mais? Em caso positivo, é provável que você tenha um problema sério de
bebida, ou poderá tê-lo no futuro.
Por que dizemos isto? Somente porque a experiência de milhares de alcoólicos recuperados nos ensinou
algumas verdades básicas a respeito dos sintomas do alcoolismo - e de nós mesmos.
Você é a única pessoa que poderá dizer, com certeza, se deve ou não procurar um grupo de ajuda ou um
médico. Se a resposta for SIM, teremos satisfação em mostrar-lhe como conseguimos parar de beber. Se
ainda não puder admitir que você tem um problema de bebida, não faz mal. Apenas sugerimos que você
encare sempre a questão com mentalidade aberta. Se necessitar de mais informações consulte nosso site.
www.alcoolismo.com.br

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