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O Fim do Mundo

Muitos dizem que o fim do mundo está próximo. Tem até data: 21 de
dezembro de 2012. Esta é a data do fim do calendário maia quando o ciclo de
5.125 anos, chamado de contagem longa, termina. Este é um calendário não
repetitivo (diferente do nosso calendário que é repetitivo).

Mas por que dar tanta importância a um calendário cuja origem data de
uns 600 anos antes de Cristo?

O calendário maia é sofisticado e complexo. Nos fornece informações


sobre, por exemplo, as faces da lua e o ciclo de Vênus. Os maias foram capazes
de prever o ciclo de Vênus 500 anos no futuro. Tudo isso sem nenhum
equipamento astronômico. Conhecimento adquirido supostamente apenas
através de anos de observação cuidadosa.

O medo de algum evento apocalíptico acontecer, levou com que a NASA,


a Agência Espacial Americana, em novembro de 2009, fizesse uma declaração
oficial dizendo que o mundo não iria acabar, pelo menos por enquanto. De
acordo com a agência, não há nada nos céus indicando que uma catástrofe está
prestes a acontecer.

Os cientistas advertem, porém, que o que poderia ser questão de


preocupação são outros temas, como o aquecimento global, guerras nucleares,
e asteróides que podem seguir um caminho imprevisto. Mas as especulações
sobre profecias milenares não passam disso, simples especulações.

As informações científicas parecem não afetar o espírito apocalíptico de


Hollywood. O filme “2012”, lançado em novembro de 2009, mostra a terra sendo
destruída no ano 2012, coincidindo com o fim do calendário maia. Outro filmes
lançados recentemente têm a mesma ótica opocalíptica.
“The Road” (ainda sem tradução para o português), lançado em
novembro de 2009, retrata a jornada de um pai e seu filho, em um planeta
condenado à morte que luta para sobreviver depois de uma aparente catástrofe
nuclear.

“The Book of Eli” (ainda sem tradução para o português), lançado em


janeiro deste ano, relata a luta de Eli em preservar o livro de Eli (que também
pode ser traduzido como o evangelho de Eli). A saga de Eli se passa no mundo
pós-apocaliptico de 2043.

Em janeiro de 2009, “Ensaio sobre a Cegueira”, dirigido pelo cineastra


brasileiro Fernando Meirelles, mostra nossa sociedade em degradação, quando
todos subtamente ficam cegos, com exceção da heroína da história.

Outros filmes, não tão recentes, também relatam o fim da existência


humana. “Filhos da Esperança”, por exemplo, fala de um mundo em que as
mulheres não são mais capazes de gerar filhos. Sem esperanças para a raça
humana, o planeta se torna um caos, até que uma mulher grávida é descoberta,
e a luta para salvá-la se torna a luta para salvar a raça humana.

“Eu Sou a Lenda”, filme que tem a participação da atriz brasileira Alice
Braga, também mostra um mundo pós-apocalíptico no ano de 2012.

Todos estes filmes não só foram inspirados por especulações sobre


profecias antigas, como por exemplo, o fim do calendário maia, mas também
podem ter sido influenciados por estes tempos de terrorismo em que vivemos.
Depois de 11 de setembro de 2001, a idéia de que algo terrível pode de repente
acontecer se tornou muito mais real para os americanos. Uma forma de lidar
com o medo do terrorismo, pode ser se voltar para a fantasia e lidar com a idéia
apenas no plano do entretenimento. Tudo pode ser muito divertido, desde que
fique apenas lá nas telas dos cinemas!
Denise Maria Osborne é mestranda em Lingüística Aplicada na Columbia
University (Nova York) e professora de português como língua estrangeira.
dmdcame@yahoo.com

Artigo originalmente publicado pelo Jornal Clarim (Minas Gerais, Brasil):

Osborne, D. (2010, January 29). O Fim do Mundo. Clarim, Ano 14, n. 703, p. A2.

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