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O documento discute a natureza do mito, definindo-o como uma verdade intuitiva baseada na emoção que expressa nossos desejos e medos sobre o mundo. Também aborda como os rituais imitam os deuses e como a transgressão de tabus pode trazer males para a comunidade. Por fim, discute como o mito permanece relevante hoje através de imagens como heróis e como a filosofia se diferencia do mito ao questionar e buscar explicações não sobrenaturais.
O documento discute a natureza do mito, definindo-o como uma verdade intuitiva baseada na emoção que expressa nossos desejos e medos sobre o mundo. Também aborda como os rituais imitam os deuses e como a transgressão de tabus pode trazer males para a comunidade. Por fim, discute como o mito permanece relevante hoje através de imagens como heróis e como a filosofia se diferencia do mito ao questionar e buscar explicações não sobrenaturais.
O documento discute a natureza do mito, definindo-o como uma verdade intuitiva baseada na emoção que expressa nossos desejos e medos sobre o mundo. Também aborda como os rituais imitam os deuses e como a transgressão de tabus pode trazer males para a comunidade. Por fim, discute como o mito permanece relevante hoje através de imagens como heróis e como a filosofia se diferencia do mito ao questionar e buscar explicações não sobrenaturais.
Importncia do mito: no considerando juzos de realidade e considerando o
contexto cultural. O Mito no lenda, pura fantasia, crendice ou fbula. O Mito pura verdade, intuio compreensiva da realidade. (O Mito no uma mentira) O Mito est fundado na emoo e na afetividade. O Mito, antes de ser uma interpretao do mundo de maneira argumentativa, expressa o que desejamos ou tememos. O Mito um mistrio, um enigma. O Mito nosso espanto diante do mundo. O Mito est impregnado do desejo humano de afugentar a insegurana, os temores e a angstia diante do desconhecido, do perigo e da morte. O Mito se sustenta pela f em foras superiores. O Mito se estende por todas as esferas da realidade vivida. No Mito o sagrado permeia todas as esferas da atividade humana. Os modelos de construo mtica so de natureza sobrenatural. O mundo humano e o mundo natural so controlados pelo mundo sobrenatural. O Mito no uma mentira.
B. OS RITUAIS
Segundo Mircea Eliade: uma das caractersticas do mito fixar modelos
exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas. Os rituais imitam os gestos dos deuses - Assim fizeram os deuses, assim fazem os homens. O tempo sagrado, reversvel, isto , o que aconteceu no passado mtico, acontece novamente. (Se no fosse assim, as coisas no aconteceriam). Sem os ritos, os fatos naturais no se concretizariam.
C. TRANSGRESSO DO TABU
Na tribo: o equilbrio pessoal depende da preponderncia do coletivo, o que
facilita a adaptao do indivduo tradio. Predomnio da conscincia coletiva. A desobedincia ultrapassa o indivduo que cometeu. O Tabu significa proibio, interdito e sagrado. A transgresso do Tabu provoca males e desgraas para a tribo, a coletividade. Rituais de Purificao: para quem cometeu a transgresso.
D. AS TEORIAS SOBRE O MITO
As funes do mito: garantia a tradio e a sobrevivncia do grupo
Exemplos: A origem da agricultura; a fertilidade das mulheres; o carter mgico das danas e desenhos. O carter existencial e inconsciente do mito (Psicanlise Freud e Jung) - O mito revela o sonho, a fantasia, os desejos mais profundos do ser humano. A Conscincia Mtica
- Freud: o amor e dio permeiam a relao familiar.
- Jung: o inconsciente coletivo est presente em todos os grupos e pessoas em qualquer lugar ou poca. O mito como estrutura (Claude Lvi-Strauss) - Procura a estrutura bsica que explica os mais diversos mitos, procedimento que valoriza mais o sistema do que os elementos que o compem. - Os elementos so relativos, e como tal s tem valor de acordo com a posio que encontram na estrutura (cultura) a que pertencem. - Um fato isolado, um mito isolado no possui significado em si. - Busca dos elementos invariantes (regras universais), que persistem sob diferenas superficiais. - O mito no o lugar da fantasia e do arbitrrio, mas pode ser compreendido a partir de uma estrutura lgico-formal subjacente, pelo lugar que cada elemento ocupa em determinada estrutura. NO PRETENDEMOS MOSTRAR COMO OS HOMENS PENSAM NOS MITOS [FILOSOFIA], MAS COMO OS MITOS (ATRAVS DAS ESTRUTURAS) SE PENSAM NOS HOMENS, E SUA REVELIA [ANTROPOLOGIA] Claude Lvi-Strauss. Outras teorias: Valorizao da funcionalidade, dos elementos particulares, da pura subjetividade ou da histria de um determinado povo.
E. O MITO NAS CIVILIZAES ANTIGAS
Sociedades mais complexas - Sociedades no igualitrias: estabelecimento de hierarquias entre segmentos sociais, inclusive introduzindo a escravido. - O mito era componente importante da cultura, mas as instituies religiosas, por se tornarem mais elaboradas, provocaram a separao entre o espao sagrado dos santurios (RELIGIO) e o espao profano da vida cotidiana (MITO). - O poder era exercido pela classe sacerdotal ou por seu representante mximo. - O poder, em alguns casos, tornava-se teocrtico. - O culto exigia monumentos grandiosos. Exemplo: Grcia Antiga - A Grcia era conhecida por Hlade e era constituda por diversas regies autnomas, mas que mantiveram a lngua e a unidade cultural. - Religio grega: politesta; os deuses eram imortais e tinham comportamentos humanos; ocorriam obrigaes a eles devidas. - Os mitos surgiram quando ainda no havia escrita e eram transmitidos oralamente por poetas ambulantes chamados de aedos e rapsodos. (Nem sempre possvel identificar a autoria desses poemas, por serem produo coletiva e annima). - Homero (Ilada e Odissia) 1. As epopias desempenharam um papel pedaggico significativo; transmitiam os valores culturais mediante o relato das realizaes dos deuses e dos antepassados. 2. Decoradas pelas crianas: revelam concepo de vida. 3. As aes hericas relatadas nas epopias mostram a constante interveno dos deuses ora para auxiliar o protegido, ora para perseguir o inimigo. 4. Os indivduos so presos do Destino, que fixo, imutvel. A Conscincia Mtica
5. Os indivduos no possuem vontade pessoal, liberdade.
6. O heri ao depender dos deuses no os diminua diante das pessoas comuns, em nada desmerecia a VIRTUDE (valor supremo) do guerreiro belo e bom, que se manifestava pela coragem e pela fora, sobretudo no campo de batalha. 7. A virtude se destacava igualmente na assemblia dos guerreiros, pelo poder de persuaso do discurso. - Hesodo (Teogonia) 1. Produziu uma obra com particularidades que tendem a superar a poesia impessoal e coletiva das epopias. (caractersticas do perodo arcaico) 2. Ainda reflete o interesse pela crena nos mitos. 3. Relato das origens do mundo e dos deuses, em que as foras emergentes da natureza vo se transformando nas prprias divindades. 4. Narra como todas as coisas surgiram do Caos para compor a ordem do Cosmo (Cosmogonia).
F. O MITO HOJE
Augusto Comte (Positivismo final do sc. XIX)
- O mito uma tentativa fracassada de explicao da realidade. - A razo (a cincia) como a nica explicao verdadeira da realidade. - Contradio positivista: o mito do cientificismo (crena cega na cincia como nica forma de saber possvel). Permanncia do Mito - Permanncia do ser humano sem a percepo de que o sujeito da sua histria. - O Mito ainda uma expresso fundamental do viver humano (Tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginao). - Imagens exemplares: heris seres humanos superiores (produzidos pela mdia). - A manuteno do maniquesmo da luta entre o bem e o mal: surgimento das histrias em quadrinhos com super-heris (seres com poderes especiais seres que resolveriam todos os problemas do mundo). - Mito na poltica: Salvador da Ptria (Governante que resolveria todos os problemas sociais da nao). Exemplo sombrio do mito: nazismo (justificativa para atrocidades e preconceitos). O nosso comportamento tambm permeado de rituais (exemplos: festas de aniversrio, de ano novo, debutante). A funo fabuladora do mito tambm permanece em palavras que proferimos, como por exemplo: lar, casa, pai, me, paz, liberdade e morte.
G. O MITO E A FILOSOFIA:
Ruptura: enquanto o mito uma narrativa cujo contedo no se questiona, a
filosofia problematiza e, portanto, convida discusso; no mito a inteligibilidade dada, na filosofia procurada; a filosofia rejeita o sobrenatural, a interferncia de entes divinos na explicao dos fenmenos; a filosofia busca a coerncia interna, a definio rigorosa dos conceitos; a filosofia organiza-se em um conjunto de idias (doutrina) e surge, portanto, como pensamento abstrato.