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JOÃO SANDRINI
da Folha Online
Entre os casos que tiveram grande repercussão em 2005 e que levaram empresas a pensar
formas de regular as atitudes de seus empregados, há petista que ganhou Land Rover de
presente, ministro que supostamente aceitou viagem paga para Alemanha com direito a
visita bordel, montadora que demitiu empregados por enviar e-mail com fotos pornográficas
e relacionamento amoroso que derrubou um dos maiores executivos da indústria de aviação.
Os códigos de ética têm normas que variam de acordo com a empresa e, em geral,
estabelecem punições para comportamentos indesejados. As empresas costumam enviar
cópias do código para os empregados, que declaram conhecer suas regras.
"Queremos aumentar nossas vendas com a fabricação dos melhores medicamentos, e não
dando dinheiro aos médicos para receitá-los", afirma Marco Cruz, gerente jurídico da Roche.
"Achamos que nossa política acaba por estimular o funcionário a ser mais criativo para
vender e promove a justiça dentro da empresa, já que ninguém acaba se destacando dos
outros com um procedimento irregular", diz.
Para o professor do Ibmec-SP Jean Bartoli, que faz palestras sobre ética para empresários,
as companhias já perceberam que a busca do lucro a qualquer preço não é sustentável e
tentam passar isso para os funcionários com a adoção do código de ética.
Ele, no entanto, alerta para dois tipos de situações em que o código de ética acaba se
tornando um "tiro no pé": 1) Quando limita demais a liberdade individual de cada
funcionário; 2) Quando a empresa age com cinismo, não adota procedimentos éticos em
seus negócios e mesmo assim cobra dos funcionários tais procedimentos.
O professor acredita, por outro lado, que o grande ponto positivo desse tipo de regulamento
é ajudar seus funcionários a discernir entre o certo e o errado. "Isso é muito importante,
pelo menos até que a própria sociedade desenvolva formas de combater e punir relações
injustas e desiguais no trabalho", afirma.