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QUESTO-AULA DE PORTUGUS 12.

ANO

LEITURA DE TEXTOS LITERRIOS

Aluno: _____________________________________________________________ N.:


______

Classificao:___________________________________ Assinatura o
professor: __________

Leia o poema abaixo.

CHOVE? Nenhuma chuva cai...


Ento onde que eu sinto um dia
Em que o rudo da chuva atrai
5 A minha intil agonia?

Onde que chove, que eu o ouo?


Onde que triste, claro cu?
Eu quero sorrir-te, e no posso,
cu azul, chamar-te de meu...
1
0
E o escuro rudo da chuva
constante em meu pensamento.
Meu ser a invisvel curva
Traada pelo som do vento...

1 E eis que ante o sol e o azul do dia,


5 Como se a hora me estorvasse,
Eu sofro... E a luz e a sua alegria
Cai aos meus ps como um disfarce.

Ah, na minha alma sempre chove.


H sempre escuro dentro de mim.
Se escuto, algum dentro de mim ouve
A chuva, como a voz de um fim...

Pessoa, Fernando; in Poesia do Eu, Lisboa: Assrio & Alvim, 2006.

Apresente, de forma clara e estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Cruzam-se, no poema, dois planos, um interior e outro exterior ao sujeito potico.
Comprove que estes dois planos so contrastantes.

2. Identifique e explique o valor expressivo da figura de retrica presente nos versos Meu ser
a invisvel curva / Traada pelo som do vento....

CORREO

1.
O discurso do sujeito potico retrata claramente um contraste polarizador entre o
interior do sujeito potico e o mundo exterior que o rodeia.
Por um lado, o estado de alma do sujeito potico patenteia, atravs da metfora da
chuva (palavra reiterada ao longo de todo o poema) e da escurido (vv. 9 e 18), uma tristeza
insanvel (sempre, v. 17), atmosfera depressiva hiperbolizada por uma caracterizao de
valor disfrico (agonia, v. 4; triste, v. 6; sofro, v. 15; como a voz de um fim, v. 20).
Por outro, a realidade exterior, dada pela descrio de um dia solar (claro cu, v. 6;
cu azul, v. 8; o sol e o azul do dia, v. 13; luz, v. 15), materializa uma alegria (v. 15) que
no contagia o sujeito potico (Cai a meus ps como um disfarce, v. 16), parecendo antes
agredi-lo (Como se a hora me estorvasse, v. 14).

2.

A metfora presente nos versos 11-12 traduz magistralmente a perceo que o eu


tem de si mesmo. Primeiro, pelo nome curva, que remete para a ideia de a sua identidade ser
inexata, imprecisa, sentido que reforado significativamente pelo adjetivo invisvel, que
salienta ainda mais essa linha da indefinio, do vago, do impreciso. Depois, o facto dessa
curva invisvel ser Traada pelo som do vento presume do efeito de disperso/eroso
identitria (que o leva, num paroxismo percetivo, a fazer referncia voz de um fim (v. 20).

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