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O que os nomes revelam.

Escolher o nome ideal para os filhos pode ser uma tarefa árdua. Alguns

pais apelam para a criatividade. Juntam o nome do pai e da mãe e criam um novo

nome, como em ‘Joélia’, junção de João e Hélia. Este tipo de junção de palavras tem

nome, se chama aglutinação. Aliás, em lingüística, existe uma área especializada no

estudo de nomes próprios, chamada Antroponímia!

E, a coisa é séria! Nomes podem carregar informações. Sobrenomes que

terminam em ‘berg’, por exemplo, como em ‘Greenberg’, geralmente se referem a

famílias judias. Se tem ‘Mac’ no sobrenome, as chances são de que a pessoa seja

escocesa e ‘Mc’, irlandesa. E assim por diante.

Dependendo do país, nomes próprios podem transmitir uma carga

semântica diferente. ‘Guido’, nos Estados Unidos, por exemplo, é um nome associado

à máfia italiana e tem uma carga negativa. Outros nomes que não soam muito bem por

aqui são ‘Cida’ e ‘Kaká’. Cida é a sigla em espanhol para aids e Kaká… Bem, nem

mesmo a fama do Kaká do Milan ajuda!

O president Bush e o vice-presidente Dick Cheney dos Estados Unidos

também não escaparam de associações com o nome próprio. ‘Bush’, além de

sobrenome, significa literalmente ‘arbusto’ e é uma palavra pejorativa para o órgão


reprodutor feminino. E ‘Dick’, além de ser um apelido para Richard, é uma palavra

vulgar para o órgão reprodutor masculino. Vejam só que dupla: Bush & Dick!

Na França o primeiro nome pode indicar a classe social da pessoa.

‘Maxime’ e ‘Louise’ são provavelmente nomes de pessoas da classe alta enquanto que

o nome ‘Lolita’ é mais comum na classe baixa.

De acordo com a revista Veja de 2004, no Brasil, quanto mais alta a

classe social, maior a tendência de adotar nomes simples. A grafia, porém, pode ser

alterada, usando ‘y’ e dobrando a letra ‘l’, por exemplo.

Nomes não convencionais podem causar problemas. Nos Estados

Unidos, estudos têm mostrado que as crianças com nomes estranhos tiram notas

piores na escola, de acordo com o New York Times de março de 2008. E tem nomes

estranhos por aqui! Na lista dos nomes estranhos americanos constam ‘Post Office’

(Correio), ‘Garage Empty’ (Garagem Vazia), ‘King Arthur’ (Rei Artur), ‘River Jordan’

(Rio Jordão), ‘Medusa’, ‘Lucifer’ e ‘Satan’.

O brasileiro também pode ser bastante criativo! A lista de nomes

estranhos, já adotados e registrados em cartório brasileiro, vai longe; por exemplo,

‘Rolando Escadabaixo’, ‘Um Dois Três de Oliveira Quatro’, ‘Comigo é Nove na

Garrucha Trouxada’, e ‘Flávio Cavalcante o Rei da Televisão’.


Para evitar problemas, podemos decidir dar aos nossos filhos nomes que

são mais comuns ou nos inspirarmos nos artistas. ‘Camilly Victoria’ e ‘Victor Alexandre’,

nomes que Carla Perez deu a seus filhos, se tornaram uns dos nomes mais populares

em 2003.

O Censo americano de 2007 divulgou os sobrenomes mais comuns:

‘Smith’, seguido de ‘Johnson’ e ‘Williams’. Fato interessante é que na lista dos 10

sobrenomes mais comuns nos Estados Unidos incluem-se dois sobrenomes

hispânicos, ‘Garcia’ e ‘Rodriguez’, indicando o crescimento da comunidade hispânica.

Outro dado interessante do Censo é que 90% das pessoas que tem o sobrenome

‘Washington’ são negras.

Não dá para subestimar a importância do nome próprio. Ele nos dá uma

noção de identidade, revelando, às vezes, um pouco da nossa história pessoal.

Denise Maria Osborne é mestranda em Lingüística Aplicada no Teachers College


Columbia University (Nova York) e professora de português como língua
estrangeira. dmdcame@yahoo.com

Artigo originalmente publicado pelo Jornal Clarim (Minas Gerais, Brasil):

Osborne, D. (2008, October 10). O que os nomes revelam. Clarim, Ano 13, n.639,

p. A2.

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