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TOCANDO NO PONTO

Se você tivesse que perder um dos cinco sentidos (audição, visão,


paladar, tato e olfato), qual você escolheria perder? Pensamos nos cegos, nos
surdos-mudos, e em como seria difícil viver sem estes sentidos. Mas qual seria o
sentido que não poderíamos viver sem ele?

Quando falamos dos nossos cinco sentidos, temos, muitas vezes, uma
percepção meio uniforme deles, como se todos os sentidos fossem igualmente
importantes para nós. Entretando, existe um sentido que é considerado a mãe
de todos os outros: o tato.

Biologicamente, o tato parece estar presente em todos os seres vivos.


Mesmo organismos unicelulares são capazes de perceber quando alguma coisa
os toca. Ainda na gestação, o primeiro sentido que se manifesta no feto é o tato.
É também o tato o último sentido que perdemos quando morremos.

O tato é o único sentido que está presente o tempo todo. Se quisermos


nos livrar da visão, basta fecharmos os olhos. Ou se quisermos nos livrar da
audição, podemos tampar os ouvidos. Mas, não podemos nos livrar do tato.

Uma outra diferença do tato em relação aos outros sentidos é que ele
está espalhado pelo nosso corpo todo enquanto que os receptores dos outros
sentidos (olhos, ouvidos, nariz, boca) se concetram na nossa cabeça.

O outro fato interessante sobre este sentido, é que ele é o único que pode
mais ou menos substituir outro sentido. Por exemplo, uma pessoa com uma
venda nos olhos não pode ver um objeto. Mas se ela o toca, ela pode descobrir
de que objeto se trata. O tato, entretanto, é insubstituível.
Casos de perda do sentido do tato ou de crianças que nascem sem esse
sentido são muito raros, embora a ciência tenha registrado certos casos. Alguns
estudos têm também demonstrado que algumas pessoas ao envelhecerem
diminuem a sensação do tato cuja mudança é mais proeminente nos pés.

Uma das pinturas mais famosas do mundo se chama “A Criação de


Adão”. Foi pintado por Michelangelo e está no teto da capela Sistina no
Vaticano. Nessa pintura, a mão de Deus se estende para tocar a mão de Adão
dando origem a vida. O toque representa uma força capaz de dar energia vital. E
não é o toque algo mágico?

Muitos estudos já foram feitos sobre a importância do toque e seus efeitos


na saúde. Por exemplo, o toque entre a mãe e o bebê é benéfico para o
desenvolvimento físico do bebê e contribui para um relacionamento positivo
entre mãe e filho. Em adultos, o toque pode aliviar a dor física e o estresse.

Embora tão importante, nós nunca pensamos muito sobre este sentido e
tocamos a vida sem consciência de sua existência. O tato, entretanto, é um
sentido crítico para o funcionamento humano em diferentes níveis. Nos dá, por
exemplo, a sensação de calor, frio e dor. Nos ajuda a perceber e interagir com o
meio ambiente. Tem poder terapêutico e contribui para a saúde do corpo físico.
O tato também contribui para a saúde da alma, nos dando uma sensação de
segurança e bem-estar.

Denise Maria Osborne é mestranda em Lingüística Aplicada no Teachers


College Columbia University (Nova York) e professora de português como
língua estrangeira. dmdcame@yahoo.com

Artigo originalmente publicado pelo Jornal Clarim (Minas Gerais, Brasil):

Osborne, D. (2009, June 05). Tocando no ponto. Clarim, Ano 14, n. 671, p. A2.

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