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No final do ano de 2015, o Grupo de Trabalho População e Gênero, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), realizou um seminário na Fundação Carlos Chagas, em São Paulo, para discutir o tema: “Até onde caminhou a revolução de gênero no Brasil?” (ITABORAI; RICOLDI, 2016). O resultado das apresentações resultou na publicação de um livro, em 2016 e que foi lançado no XX Encontro Nacional de Estudos de População, realizado em Foz do Iguaçu (a referência está abaixo)
Titolo originale
Crise no mercado de trabalho, bônus demográfico e desempoderamento feminino
No final do ano de 2015, o Grupo de Trabalho População e Gênero, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), realizou um seminário na Fundação Carlos Chagas, em São Paulo, para discutir o tema: “Até onde caminhou a revolução de gênero no Brasil?” (ITABORAI; RICOLDI, 2016). O resultado das apresentações resultou na publicação de um livro, em 2016 e que foi lançado no XX Encontro Nacional de Estudos de População, realizado em Foz do Iguaçu (a referência está abaixo)
No final do ano de 2015, o Grupo de Trabalho População e Gênero, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), realizou um seminário na Fundação Carlos Chagas, em São Paulo, para discutir o tema: “Até onde caminhou a revolução de gênero no Brasil?” (ITABORAI; RICOLDI, 2016). O resultado das apresentações resultou na publicação de um livro, em 2016 e que foi lançado no XX Encontro Nacional de Estudos de População, realizado em Foz do Iguaçu (a referência está abaixo)
Crise no mercado de trabalho, bnus demogrfico e desempoderamento
feminino Jos Eustquio Diniz Alves
Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em Populao,
Territrio e Estatsticas Pblicas da Escola Nacional de Cincias Estatsticas - ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em carter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
As mulheres brasileiras tiveram conquistas histricas no sculo XX. Como j
mostrei em diversos artigos, elas conquistaram o direito de voto, passaram a ser maioria da populao a partir da dcada de 1940; atingiram a maioria do eleitorado em 1998; elevaram a esperana de vida e vivem, em mdia, sete anos acima da mdia masculina; ultrapassaram os homens em todos os nveis educacionais; aumentaram as taxas de participao no mercado de trabalho, diminuram os diferenciais salariais e so maioria da Populao Economicamente Ativa (PEA) com mais de 11 anos de estudo; so maioria dos beneficirios da previdncia e dos programas de assistncia social, conquistaram a igualdade legal de direitos na Constituio de 1988 e obtiveram diversas vitrias especficas na legislao nacional; por ltimo e no menos importante, chegaram presidncia do Supremo Tribunal Federal e presidncia da Repblica. No final do ano de 2015, o Grupo de Trabalho Populao e Gnero, da Associao Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), realizou um seminrio na Fundao Carlos Chagas, em So Paulo, para discutir o tema: At onde caminhou a revoluo de gnero no Brasil? (ITABORAI; RICOLDI,
2016). O resultado das apresentaes resultou na publicao de um livro,
em 2016 e que foi lanado no XX Encontro Nacional de Estudos de Populao, realizado em Foz do Iguau (a referncia est abaixo) Neste livro, tive a oportunidade de escrever o artigo Crise no mercado de trabalho, bnus demogrfico e desempoderamento feminino (Alves, 2016). O artigo reconhece os avanos de gnero ocorridos nos ltimos 60 anos no Brasil, mas alerta para a mudana de conjuntura e at os retrocessos na revoluo de gnero. Nas concluses aponto que o Brasil est passando por um momento definidor para o futuro do pas. Existe um agudo processo de rebaixamento da estrutura produtiva (desindustrializao) e uma reprimarizao da economia em um momento em que mais de 85% da populao vive em cidades. A taxa de atividade e a taxa de ocupao sempre estiveram abaixo da expectativa do pleno emprego, mas a partir de 2013 comearam a cair num momento em que a estrutura etria ainda favorece a insero produtiva da populao em idade ativa. Provavelmente teremos uma segunda dcada perdida, com aumento do desemprego e estagnao da renda per capita. Desta forma, o pais est desperdiando o seu melhor momento demogrfico e no ter outras condies to favorveis no futuro. Perdendo o primeiro bnus demogrfico, perde-se tambm o segundo bnus demogrfico, especialmente porque as taxas de poupana so baixas no Brasil. Ou seja, o Brasil pode estar assistindo ao fim precoce do bnus demogrfico, especialmente do bnus feminino, o que pode ser tambm o fim do desenvolvimento brasileiro. A crise na gerao de emprego comeou em 2013 e 2014, mas se acelerou bastante nos anos de 2015 e 2016. Assim, pode-se afirmar que demografia no culpada pela atual crise brasileira. Ao contrrio, o Brasil passa pelo menor valor da razo de dependncia (20152024) e vive o seu melhor decnio demogrfico da histria. Termino o texto com as seguintes palavras: Para agravar todo o quadro, a estagnao do mercado de trabalho das mulheres e o fim do bnus demogrfico feminino podem representar, por um lado, o desempoderamento das mulheres, e por outro, o des-desenvolvimento do Brasil. A estagnao do mercado de trabalho feminino pode afetar negativamente as relaes de gnero e a possibilidade de melhoria das condies de vida da maioria da populao. Vejam as referncias nos links abaixo: ALVES, J. E. D. Crise no mercado de trabalho, bnus demogrfico e desempoderamento feminino. In: ITABORAI, N. R.; RICOLDI, A. M. (Org.). At onde caminhou a revoluo de gnero no Brasil? Belo Horizonte: Abep, 2016. p. 21-44. ISBN 978-85-85543-31-0 http://187.45.187.130/~abeporgb/publicacoes/index.php/ebook/article/view/ 2445/2400 ITABORAI, N. R.; RICOLDI, A. M. (Org.). At onde caminhou a revoluo de gnero no Brasil? Belo Horizonte: Abep, 2016 http://187.45.187.130/~abeporgb/publicacoes/index.php/ebook/issue/view/4 0/showToc