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Estado de Minas - MGc


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à imei os volumes da coleção Economia política e sociedade, que se ão lançados hoje em


BH, t azem estudos sob e Ka l Ma  e t adução de manusc itos econômicos do pensado
alemão

João Ãaulo

AFÃ - 17/6/08

Monumento dedicado a Ka l Ma , de auto ia do a tista soviético Lew Ke bel: das uas pa a o


ecinto fechado de um museu tempo  io

Não eiste uma definição incontestvel de clssico. Muitas tentativas apontam pa a a


antiguidade, como se o tempo desse o selo de valo . Out os destacam a epe cussão, como
se esse tipo de ob a tivesse sua distinção dada pelo aval da poste idade. H ainda os que,
como o esc ito a gentino Jo ge Luis Bo ges, são mais sutis e definem o clssico como um
tipo de c iação ³que é lida como se fosse um clssico´ at avés dos tempos: o sentido esta ia
mais no leito que p op iamente no liv o.

A ob a do pensado alemão Ka l Ma  (1818-1883) pa ece inaugu a , no século 21, um novo


tipo de clssico. O auto foi lido no seu tempo como um agitado  no século 20 foi um guia
político e neste momento se to nou um clssico. O que não significa que seu pensamento foi
pe dendo a consistência e capacidade de inte fe i no disputado jogo do eal.

Se seu nome esteve p esente nas bandei as de todos os movimentos evolucion ios do
século 19, at avessou o século seguinte em epe iências políticas eais (hoje p aticamente
desapa ecidas) ou como o fantasma que alimentava out as pe spectivas (o anticomunismo
também se efe e a ele de fo ma eplícita), em pleno século 21 se mantém como uma
espécie de baliza.

Quando se fala em clssico, out a tentação é dize que se t ata de ob a que não envelhece,
que pe manece atual. Não é também o caso de Ma , o que faz dele um clssico dife ente,
que não esconde a necessidade de c ítica e atualização. Na ve dade, pa a ap oveita a
imagem, pode-se dize como p opõe o espanhol F ancisco Fe nndez Buey, em Ma  (sem
ismos), que um clssico é um auto cuja ob a envelheceu bem, deiando pa a t s inclusive
as tentativas de engessamento dos acadêmicos. Nesse sentido, Ma  é um clssico do
século 21.

Uma das dimensões mais positivas do legado ma iano é sua adical inte disciplina idade. A
ob a do pensado tem elementos de jo nalismo, histo iog afia, economia, política, estética e
filosofia. A tentativa de eduzi-lo, po eemplo, a um teó ico econômico ult apassado ou um
ideólogo equivocado, é f uto eatamente da m leitu a que escande sua intei eza e com isso
t ansfo ma suas p incipais ideias. Nenhum auto foi mais cont  io às dete minações do
economicismo que ele (sua ob a é eatamente um p ojeto cont a as dete minações do
econômico na vida integ al do homem), o mesmo podendo se dito em elação à democ acia,
tema que foi desca nado po uma ve tente dete minista do ma ismo, que p ecisa se
ult apassada com a efundação das alte nativas socialistas à democ acia libe al. Mais uma
vez, a saída pode esta na leitu a do bom e velho Ma .

A coleção Economia política e sociedade, da Edito a x  , que lança hoje seus dois
p imei os volumes, escolheu eatamente o pensamento de Ka l Ma  pa a da início ao
p ojeto. As duas ob as que inaugu am a sé ie di igida pelo p ofesso da UFMG João Antônio
de Ãaula são O ensaio ge al: Ma  e a c ítica da economia política (1857-1858) e um
t abalho de Ma  inédito em po tuguês, Ãa a a c ítica da economia política ± Manusc itos de
1861-1863, em t adução de Leona do de Deus, p ofesso da Unive sidade Fede al de Ou o
à eto (Ufop). Os dois liv os t azem tetos e discussões do pensamento econômico ma ista
ante io es à edição de O capital. São liv os que ma cam a gênese da mais impo tante ob a
de anlise e c ítica do capitalismo, ao mesmo tempo que deiam ent eve os andaimes da
const ução de um pensamento. Em Ma , as ideias evolucion ias se conc etiza am po
meio de fo ma também inovado a.

Na ap esentação da coleção, João Antônio de Ãaula egist a que a sé ie p opõe ³uma ecusa
a qualque educionismo, é uma fi me convocação de pe spectiva inte disciplina , é a
afi mação da cent alidade das dete minações histó ico-mate iais dos fenômenos da
consciência´. Assim, as ob as que integ a ão a coleção se ligam tanto ao campo da
economia política como das ciências sociais, sem qualque ma ca de o igem ideológica ou
secta ismo. Economia política e sociedade te  t ês linhas edito iais bsicas: uma destinada
a t aduções de clssicos inéditos de ob as de economia, sociologia, histó ia e filosofia out a
voltada pa a publicação de teses, nos mesmos campos de inte esse e a te cei a linha com
esultados de pesquisas sob e temas da ealidade contempo nea.

    

O liv o Ensaio ge al: Ma  e a c ítica da economia política (1857-1858), o ganizado po João


Antônio de Ãaula, t az cont ibuições de semin io ealizado em 2008 pelo Cent o de
Desenvolvimento e Ãlanejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG
(Cedepla /Face), que tinha como p opósito celeb a os 150 anos de publicação do liv o de
Ma  Fundamentos da c ítica da economia política, mais conhecido pela p imei a palav a do
título em alemão, G und isse.

Não destinado à publicação, só foi editado em 1939 e em 1941, em dois volumes, em


Moscou. Em azão da Segunda Gue a, o liv o acabou não despe tando g ande atenção. A
pa ti de 1953, com sua t adução pa a out os idiomas, começa a histó ia da influência do
teto no conjunto do pensamento ma iano, até se to na uma espécie de ensaio ge al da
anlise do capitalismo, que Ma  passa ia a desenvolve dos G und isse em diante. O
semin io que deu o igem a Ensaio ge al t ata tanto das ci cunstncias em to no da
p odução e edição do liv o, como da discussão teó ica de suas p incipais teses.

Na p imei a pa te, os a tigos analisam a complea vida edito ial dos esc itos de Ma . Hugo
Edua do da Gama Ce quei a faz um histó ico detalhado da edição das ob as completas de
Ma  e Engels a pa ti do t abalho de David Riazanov Leona do de Deus estuda out as
edições, como a inglesa e alemã, apontando o peso edito ial na ecepção do pensamento de
Ma  Rolf Hecke t ata especificamente da p imei a publicação dos G und isse sob o
stalinismo o o ganizado chama atenção pa a o t abalho de Roman Rodolsky, um intelectual
ainda não econhecido na histó ia do pensamento social, auto de coment io clssico sob e
os G und isse e, finalmente, Este Vaisman estuda o significado dos G und isse pa a o
pensamento filosófico.

Na segunda pa te, os ensaios analisam aspectos teó icos específicos da ob a, desde sua
int odução, po João Antônio de Ãaula, aos temas est itamente econômicos, como o dinhei o
no capital, po Mau ício Coutinho a questão do valo , po Ma ia de Lou des Rollembe g
Mollo bancos, c édito e t ansição pa a o socialismo, po Edua do da Motta Albuque que e a
questão do esgotamento do capitalismo, em a tigo de João Machado Bo ges Neto.

O out o volume que integ a o p imei o conjunto de lançamentos da coleção, Ãa a a c ítica da


economia política ± Manusc ito de 1861/1863, é ob a inédita no B asil. O liv o se liga aos
G und isse, j que é conside ado a p imei a tentativa de sistematiza os temas t atados na
ob a de 1857. Ao longo da edação, Ma  vai inco po a novos temas, que ganha ão pleno
desenvolvimento no p imei o liv o de O capital. O Manusc ito de 1861/1863 é um elo ent e os
G und isse e O capital. A ob a se compõe de 23 cade nos, dos quais cinco integ am o
volume que est sendo lançado. Na abe tu a, o auto ap esenta sua questão bsica: ³Como
o dinhei o se to na capital ou como o possuido do dinhei o (isto é, o possuido de
me cado ias) se to na capitalista?´. Na avaliação do t aduto Leona do de Deus, os cinco
cade nos iniciais ³são a p imei a tentativa de abo dagem sistemtica do p ocesso de
p odução do capital, a t ansfo mação do dinhei o em capital´.

Além do inte esse histó ico, as duas ob as lançadas pela coleção Economia política e
sociedade têm muito a ac escenta ao debate contempo neo. No campo das esque das,
pode se um estímulo à busca de enovação a pa ti da c ítica aos fundamentos do
capitalismo (algo que pa ece te ido enu ada abaio junto com a c ítica ao auto ita ismo
das epe iências comunistas) no mbito da sociedade, é capaz de ge a uma saudvel
efleão sob e a pe da dos valo es humanos e do potencial c iativo do t abalho f ente à
incessante busca da luc atividade a qualque custo, que tem ge ado c ises e to nado as
pessoas desca tveis no campo do pensamento, pode indica a etomada do estudo de
clssicos, que, como os bons vinhos, envelhecem cada vez melho .

O ENSAIO GERAL: MARX E A CRÍTICA


DA ECONOMIA ÃOLÍTICA (1857-1858)
O ganizado po João Antônio de Ãaula
Edito a x  , 176 pginas, R$ 37

ÃARA A CRÍTICA DA ECONOMIA ÃOLÍTICA ±


MANUSCRITO DE 1861/1863 (CADERNOS I A V).
TERCEIRO CAÃÍTULO ± O CAÃITAL EM GERAL
De Ka l Ma , t adução de Leona do de Deus
Edito a x  , 440 pginas, R$ 62

. Lançamento hoje, às 10h, na Quiote Liv a ia,


Rua Fe nandes Tou inho, 274, Savassi.c

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