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II ECO 6DEJULHODE2010 Diário do Minho

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o último ranking do Ban- local. ser o mesmo, muitos especialistas estratégia de cluster for promovida
co Mundial do ambiente A marcada diferença do Ruanda ilus- afirmam que a geração de riqueza, pelo mundo fora por governos que
de negócios um país deu tra o princípio de que o líder pode o poder de inspirar outros projec- a consideraram fundamental na pro-
um salto espectacular: de e deve promover soluções internas tos, o enriquecimento da força de moção do espírito empreendedor
143.º na lista, foi para a 67.ª posição. – baseadas na realidade das suas trabalho, a notoriedade são muito e da competitividade económica.
Foi o Ruanda, que na década de circunstâncias específicas (recursos maiores no segundo caso. Embora um cluster empreendedor
1990 teve a população e instituições naturais, localização geográfica, possa existir naturalmente e ser par-
dizimadas por um genocídio. No cultura). No Ruanda o governo 5 – Marque cedo um grande golo te importante de um ecossistema,
ranking “Ease of Doing Business”, adoptou uma estratégia fortemente Nos últimos anos, ficou evidente há apenas evidências informais de
o país saiu da companhia do Haiti, intervencionista nos anos que se que um caso de sucesso, ainda que que no poder público possa ter um
Libéria, Cisjordânia e Gaza e deixou seguiram ao genocídio, identifican- único, pode ter um incrível efeito es- papel de relevo na sua criação.
O P I N I Ã O
para trás Itália, República Checa, Tur- do três indústrias locais (café, chá e timulante sobre um ecossistema de Para o governo, o melhor é não ditar
quia e Polónia. Num dos requisitos turismo) com reconhecido potencial ILÍDIO FARIA empreendedorismo – ao despertar que sector será favorecido e libertar
do estudo, a facilidade de se abrir de desenvolvimento. Organizou DIRECTOR DA FIDUCIAL a imaginação do público e inspirar o espírito empreendedor do cida-
ILIDIO.FARIA@FIDUCIAL.COM
uma empresa, o Ruanda ficou em instituições para dar apoio a essas imitadores. A adopção do Skype por dão. A sua função é observar que
11.º lugar. indústrias – ensinando, por exemplo milhões de pessoas e a sua venda rumo os empreendedores estão a
Para incentivar a criação de em- o agricultor a cultivar e embalar o à eBay por 2.6 milhões de Dólares seguir, abrindo caminho, com o dis-
presas e o crescimento, o governo café segundo normas internacionais repercutiu-se por toda a Estónia, creto incentivo de uma actividade
precisa de montar um ecossistema e colocando-o em contacto com os incentivando profissionais técnicos a que já vingou.
de apoio ao empreendedor. Mas o
governo não pode fazer tudo sozi-
canais de distribuição no exterior. A
prioridade do Ruanda era criar uma
Como fomentar abrir o seu próprio negócio.
O governo não deve medir esforços 9 – Reforme estatutos jurídicos,
nho, a iniciativa privada e o sector fonte de rendimento para milhões para celebrar projectos que correm burocráticos e legislativos
terciário precisam também de se de cidadãos. A sua iniciativa fez uma revolução bem. Eventos nos media, prémios al- Para o empreendedorismo prospe-
rar, é fundamental ter os estatutos
responsabilizar. É pois necessário aparecer 72 mil projectos empreen- tamente divulgados e menções em
que gestores de empresas, donos de
negócios familiares, universidades,
dedores, triplicando as exportações
e reduzindo a pobreza em 25%.
empreendedora? documentos, discursos e entrevistas
do poder público exercem impacto.
jurídicos e legislativos certos. Inúme-
ros estudos apontam para uma série
organizações profissionais, funda- de reformas de impacto positivo na
ções, sindicatos, investidores, e até 3– Envolva desde o início 6 – Encare o desafio da mudança criação de empresas: descriminalizar
mesmo os empreendedores lancem a iniciativa privada cultural a falência, proteger o accionista dos
e financiem cursos, conferências, O poder público não pode criar um Mudar uma cultura profundamente credores e permitir que o empreen-
pesquisa e defesa de políticas de ecossistema sozinho. Somente o arraigada é extremamente difícil, dedor comece de novo rapidamen-
empreendedorismo. sector privado tem a motivação e mas a Irlanda e o Chile mostraram te. Outra reforma muito útil é mudar
Um ecossistema de empreende- a perspectiva para desenvolver um que é possível alterar normas sociais a tónica da protecção ao emprego
dorismo é formado por uma série mercado com fins lucrativos que se respeitantes ao empreendedoris- para o apoio aos desempregados.
de elementos distintos – liderança, autosustente. Uma maneira de en- mo em menos de uma geração. Regimes de tributação simplificados
cultura, mercado de capitais, clien- volver o sector privado é pedir aos Até à década de 1980 trabalhar no facilitam também o empreendedo-
tes com mente aberta – que se seus representantes, desde o inicio, governo, na indústria financeira rismo.
combinam de forma complexa. A conselhos sinceros para a redução ou na agricultura era o principal De entre os países da OCDE, Portu-
maioria das vezes o Estado fomenta dos entraves estruturais e para a sonho de um jovem na Irlanda. A gal ocupa o 22.º lugar, no ranking
um ou dois destes factores, levando concepção de políticas e programas tolerância ao atraso no reembolso “Ease Doing Business”, e o 48.º lugar
à falha da maioria das iniciativas. favoráveis ao empreendedor. de empréstimos e a falência era algo de entre os 183 países analisados.
Assim sendo, devem os dirigentes Outro factor importante está rela- estigmatizado. Na década de 1990, Questiona-se, será assim tão fácil
políticos concentrar-se nestes nove cionado com a gestão de fundos no entanto, com o caminho aberto fazer negócios em Portugal? www.
princípios. para investimento, mais conhecidos por pioneiros de sucesso, centenas formspring.me/ilidiofaria
como fundos de capital de risco. de empresas de software foram cria-
1– Não queria reproduzir Estes fundos devem sempre ser das na Irlanda. Algumas passaram
“Silicon Valley” bipartidos, pelo Estado, e investido- a exportar, outras abriram o capital.
A ambição quase impossível de criar res privados com competências na Muitas conseguiram proveitos assi-
outro “Silicon Valley” leva muitos gestão de recursos. O objectivo é naláveis. E, igualmente importante,
governos à frustração e ao fracasso. que a médio prazo, estes fundos se o empreendedor aprendeu que era
Ninguém discute que o “Silicon autosustentem e sejam só geridos e possível não ter sucesso, voltar a
Valley” é o exemplo acabado do detidos pela iniciativa privada. organizar-se e tentar de novo.
ecossistema empreendedor, berço
de gigantes revolucionárias como a 4 – Invista em iniciativas 7 – Seja exigente
Intel, Oracle, Google, eBay, Apple. O de elevado potencial É um erro colocar muito dinheiro ao
“Silicon Valley” tem tudo: tecnologia, Muitos programas em economias dispor do empreendedor, mesmo
capital, talento, uma massa crítica de emergentes distribuem recursos es- daqueles com grande potencial.
projectos e uma cultura que estimu- cassos por um sem fim de projectos Todos os projectos devem ser ex-
la a inovação colaborativa e tolera na base da pirâmide. Mas concentrar postos desde muito cedo ao rigor
o fracasso. Ironia dos destinos, ac- os recursos ali em detrimento de do mercado. O poder público deve
tualmente nem “Silicon Valley” con- projectos de elevado potencial é libertar dinheiro com cuidado, para
seguiria transformar-se naquilo que um erro gravíssimo. Numa era de garantir que o empreendedor ad-
hoje é. Por mais difícil que seja pro- popularização do microcrédito para quira resistência e espírito criativo
mover um ecossistema que incenti- pequenos empreendedores, realo- para ultrapassar problemas.
ve a população actual a optar pela car recursos para apoiar projectos Há já muitos anos que incubadoras
via empreendedora e nela triunfar, de elevado potencial, pode parecer ou centros de empreendedorismo
é ainda mais complicado criar uma elitista e desigual. Mas, sobretudo que dão ajuda financeira, orientação
Meca para o empreendedor. se os recursos forem limitados, um e, muitas vezes, espaço para novos
programa deve focar-se em primei- projectos fazem muito sucesso en-
2 – Combine o ecossistema ro lugar em projectos ambiciosos, tre os governantes. No entanto, há
com as condições locais voltados para o crescimento e para pouca evidência concreta de que
Se o “Silicon Valley” não é uma meta, grandes mercados potenciais. esse tipo de programas (que custam
qual então, a visão empreendedora Embora o número de postos de muito) dê uma contribuição propor-
a que os dirigentes públicos devem trabalho criados por 500 projectos cional ao empreendedorismo.
aspirar? A coisa mais difícil (porém individuais financiados pelo micro-
crucial) para um governo é adequar crédito e uma operação com 500 8 – Não planeie demais o cluster.
o seu esforço às dimensões, ao estilo trabalhadores em acelerado pro- Ajude-o a crescer por si
e ao clima do empreendedorismo cesso de internacionalização possa Popularizada por Michael Porter, a

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