Sei sulla pagina 1di 159
José Maria Filardo Bassalo Mauro Sérgio Dorsa Cattani Elementos de Vol. 2 SoU Teel eet ae ETE e Calculo das Variagées Livraria Cal re me ee ee Pec Ese Su CUO On MCESM ae aeRO EU Seale om) PSP us MUNUm (ee a ashe CCE) ee CMO Ce RUT ay ATCC SC come CME Ls) TT CRE thos sobre a Histéria da Fisica divulgados em SIC RC aT Clim CM Cee CUM Ca ate inion eco Cm (oad (1973); Aspectos Contempordneos da Fisica Le UM CC Le Oc Tépicos da Mecdnica Qudntica de Broglie-Bohm PLE eC accu nonce er cre aL cated PL CUM tC eee ane a3 trais em Gases Neutros, Plasmas Densos e Esta- Cece OUP Tn OMSL LO Cg ora OYA eae 4 5 LPL enero Cis) LUO ed a cimentos da Fisica (1901-1950) (2000); Nas mentos da Fisica (1951-1970) (2005); Outras Editoras: Da Sovela @ Universidade Passando em ud ELEC a Ea ed Eletrodindmica Quantica (Livraria da Fisica, 2006); tic e Atividade Cientifica (Atomof PA ce St eb ec A eT 90) (Fundagéo Minerva, 2007) ¢ Nascimentos da Fisica (1991-2000) (Fundagéo Minerva, 2009); Eletrodindmica Cidssica (Livraria da ieee an CCUM) Fisica, 2008), Osciladores Harménicos: Clds- Se MO em OCMC Tle Pa) CRG em sicaum aie mac CPL ORE UCLA a Tec a (Fundagao Minerva, 2007, 2008, 2010). Para PCa eal Pe De ease Re Une José Maria Filardo Bassalo Mauro Sérgio Dorsa Cattani Elementos de Fisica Matematica Volume It Equagées diferenciais parciais e Calculo das variacées Editora Livraria da Fisica — Casa Editorial Maluhy & Co. Sao Paulo — 2011 Copyright © 2011 Editora Livraria da Fisica Copyright © 2011 Casa Editorial Maluhy & Co. Texto atualizado conforme o Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa em vigor no Brasil a partir de 2009. Projeto grafico e diagramacao Casa Epitortar Matuny & Co. Preparagdo de figuras Mixa Mrrsut Capa Epuarbo BERTOLINI Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bassalo, José Maria Vilardo Flemontos de fisica matemética : volume 2 equagdes diferenciais ¢ caleulos das vatiagties / José Maria Vilardo Bassalo, Mauro Sérgia Dorsa Catteni. ~ Sao Paulo : Editora Livraria da Fisica : Casa Editorial Maluhy & Co,, 2011, — (Colegio elementos de fisica matemitica} Bibliografia ISBN 978-85-7861-096-6 ISBN 978-85-61516-07-9 1, Caleulo das variagdes 2, Equagdes diferencias 3. Isica mace- mmdtica 1, Cattani, Mauro Sérgio Dorsa. IL Titulo. IL Série 11-0015 CPD-530,15 Indices para catélogo sistemitica: 1. Fisica matemiitica 330.XX 1 edigao — 2011 Impresso no Brasil Printed in Brazil ‘Todos os direitos reservados & Casa Editorial Maluhy & Co. Editora Livraria da Fisica ‘Tel. +55 (11) 3733 8956 Tel./Fax: +55 (11) 3459-4327 / 3936-3413 wuww.maluhy.com.br www. livrariadafisica.com.br Os Autores (Bassalo e Cattani) dedicam este livro, respectivamente, a: CELIA, JO, GISA, LUCAS, VITOR ADRIA, SAULO, ANNA-BEATRIZ e MATHEUS e MARIA LUIZA, MARIA BEATRIZ, MARTA e OLIVIA. PREFACIO Este livro dé continuidade ao Volume 1 do estudo da aplicagao da Matematica a Fisica, no qual os autores trataram da solucao das Equacées Diferenciais Ordi- ndrias (EDO). No caso de coeficientes constantes, naquele Volume 1, usamos os métodos usuais de solugdo: Método Geral (Operadores Diferenciais e Séries de Frébenius) e Método das Transformadas (Laplace e Fourier). Nas EDO de coefi- cientes varidveis, langamos mao de algumas Fungées Especiais (Bessel, Hermite, Hipergeométricas, Laguerre e Legendre). A primeira versao deste Volume 2 foi escrita por um dos autores (JMFB) e publicada sob a forma de Notas de Aulas pelo entao Departamento de Fisica da Universidade Federal do Pard, em 1989. Nesta nova edigio, esse texto inicial foi revisio ¢ atualizado pelos autores (JMFB e MSDC), e 6 composta de duas partes. Na Parte! sao resolvidas algumas das Equacées em Derivadas Parciais (EDP) de uso frequente em livros textos de Fisica: D'Alembert, Fourier, Laplace, Poisson e Schrédinger. Na solugao dessas equacdes usamos, basicamente, as técnicas da Separagao de Varidveis e da Fungdo de Green. A Parte II trata do Cdlculo das Variagées. Depois de apresentarmos um pequeno histérico de como surgiu esse Calculo, estudamos a Equagéio de Euler-Lagrange em trés situagGes: a) diver- sas varidveis dependentes; b) diversas varidveis independentes; c} diversas va- tidveis dependentes e independentes. Depois tratamos dos Muitiplicadores de Lagrange, para o estudo dos problemas variacionais com vinculos. Concluimos este livro com 0 Método Variacional de Rayleigh-Ritz. Para ajudar o leitor no entendimento dos assuntos tratados nas duas partes deste Volume 2, os autores resolvem alguns exercicios e exemplos e, no final de cada Capitulo sao propostos alguns Problemas para ajudar 0 leitor em seu aprendizado ao estudd-los. Além do mais, ha um Apéndice Histérico, no qual os autores mostram como, historicamente, foram desenvolvidos os assuntos tratados neste Volume 2. vi PREPACIO Um dos autores (MSDC) agradece a Maria Luiza Mattos Cattani pela revisio gramatical e ortografia do texto. Por firm, os autores agradecem a Roberto Maluhy Jr. pela preparagao da edi- ¢ao deste livro, a José Roberto Marinho, da Lditora Livraria da Fisica, pela sua di- vuigacao e distribuigao, e a Virginia de Paiva, Bibliotecaria do Instituto de Fisica da Universidade Sao Paulo (1F/USP), pelo auxilio na pesquisa das referéncias contidas no texto. Belém e Sao Paulo, agosto de 2010 José Maria Filardo Bassalo Diretor Executivo da Fundacéo Minerva ce Membro da Academia Paraense de Ciéncias Mauro Sérgio Dorsa Cattani Professor Titular do IF/USP e Membro das Academias Paulista e Paraense de Ciéncias SUMARIO Parte | - Equacées diferenciais parciais Capitulo 1 - Introducao, 3 1.1 —TIPOS DE EQUAGOES E CONDIGOES DE CONTORNO, 3 1.2 — METODOS DE SOLUGEO, 5 Capitulo 2 — Equagao de Laplace, 7 2.1 — RQUAGAO DE. LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS, 8 2,2 BQUAGAO DE LAPLACK EM GOORDENADAS CILENDRICAS, 14 2.3 - RQUACKO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFERICAS, 24 PROBLEMAS, 30 Capitulo 3 - Equagdio de Schrédinger, 33 3:1 ~ SOLUGAO DA EQUAGAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO OSCILADOR HARMO- NICO LINEAR, 34 3.2 — SOLUGAO DA EQUAGAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO CENTRAL, 36 3.2.1 ~Solucito da Equacito de Schréidinger para potencial do tipo oscilador harménico esfé- rico, 38 3.2.2 Solugiio da Equagiio de Schrodinger para potencial do tipo Coulombiano, 39 PROBLEMAS, 40, Capftulo 4 ~ Equagao das Ondas ou de D’Alembert, 43 4.1— EQUACAO DAS ONDAS ESTACIONARIAS OU DE HELMHOLTZ, 45 4.1.1 ~ Equagéto de Helmholtz em Coordenadas Cartesianas, 46 4.1.2 — Equagito de Helmholtz. em coordenadas cilindricas, 50 4.1.3 - Equagfo de Helmholtz em Coordenadas Esféricas, 54 4.1.4 ~ Solucio da Equacéio de Ondas em todo o espace, 55 PROBLEMAS, 58 vin SuMARIO Capitulo 5 — Equacao da Difusao ou de Fourier, 61 §.1 — SOTUGAO DA EQUAGAO DA DIEUSAO PARA REGIOES DE FRONTEIRAS LIMITADAS, 62 5.1.1 —Solusio da Equagéio da Difusiio em coordenadas cartesianas, 62 5.1.2—Solugie da Equacio da Difusiio em coordenadas cilindricas, 63 5.1.3 Solugio da Equagdo da Difusao em coordenadas esféricas, 63 5.2 SOLUGAO DA EQUAGAO DA DIFUSAO PARA 0 ESPAGO TODO, 67 PROBLEMAS, 69 Capitulo 6 — Equacao de Poisson — solugao no espaco todo, 71 PROBLEMAS, 78 Capitulo 7 — Fungées de Green, 75 7.1 PROPRIEDADES DA FUNGAO DE GREEN PARA O OPERADOR LAPLACIANO, 76 PROBLEMAS, 86. Parte Il - Calculo das variagées Capitulo 8 — Calculo das variagGes, 91 8.1 - INTRODUGAO HISTORICA, 91 8.2— CONCEITO DE VARIAGAQ: EQUAGAO DE EULER-LAGRANGE, 92 8.2.4 — Apticagies, 94 8.3 — GENRALIZAGOLES DA EQUACKO DB BULER-LAGRANGE, 99 8.3.1 ~ Diversas varidueis dependentes, 99 8.3.2 ~ Diversas varidvets independentes, 102 8.3.3 Diversas varidveis dependentes ¢ independentes, 10B 8.4 — VARTAGOES COM VINCUTOS, 113, 8.4.1 ~ Multiplicadores de Lagrange, 113 8.4.2— Equagdo de Euler-Lagrange com vinculos, 118 8.5 — METODO VARIACIONAL DE RAYLEIGH-RITZ, 127 PROBLEMAS, 133 Historico, 137 Referéncias Bibliogrdficas, 155 indice onomastico, 157 Parte! Equacoes diferenciais parciais 1 INTRODUGAO Uma equagao diferencial que envolve uma ou mais derivadas parciais de uma fungao (a ser determinada pela solucao da equa¢a4o) de uma ou mais varidveis independentes é chamada equagao diferencial parcial, As defini¢gdes de grau, linearidade, homogeneidade e nao homogeneidade, que valem para as equagGes diferenciais ordindrias (BASSALO e CATTANI, 2010), se aplicam também as equagies diferenciais parciais. 1.1 Tipos de equacées e condicdes de contorno A equagao diferencial do tipo ey ey ow axay 7 COM GE a AG YE + Bay) Be DED Get +H ee +F(xyw=Gl%y) C.D 6a mais geral equagao diferencial parcial linear de segunda ordem, e tem a seguinte classificagao: I. Hiperbélica, se B’ -— 4AC > 0; IL. Parab6lica, se B’—4AC = 0; Il. Eliptica, se B? -4AC <0, para qualquer ponto (x,y) do dominio de y(x,y). EXEMPLOS .... 1, AEquacaio de Poisson: rw ry ot ae Guy), (1.2) Capiruto 1 — Iytropugio ea de Laplace: ey Py get ae (1.3) so equacées elipticas, pois: A 1, B=0—B*-4AC <0; 2. A Equacao de Fourier ou da conducao do calor: ey oy | oe oy =0, (1.4) 6 parabélica, pois: A= 1, B= C=0— B® -4AC =0; 3. A equagao da onda ou de D’Alembert: ey pty ax aye 0, (1.5) é hiperbélica, pois: A =1, B=0, C=-k’ > B?-4AC >0. Chama-se solugo de uma equacao diferencial parcial em uma dada tegiao (dominio) D das varidveis independentes, a uma funcao que possui todas as derivadas parciais que figuram na equacao € a satisfaz em todos os pontos do dominio D. Em geral, ha uma infinidade nao enumeravel de solucées de uma equa- cao diferencial parcial; as condigées adicionais impostas pelo problema iro fixar wma solugao particular, sao chamadas condicdes de contorno (Boundary conditions), e sao de trés tipos: I. Condig&o de Dirichlet — quando se conhece o valor da funcgdo na fronteira do dominio; It. Condigaéo de Neumann — quando se conhece a derivada normal da funcao na fronteira do dominio; ILL. Condigéo de Cauchy - quando se conhece a fungao e sua derivada normal na fronteira do dominio D da fungao. Para um estudo mais detalhado sobre essas condigdes de contorno e da unicidade da solugao de uma equacao diferencial parcial, o leitor deverd consultar: COURANT and HILBERT, 1961; MORSE and FESHBACH, 1964. §1.2 — Mifrovos pe so.ugio 5 1.2 Métodos de solucao Os principais métodos para obter a solucdo de uma equacao diferencial parcial linear de segunda ordem, sao: 1. Separagao de varidveis; TL. Transformadas; Ill. Fungao de Green. Esses métodos serdo ilustrados 4 medida que formos resolvendo especificas equacoes diferenciais parciais. Procuraremos resolver as principais equacées diferenciais parciais da Fisica, tais como: Equacao de Laplace e Poisson; Equagao das ondas ou de D’Alembert; Equagdo da Difusao do Calor ou de Fourier; Equagao de Schrédinger ou da Me- canica Quantica. Essas equacées sao lineares de segunda ordem. Com excecao da Equacao de Poisson, todas as demais sao homogéneas. O Método da Separacao de Varidveis se aplica 4 maioria dessas equagGes diferenciais parciais. Porém, o método da Fungao de Green é 0 mais geral e se aplica principalmente as equagées nao homogéneas, 2 EQuagAo DE LaPLACE A equacao diferencial parcial do tipo: Ay = div(grad)y =0, (2.1) é chamada Equacio de Laplace. O operador (A) 6 chamado Laplaciano e ele se apresenta em diversas formas dependendo do sisterna de coordenadas es- colhido. Para obté-las, 0 leitor deverd consultar, por exemplo, BASSALO e CAT- TANI, 2009; LASS, 1964. A Equacao de Laplace ocorre em diversos ramos da Fisica, cujos princi- pais sao: I. Teoria da Gravitacgao Ay=0, onde y é 0 Potencial Gravitacional. IL Eletrostatica onde y é 0 Potencial Eletrostatico. Ii Magnetostatica Aw =0, onde y é o Potencial Magnetostatico. IV. Correntes Elétricas Estacionarias onde y é a Funcao Potencial. 8 Carfruro2 — Equacio nr Laprace V. Movimento irrotacional de um Fluido Perfeito onde y 6 0 Potencial Velocidade. VI. Fluxo Estaciondrio do Calor onde w é a temperatura. 2.1 Equagao de Laplace em coordenadas cartesianas Em coordenadas cartesianas ~ x, y, z- a Equacao de Laplace se toma a forma [BASSALO ¢ CATTANI (2009} op. cit]: Py &y Fy Oe ay + a2 =0. (2.2) Aw O método de separacao de varidveis (MALIA, 2000) consiste em tomar como so- lugao da equacao diferencial parcial, a fungao: wix, yz) = XOOYWIZ(2). (2.3) Sendo: OW vn Ow an ey a YZ, <=xy"z, <= . oe * ay? gga ANZ ‘a equagao de Laplace tomard a forma: XNVZ4AXY"Z4EXYZ" = (24) ou, dividindo tudo por XYZ, teremos: x” yg xe yng Sty typ 0 > Sa-|s4+s}]. 2.5 xiy'Z x ( Y Z) es) Como temos no primeiro membro uma fungao somente de x e no segundo, uma fungiao de (y,z), entao a igualdade s6 ocorrerd se for igual a uma constante real ou complexa, cuja escolha dependerd das condig6es de contorno do problema. Assim: x” 2ew $2.1 — EQUAGKO DE LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 9 entao: a) 1 zy ate = x"-Rx=0, cuja solugao sera: X(x) = —A; cosh(Kyx) + By, senh(ky x). (2.6) b) x" x =k OX" FEN =O. cuja solucao sera: X(x} = Ap cos(Kyx} + Be sen(kyx}. (2.7) As duas solugGes dadas pelas exp. (2.6) e (2.7) poderao ser colocadas na forma: X(x) = Acosh(k,x) + Bsenh(k,x). onde ky poderd ser real (caso a} ou complexo: ky = tks (caso b). Vamos, agora, resolver a equaciio em y. yr zy + =K, cuja solugao sera: ¥(y) = Ccosh(kyy) + Dsenh(kyy) (2.8) com ky real ou complexo. Vamos, agora, resolver a equagiio em z. " -Ke es x ky > 2 > K++ =0, cuja solugao sera: 2(z) = Ecosh(k,z) + Fsenh(kzz), (2.9) com k, real ou complexo. Assim, uma solugao para a Equagao de Laplace, sera: w(x, ¥,2) = [Acosh(k,x) + Bsenh(kyx)].[Ccosh(Ky y)+ + Dsenh(kyy)|.{Ecosh(k,z)-+F senh(k,z)], (2.10) onde pelo menos um dos k; (i = x, y ou z) 6 complexo. 10 _Carfruto2 — Equagao pk Lariace Exercicio 2.1.1 Seja um prisma de dimensées (4,b,c) nas diregdes respectivas (x,y,z). Todas as superficies do prisma se acham ligadas a terra (potencial nulo) com exce- gao da superficie z = ¢ que esta a wn potencial Vo. Calcular o potencial no interior do prisma. Sonugao Teremos de resolver a Equacao de Laplace para @ potencial cletrostatico: Auw(x,¥,2) = 0, com as seguintes condigdes de contorno: vO" = la, yz) =0 w(x,0,2) = w(x, bz) =0 wy ¥0)=0 e@ wlyycl=Vo. Como 0 potencial se anula em dois pontos do eixo dos x e também no eixo dos ¥, entao [eq.(2.7)]: ca — X(x) = Acos(kyx) + Bsen(k,x), x e y" 7 -K = ¥(y)=Coos(kyy) + Dsenlkyy}. Sendo: > KA ek kes et Be, § 2.1 — Equagio DB LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 11 , portanto: va Zr ~ Ma=Eeoshi(ke+ ky) e] + Fsenhitey + kj)" 2) Para determinarmos essas constantes de integracao, vamos usar as condicées de contorno. Assim: y0,4,2)=AY(yJZ(zJ=0 — A=O wha,y,2) = Bsenkya)¥(y)Z(@)=0 = sen(kya)=0 - nn kypa=nn > ky=—, n=l,2,.. a lx,0,2) =XQ)CZ{Z)=0 = C=0 (x, 6,2) = Dsen(kyb)X(x)Z(z)=0 + sen(kyb)=0 = man kyb=ma = kya wx yO) =X(X)¥(VE=0 —- E=0. n=1,2,... Assim, una solugao para a Equa¢ao de Laplace, sera: ay (P+: Vé-se, portanto, que para cada valor de n e de m, teremos uma solucao para a Equagao de Laplace, e como ela é linear, a solugdo mais geral sera uma combi- nagao linear de todas essas solucGes, ou seja: wx, ¥,2) = BDF sen (4 sen (Fy) senh wa n2) = ¥ 5 Am sen (= x ) sen (2 y}senh zZ n= m= 1 (y’ + (“ y a bly Para determinarmos a constante A,,,, deveremos usar a tiltima condicao de contorno: wonnd=Vo= > ¥ Bunsen (= *x}sen(F 9. nat mat nay? pay? Co FT| Teremos, portanto, de desenvolver a funcdo Vo em uma Série Dupla de Fourier. Assim: [°[vsen() }sen(F y} dxdy = =F ¥ Bn f° f sen(x)sen(Ma}sen(™y)sen( 22} axay. ean onde: Bmn = Amn senh 12__Cariruto 2 — Equacao ve Laptace Usando a condi¢ao de ortogonalidade das fungées trigonométricas [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] be bh a { sen(2wx) senQmax) dx = Smns la teremos: [Relies deay = 5 $B nnd avd Assim: 1% fp sen( x) sen(™ y) day. Fagamos, agora, as integrais indicadas: “font ih sen(™s) a.) 7 an y “Gee = = ayn ye 8 Portanto o potencial em pontos interiores do prisma, sera: 16Y sen [(2n + 1)2x} sen (2m yy al vor yal= yy (n+ NQ@m +x (2.12) x ven n+? (2) + 2m +92 (27 Exercicto 2.1.2 . we Seja uma placa uniforme retangular semi-infinita onde hd um fluxo estacio- nario de calor. A face x = 0 6 mantida a uma temperatura constante Tp e as faces y = 0'e y = a, sio mantidas numa temperatura nula. Calcule o estado estaciondrio de temperatura da placa. ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace para a temperatura: AT =0, com as seguintes condi¢ées de contorno: T(0,¥) = Tos T(x,0) = T(x, a) =0. te § 2.1 — EQUACAO DE LAPLACE EM COORDENADAS CARTESIANAS 13 Como a temperatura se anula em dois pontos do eixo dos y, entdo: y" 2 yy -ky > ¥(y) =Ccos(kyy)+Dsen(kyy). Sendo: xy? > > zt > BA-=0 — Kak x" oy yok > X(x) = Aexp(kyx) + Bexp(—kyx). Para determinarmos essas constantes, vamos usar as condi¢des de contorno. Assim: T(x,0)=X@)C=0 — C=0 T(x, a) =Desen(kya)X(x}=0 — sen(kya)=0 na kya=nnt = kya n=1,2,.... Como a temperatura é finita em qualquer ponto da placa para x > 0, entao: A=0. Assim, a solugao mais geral para a Equagao de Laplace sera: Tix, y) = xa sen(=y) exp (-4}. (2.13) A determinacio da constante A, serd feita usando a condi¢ao de contorno: a y) . (2.14) ‘Yeremos, portanto, de desenvolver a funcgao J) em uma Série de Fourier [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit.]. Entao: T(0.y)= T= > Ansen[ sl [ tosen(“y] dy= dae [*sea(™y] sen(™"y] dy = An SB nin. Portanto: 27% ft 27; Ay =” sen(— Ja a8 8 yay a Jo a a onan __ 4% "(Qn+)n A temperatura da placa sera: ATy £& sen|(22+1)Zy] a T(x, y)=— - 7x]. (ya x, One exp|-2n+) 2x 14 Carfruto2 — Bquacio ne Lapace 2.2 Equacao de Laplace em coordenadas cilindricas Em coordenadas cilindricas —r, @, za Equagao de Laplace toma a forma [BAS- SALO e CATTANI (2009), op. cit.; LASS, op. cit.|: ey ai ow ley ey +e oro ap” a? AW, 2S (2.15) Para o caso, 6 método da separagao de varidveis (MAIA, op. cit.) consiste em tomar como solu¢ao para a Equagao de Laplace, a funcao: lr, z) = ROYVD(P)Z(z). (2.16) Sendo WW wee . PV par . PV pate . &Y pg gp OZ is Ga aR@z ; age 7 BONZ bap Rez", a Equagao de Laplace tomara a forma: RNeZ += an OZ ws ou: R" OLR le" ot stint agate RorR po Z Como temos no primeiro membro uma fungao (r,¢) e no segundo, uma funcao de z, entao a igualdade s6 ocorrerd se for igual a wma constante real ou com- plexa, cuja escolha dependera das condigées de contorno do problema. Assim: zn -t=-0, Zz cuja solucao sera: 7(2) = Acosh(Az) + Bsenh(Az) com A real (= —A*) ou complexo f= -(é4)?}. Voltando a Equacao de Laplace, teremos: ee ER yep Ot RorRkR Po ROR o com nt real ou complexo. As situacées fisicas da Teoria do Potencial JACKSON, 1975; BASSALO, 2007), exigem que ele seja uma fungao unfvoca. Portanto, a solugado em @ deverd ser periddica, ou seja: . 2 2. ip} = Ccostme)+Dsen(mp), m=0,1, § 2,2 — EQUAGAO DE LAPLACE EM COORDENADAS CILINDRICAS 15 Aequagao em r, agora sera: RY ! Poe tr Mra me PR rR + Wer m)R=0, cuja solugao sera: R(r) = E]m(Ar) + F Nm (Ar), (2.17) onde A poderé ser real ou complexo. Portanto, wma solucao para a Equacao de Laplace em coordenadas cilindri- cas, sera: w(r,@,z) = [Acosh(Az) + Bsenh(A.z)][C cos(m@) + D sen(m)] x K[EJmAN+FNm(Ary). (2.18) Exercicio 2.2.1 Seja um cilindro de raio a e de altura h. As bases, inferior e superior, estéo nos planos z = 0 e z = h, respectivamente. Calcular 0 potencial em todos os pontos interiores do cilindro, para as seguintes condig6es: I. O potencial na face lateral e na base inferior é nulo {ligado a terra) e na base superior é dado por Vo; IL, O potencial nas faces superior e inferior 6 nulo (ligado @ terra) e na face lateral é dado por Vo. SoLugao .. L ‘Teremos de resolver a Equacao de Laplace: Aw(r.d,z) =0, 16 Capiruro 2 — Equagao pr LapLace com as seguintes condicdes de contorno: Wadz2=0 5 yrd0=0 5 wige,mM=VY. Como, segundo o eixo dos z 0 potencial se anula apenas no ponto z= 0, a solugdo em (z) deverd ser exponencial de argumento real, ou seja: Z(z) = Acosh(Az) + Bsenh(Az). Como o potencial é uma fungao univoca e por ter as condic¢ées de contorno imposto 4 real, entdo uma solugio para a Equacao de Laplace sera: wr, ,2) = |Acosh(Az) + Bsenh(Az}|[C cos(mp) + D sen(inp)| x x [EJm(Ar) + FNp{Ar}]. (2.19) Para determinarmos essas constantes de integragdo, usemos as condigdes de contorno. Assim: WIT, 0) = Rir)PP)A=0 — A=0, Ao estudarmos as Fungées de Bessel, vimos que a Funcao de Neumann - Nm(r) — diverge em r = 0. [BASSALO e CATTANI (2010) op. cit.) Como no problema em questao, nao existem cargas puntiformes ou fios carregados, localizados no eixo do cilindro, cargas essas responsdveis pela divergéncia do potencial eletrostatico, entao: F = 0. Assim: Yr, Z) = BEJm(AP)(C cos(m@) + D sen(m}] senh(Az). Tomando, agora: WA, 2) = BEIm(AQPP\Z(Z)=0 + Jp(Aa)=0 — qa ine a Aa= Cn = 3 m=1,2,.... Como para cada m e para cada n teremos uma solugao para a Equaciio de Laplace, a solucdo mais geral sera: wo= ¥ Yt, (Tae 7) [Cnn Costm) + Dun senn(ongp senh (2 m=0n=1 Gmn ) ah As constantes Cr, € Diny Serao determinadas pela condicao de contorno restante: wird bh) = Ving) = $2.2 — EQuagao DE LAPLAGE EM COORDENADAS CILINDRICAS 17 Assim: SS. (@mn Yo= YY Im( a 7} Amn Cos(ntg) + Brn senteng)], com: a, Ann =Cnnsenh(“"h) 5 Bun =Dmmnsent(=“*n). a a Portanto, teremos de desenvolver a fungao Vo em uma Série de Fourier-Bes- sel. {BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] Para isto, vamos usar as condi- ¢Ges de ortogonalidade das fungoes trigonométricas de Bessel. Assim: om @, f Votm _ cos(qpyr dr d= lo JO mal x2 =f f In{ (fe 5) Jn (“Pr costars x [Amn Cos(m) + Bmnsen(m@)|rdrd@. (2.20) Sendo: en Qn f Costing) cos(4h) dp = > Singi Oat f cos(qd) dip = 275043 0 2m f cos(md) sen(ng) de = 0, 0 teremos: s @ on ap), 2A [ rar Jo( Or} Jo(“2r)20v0 f" 10( Hr) rar. Sendo, ainda: a a, f rod (= 0 a 2V0 f Gn Aon = ye won rar. lon Pana Jo Jo a rr ir. teremos: Para fazermos a integral indicada, vamos usar a seguinte relagdo de recor- réncia: Zar Ina) r= oP C rhwil 18 Capfruto 2 — Equacao ps Lartacr Entao: 2 pea fre Bon ry (ter Ilo)” ae 20, a a = Patra (er) - Evan (2.21) Cn 0 a entao: 2% Aon = 2, on onl eon) Sendo m =0e chamando ao, = &,, 0 potencial no interior do cilindro sera: 2¥o On an (2) =) —————- Jo[—=r ] senh{ 2]. " z Gy h(a,)senh(ay 2) o( @ } ( 4 ) ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace Awing,2) =0, com as seguintes condicdes de contorno: YOPO=H(ngeh=0 5 lap,z)= VY. Como 0 potencial se anula em dois pontos do eixo dos z, a solucao em (z) deverd ser exponencial de argumento complexe, isto é: Z{z) = Acos(Az) + Bsen(Az). § 2.2 — Bquagao pe LAPLACK EM CoorDENADAS crLiNDRICAS 19 Como 0 potencial é uma fungao univoca e por ter as condigdes de contorno imposto 4 complexo, ent&éo wma solucao para a Equacdo de Laplace, sera: Wr, @, 2) = [Acos(Az) + Bsen(Az)|[Ccos(ng) + Dsen(mg)1x x [Elm(AP) +F Ky (Ary. (2.22) Para determinarmos essas condicées de integrag&o, usemos as condigdes de contorno. Assim: VW(rG,0) =RN)OQA=0 -— A=0, YING h)=RONO@)Bsen(Ah)=0 -» sen(dh)=0 — Ah=na = a=%, n=1,2,.... Como K,,(0) — oo € por nao existirem fontes e/ou sorvedouros no eixo do cilindro, entao: F = 0, na eq. (2.22}. Assim: VU.0.2) = BEln (7 r)sen (2) iCoosinp) + Dsen(ng)]. Como para cada valor de m e para cada valor de n teremos uma solugao para a Equacao de Laplace, a solucéia mais geral sera: 2 x weg2= 0 Y In (Fr}sen(2) [Cnn cos(ad) + Dun sent). m=0n=1 As constantes de integracao seraéo determinadas pela condicao de con- torno restante. WG, 2) = Vp, z) = Vo. Assim: eo 90 ne wonoa=r¥ sen (7 2} [Amn Cos(mg) + Bran sen(mg)]. m=0n=t com: _ n nt Ann=Cocln(Sa) + Bran=Dinnln( a). Portanto, teremos de desenvolver a funcgao Vy em wma Série Dupla de Fou- rier. [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] Para isto, vamos usar a condicao de ortogonalidade das fungées trigonométricas. Assim: 2m ph f f Vocos(pp)sen (Hz) dodz= Jo h - EEL" fix (F2) sen( 7} costpx x [Amn Cos(tp) + Brn sen(m@)|d@dz. (2.23) 20 _ Cariruto 2 — Equagio pe LapLace Sendo: b f costmp) cos(np) dp = —— “Sani ja Bb - [costing ap = 745m; a 2 b f costmppseninayde=0; oI eb { sen(m@)sen{n@) dd = la teremos: h vo Pe dong sig = 288 fsen( Ea Vamos, agora, fazer a integral indicada: nn hop nn h sen{—z)dz=—] sen(— —j1-(-1)" f son( 2) dz =f sen} a[ ell, entao: AM Aonst = Qn3 Dn" Sendo m= 0, 0 potencial no interior do cilindro sera we 4Vo x a b=) ———** a fron)? an+ =z]. vob 2», Gnsbaban=D Ea a [(an~ ye ]oen |e me ¥l EXERCICIO 2.2.2 Um sélido consiste da metade de um cilindro circular reto de raio b e de altura h. A base inferior e as superficies laterais (curva e reta) sao mantidas & temperatura nula. A base superior 4 temperatura 1 = f(r,¢@). Assumindo con- dicdes estaciondrias, encantre a temperatura em qualquer ponto do sélido. SOLUGAo ... ‘Teremos de resolver a Equacao de Laplace para a temperatura AT(r,g, 2) = com as seguintes condigies de contorno: TWh.0=Tbp2=0 5 Tink) =f0.6) 3 T0,0,2)=TU,a,2) =0. § 2.2 — Fquagio De LAPLACE EM COORDENADAS CILINDRICAS 21 Como, segundo o eixo dos z a temperatura s6 se anula para z = 0, a solugao em (z) deverd ser exponencial de argumento real, isto é: Z(z) = Acosh(Az) + BsenhAz), Como a temperatura é uma funcao univoca (caso estacionario), uma solugao para a Equagao de Laplace sera: T(r, 2) = [Acosh(1z} + Bsenh(Az)|{C cos(ma) + Dsen(nd)| x XAEIm Ar} + PF Nm (Ar). (2.24) As constantes de integragao serao determinadas usando as condigdes de con- torno. Assim: Tr G,0)=R)OP)A=0 —- A=0. Como nao existem fontes nem sorvedouros de temperatura no eixo do semici- lindro, teremos: F = 0. Tomemos, agora, as outras condicdes de contorno. Entao: T(r,0,2) = BEJ,(Ar)senh(AzJC=0 — C=0, T(r,2,2) = BEJm(Ar)senh(Az)Dsen(ma)=0 > sen(mz)=0 — m=1,2, T(b,p, 2) = BE Jn(Ab)senh(Az) Op) =0 = Jn(Ab)=0 = AB=amn ano n=l... Como para cada valor de m e cada valor de a, teremos uma solugdo para a Equagao de Laplace, a solugéo mais geral sera: TH.g.a= YY Im (1) senh (22) Dyan sen(on). m m=in=l b 22 Capfruto2 — Fquagio ne Lartace Aconstante Dy» sera determinada usando a condigao de contorno Tryp h) = flr. Assim: rep= S Amadn(“ 7) sen(rid), es onde: a, Amn =Dinn senh (“"n). Portanto, teremos de desenvolver a fungdo f(r,@) em uma Série de Fourier-Bes- sel. Para isto, teremos de usar as condigoes de orlogonalidade das fungées trigo- nométricas e as de Bessel |BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.}. Assim: bpm t L FrDn( (“HEr]sentqgirdr dy = reff In (SH 1) m( Ze Pr)sen(qb}Amnsen(rmpir dr dp, (2.25) m= Ld rio JO Sendo: 7 cs [Pseatmorsentqgide= 28 ..q a, Be [ro(Sr 7) Inn Per) rr = Um inp)! Onp- teremos: 4 nan Dinn = >———————| "Fe, }n( r)senumpyr dr dp, Fe gama sen {aan} A EXErcicio 2.2.3 — ~ Um cilindro rigido infinito de raio a, é colocado ortogonalmente ao fluxoi irro- tacional de um fluida incompressivel cuja velocidade no estado nao pertur- bado 6 Vp. Determine o potencial velocidade em qualquer ponte do fluido. SOUUGKO 2... ee nent nee tere eeeeaeenseeeer ieee eens § 2.2 — EQUuagao DE LAPLAGE EM COORDENADAS CLLINDRICAS _23 ‘Teremos de resolver a Equagao de Laplace Ayr.) =0, com a condi¢ao de contorno: (oo, f, 2) = — Vor cos, pois, segundo a Mecanica dos Fluidos [CATTANI (2005); BASSALO (1973)]: V=-grady. Segundo ainda a MecAnica dos Fluidos, quando o fluido é incompressfvel e o fluxo irrotacional, a velocidade do fluido é tangente em qualquer superficie imersa no mesmo, assim: oy or, Devido a simetria do problema, o potencial no ira depender de z. Entao, tere- mos de resolver a Equagao de Laplace em coordenadas polares, ou seja: =0. ey Loy 1 ey Or? FOr re ape Usando o método da separagao de varidveis, teremos: WFP) = RNP), e, portanto: R’ LR or aR" oR ol 4-452 =0 = Po 4tros-—. R rR PO TRTR I ® Aunivocidade da fungao potencial velocidade, impée que: o” rR rR me R30. Esta, é uma Equagdo de Cauchy-Euler (SAGAN, 1961) cuja solugdo sera facil- mente obtida usando o método das séries de poténcia ou fazendo a substituicao: r =exp(A). Assim: Rir)=Cr™+Dr-™, ¢, portanto, como para cada valor de m teremos uma solugao para a Equacao de Laplace, a solugdo mais geral sera: 24 Capfruno2 — Equacio pg LapLace w(r.@) = ) [Acos(m@) + Bsen(mp)i(Cr™ +Dr-"), m=O Para determinarmos as constantes de integracao, vamos usar as condicdes de contorno. Entao: oy |= x O(p)(mCr™ ~ mDr—P— =a n=O Ca" =pa™ ~~. Capa". Ent&o: oe wd) = Y [Ay cos(n) + Bm sentir + ar), n=O Usando, agora, a outra condic¢ao de contorno, vird: vo) =-Vorcosp= Y [Am costing) + By sentmpy|r™ = a0 m=1, By =0, Am=—Vo. (2.26) Portanto: 2 wl) = ~vyeoso(r + £). 2.3 Equacao de Laplace em coordenadas esféricas Em coordenadas esféricas - r, @, ( - a Equagao de Laplace toma a forma [BAS- SALO e CATTANI (2009), op. cit.; LASS, op. cit.|: Ow 20y 1 Oy | colge dy 1 &y Aytr8,@) = —— sa ow WOOD = TET ar am” r a0 * eentd oF Para 0 caso, 0 método da separaco de varidveis (MAIA, op. cit.), consiste em tomar como solugao da Equacao de Laplace a funcao: =0, (2.2%) WAT.) = ROA), (2.28a) que, levada na Equagao de Laplace, dara: cote 2, 1 1 “" ROD+ —RO+ | RO"D+ — RO'D D + Feeneg ROO" =O, r en! ou: (2.28b) -— = Pf) = Acos(mp) + Bsen(mep). $2.3 — EQUAGKO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFERICAS 25 Voltando a eq. (2.28b), teremos: RY R eo” oe 2 een? 2 2 +2) + + = r*sen°@ Rt ersen’ 0— +sen"@ sené cose ou: 2 gt oe oe ~cotgdS (2.286) Como oc primeiro membro é uma fungio de (r) e o segundo membro de (6), entdo a igualdade s6 ocorrerd se for igual a uma constante, que, pelas razdes que veremos logo a seguir, tomaremos: Re Rom? gt oe 2 —+2r— = _ _cotgo = = e+ 1. PRT R= nto © 8G (@+1) Vamos, inicialmente, resolver a equagdo em r. Assim: rR" 4 2rR!—&(L41)R=0. Esta é a Equagao de Cauchy-Euler (SAGAN, op. cit,). Para resolvé-la vamos usar o método das séries de poténcia [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|. Entaéo: RO)=r* Fo Cnx™ > YY Culm + @(m+a- Wr t+ m=0 m0 oo oo +230 Culm ar * — (40) Vo Cnr * =0— (2.29) m=O m=0 ~~ Yorn llm + alm + at 1) - (6+ 1] = 0. m=0 Como queremos uma solucao, nao ha perda de generalidade se tomarmos m = 0. Assim: a(at=(0+1) — a= e ag= (ltl) Portanto: Rr) =Cré+Dr-E}, (2.30) Voltando a eq. (2.28c), teremos: me Or o Sentg w OONBOG = EEE D 230) 2 6" + cotgae' +[e(¢+1)-—_]o=0. (2.32) sen?@ Chamando x = cos@, vird: y= 89 4 gy 8 _ oy : cc) O's FH = GO Gq =O sen}: onde o! = 26 Capiruto 2 — Equagao pr Laprace _ #8 d do “(i ~ de? dé d@ dx Seal sent) 19" sen@)] = =sen*0@"+ olsen Sa ~ xj"? — sen*90" -cosdo'. Portanto: a $8- 8 area lenn q (x) = 0. (2.33) Esta 6 a Equacio Associada de Legendre [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit} cuja solugao é: @(cos@) = EPF" (cos®) + FQF (cos0). (2.34) Como, para cada valor de £ e cada valor de m, teremos uma solucao, a solucao mais geral para a Equagao de Laplace, sera: 2 2 V(r,0.0) = Y LAcostng) + BsenGagyilCr’ + Dr} x é=0m=0 x LEP?" (cos@) + FQ (cos)|. (2.35) EXERCICIO 2.3.1 — — Determinar o potencial no interior e no exterior de uma esfera de raio unita- rio, supondo que nao hd cargas nas regides interior e posterior a esfera c que 0 potencial sobre a superficie esférica vale f (0) = cos” @. Soxugio Teremos que resolver a Equagao de Laplace: Ay (8,0) =0, § 2.3 — EQuacio DE LAPLACE EM GOORDENADAS ESFERICAS 27, para todo 0 espaco, com a seguinte condi¢éo de contorno: W(1,0,) = f(@) = cos" 0. I. Regido interior a esfera:01 Como nao existem cargas no infinito e nem sobre o eixo dos z, teremos: C=F=0, ©, portanto: ce oe W000) = YY Ame cos(m@) + Bye senond)ir"*" P?'cosé). f=0m=0 Usando a condigao de contorno: wild.) = cos? 6, §2.3 — EQuacio DE LAPLACE EM COORDENADAS ISFERICAS 29: eusando 0 mesmo raciocinio do caso anterior, é facil mostrar que: 1,2 WOOO = 5 + 5 gPalcose) por>l EXERCICIO 2.3.2 Um s6lido esférico tem cada superficie hemisférica de raio unitario mantida & temperatura de T = 1, para0 <0 < #/2, e T =0, para 2/2 <@ <1, respecti- vamente. Calcule o estado estacionario da temperatura do corpo. SoLugao ... Uma escolha adequada de eixos dara uma simetria azimutal [a solucdo nao dependerd de (#)] ao problema. Teremos de resolver a Equagdo de Laplace: Ay(r,8) =0, com as seguintes condicées de contorno: wLA=1 0<4 0, satisfazendo as condicées: y — 0, quando z— 09; . y=0, para r=; Tl. v= flr), para z=0. Uma esfera rfgida de raio @ 6 colocada em um fluxo irrotacional de um fluido perfeito, cuja velocidade € Vo. Catcule a velocidade do fluido apés a imersao da esfera. (Sugest@o: Use as seguintes Formulas da Mecanica dos Fluidos): aw i ; Aws0 5 grady v=o oT |poa =0 € Wreoe = Vz. Determine o potencial no interior e no exterior de uma esfera de raio uni- tério, supondo que nao ha cargas nas regiGes interior e exterior a esfera e que o potencial sobre a superficie 6 f(0) = 10cos* @ —3cos”@—5cos@ — 1. Uma esfera de raio a de permeabilidade magnética j1, 6 colocada em uma regio (vicuo) onde existe um campo magnético uniforme Ho. Calcule o campo ap6s a imersio da esfera. (Sugestdo: Use as formulas da Magnetos- tatica) [JACKSON (1972); BASSALO (2007), op, cit.]: H=-gradwm 3 AWm= Om or i Wlroa, = Wmlrea i 3) Wmilrsoo = ~Hor cosé. A base @ = n/2 de um sdlido hemisférico: r < 1, 0 < 6 < 2/2, é mantida na temperatura de T = 0, enquanto T = 1 é mantida na superficie r = 1. Calcule o estado estaciondrio de temperatura do sdlido. 3 EQUAGAO DE SCHRODINGER Aequagio diferencial parcial do tipo: ave, = AVEF,D, 3.1) é chamada Equacao de Schriédinger. O operador A é chamado Operador de Hamilion ou Hamiltoniano, cuja forma é determinada pelas propriedades do sistema. Num campo de forcas cujo potencial é V, o movimento de uma particula néo telativistica (v « c} de massa js, tem o operador Hf real e da forma seguinte: a H=-—A+V, (3.2) ae onde A= Zz, sendo h aconstante de Planck e A é 0 operador Laplaciano. Quando a particula se move em um campo eletromagnético, o Hamiltoniano écomplexo. Para ver sua forma, consulte por exemplo, Introduction to Quantum Mechanics, R. H. Dicke and J. P. Wittke, Addison-Wesley Publishing Company, Inc., (1966). Quando V é uma funco apenas da posicao, ou seja: V(F), podemos resolver a Equagio de Schrédinger usando 0 método da separagao das varidveis. Assim, sendo: VED = wf), eniao; ae Hey ae = |-Eaww+ vowe| fO (3.3) Lf eo) aa df en Fao Ver] - Fo at 84 34 Cariruto 3 — Equacio ve ScurGpincen Como o primeiro membro é fungdo de (7) e o segundo de (#), a igualdade s6 ocorrera se for igual a uma constante que chamaremos de £, por representar a energia do sistema. Assim, teremos de resolver as seguintes equacdes dife- renciais: te a 3h +IVA)-Fly®)=0 <> Aye) = By. 5) que é uma equacao de autovalores, cuja solugado dependerd da forma do poten- cial. A outra equacao diferencial é: af th=> = Edt, {3.6} f de solugao imediata: i fo =exp(—7e7). 3.7} Portanto, a solugao da Equacdo de Schrédinger [eq. (3.1)] para potenciais nao dependentes do tempo, sera: I VEN =w@exp( 5 Fi). (3.8) Esta solucdo 6 chamada solucio estaciondria, porque tem a energia bem defi- nida: E. Neste volume, vamos resolver a parte espacial da Equa¢ao de Schrédinger, chamada de Hquagéo de Schrédinger Independente do Tempo, para alguns tipos de potencial V{7). 3.1 Solucdo da Equacao de Schrédinger para potencial do tipo oscilador harmonico linear : Para um potencial do tipo do oscilador harménico linear — V(x) = $yw°x? —a Equaciio de Schrédinger leq. (3.5)| toma a forma: a 2, L gaye = (e- jets] iy =0. 8.9) Para resolver esta equagao (3.5), fagamos a seguinte mudanca de variavel: g=ax, com Boyle kyle ) i o-(- . $3.1 — Sovugio va EQUAGAO DESCHRODINGER 35 Sendo: dy ag _ 4 dx Hog age» ey d( dy\ dé @ ae walle we teremos: a dy ele) ot 1 ee E ai (3.10) ou: # Py (26 we (2 (3.11) Chamando: oF canst, com:n = 0,1,2,..., fio teremos: ey 5 7 tn +1-&)wid) =0. (3.12) dx! Esta é a Equacdo Associada de Hermite cuja solugao é dada por [BASSALO ¢ CATTANI (2010), op. cit.|: 2 wd) = exp (-5} An{o). (3.13) Portanto, a solugdo da Equacao de Schrédinger (eq. {3.9)| para um patencial do tipo oscilador harmonico linear, sera: YalX) = Anexp(-E22") Hy moped, 7 (3.14) Ene (» + 3), 3.19) que sao respectivamente, a fungado de onda e a energia de uma particula de massa jz colocada em uma regiao onde existe um potencial do tipo do oscilador harménico linear. Aconstante A, é determinada usando o seguinte postulado da Mecanica Quantica (DICKE e WITTKE, op. cit.): 0 { Iwnodx = 1. (3.16) oo Pela expressdo da energia vemos que se 1 = 0, teremos: Fo 1 gle. @.17) que éa chamada energia do ponto zero. 36 Cariruto 3 — Equagio pe Scnrdpincr 3.2 Solugdo da Equacao de Schrédinger para potencial do tipo central Para um potencial do tipo central - V{r) — a Equagdo de Schrédinger toma a forma: aw io Hip Viriw=0, (3.18) onde: r? = x7 + y° + 2° 6a distancia ao centro de forcas. Para resolver esta equacao, inicialmente precisamos saber o tipo de simetria do potencial central, ou seja, se ele é esférico ou cilindrico. Admitindo um po- tencial esférico, a cquacdo tornar-se-a: Cy 20y 1 ey 4 60K 0 OW 1 ey, 2h Oe por ame” 2 00 eeto age E VOlv=0 B.S) Usando 0 método da separacao de varidveis (MAIA, op. cit.}, vira: WAT) = RJOO)V(A), 29) Rt a pk Wo» risen? 05- + arsen? 05 + 5b 1? sen? OE Ver) ot 6! a + sent + send cos = = (3.20) Aunicidade da funcao de onda y impée que: cuja solucao sera: Oh) =e"?, m=0,41,42,... (3.21) Essa constante m, recebe 0 nome de mimero quéntico magnético. Voltando 4 . eq.(3.20), teremos: Ro OR m9" eo 2 => at 4 oe E-V -— -cotgd— = F(@ +1). 3.22) ae ere ry Ms Sen?) 865 +1). (3.22) Aconstante £, recebe o nome de numero quantico orbital. Resolvendo a equa- cao em @ [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], vira: ao do 2 aj) DS 2S - x} ey eé+i} com: x = cos8. A solugao desta equaciio sera: tl (3.23) (6) = AP (cos@) + BQ? cos. 24) lai §4.2 — SoLugao Da EQUACAO DE SCHRODINGER PARA POTENCIAL DO TIPO CENTRAL 37 As situacées fisicas impdem que B = 0, pois sendo QP" (+1) — oe, teriamos diver- géncia da fungao de onda. Reuninco as solugdes em 0 em # e usando a defini¢ao de harménico esférico IBASSALO e CATTANI (2010), op. cit.], teremos: £O,9) =O(0)0() = BemPG (cose = ¥;" (0,4), 3.25) onde: m =—@,—(£ + 1),...5(€— Dé pois: PF cos(8) = 0, sem>é, Tomemos, agora, a parte radial da Equacdo de Schrédinger (eq. (3.22}]: RY Ron 2 2 = r Fer haat [E-V(r)] = €(4 +), e fagamos a seguinte mudanga de varidvel: R(r) = 22, Sendo: dk d p” 2p! 2p R= = > Aah . dr dr pre Pe teremos: YY a0F q (P22) var (@ 8) [7 E-Vvnl- cern]? (3.26) ror ror r ou: wep [heee+)) -5 54] -E =0. 3.2 iat | Dur? +V(r) Jan 0. (3.27) A forma especifica da fungao radial p(r) dependera da forma do potencial efe- tivo: hee +1 VeVi S (3.28) Portanto, a solugao da Equagao de Schrédinger [eq. (3.18)] para um potencial central sera: Weem(t,0,) = Creme? on C(O). (3.29) onde a constante Crem 6 determinada pela condi¢gao de ortonormalizagao da funcdo de onda. 38 Capfruzo3 — EQuacdo ne SCHRODINGER 3.2.1 Solucdo da Equagao de Schrodinger para potencial do tipo oscilador harménico esférico Para um potencial de tipo do oscilador harmanico esférico — V(r) = $pw*r?, a forma radial da Equacao de Schrédinger [eq. (3.27)| torna-se: no [Peer 14 pdr? 2p = -E =0. (3.30) Dre 7 er | pr) (8.30) Para resolver esta equacao facamos a seguinte mudanga de varidvel: pore ()" — eow=(-| , i) i g=ar ; onde a portanto legs. (3.10-3.13)] feremos: e+) Sour [ee -P ew=o. 3p Chamando: 2E 1 fa aln=s 3] 5 OE+1= sl+) viré: , a 4s?-2 ge [a (nested }- eH o *| pe =0. (3.32) Fagamos, agora, a seguinte mudanca de variavel: p@=exn(-Z]evia) i onde 2-2. Sendo: dp _ dp dz 2 oe yas de de ze Sexp(-; alive Zi 42sz* ')+2y's'l, oe lee (F =) (-25 +2821) 42yl2 “f= ez p y ye wel =) 84 2sz°)) +2yle']4 dz sly yoy! +e few (FF Jie 25 42sz' )+2y'z]} ae very fooet-a)s 28° -s 22 =4exp([} wy(-945 + Yara’ §3.2 — SOLUGIO DA EQUAGKO DE SCARODINGER PARA POTENCIAL DO T1v0 CENTRAL 39 a equagao radial torna-se legs. (3.30-3.32)|: ~2)28\ [yea y! 45-4] (-3 2, ,2sos texp( Z)et{[ very (205 alt yl-gt pst ate sy[neseg-2-5 = ]} <0 (3.33) ou: dy 3 dy eT (er3 2] 2 onyso, (3.34) Sendo esta uma Equagao Hipergeométrica Confluente ou de Kummer, sua solu- cdo serd (BASSALO e CATTANI (2010}, op. cit: y2@)=¥@) =F ([-mex Ze). (3.35) Portanto, a solugao da Equa¢ao de Schrédinger para um potencial do tipo osci- lador harménico esférico, sera: 2 3 Wrem = Crem EXP (-S)sn (-ne~ $e] ¥/"(0.9), (3.36) Exo tr(2n+€+3]=he[A+5), (3.37) com A = 0,1,2,... (ntimero quantico principal) que representam a Fungéio de Ondae a Energia de uma particula colocada em uma regio de potencial harmd- nico esférico. 3.2.2 Solucdo da Equacao de Schrodinger para potencial do tipo Coulombiano Para potencial do tipo Coulombiano - V(r} de Schrédinger torna-se: -a forma radial da Equacao 2 2 fF 20R [#8 (e+ )-S" | at =o. (3.38) tit dr? rdr [he r Este problema é importante na teoria do dtomo de hidrogénio (Z = 1) e outros muiltiplos dtomos ionizados {He*, Li**, etc.), chamados dtomos hidrogenoides. Na equacao acima yp é a massa reduzida do tomo: _ Min - M+m’ K (8.39) onde M éa massa do nticleo atémico e m a massa do elétron. 40 Carfruto 3 — Equacao pt ScurépinceR Para resolver esta equacao, lagamos as seguintes transformagées: 2uE ne _ Ze ha =P pe "2a? onde: i? + a= —5 =0,5A (Raio de Bohr). ue? Sendo: dR dR dp . dR @R od dp 2p = = aR = 2a— Ss = — (2a RJ = 40°", dr do dr “ ap dr? ap?" Or * teremos: 2 2 2¢ é 4 4 L ta2n so of ME EE Rio =0, (3.40) e p ou 2 {ln e+) pig ep fi? +2") Rip) =0. B41) p 4 po ° Sendo esta uma Equaciio Associada de Laguerre sua solugdo sera [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: p Rio) next -P E45 )(01., (3.42) Portanto, a solugio da Equa¢do de Schrédinger para um patencial Coulom- biano, sera: ¥otm=Anemexp (0°15 OPO), (3.43) (3.44) que sao, respectivamente, a funcdo de ondae a energia dos estados estacionarios dos dtomos hidrogencides. Problemas 3.1. Resolva a Equacao de Schrédinger para uma particula livre, isto é, V(r) = 0 (Sugestdo: Considere o Laplaciano em coordenadas esféricas e resolva ape: nas a equacao radial. Como para uma particula livre a energia deve ser positiva, use a seguinte retagao: B= 542.) 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 3.7. Propiemas 417 Calcule os niveis de energia de uma particula livre colocada em uma regio onde existe um potencial simétrico esférico dado por: 0, rsa vo . oo, >a (Sugestéo: Use a fungao de onda calculada no problema anterior e consi- dere a seguinte condigao de contorno: y(4,6,¢) = 0). Calcule o fator de normalizagao da fungao de onda para os seguintes po- tenciais: oscilador harm6nico linear, esférico e potencial Coulombiano. Calcule as fungées de onda do oscilador harménico esférico para os seguin- tes estados: 1s (n =0, @ = 0); lp (2 =0, £= 1) e2s(n =1, 2 =0). Calcule as fungGes de onda do dtomo de hidrogénio para os seguintes esta- dos: 1s (#=1, €=0); lp (n=1, = 1) e3d(n =3, £=2), Aenergia potencial para o movimento nuclear de uma molécula diatémica € aproximada pela fungao de Morse: V(r) = Dexp(—2ar) - 2D exp(-ar). Calcule a parte radial da solugao da Equacao de Schrédinger. Calcule a seguinte integral: | (if exp(iar cos®)v2p 0 igor? dr d(cosd) de, onde: Y2p,9 € Wis,0 S40 fungées de onda do hidrogénio: Wem. 4 EquacAo Das ONDAS OU DE D’ALEMBERT A Equagao Diferencial Parcial do tipo: 1 @& OW, =|A-— 5 | VF, 0 =0, (4.1) wn=[ popyee ® (a) 6 chamada Equagéo das Ondas ou de D'Alembert. O operador () 6 chamado d’Alembertiano e sua forma depende do sistema de coordenadas escolhido. O operador (A) 6 0 Laplaciano. A equacao das ondas ocorre em diversos ramos da Fisica, cujos principais sao: I. Teoria das vibracées eldsticas 1. Vibracées transversais de uma corda. As vibrag6es transversais de uma corda eldstica de densidade linear uniforme p e sujeita a uma tensdo uniforme 1, sao regidas pela equacao diferencial parcial: Sy at) 1 yx _ ae a 2) onde: y(%,1) _s&o os deslocamentos (assumidos pequenos) da corda; V2 ve ( 2) éa velocidade de propagacdo da onda na corda. Evidentemente, a forma do movimento da corda depende de sua deflexao inicial, isto é, se forem conhecidos: y(x,0) =f) ove ga). 44 — CapituLo 4 — Equacko pas Onpas ov Dk D'ALEMBERT As vibragdes longitudinais elasticas em uma barra uniforme, satisfazem a uma equacao andloga 2 da corda vibrante, com a velocidade de propagagao da onda longitudinal dada por: fey" ss onde £ ¢0 médulo de Young do material. 2. Vibragées Transversais de uma membrana. As vibragdes Uransversais (assumidas pequenas} de uma membrana eldstica fina de densidade superficial uniforme o e sujeita a uma tensdo uniforme t, sao regidas pela equacao diferencial parcial: 1 Ptr) Agr, = 2 oe i Pewsey, 4) onde: z(r,t) sao os deslocamentos transversais da membrana; 2 . a ve (z)' ? €avelocidade de propagagao da onda. Evidentemente, a forma do movimento da membrana depende de sua posigdo, bem como de sua velocidade inicial, ou seja, se forem conhecidos: z(x, ¥,0) ax y= fay i or =g(x.y). Essas equacées diferenciais podem ser obtidas usando o Calculo Variacional eo Principio Variacional de Hamilton (Equagao de Euler-Lagrange) (SAGAN, op. cit}. IL. Teoria das vibragdes sonoras A propagacao de uma onda sonora através de um gas perleito (irrotacional) € feita com uma velocidade: ¥=-grade, (4.5) onde ¢ satisfaz 4 seguinte equagao de ondas: 1a Ag-—szzy = 9. 4.6) b Poe (4.6) Ill. Teoria das ondas eletromagnéticas Em uma regido onde nao existem cargas ou correntes elétricas, 0 potencial vetor A ¢ o potencial elétrico @, satisfazem a uma equagao de ondas do tipo [BASSALO e CATTANI (2007), op. cit.): § 4.1 — Eguagao pas Onpas EsTACIONARIAS OU DEHELMHOLT2, «45. 1 & Ag Ze =0, (4.7) onde: 7 vee”, come € #, respectivamente, a permissividade elétrica e magnética do meio onde se propaga a onda. Se o meio for o vacuo, a velocidade de propagaciio é de 300.000km/s. No estudo da propagacao de ondas eletromagnéticas de alta frequéncia em um cabo de resisténcia por unidade de comprimento nula, e a condutancia da terra por unidade de comprimento também nula, a voltagem V(x, f) e acorrente I(x, 0), satisfazem a equagao oe + a =0, (4.8) ox vt ar onde: @ = V ou 7; v = (LC)~! sendo Le C, a indutancia e a capacitancia por unidade de comprimento do cabo. 4.1 Equacao das Ondas Estacionarias ou de Helmholtz Aplicando 0 método de separagao de varidveis (MAIA, op. cit.) a Equagao de @’Alembert (eq. (4.0): VED=y~ATOH, (4.9) teremos: = » lo wr DWF H=0 — TOWA-ZyMT =o, (4.10) Ay _ 17 wae (4.1) Como 0 primeiro membro é funcao de (F) e 0 segundo de (4), a igualdade s6 ocorrerd para uma constante: ~K* (0 sinal menos € escolhido por raz6es fisicas ~ para que as vibragées no tempo sejam periddicas). Assim, teremos de resolver as seguintes equacoes diferenciais: 2 30 =-K = T(t) =expltwi) 3 w= kv, (4,12) e (A+ Pw=0 + Ay=-ky, (4.13) que é uma equacao de autovalores, chamada Equacéo das Ondas Estaciondrias ou de Helmholtz. 46 — Capfruto 4 — Equagao pas Onpas ov DE D'ALEMBERT Portanto, a solugao da Equacao de D’Alembert [eq. (4.9)] sera: VEO =wFexp(tiwr), (4.14) chamada solucao estacionaria. 4.1.1 Equacao de Helmholtz em Coordenadas Cartesianas Em coordenadas cartesianas - x, y, z - a Equagao de Helmholtz tem a seguinte forma |BASSALO e CATTANI (2009), op. cit.|: Pu ou ew ae ae tag ylxy,2)=0. (4.15) Usando 0 método da separagao de varidveis: wy2) = XWOYQZ(2), teremos (vide, item 2.1): Hoy gh oy ++ +k =0, Xx Y & cuja solugao &: X(x) = A; cos(ky,x) + Agsen(ky xX) = Aexp(+7k,3), (4.16) ¥ (x) = By cos(ky y) + Bo sen(kyy) = Bexp(+tkyy), (17) Z(x) = Cy cos(k,z) + Co sen(k,z) = Cexp(4kzz), (4.18) com k; (i= x,y,z), real ou complexo, dependendo das condig6es de contorno e satisfazem a relacao: Kerk thet =0. (4.19} Assim, uma solucdo estaciondria da Equacao de Onda sera: W(X, V2) 8) = Abpieyk, OXPIEM Rex + kyy + kez tet). (4.20) EXERCICIO 4.1.1 Estude os deslocamentos e as frequéncias sofridos por uma corda de com- primento ¢ presa nas duas extremidades, quando a mesma é inicialmente deslocada para a posicao f(x) e deixada em repouso nesta posicao. $4. — Equacdo pas Onpas EstacionAnias Ou DE HELMUOLTZ 47 SoLugao ... Teremos de resolver a equacao [eq. (4.2) @®y Ley ar wae” com as seguintes condigées de contorno e iniciais: Oy(x,0) _ or HON =y,)=0 ; 0; ¥(x,0) = f(x). Como a corda esta presa pelas extremidades, entao: X(x) = Aj cos(kyx) + Az sen(kzx). Usando as condigées de contorno, vird: X(0) =A, =0, X()=Agsen(kyf)=0 — kyfann > ne kee MEL 2B. Asolucao na variavel t, sera: T(t) = Dexp(+wt) = D) cos(kvt) + D2sen(kvd), onde: nn “R40 kekx= Entéo, uma solugdo da equagio da corda vibrante, sera: an x ya) = Agsen{ 7 an nt |[P: cos(“F vt} + Dosen (“Fui)]. Para determinar as constantes de integragaéo vamos agora usar as condicdes iniciais, assim: dy(x, 1) a = Fvarsen("* x] [-Prsen(" vq) + wo + Decos( 7 vil]] =" ext =0 — De=0. (421) Portanto: ¥nl&, = An sen(“3) cos(“t vt), que representam os modos ou fons normais de vibracdo da corda. As frequéncias desses tons serao: ne n y= vs vy = lov. é 2é 48 Cariruio 4 — Equagao pas Onpas ou ve D’ALEMBERT Vamos calcular, agora, todas as vibragdes possfveis da corda. Como para cada n teremos um modo ou tom, entao: oo yao=) Aysen( nt é (Fe) Para determinarmos a constante A,, vamos usat a condi¢do inicial restante. Assim: y(x,0) = fod = Fo Aysen (2). n=) é ‘Teremos, portanto, de desenvolver a funcdo f(x) em uma Série de Fourier. [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit.] Entéo: 26 nn An= af f(x) sen(F} dx. Portanto, todos os possiveis deslocamentos da corda, serao: = nn aw ¥(x,0)= Yo Agsen (=x) cos( vt). ml é é Exercicio 4.1.2 Estude os deslocamentos e as respectivas frequéncias devidos a vibragao de uma membrana retangular fina e eldstica, de dimensées a, b, presa nas extremidades, quando a mesma é inicialmente deslocada para a posicao Z= f(x,y} e deixada em repousa nesta posigao. SoLugAo Teremos de resolver a seguinte equacao [caso retangular da eq. (4.4)}: 2 Fz 18z ax? ay? Oe com as seguintes condi¢6es de contorno e iniciais: 200,y)=zlay)=O 3 2(x,0}= 2(x,b) =0; 2060) = fly) 5 Como a membrana esta presa nas extremidades, entao: X(x) = Ay cos(k,x} + Agsen(kyx), Y¥(y) = By cos(kyy) + Ba sen(kyy). $4.1 — Equagao bas Onpas EsTActonénias ov DE HELMHOLTZ — 49 Usando as condigées de contorno, vird [vide exercicio (4.1.1)}: Ay=0 ; kya, n=1,2,... a Bi=0 5 bye) m=12,.... b Usando, agora, a condicdo inicial: dz(x, y,0) aoe = 0, or teremos: koX(aY (L-G sentkv + Gpeostkvnyi|, -=0 — C=O. Portanto: nn mir Znm(%¥st) = Anmsen (Fx)sen("* y) cOs(kam 2), onde: ton (PY =e Bb v representam os modos ou tons normais de vibragéo da membrana, cujas frequéncias sio: 2 gle “y+(2) Vamos, agora, calcular todas as vibragdes possiveis da membrana. Como para cada valor de 7 e para cada valor de m, teremos um modo ou tom, entao: Onm = VI ayo d ¥ Anmsen(x} sen (2 y) costknm vt). n=imat a b Para determinarmos a constante Aj,:, vamos usar a condi¢ao inicial restante. Assim: oe a(x, ¥20) = fly) = Sy y Anmsen (“x)sen(™ )). n=im=l Teremos de desenvolver a fungao f(x, y} em uma Série Dupla de Fourier. Entao: Ann =f Li, " poxyisen(™ 2}sen(™y) ava Portanto, os deslocamentos possfveis da membrana serao: aa ypo= s x Aansen| 2s) sen(2 }eos{ ve (2) nahin=1 “ay. 50 Capfruto 4 — Equagdo pas OnpaAS ou DE D’ALEMBERT Examinando os modos de vibragdo ¢ as respectivas frequéncias, vé-se que ha degenerescéncia, ou seja, para uma determinada frequéncia, pocera ocorrer mais de um modo ou tom de vibra¢do. Para um estudo mais detalhado, 0 leitor deverd consultar SOLKONIKOFF and REDHEFER, 1966. EXERCICTO 4.1.3 Calcule as frequéncias dos modos ou tons normais de vibracéio de uma radia- cao eletromagnética (micro-onda) colocada em uma cavidade ressonante de forma prismatica. SOLUGKO oo. cece ccccceeceesecceeeeceseeeeeeeeetseeeeeeeseeteesecseertsererees Teremos de resolver a seguinte equacao [vide eq. (4.15)]: ae ay az com as seguintes condigdes de contorne: + PW 20 =0, x=0, x=a, Wonyz=0, para fy=0, y=b, Z=0, Z=¢. Como a radiagao esté presa na cavidade, teremos: Vamp % 928) = Anmp sen(™*3} sen(™ ) sen(P™ zjexp(-rken, onde: mye pm? pe nampa Lesin s P=[() (BP (Bf a2 As frequéncias de vibragéio da radiagao serao: camp =o | (2) (Pe a2 4.1.2 Equacdo de Helmholtz em coordenadas cilindricas Em coordenadas cilindricas — r, , z-, a Equacao de Helmholtz tem a seguinte forma [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: ey lay Ley ey Oe ror Oe OE +P yb. =0. (4.22) Usando 0 método da separagao de varidveis (MALIA, op. cit.) Wr, 2) = RDP) Z(2). : § 4.1 — Eguacio pas Onnas EstactonArias ou bE HELmuotz = 51 ‘teremos (vide, item 2.2): a : RY AR, (4.23) RorR Asolugao em < |Z = -A”] sera: Z(z) = Ay cos(Az) + Agsen(Az), (4.24) com A real ou complexe. Asolugao em ¢p (2” == m?] sera: D(P) = By cos(m) + By sen(me), (4.25) com yn inteiro, devido 4 univocidade de y. Aequacao em r sera: PR aR (me ia * =0, 5 a + par +(a 72 roy (4.26) k ~ A, cuja solugao serd [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.|: RO} = Cy Tn (@r) + CoN (ar). (4.27) Portanto, urna solugao estaciondria para a equacao de ondas sera: VO.G.2.0) = [AT (Ar) + BNyy (arjlexpl+ikut + m+ Az). (4.28) EXERCICIO 4.1.4 Estude as vibragdes transversais de uma membrana elastica circular de raio ae presa nos bordos, quando a mesma é deslocada para a posicao z(r,@, 0) = F(r, 6) e deixada em repouso naquela posicao. SoLugao Teremos de resolver a equacao de ondas leq. (4.191: Oz, ¢, 0 =0, com as seguintes condigdes de contorno e iniciais: G2kr, 0,0) _ ot Como a membrana ¢ plana e de deslocamentos finitos, tomamos a solugiio ob- tida no item 4.1.2. e fagamos: aapo=0 ; 276,0)=fir.d) ; 0. A=0 e€ (=0, 52 Capfruto 4 — Equagdo pas Opas ou pz D’ALEMBERT Entao: 21,0, 1) = Jm (ki) cos(mp) + Dsen(m}] [Ecos(kvt) + Fsen{kvt)]. Usando, agora, a condicao de condigao dada, teremos: 20,4,1) = Ink POT) =0 > In (ka) =0, ka= dam > ken = 2M, 212 a Sendo: Az(F,,0) =0 — F=0. ar Portanto: Zina 0) = In (PH 2+) [Amn Osun) + Bron sen(m@)} . cos (“2 man vt), representam os modos ou tons normais de vibragao da membrana circular, cujas frequéncias sao: _ Gran @inn = Kat > Wma =v. Todas as vibracdes possfveis da membrana serao dadas por: anoo= > ¥ in ( “Zr Amncos(me) + Bm, sentmng)icds (* wat yt), mn=On=t Para determinarmos as constantes, usaremos a condigao inicial restante, ou seja: 2r,.0) = fC.) = x Yin 1) [Amn Ostend} + Bn Senm6)]. me ‘feremos, portanto, de desenvolver a funcao f(r.) em uma Série de Fourier- -Bessel. {BASSALO ¢ CATTANI (2010), op. cit.] Assim, chamando: Cult) = x Amd) =¥ Brinda (Om), leremos: fp x Cnr) cost) + Dm (r) seni). m=0 Como se trata do desenvolvimento de uma fungao em Série de Fourier [BAS- SALO e CATTANI (2010), op. cit], vird: 1 pee Cn) = af f(r, p) cost) dg, § 41 — Fauagio pas Onpas EstacionArtas ou De Heimnorrz 53 1 pen cote) = =f repre, 1 pon Dnt) = =f f(r. pysen(md) do, e, finatmente, [BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.| teremos: = 2 “ Gn Ann = FF [60a (24) ar, Ban a 2 anh [ Dnt Fm (1) dr EXERC{CIO 4.1.5 Ondas sonoras harménicas de periodo T = 2 = #* e pequenas amplitudes sao propagadas ao longo de um guia de onda circular limitada pelo cilindro r= a. Calcule 0s modos de propagacao. SoLugio Teremos de resolver a Equacao de Helmholtz jeq. (4.13)]: ALM} wlr 2) =0, com a seguinte condi¢ao de contorno: Oy (a,,2) or r=a Essa condigiio de contorno significa que a velocidade da onda sonora 6 nulana fronteira do guia de onda. As condigdes de contorno do probiema impdem que y nao dependa de ¢, 0 que acarretard; mm = 0. Para permitir a propagacdo da onda através do guia de onda, a solucao em z deverd ser periddica, ou seja: Z(z) = exp(-1Az). Sendo finitas as amplitudes da onda sonora, ent&o C2 = 0 e portanto [eq. (4.28)]: wr,z,t) = Ajglarjexpli(kvt—Az)]. Usando agora a condi¢ao de contorno dada, vird: dy(r.z, 0) * = Aly(aa) expla(kvt - Az)] =0— Jy(aa) = Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: Ig(@a) =— haa), 54 _ Capfruto.4 — Equagio pas Onbas ou be D’ALEMBERT entao: Sin T{aay=0 — aa=éin fines a =1,2,... Portanto, os modos ou tons normais de vibragao da onda sonora no guia de onda serao: f Paltz 0) = Anho(Mr)exptetkoe Aa onde; kut—Az=® (fase da onda). 4.1.3 Equacdo de Helmholtz em Coordenadas Esféricas Em coordenadas esféricas — r, ¢, @ — a Equacéo de Helmholtz tem a seguinte forma [BASSALO e CATTANI (2009), ap. cit.; HASS, op. cit.: 2. Fy 20y 1 Py | cogd ay 1 Oy 5 = Ky =0. re |r ar EY 72 d82 7200 resen2é ap? Usando o método de sepatacao de varidveis (MALA, op. cit.): YAO) = ROPX(P)/OW), teremos [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit]: WP.) = ROY), com R(r) satisfazendo a seguinte equagao diferencial: r? RM 4 rR! + [Cer ~ 00 + DIR) = 0, Esta é a Equacdo de Bessel Esférica [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|, e cuja solucao é: Rr) = Aje(kr) + Bne(kr). Portanto, wma solugdo estacionaria para a Equagdo de Ondas em coordenadas esféricas, sera: W(r,0,0, 1) = LA je(kr) + Brel kr) ¥3"(0, p) exp(tikve). EXERCECIO 4.1.6 ~ Resolver a Equacao de Helmholtz para uma regiao interior a uma esfera de raio a, regiao esta onde nao existem fontes nem sorvedouros de y, e com a seguinte condicao: y(a,,6) = 0. pe § 4.1 — Equagao pas Onpas ESTACIONARIAS OU DEHELMAOLTZ 55 SoLucio Como nao existem fontes e nem sorvedouros na regido onde é definida a funcdo w(7,0,0), entao segundo o exercicio 4.1.5, B = 0 e, portanto: Wh, 8) = Aje(kr)¥p" (6,0). Usando a condi¢ao de contorno dada vira: Wlah.O)= AjelkaY!"O,p)=0 — jelka)=0 = ka= Gen, 2=1,2,... (4.29) onde a¢,m sao os zeros da funcao de Bessel esférica j¢(kr) ow, usando a relagao entre as funcGes de Bessel esférica e de 1* espécie [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], eles representam também os zeros da fungao Jp41/9. Portanto, wma solugéo estaciondria para a equacao de ondas numa regiao esférica, sera: V(r, 81) = Aemniel “2 ya.) explaiku0. 4.1.4 Solucdo da Equacao de Ondas em todo 0 espaco Ao iniciarmos 0 estudo da solugao de uma equacao diferencial parcial, dissemos que existem trés métodos fundamentais para encontrar tal solugao. O método da separagao de varidveis, conforme vimos no decorrer deste ca- pitulo, se aplica a problemas de contomo e quando este tem forma simples. Alguns desses problemas podem também ser resolvidos usando a técnica das transformadas. Quando, no entanto, a fronteira se estende ao infinito, a técnica aconselhada para a solugao do problema é a das transformadas. Se a fronteira for finita mas de forma nao muito simples, a solugdo é en- contrada através do calculo das variagdes (veja Parte I) [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit). Neste item, vamos resolver a equagdo das ondas no espago todo usando a técnica da Transformada de Fourier, Como estamos interessados na solugao estacionaria, bastard portanto resolvermos a Equacdo de Helmholtz. Assim, cal- culemos a Transformada de Fourier da Equagao de Helmboltz (eq. (4.13): Play (?) + Py?) =0. (4.30) Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.]: _ fff (ue Fy) ee _ FIAW(x,¥,2) =f (S ae gee dees = ta +7802), 56 CariruLa 4 — Equacdo pas Onnas ou DE D’ALEMBERT. onde: (é,7,2), (x, 2) sao, respectivamente, as componentes de Kedef,e 8(6.7,.8) = Fiwts, y,2)}, teremos: = +P HP ge m.0) +k glE.ms) = 0. (4.32) Chamando: pra Pam ree, (4.33) onde p € 0 raio de uma esfera no espace dos XK, teremos: (?-Pig=0 = (p+ Hip Kg=0. (4.34) Portanto: . wl yz) = (2ny* ff gn die PR. (4.35) Para obtermos a funcdo y(x, y,z), solugido da Equagao de Helmholtz no espago todo, precisamos conhecer a fungao g(é,7,¢). Para isto, vamos usar coordenadas esféricas no espaco dos K. Assim: EO = (p,,8). (4.36) Sendo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.|: t5(t) = 0, e como [cq. (4.34)j: (p+ khp—kK)g=0 e g70 — pak, teremos: 8(0.0.0) = d(p — Kf O,0), (4.37) e, portanto: oo pH pis ae wlaya— em? [” f f de-N O,Me™* papsenddodp. (4.38) ‘0 0 Usando agora {BASSALO e CATTANT (2010), op. cit.|: for-afwar= fa, vird: Rope pe IRF whe, 2) = axl f FO, wie!** senddd dp, (4.39) onde (lembrar os cossenos diretores de uma reta): R= kv = k(cos@sen6f+sendésen0é + cos0g). § 4.1 — Equacio pas Onpas ESTACIONARIAS ou DE HELMHOLTZ 57 Como a fungao f (6, ) é arbitraria, vé-se entao que a Equagao de Helmholtz tem. uma infinidade de solugdes. ‘Vamos obter uma dessas solugées, admitindo que: sen6 f (0.0) = 68 -@)6(p-'). Entao: 2a : we y2)= aol f 50 -06(p- w)e!®* doa = (27)3 Jo Jo (4.40) 8 . = Gps OPE (xcosp' send’ + ysenp’ send’ + zc0s6'). Portanto, uma solucao estaciondria da equacéo de ondas em todo o espaco, sera: 2 o Wixy,z,.0= awe? “ed (4.41) que representa uma onda plana que se propaga na dire¢do (6’,") com um vetor de onda K’. No caso de uma onda eletromagnética se propagando em um meio infinito, nao dispersivo, caracterizado por (e, 4), o médulo do vetor de onda &: k= 9 ote. (4.42) 58 — Capfruto4 — Equacao pas Onpas ou De D’ALEMBERT Problemas 4.1, Calcular os deslocamentos sofrides por uma corda eldstica de compri- mento infinito se ela 6 iniciatmente deslocada para a posicao: y(x,0) = f(x) edeixada em repouso nesta posicao. 4.2. Calcular os deslocamentos ¢ as frequéncias de uma corda elastica de com- primento ¢ e presa nas extremidades, quando ela é inicialmente deslocada para a posigaio dada por: x0) aks, O 0. SoLugio Como a temperatura se anula nas 6 faces do sélido, teremos: X(x) = Acos(kyx) + Bsen(kyx), X(0)=A=0, X(a)=Bsen(kya)=0 > kyasnn—> nn ky=—, n=1,2,.... a ¥(y) = Ccos(kyy) + Dsentkyy), Y(@)=C=0, ¥(b) =Dsen(kyb)=0 — kyb=ma~ ky m=12 ya MELZ Z(2) = Ecos(k,z) + Fsentk,2), Z(0)=E=0, Z(c)=Fsen(kzc)=0 + k,c=pa— k= ees p=l, 64 Cariruto 5 — Bouagao pa Diruséo ou pe Fourten Sendo: “EBs veo = ee |e (B PHY]. Portanto, a solucdo mais geral sera: is _22e ad mn pr Toyz, B= ED Ammnsen{ps}sen(™, x)sen( ” z)x 2 2 2 (SE E)e]. 6.9) eX] =z + P Bie Para catcularmos a constante Apmp, vamos usar a Condigao inicial dada. Assim: ). ‘Trata-se, portanto, de desenvolver a func¢aéo f(x, ¥,z) em uma Série Tripla de Fourier [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.]. Entao: Anmp = Bol D [ pevnersen( 2 2]sen (7 yJsen (F2) dxdydz. Exercicio 5.1.2 - As faces de um sdlido cilindrico (r < c; 0 = z = 7) séo mantidas 4 temperatura nula. Se, inicialmente, a (emperatura do sélido é constante, ou seja: . _ 222 nm ma) (pe Ta yz0=finya=y ¥ & Annp8en ( }sen(F*y}sen (2 nELA=1 TU, 2,0) = Ty, calcule a temperatura do sélida no tempo t > 0. Sovugao Como a temperatura se anula nas faces do sdlido, teremos: Z(z) = Acostez) + Bsen(ez), Z(0}=A=0, Zin}=Bsenter)=0 + ex=pn — e=p, p=l,2,... RO) = Inf), Ro)=In(G=0 = Gee Ome —~ Fa S, pal m=O. Sendo: @a=#-e | $5.1 — Sowu¢Ao pa Equagao Da DIFUSAO PARA REGIGES DE FRONTEIRAS LIMITADAS — 65 Portanio, a solugao mais geral sera: T.6.2,0= x YY Im (21) Amp costing} + Brnnp SeU(eng)] x Tons pr xsen(pz)exp(-kA? n}. (5.10) Para determinarmos as constantes de integracao, vamos usar a condi¢do inicial dada. Assim: Tebz0=h= > ¥ Ya (me m=0n=1p=1 ry [Amnp cos(#gp)+ + Banpsen(n@)|sen(pz). (5.11) Trata-se portanto de desenvolver a funcao To em uma Série de Fourier-Bessel {BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.]. Entao: cpr pln @, CFE Tom (—24r) rar sen(s2) dz.costwup) dg = -EE SLL L tolteryin( te | rdrx x sen(pz)sen(sz) dz[Aanp COs) + Bany Sen(en@)] cos(up) de. (5.12) Usando as condigées de ortogonalidade entre as fungdes trigonométricas e de Bessel, [BASSALO ¢ CATTAN] (2010), op. cit.) vird: ATp t t On Aonp = Anp = =a —r)rdrsen dz. lonp = Anp TER a) Jo bo Jol c ) (pz) dz. Fazendo as integrais indicadas [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.J, teremos: 87 Ano = Bp Dah (an) Portanto, a temperatura em qualquer ponto do sélido para ¢ > 0, sera: Tinga. fol%r) senl(2p + 1)zix Oe 9 ps Danley a2 exp { ke] % ? \. (5.13) EXERCICIO 5.1.3 Encontre a temperatura em uma esfera de raio unitario quando sua super- ficie 6 mantida 4 temperatura nula, sendo sua temperatura inicial igual a f(r). 66 — Carfruto5 — Equagao pa Drrusao ou DE FOURIER SoLugio oe Como a temperatura se anula na superficie do sélido, teremos: TU, 6,0) = 0= Agmie(AY"(8.p) > jeA)=0 > A=@en, n=1,2,... 6.14) onde @¢,, Sao os zeros da fungao J¢.1/2- Portanto, a solugao mais geral sera: TWP O0= YY YL Atm iel@enr YP OPT). Fone m=0 Para determinarmos a constante de integracaio, vamos usar a condigao inicial dada. Assim: T(1,@,0,0) = f (7,8) = ¥ y x, Aénmiel@ent)Y/ G9). f=0n=1 maf Trata-se, portanto, de desenvolver a fungao f(r,4) em uma Série de Bessel-Legen- dre- Fourier |BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.j. Entao: L opm pan , {fl £00) jelorerer Vf (O,b)r2 Ar sen dO dep = lb Jo Jo 2m SP Aenea fel ent) felaen tir? dex x YP DO (GO) senOdAdp. (5.15) =yy 00 Lins Usando a condigao de ortogonalidade entre as fungées trigonométricas, a inte- gral em @, fornece que: m= m! = 0. Entéo: Lope 5 ff rerjetaeyrrPeccoserr* ar send.o - 0 JO co pl px 5 =v xf f Aen je(@ent) jelaen tr? dr Pp(cos@)Pe(cos6) sen@dd. (5.16) =on=140 JO Usando, agora, as condicgGes de ortogonalidade entre as fungdes de Bessel e Legendre [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.], vird: (20+1)2a%» Apg = on WT opal? 1 0 jelaeg rie? dr { (r,0)Pe(cos@) d(cos0). . $5.2 — SoLuGko Da EQuagho pa Dirusio PARA 0 ESPAGO TODO _ 67 5.2 Solugdo da Equacao da Difusdo para o espaco todo Conforme vimos no item 4.1.4, o Método da Transformada de Fourier se aplica quando a fronteira se estende ao infinito. Assim, para encontrar a solugdo da Equacao da Difusao para sdlido infinito com a condigao inicial: V@O= fH), (5.17) teremos de usar 0 método da Transformada de Fourier. Calculemos, portanto, a Transformada de Fourier da Equacio da Difusao leq. (5.1)]. Assim: efaw-2 2% 0. (5.18) kat . ° Sendo [vide, eqs.(4.31-4.33)]: FIAW(x, y..0}=-(@ +1? +0) 86 9.6,0 =p" g(RD, (5.19) é, 9, ©) € (x, y, 2) so, respectivamente, as componentes de K e 7 e = F[W(F, 1). Calculemos, agora: a | ere ete Ll are TPH a, Uf PG 9e Fes aK). 6.20) Assim: ta ~peR- in =0 = gk, N=g(K,e Fs, (6.21) onde: ; g(&,0) = f if Wer ne ae = ff pone RF ae, Entao: g(K,0) = F(R), e, portanto: g(K, 0 = FR exp(-kp*n. (5.22) Usando a definicao de antitransformada [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.] teremos: YEO = (any fil gk ne BR = =2n)3 {if PRe we eRF BR 5.23) =(2n)3 fff | iif sere *atr| ert RF ge 68 CapiruLo 5 — Equacko pa Dinusao ou be FourIer Usando o Teorema de Fubini (troca da ordem de integragao) podemos escrever: verti ff fNGE rt, nar, (5.24) onde: GG -r,t)= any? fff ek Pewee, 6.25) que é a chamada Funcéo de Green da Equagao da Difusao para 0 espaco todo. Vamos, agora, calcular explicitamente a Funcao de Green da Equagao da Difusao para o espaco todo. Sendo: exp [rR.F 7) — kp*e =exp [d(x — x’) — ket} x x exp[inly—y')— kn? thexp[¢(z- 2) ket], 6.26) teremos: [2 [EP exp [ake ~ eps] dnd = oo Faw boon : -/ exp [s(x —x") ~ ket] ae f exp [ijly = y'1- kr? 4] dx co 2 «f. exp [itz —2') KC dg. 6.27) Joo Para calcular cada uma das integrais indicadas, vamos fazer um artificio algé- brico para, entao, usar o seguinte resultado: f eo dw=Va ac Assim: [-exlee-a5-me rac = f° vols) Ay x-x/\ ~ dé = ex (=) ft (4 a) dé. (5.28) 4 | okt 2vkt Chamando: x-x! op dw +oivkt=iw — dé=——, avi wo Vi teremos: va. (6.29) S- PRoptemas 69 Portanto: . 4 (ay? xo [yoy zesty? GG -f1,) = 2m) 3 ~ ( ee +( } - 6.30) PDS Oa) Epa OP ava) ~\avee) "ave 639) Chamando: rh F =, y= 4 RaX, W2= = &F sky" aR- (ky axavdz, 631) t teremos: oo poo poo 7 ven =o f [ [ fF +2RV EDS OCH axavdzZ. (6.32) 00 I-oo doo Esta é solugao € conhecida como solugao de Fourier da Equago da Difusao. Problemas 5.1. Considere uma chapa infinita de largura 2¢ e limitada pelos planos x = +6, feita de material com condutividade térmica k. As faces da chapa sao mantidas a temperatura nula e inicialmente a chapa é submetida a uma temperatura J. Encontre a distribuigao de temperatura na chapa. 5.2, Determine a temperatura no interior de um sélido cilindrico e longo (to- mar infinito), com as seguintes condigoes: TAP 20=T 5 T6240 =T, 3 Tr4o,z,00)=0. Resolva 0 problema (5.2) para: Ta,6,4,0=0 ; T,$,2,0)=T) 3 Tir,z,00) =0. 5.4. Um corpo esférico de concreto (k = 0,005 unidades cgs) de 40cm de dia- metro esta inicialmente na temperatura de 100°C. Depois ele é resfriado mantendo sua superficie na temperatura de 0°C. Calcular a temperatura no centro do s6lido 10 minutos depois do resfriamento. 5.5. Usando a Transformada de Fourier, resolva a equagao unidimensional da difusao, com a seguinte condigao: V(x, 0) = O(x). 6 EquacAo DE Poisson — SOLUCAO NO ESPAGO TODO Aequacao diferencial parcial do tipo: Aw(?) = -42p(7), é chamada Equacéio de Poisson. (6.1) Para obter a solucao da Equacao de Poisson no espaco todo, teremos de usar a técnica da Transformada de Fourier. Calculemos, portanto, a Transformada de Fourier da eq, (6.1): FiAw(?)} = —4aF (ph. Sendo [vide, eqs. (4.31-4.33)]: Faw?) = (2 +9? + CO) g(En.0) = —K2 a(R) Fip@=FR= fff ore *? 7, teremos: 4 -Kg(R)=—4n F(R) = g(R)= GP®. Usando a definigao de antitransformada (vide, item 5.2) teremos: WO) =Fig®) = ear fff ede* aR = = cen fff Bre x= =200* fff ZB [ff orner®? ve aikrgs rail 6.2} 6.3} (6.4) (6.5) (6.6) 72 Cariruto 6 — Equagio Dé Porsson— soLu¢ko NO BsPAGO TODO Usando o Teorema de Pubini (troca da ordem de integrag4o), podemos escrever: wit) = 4 ff proce —rodr", (6.7) (any? {i il wer PBR, 68) 6 chamada Fungdo de Green da Equacao de Poisson para o espago todo. Vamos agora, calcular explicitamente a Fungao de Green. Sendo: onde: GE - aK =k? dK send dé de, echamando; vira: _ 4 fe Qn a G(R) = (20) * f dK [ dp f sen@ dé exp(iKR cos) = a 10 10 (6.9) = (2. yf an f ex (1K Rx} d =saqf SE senuca =e)" I, p_ OXPURR SOS FR ly : Para fazermos a integral indicada, vamos usar 0 artificio encontrado no livro de MATHEWS and WALKER, 1965. Entao: 20 if Sen ae, (6.10) nx Tomemos, inicialmente, a seguinte integral: 00 grex Ta) [ SEE ae, (6.10 lo x de modo que: = 1(0). Entao: a = -f e- sen.xdx = =m f oO des lo 0 ( 1 1 (6.12) = [mj— =a at at] Assim: Ta) = f fe cac-igta (6.13) dp attl eo . Propiemas = 73. Como: Mo=0 = CHF + a= 5 ta ~ [See ar Portanto: 00 dK x z_-7n-—t + an - ae 14) [ K SemtKR) 2 Ce") 4nR an|f ri on e Wo il Ge (6.15) le Fae que é a chamada Solugdo de Poisson. Problemas 6.1. Use a Solucao de Poisson para calcular 0 potencial em todo 0 espaco, sa- bendo-se que: ~ exp(— pr’ pi = py BPE? r 6.2, Uma distribuigao esférica de cargas 6 caracterizada por uma densidade de cargas constantes para 7’ < R, e nula para r' > R. Integrando a Equacao de Poisson, calcule o potencial em todo o espaco. 6.3. Mostre que para r # 0, a funcdo r~! satisfaz a Equacdo de Poisson, numa regido onde nao existem cargas. 7 FUNGOES DE GREEN Vamos desenvolver uma técnica para resolver as equagdes diferenciais parciais nao homogéneas e caracterizada por: Tu) + uF) = fF), ay) onde £ é 0 operador Hermitiano L = Lt (Ver definigéo no MATHEWS and WALKER, op. cit.). Vamos considerar o problema de resolver a equagao 7.1, numa regiao limi- tada V de um espago fisico tridimensional, Assumiremos que V é limitada por uma superficie seccionalmente suave S, e a fungao procurada p(7) satisfaz cer- tas condigées na superficie S. Inicialmente, vamos rever as duas formulas de Green estudadas no cdlculo vetorial [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.; BRAGA, 2006].: Sabemos do calculo vetorial que: div(@ grad f) = adivgrad 6 + grada.grad 6 = (7.2) = aAf +grada.gradp { awFav= $ Bas. (7.3) ve S Portanto: f (grada.grad p)av + f aapav = 4 a(grad f.d8). (14 formula de Green) vo Vv 1S (7.4) Tomemeos agora a eq. (7.2) e vamos trocar @ por fe subtrair uma da outra. Assim: div(a grad B) — div(B grad a) = aA - Baa. 76 Carfruto7 — Fungons ot Green Integrando a expressdo acima e usando (7.3), vira: f (asp paaydv = f (agrad p- fgrada).d5. 2 formula de Green) (7.5) v Js Por definigdo, chama-se Fungéo de Green do problema (7.1) (equagao e condi- des de contorno}, a fungdo G(F,r"), onde r é a varidvel fonte e7 a posicao onde se quer obter a fungado u ou varidvel campo, que satisfaz a seguinte equacao: LG) 4 PGE, 7) = 8), (7.6) e que satisfaz certas condigoes de fronteira em S, em geral, as mesmas satisfeitas pela funcdo solugéo da equagao (7.1). As condicées de fronteira mais comuns requeridas para a funcao de Green sao: 1. Condigao de Dirichlet, onde G = 0 na fronteira; Il. Condicao de Neumann, onde a componente normal do gradiente de G se anula na fronteira, grad G.d5 = 0; III. Condigées intermedidrias ou de Cauchy, onde na fronteira tém-se: gradG+ wr)G=0, onde w@(7’) é um vetor ou escalar (caso unidimensional) dado na fronteira. 7.1 Propriedades da Fungao de Green para o operador Laplaciano a, Simetria Vamos escrever a equacao (7.6) para duas fontes r' er’ quando L= A. Assim: AGE P+ GET) = 5-7), AGG) + PGE) =F). Multiplicando a primeira por G7, r#) ea segunda por —G(?,7"), somando e aplicando (7.5} vird: f GE,PNAGHPOaV -f GE POAGE, PAV = v v =f GE, PSF —rhaV -f GFF NO - rv. Vv Vv f 1G.7) grad GF?) — G.7) grad GF, P43 = GO.” — GE", Para qualquer uma das condigGes de fronteira satisfeitas por G(,r’), tem-se: Grr) = G0", r). (7.7) $7.1 — Propriepapes pa FUNGAO DE GREEN PARA.O OPFRADOR LaPLACIANO = 77 b. Solugao da equagio 7.1 para L= A Tomemos as eqs. (7.1) e (7.6) para L = A. Assim: Ap) + Pur) =f 0), AGE.) +P GE,r) =6F-1). Multipliquemos a primeira por G@,r') e a segunda por ~p(7), somando e aplicando a eq. (7.5), vird: [ lor. P au —pmace, 9] &r- E -f rence Prate=—f ner —PneFe = pe) — v Vv He) = f FOG TOPE + ¢ [mrvacr,79 -GG, Fv p| dS, Vv Ss Como 7’ é um ponto arbitrario de V, e na integral, 7 € um indice mudo, usando a eq. (7.7), teremos: Mr) = f fenawFnatied [menwad,79-Ge,750'ue)] 08. 7.8) v St Vé-se que, para obter a funcao solugao da equagao (7.1), precisamos calcular a Fungao de Green bem como as condic¢ées de fronteira, quer da fun¢ao in- cégnita, quer da fungao de Green. No préximo item desenvolveremos um dos métodos para obter a de Green do problema. c. Desenvolvimento das Fungées de Green em fungées préprias Seja a equacio diferencial da forma: Ly) + Pa) = fe), (7.9) com a seguinte condicao de fronteira (S): on), (7.10) onde: Osa) +02V. (7.11) Para o problema definido pela eq. (7.9) com a condigao (7.10), a fungao de Green sera: LG?r) + PGE, 7) =6F—7), (7.12) com: (7.13) 78 Capfruio7 — Funcous pe Green A equacao 7.9 com a condic¢ao (7.10) nao tem, em geral, solugées bem com- portadas, quer dizer, finitas e continuas (vide MORSE and FESHBACH, op. cit.), exceto para certos valores de k*. Estes, sao chamados valores préprios do operador L, denotados por Kk, ¢ as solugées da equagao de autovalores LpalF) + Ki ttn F) = 0, (7.14) sao chamadas funcées préprias de L, que formam um conjunto completo e satisfazem as mesmas condigGes de contorno da fungiio incdgnita, isto &: [ witpncrrae =m (7.15) Opnt?)| =o (7.16) Se G(,7) existe, podemos entéo desenvolvé-ia em termos das autofuncdes ou fungoes préprias de L. Assim: CEP) = Vag F pte). (7.17) i Aplicando L em (7.17) e usando as eqs. (7.12) e (7.14), LGEP = Yan Lp) = Yan (POR tn P= 6-7) — PCE) 7 7 ou Y ane pn P)— eGE7) = 5-7). 7 Usando a eq. (7.17), vira: Vian — Re F) = 8F -79. 7 Multiplicando ambos os membros por (7), integrando em V € usando a eq. (7.15), vird: Yau ti f wnat = f oP uginrare 7 An (FRG — = wy) > Portanto: (7.18) $7.1 — PRopRIEDADES DA FUNGAO DE GREEN PARA O OPERADOR LaPLACIANO 79 Quando os autovalores ou valores préprios forem continuos, teremos: coy PHORM G@.ry= | “Baas, (7.19) | BaP) pe)? = 66 -€). Obs: I. Quando k = ky, a eq. (7.18) mostra que G(F,r!) — oo, havendo o que fisicamente denomina-se caso ressonante. Sob certas circunstancias, a solugao no caso ressonante ainda existe. Ela ocorre quando o termo in- dependente f (7) é normal as autofungées de ZL (BUTKOV, 1978). IL, Para.a equacao de Poisson: AV(F) =—4ap), (7.20) a Funcao de Green, sera: G@P)= any On 7 m (7.21) Exercicro 7.1.1 - Coloca-se uma carga puntiforme unitdria no ponto (r’, ¢’, 2’) no interior de uma caixa cilfndrica, a potencial nulo (aterrada), definida pelas superficies 2=0,z=h,r =a. Calcular o potencial no interior da caixa. Sonugio Vamos, inicialmente, calcular as autofuncdes do operador Laplaciano eq. (7.14)], isto €: AY +key =O. Em coordenadas cilindricas, tem-se [vide eq. (4.22)]: Fo 190 LAU, Puy Or? or Or |r? ag? © az Usando a técnica de separagao de varidveis: +koyy =0. WF) =ROPOZ(Z), (7.22) 1@R aR 1 dO 1 eZ oy Rdr2 Rr dr | Or? dg? Z dz 80 Capitulo 7 — FUNGORS pe GREEN Como as condi¢gées de contorno impostas a vn, 40 as mesmas de V(r,¢,2), teremos: , 1@R 1dr 1 do 1@Z 9 Ry teh Oe 4-5 Oe = Rar Rr dr ore dg? Zax Entao: Z(z) = Ay sen(Az) +B cos(az). (7.23) Como Z(0) = Z(h) =0, vird: By=0 ; sen(ahy=0 — Ase (7.24) portanto: Z(z)=Aysen (Fe). (7.25) Devido a unicidade do potencial, a solucdo em @ deverd ser periédica, assim: PPR rdR 99 4 1 do a +i ka?) =-——_, Rd Rar) be =o age ldo og eae @(p) = Ay sen(mg) + By cos(m@) = Aze=""*, Finalmente, temos: PR" er R' + [rk A?) m7 |R=0. Chamando: 2 ps2 KM = kK, vird [vide eqs. (4.26-27)]: RO} = AgIin (KT) + ByNp (KP). (7.26) Como: V (a) = 0, e nao existem cargas na origem, vira: Br=0 4 AnIm(Kay=0 k= OM, Portanto, usando as eqs. (7.22, 7.25 e 7.26), vira: pl) =Alm(SBEr}er™Psen(F 2) 5 A=AiArAy 7.27) a= (tr) y. (7.28) § 7.1 — PRopRiepars pA FUNGAO pn GREEN PARA OOPERADOR LAPLACIANO 81 s&o, respectivamente, as fungdes préprias e valores préprios do operador Lapla- ciano. Usando as condigées de fungées normalizadas, isto 6: Loe) =Sppr entao: (2 a=yz a ene PF (ame) Portanto, a eq. (7.27) ficara: __ [2.1 2 Gre) tm cor ( HH {PY = fo 3p Tin |r Je sen Ye he 2x BP ame) in a ) (i Para o problema dado, tem-se: a). pF) = Saar Fi); pois: focarr—q-1= f ow—irety, Assim, a equacao de Poisson para o problema em questio, sera: AV(F) = —46(F- 79), cuja solugao é [vide eq. (7.21)]: , ape) ven=GG,A) =any p ‘P Portanto (Ff £7"): oo 2 22 2.28en(4*z)}sen (HEz’) e-9 fy (20Lr) Jn, (2 r’) V@=47 ¥ YY 7 noo bah fh hdmc?F2 4 (me) {(2ae + _ 8 Bg em sen (ME) sem (In (SBE) Jn (28) Re moo EA Fea Gime) [22 + (EP Exercicro 7.1.2 Coloca-se uma carga puntiforme unitdria no ponto (r’, 8, 6) no interior de uma caixa esférica, a potencial nulo (aterrada), definida pela superficie r = a. Calcular o potencial no interior da caixa. 82 Capfruto7 — Fungdes pe Green Souugio Vamos inicialmente calcular as autofungées do operador Laplaciano | eq. (7.14)|, isto é: AVp + Wp =0, que cm coordenadas esféricas 6 escrita na forma (vide item 4.1.3): o Wey 265 Lee 4 £0180 Op ar? te arr? a0 re 6@ or? Usando a técnica de separacao de varidveis, vird: WalF) = RUPE) — | Rt @” oe , 5, o r sen’ Or +2rser? 6m + sen? +sen?-cos6 > + r? sen? Ok; = a Como 0 potencial é uma funcao unfvoca vird: oe + —ss — dp) = Aye”? oom (pb) = Ale Portanto: RY R 6" cos 6! re 2 0 Reet ke = = et eR AO = S25 send ETD Chamando: x = cos@, vimos anteriormente (exercicio 2.3.2), que: 2 rr 2, m 6" cosé a 2 VO do a wT EE 2 serra © senpo “f*D O39) Ge a 2 +) €(+)- Z| O09 =0, O(cosO) = A2P#" (cosB)} + BQ}? cos(@). Finalmente, temos: OR 42rR + [rks —€(€ + DIR =0. Chamando: a dk _ dR dp 2,2? pt a mee? Roo dar ddr_ dy, dp we AAR dy AP _ 2p R dpdr dp dr? Assim: p°R" + 2pR' + [p> — £6 + I))R(p) = onde agora (') significa 4. §.71 — PROPRIEDADES DA FUNGSO DE GREEN PARA O OPERADORLAPLACIANO _ 83 Esta 6 a Equagao de Bessel esférica cuja solugao é [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.]: RO) = Aad pgp) + BoNp, 3 (kp) Como nao existem cargas na origem, tem-se: Bs =0, e portanto: te A ey lO BVP OB) =A ile YPO.), A! = Sendo a, Vp(@8,—)=0 > Tey y(@ky)=0 > aky= apy ky = Si" (7.29) onde a¢n sao os zeros da Fungao de Bessel de ordem € + 3. Usando as fungdes normalizadas [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.j, tem- “se! a [(@—m)! Cem! F een) yaa Assim [vide eq. (7.21)]: £25) ¥2"0,0). . co Lf of VireE@=scery=4aay YY n=l m=—f &=0 1 Ena) ym mpl * Tole ( t)eg (*@ eV yfp¥pie!.g') (7.30) EXERCICIO 7.1.3 Encontre a Funcao de Green para a seguinte equacao diferencial: Px apt Rx=f(o com a seguinte condigao de contorno: Mfg) = X(tp) = Sovu¢ko Segundo a eq. (7.6), a Fungao de Green para a equacao diferencial dada, sera: #66 1) dt? + PA = 6-1), (7.31a) 84 ~~ Capituto 7 — FungGes DE GREEN com: Gta, t') = Get, t) =0. (7.31b) Portanto, para obter G(z,t'), teremos de resolver a equago (7.31a). Vamos re- solvé-la em duas etapas: a) t#t Neste caso, a equagao (7.31a) ficara: eG, Get RG=0 (7.32) cuja solugdo [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.], sera: Gt, 1’) = alt)sen{kt) + b(r’)costka). (7.33) Para determinarmos as fung6es a(t’) e b(t"), vamos usar as condigoes de con- torno dadas pelas equa¢oes (7.31), e a propriedade de simetria da Fungdo de Green, isto 6: Gt.) = G0’, 0). (7.34) Sendo; Gta t)=0 t 1) (7.37) $71 — PROPRIEDADES DA FUNGAO DE GREEN PARA O OPERADOR LAPLACIANO 85. Usando as equagoes (7.34), (7.36) e (7.37), teremos: A(#) sentk(t— tg)] = BOO senlk(t—- ¢)1, (7.38) ou A(t’) Bt) Sonik) * senlk(r—tal > A. (constante) (7.39) Ser> 1’, entao: GU f) = Asenik(ty— Hl sen(k(?’ — f,)], (7.40a) ese t<7', entdo: G(t, 7’) = Asen[k(t— ta)] senik(ty - ¢'))- (7.40b) Sendo t. e f,, respectivamente, o menor e o maior vator entre re ¢’, teremos: GU, ¢) = Asen[k(t< — ta) sent k(t ~ t)]- (7.41) Para obter o valor de A, vamos integrar a equaco (7.31a), num intervalo contendo 0 ponto f = ¢’. Entao: ntlse tet f.. (S+Pleuar fi b(t—e) de. Usando a propriedade da fungao 6(t- 2} (BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], temos: [vs d [see Jars f eo [ecu thdr=1 ie dt te , , Como a funcdo Gti, ’) é continua em ¢ = ¢’, porém sua derivada $2 ¢ nao o€ (BYRON e FULLER, 1970), entao: dG “| — ~~ =L (7.42) ME fpcee AE pepe Usando (7.41) e lembrando que para t= 1’ +, temos: f& = te te =’, e para t=t'-¢,t.=1' e te = 6, teremos: dG d a =—lAsentk(t' - ta) sen k(t, — 9) = tttte dt (7.43a) =-Akcoslk(% — Nisentk(t! ~ tall, dc at = Akeos[k(t— ta} sentk(ty— 3. (7.43b) etme 86 Carfruto7 — Fungors pr GREEN Levando (7.43a) e (7.43) em (7.42) e fazendo t= ¢, vira: —Akcos| k(t, ~— 0] sen[kit— te)] — Akcos{k(t~ ta)l sen[k(t,— 2] =1— 1 —Akisen[k(tp— tal=l + A= ~Feenlklty - th" (7.44) Portanto, levando (7.44) em (7.40), vird: Hh 1 _ si — 3. Gt) = Keenlk(ty cro) Selle ta)isen[k(ts — t,)]. (7.45} Obtido a fungao de Green para a equagao diferencial: d2 y Set RaIO 5 xe) =a) =0, asolugao particular dessa equagao sera dada por (BYRON e FULLER, op. cit.): 4 x(t) = GU, eyf(ryde. (7.46) ta Ora, sendo: v v bp ff ta t ty entao: thopt pte Dao ty dig de Portanto, levando (7.45) em (7.46), teremos: L * ksenley xo al t if f(tysentk(1’ ~ ta) seni k(t ~ t),)| dé + ty +f "fe ysen Rte saisenteee~ 11h. 7.47) : Problemas 7.1, Coloca-se uma carga puntiforme unitdria no ponto (2’, y’, 2’) no interior de uma caixa prismatica, a potencial zero (aterrada), definida pelas super- ficies x= Oe x= a, y=Oey=b,z=0e2=c. Calculeo potencial no interior da caixa, 7.2. Considere 0 oscilador harm6nico amortecido forgado: E+2Ax+ wix= fo), 7.3. 74, 75. Prosiemas 87 em que A? > w®. Suponha que f (2) = 0, para t < 0. Encontre a Funcao de Green e encontre a solucao x(t), que satisfaga as condigées iniciais: x(0) = (0) = 0. (Sugestéo: Lance mao da técnica da Transformada de Fourier usada neste volume). Mostre que a Fungéia de Green dada por: 1 Gt, ') = —_ t-2')1, (t,t) api SPL0G J satisfaz & equacao diferencial: & (a + w8 1) =6(t-1). Mostre que a Fungao de Green para o operador Laplaciano bidimensional édada por: Gu y:x. 7) = Dtoglixr— 292+ yy]. 2n Encontre a Fun¢ao de Green para a Equagao de Helmholtz: Vth p=0, no interior de uma esfera de raio a e com a condicao de fronteira p(a) = 0. Parte | Va riaco es 8 CALCULO DAS VARIAGOES 8.1 Introdu¢ao historica Historicamente, 0 primeiro problema sobre Calculo das Variacdes foi apresen- tado por Newton no livro I! de seu Principia, publicado em 1687. Ele estava in- teressado em saber a forma que toma uma superficie de revolugao, movendo-se com velocidade constante na diregéo de seu eixo, se uma minima resisténcia for oferecida aquele movimento, Na notagao atual, o Problema Newton é 0 de encontrar 0 valor minimo da integral. — Pe yoo? a. fo 1+iy/@P escolhendo a fumgao y(x) para a forma da curva que gira em torno do eixo dos x. Um outre problema famoso do Calculo das Variagoes foi o proposto por John Bernoulli na Acta Eruditorum, de junho de 1696. Trata-se do seguinte. Dados dois pontos A e B em um plano vertical, encontrar 0 caminho que uma particula, somente sob a acao da gravidade, o descreverd no tempo minimo. Este € 0 fa- moso problema da braquistécrona (do grego: brachistos = mais curto; chronos = tempo). Na linguagem moderna, este problema refere-se a minimizar a seguinte integral (8.1) ref Se AO ay, ly 2) 62) AU Ixy v dx. Outros problemas, também famosos, sobre CAlculo das Variacées surgiram no decorrer da Hist6ria da Matematica. Por exemplo, o mais antigo deles 6 0 cha- mado problema isoperimétrico ou problema da Rainha de Dido de Cartago. Conta a hist6ria que essa Rainha de Tyria, cidade feniciana, ao se refugiar na costa do Mediterraneo no norte da Africa, dirigiu-se ao lider Jarbas e barganhou uma certa quantia com a qual ela poderia comprar terras que poderiam ser 92 CarfruLo® — CArcuo pas vaRIAGons envolvidas com um pedago de couro. Tendo sido aceita a praposta por parte de Jarbas, a esperta Rainha cortou o couro em varias fitas, ligou-as pelas extremida- des e procedeu a envolver a drea de terra desejada tendo o comprimento dessas fitas como perimetro. Escolhendo terra ao longo do mar, ela nao precisava do couro ao longo da costa. Conta ainda a lenda que Dido estendeu 0 couro em forma de semicirculo e, com isso, obteve maxima drea de terra possivel. Desse modo, a Rainha Dido estabeleceu o Estado de Cartago, em 850 a.C. Em lingua- gem matemiatica, esse problema tem a seguinte formulacdo. Dada uma curva com um determinado perimetro, qual a forma geométrica que a mesma deve ter para que envolva a maxima area possivel? Entao, se a curva é representada parametricamente por x(t), y(Z), t < f < fg, coma condigao de que x(t) = x(t) e y(ti) = y(t2), o problema proposto resume-se em determinar x(t) e y(t) tal que ocomprimento: fe L =/ ¥ G?)? + (y')? de= constante, (8.3) 4 ca area envolvida por L seja maxima, isso é: a A= { (ty! x'y)dt= maxima. (8.4) 4 Ainda como problema sobre 0 Calculo das Variagées, temos 0 relacionado com geodésicas, isto 6, qual é 0 menor caminho entre dois pontos de uma superficie? Se a superficie é um plano, entao a menor distancia entre dois pontos é aquela que minimiza a seguinte integral: a = 2 I [ V1+ ods. (85) Um exemplo ainda sobre Calculo de Variacses foi tratado por Euler, em 1744, e se relaciona com superficies de revoluciio. Trata-se do seguinte: determinar uma curva plana y = f(x) ligando dois pontos (x, y1) € G2, ‘y2} tal que, quando ela gira em torno do eixo dos x, gera uma superficie de area minima. Nesse caso, a integral a ser minimizada é dada por: . A= anf . yy l+ (Pde. (8.6) 7 8.2 Conceito de Variacao: Equacao de Euler-Lagrange Alguns dos exemplos mostrados no item anterior levam a apresentar 0 problema do Caleulo das Variagées da seguinte forma: encontrar uma funcao continua § 8.2 — CONCRITO DE VARIAGAO: EQUAGAO DE EULER-LAGRANGE 93 y(4), com derivada também continua y’(x) = $2, que satisfaca as seguintes con- dices de fronteira y(x1) = 1 € ¥o(%2) = yo, de modo que a integral: i=[ flay yde= AyQol, (8.7) oy seja um extremo (maximo ou mfnimo). Esta integral ¢ algumas vezes chamada de funcional. Ela é uma generalizagaio do conceito de fungao, j4 que 6 um nui- mero que depende de uma fungao, ao invés de ser um niimero que depende de outro ntimero, Este problema € muito mais dificil do correspondente problema no Calculo Diferencial. Neste, o cdlculo do extremo é feito comparando-se (xq) com y(x), onde x assume valores préximos de x9 (ponto extremo). No problema do Cal- culo das Variagées assumimos a existéncia de um caminho timo, isto é, um caminho para o qual I(eq. 8.7) é um extremo e o compararmos com caminhos vizinhos a ele. A diferenca entre caminho 6timo e um dos infinitos caminhos possiveis e préximos do étimo (vide fig. 8.1), para um determinado x, 6 chamado de variagdo de y: dy. Essa variacdo é convenientemente descrita introduzindo wma nova fungae 7(x), que define a deformagio arbitraria do caminho, e um fator de escala ¢ que dé a magnitude da variagdo, Essa funcdo n(x) 6 arbitraria, exceto por duas restricGes: nix) = (x2) = 0, (8.8) significando que todos os caminhos escolhidos devem passar pelos pontos ex- tremos fixos (x1, yi) € (tz, y2), e n(x) deve ser diferenciavel. Entao, o caminho descrito com ¢ e n(x) sera: V(%,€) = ¥(%,0) +e (x). (8.9) Portanto, a variacao 6 y sera: Sy = ye) — yx, 0) = en(x)- (8.10) Escolhendo y(x,0) como o caminho que extremiza I [eq. (8.7)], entéo y(x,¢) descreve o caminho vizinho. Portanto, para esse caminho essa equacdo tomaré a forma: 7 Te) -f fly(x.e), yee), xidx. (6.11) Ey ea condi¢ao para que I(e) seja um extremo, sera: 22 _ 8.12) e=0 " . 94 _Carfruxo 8 — CAicuLo pas vaRIAgéEs y X2,Y2 xy, Figura 8.1 eM Como x ¢¢ sao varidveis independentes e sendo y’(x,¢) = 22 — y, (x,e) entao, derivando a eq. (8.11) em relacao ae, vira: due -[° [2fer, dy | Of Oy (8.13) iy [Oy dE” yy Oe Da equagaio (8.9), tem-se: ay | dye @ ay day a ae) © 36 Geax ax de * axl B44) Levando a eq. (8.14) na eq. (8.13), teremos: die) ® of he | Sb ay? M(x) + a dx, (8.15) Integrando o segunda termo da eq. (8.15) por partes, vird: ed a of x= nye OF 4 8.1 ls BIg 7 d= neds el nix) ak dys x. (8.16) Usando a eq, (8.8) e (8.12) na eq, (8.15) teremos: “lof d of w Ln Lay cay, a Como n(x) 6 uma funcdo arbitraria, a equagao (8.17) dara: dof af oor oF ig 8.18 dx dy, dy (8.18) equacao essa conhecida como Equagdo de Euler-Lagrange. 8.2.1 Aplicagées Vamos estudar, em forma de exercicios, algumas aplicacées geométricas da Equacao de Euler-Lagrange. OS § 8.2 — Concrtro De Vartagio: Equacko pb Euter-LaGRancz 95 Exercicio 8.2.1 ... Geodésica: Encontrar a menor distancia entre dois pontos no plano x- y. SoLugAo Em um plano, a distancia entre dois pontos é dada por: 2 as= far ray =y1+(2) dx i+ (Pde. Assim, para encontrar a menor distancia entre dois pontos, basta minimizar a seguinte integral: x 22 Is ds=f 1+(y? dx. [eee], vere" Sendo f = \/1+(y'¥, teremos: of oy Portanto, usando a equacao (8.18), vird: dy y =) = —~L—~=constante = dx /14+ (vy? Vis? y=constante=a => wig > ysaxtb, dx por que é a equacao de uma reta. Bxercicro 8.2.2 Braquistécrona: Dados dois pontos A e B em um plano vertical, encontre o caminho AMB que uma particula, somente sob a agao da gravidade, o descreverd no menor tempo possivel. SoLugio ... A velocidade ao longo da curva AMB (figura 8.2) é dada por: ds dt” Portanto, o tempo total de descida sera: fs ds -{" VEO ay p can0 (8.19) 96 _Carfruto 8 — CALcuto mas vartacies (0,0) — A y B Xo Vb Figura 8.2 ea Para colocarmos v em fungao de (x, y), vamos usar a conservagao de energia, e escoiher adequadamente 0 eixo vertical como sendo o eixo dos x. Assim: Le pmvamgs = v= igs. Desse modo, a equagao (8.19) tomard a forma: aH Le (y?? Lope f+ y? -f ax-_[ yore 0 2gx 28 i x Tew Pe Sendo f= yes, teremos: of 9 c oo ay oy xy Portanto, usando a equacao (8.18), vird: a y¥ f +. ay = dx V/xii+ (yl valley cx fox =constante = ¢, (YP =extl+y'Pl > y= Vice Imex lox (8.20) Para resolver essa equacao, fagamos a seguinte mudanga de varidveis: ay ppl 6086) = sen? 3 (6.20 Entao: dx= 1 sen(2}c0s(2) dé. c 2 2 § 8.2 — Concerto ve VaRtAGaO: EQUAGKO DE EULER-LAGRANGE 97 Desse modo, a equaco (8.20) ficard: L 1 y=—(1- =—(60- 7 dy=-(-cos8)d9 > y= 5-(0-senf) +C. Fazendo @ = 0 no ponte A, (y = 0), vira: y x (6 —sen@). (8.22) Para calcularmos a constante C, e 0 angulo @, facamos nossa curva AM B passar por B. Entao das egs. (8.21) e (8.22), vird: Xp = za —cos8) ; yR= xe -sen@). Portanto, a braquistécrona é dada pelo par de equagdes paramétricas: x= a-cose) ; ye + @~sen6) 2c 2c que representa uma cicloide. EXERCICIO 8.2.3 — Superficie Minima: Encontrar a superficie m{nima de revolugao passando através de dois pontos (xa, ya) € (x, Ya). SOLUGAO 00.0.2 cece enter nee eee eee e erent teen nn ea eas Suponhamos que uma curva y(x) é girada em torno do eixo dos x conforme indica a figura 8.3. O problema variacional em questaéo é o de minimizar a integral: r= fanyas, Ora, ds é dado por: ds =f dx? + dy? = V'1+ (x!) dy. Assim, escolhido como variavel de integragao (y), a Equagao de Euler-Lagrange dada pela equagao (8.18), ficara: 4 of of 4 dy @xy Ox 98 Capitulo 8 — Céicuto pas vaRtacEs y (xa.va} Figura 8.3 Em nosso caso, f é dado por: f=2ayv1t (xP, Assim: (8.23) Aintegragdo da equagao acima € imediata, pois sendo: d 3 —— cosh"! g= (2? 1)7?, dz a equacao (8.23) podera ser escrita da seguinte maneira: cosh! (2)] = x-& xse.cosh [2] 40, > y= evcosh{ ) (8.24) 7 $8.3 — GENERALIZAGGES DA EQuagKO DE EULER-LAGRANGE 99 que é a equagéo de uma catendria (BOS, 1985). As constantes ¢; € ¢z sao deter- minadas fazendo a curva y(x) passar pelos pontos (x4, ya) € (xp, Ya). 8.3 Generalizacoes da Equacao de Euler-Lagrange 8.3.1 Diversas varidveis dependentes Ointegrando () da equacao (8.7) pode ser generalizado considerando-o come fungdo de varias varidveis dependentes [y;(x); i = 1,2,..., 2]. Entéo o problema variacional agora considerado é o de estudar 0 extremo do seguinte funcional: 2 F=tyi@ = { Sly), Yi x1 dx. (8.25) he Do mesmo modo que fizemos na segao 8.2, vamos determinar 0 extremo valor de I considerando caminhos vizinhos. Seja entao: ile, €) = yulx, O teqitx) 5 7=1,2, . (8.26) onde 7; é independente um do outro, porém com a restricdo imposta pela equa- Gao (8.8), ou seja: Nisa) = Ni (x2) = 0. (8.27) Diferenciando a equagao (8.25) com relagao ae e anulando o seu resultado (can- dic&o de extremo), vird: 2 af of } OF 4 OF [ Dljem ay: * onde: Yix = oe eNix= Soe Fazendo integracao por partes do 2° termo da equa- ao (8.28), teremos: 0, (8.28) Oy, dx Vix *y (2 d FL) pao. (8.29) Sendo 7; arbitrério ¢ independente um do outro, teremos: d af _ of awa(ge) Ovi 5 EHL2 ey (8.30) que representam um conjunto de n Equacées de Euler-Lagrange. 100 CapriruLo 8 — CALCULO Das VARIAGOES Aplicagoes Uma das mais importantes aplicacées da equacdo (8.30} € 0 Principio de Hamilton: “O movimento de um sistema de particulas de a f é tal que a integral & t= f"Lanaende ; 31) 1 éum extremo para a trajetéria do movimento” Na expressao (8.31) L, definido por: L=T-V, (T= Energia Cinética; V = Energia Potencial) (8.32) é chamado de Lagrangiano. Nesse caso, 0 conjunto de equacées de Euler-Lagrange é dado por: a ob OL dtagi qi Ry (8.33) onde # é 0 mimero de graus de liberdade. EXERCICIO 8.3.1 — Use o Principio de Hamilton para encontrar as equacées de movimento de uma particula de massa m sob a agio de um potencial V{x, y, z}. SoLugio Inicialmente, calculemos o Lagrangiano para essa particula de massa m. En- lao, de acordo com a eq. (8.32}, temos: L=T-V= Fm 2 P +2) Vine) Agora, usemos as Equagées de Euler-Lagrange |eq. (8.33)], em que, no caso con- siderado, temos trés graus de liberdade {i= 1, 2, 3). Assim: mx, dol d fat) de wont aaa) dt dk d OL aly anon 7a lop oP d 6nd (aL . didds ar(ae 3} mu [3 me + 7 +27) —V(x, ya) $8.3 — GENERALIZAGORS DA EQuaGKo DE EUTER-LAGRANGE 101 OL _@L_ afl, ; av HB ate eee —ven na], Om Ox slam HP) Gyo Ox OL OL _ Of eg a gay __ av sae lat FY + B)-VOGy2)| = ay” OL OL afl OF Oh OTe eae - Sqg 7 O27 Be pn = P+ 2)- Vo ya)| = 3 Portanto, de acordo com (8.33), teremos: mee Ys pe OY, Boog FMP Gy i Ou, em notagao vetorial: = iv Fo-VV = mitiemyp+mzz=— mgt 4: EXERCICIO 8.3.2 Use o Principio de Hamilton para encontrar as equagdes de movimento de uma particula em termos das coordenadas polares r e 6. SoLugio Como se trata de movimento plano, a energia cinética da particula sera dada por: 1 T= inl? +3). No entanto, em coordenadas polares, temos [BASSALO e CATTANI (2009), op. cit]: x=rcos? ; y=rsen@. Portanto: . &=7cos@-rsenéé, j=isen@+rcosdé, 3 = (7) cos6 +r? sen” 0(6)" ~ 2r7 senO cos08, i? = (F)? sen?0 +r? cos” 0(6)" ~ 277 send cos 00, T= fmt +76"). Por outro lado, o potencial V(x, y) sera: VO,8). Desse modo, 0 Lagrangiano [eq. (8.32)] sera: 1 . L=T-V= gin? + 1°62) — VO.. 102 Carfruto 8 — CALcuLo Das vaRIAGOES Agora, usando as equacdes de Euler-Lagrange e lembrando que 0 movimento plano tem dois graus de liberdade (i = 1,2), teremos: da 2 ui a -42 [5 mF? 4776 - Ver, |= mi, da oda > oon A anodes =a (3 (i? + 126?) — vino] =m O+2mrtO, OL _aL_ a age 2, ia =3 = ai my? +767) — Vir, |= mré or aL aL Baty — vy |--% an 30 -3il mF? + °6") —V (7,0) a” Ent&o, de acordo com a eq. (8.33), resultard: m(r?6 +2678) =— Em notacao vetorial, teremos: a v B (= ] a =-WV. r 00 Ora, de acordo com a 2* Lei de Newton, temos: F =mia=ma,?+ mag, entao: a =F 710, an = 164278. Nessas expressées, 70° 6 a aceleraciio centripeta e 276 & a Aceleracéao de Coriolis. 8.3.2 Diversas varidveis independentes Neste item, vamos considerar 0 caso em que queremos extremizar uma integral em que o integrando tem mais de uma variavel independente. Consideremos 0 caso bidimensional. Assim, seja a integral My onde R é uma regiao limitada por uma curva C. dz 3; BHEoY 5 a axdy, (8.34) $8.3 — GrNERALIZAGOES DA BQuacao pe Buter-LaGrance 103 OQ problema variacional em questao 6 0 de encontrar a fungao z(x,y) que assume valores sobre a curva C, isto é: [ean ste) (8.35) (nec e que extremiza a integral J dada pela eq. (8.34). Para resolvermes este problema, assumimos primeiro que a regido R é sim- plesmente conexa (nado tem buracos) e que C é retificavel, e procedemos de maneira andloga ao que foi feito no item 8.2. Assim, seja: Z (x, y,€) = Z(x, y,0) ten Y), (8.36) onde z(x, y,0) € a funcao que extremiza Ie n(x, y) 6 uma fungao arbitraria que determina a variacao de z(x, y,¢), que se anula em C e que é diferenciavel, Entao, da eq. (8.36), teremos: Zilx, ye) = Zi(x, 40) +eni(xy), (F=xouy) (8.37) onde: ou > e m= o ou ah (8.38) ee [nx99| apec=" (8.39) Agora, formemos a integral [vide eq. (8.34)]: s, Oz OZ tw= ffs [svat n00.5 dxay, (8.40) Acondic¢ao para que /(€) seja um extrema, é que tenhamos: alle) | Oe Seng (8.41) Como, x, y, € sao varidveis independentes, derivando a eq. (8.40) em relagao ae, vird: ofdz af O02 af O62 ath [xe a(®) eax a( ez) a ay dedy. 42) Usando as eqs. (8.36) e (8.37), resulta: ar of af == = —_— xdy. A 3e Ile — ole” dxdy. (8.43) 104 Cariruro 8 — CA.curo mas variagons Para realizarmos a integral indicada pela eq. (8,43), vamos usar uma das gene- ralizagées da integral por partes em duas dimensées, que é 0 Teorema de Green (BYRON and FULLER, op. cit.): Ih los P=O% YAY) @ Q= Gz y)BOy), By | R= Fe dy- Oden. (8.44 Fazendo: entao a equacéo (8.44) ficard: ff, [ase 0s? axays ff Agora, identificando: 5 Gy |Parey= c(Ady—Bdxyp. (8.45) “aay ¢ levando a eq. (8.45) na eq. (8.43), teremos: ah of oa of oof % Irae) dy o(z) aexdys -te| of dq. oF dx] 7. (8.46) ala)” off) Usando as equacées (8.39) e (8.41), vird: a of 08 of - ff. [asi Saige °. Bap Como n(x, y) é arbitraria no interior de R, entao: of a af 0 of ale) Pals) (8.48) equacao essa que traduz a Equacao de Euler-Lagrange para duas varidveis in- dependentes. No caso de n varidveis independentes, uma generalizacdo da eq. (8.48) dara: (8.49) §8.3 — GENeRALIZACGES Da Equacao ok Euier-Lacrance 105 onde @ = (x1, X2,...,X,) € a fungao que extremiza a integral: Op Op Oxy’ Ox a L [Flt Xn FP adn den... din (8.50) in e Fé chamada de derivada funcional. EXERGICIO 8.3.3 Estude a condi¢aéo que minimiza a energia eletrostatica no interior de um volume V. Do estudo da eletrostatica sabemos que a densidade de energia é dada por: PE= ten* JACKSON, op. cit.; BASSALO (2007), op. cit.|. Sendo £ = —V¢, entao: 1 5 pea xe(Vpy. Portanto, a energia eletrostatica sera: =f pndo=f sewer? ardyde= Fe f[(S ny (2) +(22)] dxdydz. Usando a condicao que minimiza a integral 1 dada pela equagao (8.49) e lem- brando que: 2 2 4 (SP (ah. entao: of_, . 9 of 2 2) = ep ag ” x9 a(%) & ax Ox” a of _,0d | A of _,#@ ay (92) ay? * az ae Portanto, a equagao (8.49) ficara: of 2% Fp Fp oe aye wel Oo = Ag=0. que é justamente a Equacao de Laplace da Eletrostatica. EXERCICIO 8.3.4 Calcule o Lagrangiano para uma corda vibrante de pequenas vibragées, e use o Principio de Hamilton para determinar a clissica equagado diferencial de onda dessa corda, 106 CarfruLo 8 — CALcuto Das vaniagoes Sowgio .... Seja uma corda flexivel eldstica sob a acgao de uma tensdo constante 1 ao longo do eixo dos x, tendo as extremidades presas nos pontos x = 0e x = 4. Vamos considerar pequenas vibragoes transversais sem atrito ¢ negligenciamos a gravidade. A amplitude de vibragdo no tempo ¢ e na posicado x é dada por yCx, 2). A inclinagao da curva % é assumida ser muito pequena, isto é: |< Bs A velocidade é % e a condicao da corda estar presa em suas extremidades traduzida por: y(0, 4 = y(¢,0 = Desse modo, o Lagrangiano desse sistema fisico sera: L=T-V. Para calcularmos a energia cinética T, vamos assumir uma densidade de massa ao longo da corda p(x) > 0. Ent4o, para um elemento dx da corda, teremos: = dame =tpw ay aT = 5 dmv’ ponds , ea energia cinética 1, sera: é ayy? T f x (22) dx. 2Jo pu or Por outro Jado, a energia potencial V serd dada pelo trabalho realizado pela forca externa aplicada & corda, ou seja, o produto dessa forca pelo aumento no comprimento da corda. Como a tinica forca externa considerada é a tensdo 7 na corda, entao: “ of ver [ ds—6 =+{ Vigra 4]. 0 0 Como assumimos que: [24], Ox entao: — ayy? 2 = oYV Vito) -y-(2j elt Portanto: 1 fay varfS sz) dx. § 8.3 — GENERALIZAgOES Da EQuAGaO De BuLer-LaGRance 107 Desse modo, o Lagrangiano L sera dado por: 1p ayy? pf fay)® termves fot0(57) a3 () 4 - 2 4 2 of lzoeo(in) ~Sele Na equagao acima, a expressdo entre colchetes chama-se densidade Lagran- giana £. Entao: e = f £dx, 0 Agora, usando 0 Principio de Hamilton [eqs. (8.31) e (8.32)], vira: dx. t=[" gare f° [ eavar- 1 ty y Oy =[ [ 4[n1100%4 dxdt= ft “SU ae “af se ara Portanto, usando a equacao (8.49) (i = 1,2;.x4 = x;.x2 = 1), vird: a; @Z abel (8.51) if Ora, sendo & dado por: cl dy 1 a) #~5p0(3) ast ’ entiio: aL 3g ) a ay = =0; = 3 0002) ay a(z) a(# at Levando essas express6es em (8.51), dara: Fy _ po ey at Or que nada mais é do que a equagéio diferencial da corda vibrante, 108 CapiruLo8 — CALCULO DAS VARIAGOES 8.3.3 Diversas varidveis dependentes e independentes Neste item, vamos considerar 0 caso em que queremos extremizar uma integral cm que o integrando tem mais de uma varidvel dependente ¢ taluwcm indepen- dente. Consideremos o caso tridimensional. Assim, seja a integral: du du du = [ff rlsnencna, YOHY2) WYANT Berge x dv Gv dv dw dw dw ee ee axdydz, (8.52 * Bx" dy’ d2' Ox" Oy’ da | AVE 852) onde R é uma regiéio limitada por uma superficie S. Procedendo como no item 8.3.2., fagamos: UCL J, 6) = Ul% Ys 2,0) +68 YZ (8.53a) Bx, ¥, 26) = v(x, ¥, 2,0) ten (%, y. 2), (8.53b) TX, Yr Zy€) = W(X, Y, 2,0) +eC(% V2), (8.530) onde ;(x, ¥, 2,0)(%) = u, #2 = v, 3 = w) sao fungdes que extremizam I, dado por (8.52) e n(x, ¥. 91 = Ne = 7, 3 =f) sao funcées arbitrarias que determi- nam a variagao de ;(x, y,z,€), que se anulam em Sti7i(%, ys Dltx.y,ales = 0) € que sao diferenciaveis. Agora, formando a integral J(¢) e impondo a condicado de que Ie) seja um extreme, isto 6: o1(e) de 0, (8.54) e=0 demonstra-se, analogamente ao item anterior, que (generalizando para n di- mens6es): af a (of _)_ _ _ . oo » ans (aioe =0, G@=1,2..4m, F=L2..0n), (8.55) onde: a bij = ar (8.56) O sistema de m Equacées de Euler-Lagrange dado pela equacao (8.55) é muito usado em Teoria de Campo. A funcdo f é denominada de Densidade Lagran- giana Z@, € 0 espaco considerado ¢ o da Relatividade Restrita. Ento, neste caso, a integral a extremizar é dada por: t= f 2g". v.29) dx, (8.57) § 8.3 — GeneratizagGes Da Equagdo pe Euter-Lacrance 109 onde: d4x = dx; dx2.dx3 dx4 (x1 = x; ¥2 = Yi 43 = Z X4 = icf) € as equagées (8.55) sitio dadas por: ay fa at ( }=0 (@=1,2,....N) (8.58) ape = Ox" (00% v) ~ EXERCICIO 8.3.5 Partindo do Lagrangiano: 1 =5 [Sete me), F Obtenha a Equagiio de Klein-Fock-Gordon. Sovucgao No caso do problema em questo @ = 1. Entdo, usando a equagao (8.58), teremos: a a Ft Boe Bap Puta 7h Abas = Por outro lado, temos: 8. a ee ai (Seutaen?e’)| nro Portanto, a equacdo (8.58) ficara: mp— > ana Ou) Soe +mp=0, F que é a conhecida Equacao de Klein-Fock-London. EXxeRcicto 8.3.6 - Uma densidade Lagrangiana para a Eletrodinamica Classica é dada por UJACKSON, ap. cit.; BASSALO (2007), op. cit]: 1 1 e--+ yr, F424 ; = ro eee TiAir com: aA; OA; i i ijt} =6;A Ai Sax; Oxy I ajAi 110 CarfruLo 8 — CAtcuto pas vamiagons Os quadrivetores [Aj] e {J;] sao definidos por: [Ay] = fA), Aa, Ag, i] = (Ai, Uil =, Pe, Fs, dep) =F icp, onde A 60 potencial vetor (A = Vx A), p 60 potencial escalar (E = —Vp—124 J 60 vetor densidade de corrente e p € a densidade de carga. Mostre que: a) Adensidade Lagrangiana pode ser escrita na forma: = 1B -F\++fA-pp; 8x ad b) Usando 0 Prinefpio de Hamilton com A; como variavel dependente, deduza as Equagdes de Maxwell nado homogéneas, Sonugao .... a) Inicialmente, vamos calcular o tensor F;;. Entao, usando a sua definigao e as dos vetores A ¢ E, isto & Fij = 0;Aj-Gj Ai, H=¥x A= Td2Ay~ 032) + J(G3A) ~ 0) As) + KO, Ap 92.41), 1 B= —dyb~ Ay, a 104 1 EaVbn oa > Ep= dnp 7OrAa, i Ex= Osh ~ 70¢As. Entao, sendo Fi; = ~F ji, € 04 = a2aq = 701, teremos: Fy) = Foo = F33 = Fag = 0, Piz = -Fay = 01 Ag O24, = Hy, Fis = —F3y = 6,43 — 031 = Ho, Pia =—F a, = 0, Ag ~ G4A) = 04 (ip) = Edy = iOip+ 20M) =1Ei, Fog = —Fya = 02A3—03A2 = Ay, Fog = —Fag = 02Aq— 04A2 = (02+ Sova) =~ iE, - . - L . F3q = —F43 = 0344 ~- O43 = 1036+ gorda = -iB3. $8.3 — Gunpratizagies pa Buagao pe Euuer-Lacrancr 111 Portanto: 0 Hy -Ha -i8, -H; 0 Mh if Ho -Hy 0 -ikRy iB, if) ify 0 Bye Agora, calculemos: Diy Fy = heuFy + FojFoj + FajPsj + FajFaj = ay = Fut Fate + FisFig + FigPus + Foi Foy + Fo2 Foo + Fog Fo + PogFoat + F31P3) + F32F32 + F33F33 + FoaP3a+ Fai Fai + FaaP sa + FagFa3 + FaaP'ea = = Hj + HS — B+ H5 + He BY + He + He — By - EY BS BY = 20H + HB + H3 — EY - BS - £3) = -2(E - 8), (8.59) DUiAr = AL + Jo Aa + J3Ag + JsAq = FA—cpo. 7 Portanto, a densidade Lagrangiana seré dada por: lin an lez L=—(P -FP)+-F.A- pg. an! y+ af pe. b) O Principio de Hamilton é dado por: 8 f PAs Anpitn) dtm =0. Segundo a equacao (8.58), temos: ag 4 a (ae Bar 2 eq haa) 88) Assim: oe of 1 1 1 Oar | GAL -a,(- Ter uP) DHA ohana, (8.61) Wh = Dis @xao](t )- + e OL a Monae mew a tna = (8.62) 1 3 =-— 2h; Ter 1A gm 4 112 Capiru.o 8 — CALcuLO pas vARIACORS Ora, sendo F;; = 0;A; — 0; A;, entao da eq. (8.62), teremos: a 6 Tyra fu ie eT (61 Aj-O;A)= a 3 =) 2F j= —0:Aj-Y2F jj Oy Av. BEF TE Bg IM Trocando i por j no primeiro termo da equacao anterior e lembrando que Ora, sendo: a 6 . DAzm — HOmAg)’ teremos: 8 Oj;Ai= é (6 jmBikOmAn) = 6 jmOi, OAgm 7) HGmAy)” 1 EME OSE e, entao; a =~) 4Fij——0jAi = AF em. Sahiigg 24) Fin Portanto: o# hy (6.63) OAgm an “ Levando as eqs. (8.61) e (8.63) na eq. (8.60), vir a An 5s Fem = Ihe 8.64 DX ay fim ele (8.64) Agora, é facil ver que as 4 equagdes traduzidas pela expressao (8.64) represen- tam as Equagoes de Maxwell Nao Homogéneas. Vejamos como. Tomemos a expressao (8.64): 4a O1Fet + OaF ie + O3F Ks + OaF ea = ie ou: An 1 An Fi + OF i2+ OsFig + Dalia = Ii» G2Hy — Oy He + 7-9,(-iB1) = is Ps 4 16£F (x Fy = ey (8.65a) c c OL & 1 . An Is Fy + O2P + O4F au + O4P os = Jy ~04 Hy —I9 Fh + =-04{-1B2) = J 1dBp (Wx Mya ty OP. {8.65b) c c Ot $8.4 — Variagons com vincunos 113 An 1 . An OF 1 + O2F3p + O3F 33+ O4F4 = —— Ja, O1 He — 02 Fh + 7-O1(-1Es) = ~~ I, on 1 OE: (Fx fy = ayy + 108, (8.65) c c ét Juntando-se as equagées {8.65a), (8.65b) e (8.65c), teremos: Vx i= =). 1S. {49 equagaio de Maxwell) Por fim, teremos: An OnF in + O2F 12 + OF 1a + OaFaa = Tay 10,F + 102F2 + 1050 =“ Ccp), V-E=4a9. (J# equacao de Maxwell) 8.4 Variagées com vinculos 8.4.1 Multiplicadores de Lagrange Inicialmente vamos considerar o caso em que os vinculos se relacionam apenas com uma fung&o. No item seguinte, vamos considerar 0 caso em que vinculos sao relacionados com uma integral. Entdo, consideremos uma fungio de irés varidveis independentes f(x, y,z). Para que essa funcdo tenha um extremo, ¢ necessario que: of ox OF gy OF af= Grae yaa 702 =0. (8.66) Portanto, a condicao necessaria e suficiente para que isso ocorra, e desde que as varidveis x, y, z so todas independentes, sera: of of _ of _ = = = 67; ax dy az 867) No entanto, existem situagGes fisicas em que as varidveis x, y, z esto sujeitas a vinculos, isso é, nao sao todas independentes. Assim, seja a equagdo de vinculo dada por: (x,y,z) = 0. (8.68) Para essa equa¢do tenha um extremo, temos: dg= Soars a dy+ Paes 0. (8.69) 114) Captruio 8 — CALcuto pas VARIAGOES Em vista da equagao de vinculo (8.68), a equagao (8.66) ndo é mais verdadeira, pois s6 existem, agora, duas varidveis independentes. Se x e y forem as varidveis independentes, entao dz nao sera mais arbitrario. Assim, para resolver 0 pro- biema de extremizagao, iste 6, df = 0, coma restrigdo dada peta equagao (8.68), vamos usar a técnica conhecida como multiplicadores de Lagrange. Tomemos a equacao (8.69), multipliquemo-la pelo parametro A ¢ adicionemos esse resul- tado a equacao (8.66). Entao, teremos: ap raap=(SE + vagtjar (See ao Seay +(Z+ aoe ake 0. (8.70) Como dz nao é mais arbitrdrio, escolhe-se 0 parametro 4 (multiplicador de Lagrange) de tal modo que tenhamos: = +A =0, (8.71) assumindo que $ ¢ 0. Desse modo, a equacao (8.70) ficard: aon) Lay *oy) aot dat A—]|dy=0. 8.72 (a y= 87) Contudo, como dx e dy sao independentes, entaéo a equagae (8.72) s6 aconte- cera se: 4 6 a, or, =0; = oy oy ae (8.73a,b) Portanto, quando as equacées (8.71) ¢ (8.73a,b) sao satisteitas, df = 0 e f sera um extremo. Ora, nesse problema, temos quatro varidveis desconhecidas: x,y; 2, A, © quatro equagées: (8.68), (8.71) ¢ (8.73a,b). Via de regra, dessas quatro varidveis, somente x, y e z necessitam ser determinadas. Essa ¢ a razao pela qual A éalgumas vezes chamado de multiplicador indeterminado de Lagrange. Vimos, até aqui, o caso em que temos trés varidveis independentes (x, y, Z) com uma condigao de vinculo. No entanto, podemos generalizar essa t dos multiplicadores de Lagrange para 0 caso em que tenhamos 72 varidveis inde- pendentes (x1, x», ..., Xn) € N < n condicées de vinculo, isso é: PreK X24 Xn) = 0. (8.74) Assim, usando 0 mesmo artificio anterior, ¢ facil mostrar que as equagdes que extremizam a fungio f(x1,X2,....*4.)(df = 0), sto dadas por: af RS Othe st A Co i G=1,2,...,7) {8.75) onde Ax sdo os multiplicadores de Lagrange. § 8.4 — VaRIAGOES CoM vixcutos 115 Exercfcto 8.4.1 Seja uma particula de massa m no interior de uma caixa prismatica (a, b,c} de volume V = abc constante. Encontre a forma dessa caixa para que a ener- gia da particula seja minima. SoLugao Primeiramente, vamos determinar a energia da particula na caixa. Para isso, vamos resolver a Equagaéo de Schrédinger (ARFKEN, 1970): fy Hw=fy — |-—vWs+viay, = EW. ys = Ey | 3 Coy, a yaw Como a particula esta livre na caixa, V = 0, entao: (ey ey Py (= + ae + 4 = Ey(%,y,2), "ta ae eu ey Py 2m we aye ae we Usando a técnica da separacao de varidveis [BASSALO e CATTANI (2010), op. cit], vira: W(X 2) = XY (Y)Z{2), Chamando: (8.76) entao: 2 rm wee Como, as condi¢ées fisicas do problema impéem as seguintes condigées de con- torno: Ai + AG + AZ (8.77) WO, 2) = wa, ¥, 2) = Y(%,0, Z) = YO Bz) = W(% yO} = W(x yc) =0 (8.78a,b,c) as equacoes diferenciais (8.76) tém as seguintes solucdes: X(x) = Acos(Ayx) + Bsen(A,x), Y¥(y) = Ccos(Ayy) + Bsen(yy), 2Z(z) = Ecos(Azz) + Bsen(Azz). 116 Cap(ruto 8 — CAtcino pas varragiEs Portanto, usando as condi¢ées de contorno pelas eqs. (8.78a,b,¢), vird: X(Q)=0=4 ; X(a)=Bsen(Aya)=0— An Apa=nn > Ags Analogamente, tem-se: onde: n,p,q-=1,2,... Desse modo, a equacao (8.77) ficara: nex? + pen? qx? 2n a Be ie? Rn? pt gt Expa= ga [3 +53 + 5] (8.79) A energia do estado fundamental da particula na caixa sera obtida fazendo na eq. (8.79) 2 = p = q = 1. Portanto: wet iil am aipta : (8.80) Agora, vamos resolver o problema proposto. Queremos minimizar a equacao. (8.80) com a condicao de que: V = abc =constante = k. Neste caso, temos: Pla, b,c) = Ela, be) 5 pla,be)=V—k=abe—k=0. Portanto, usando as cquagies (8.75) para i= 1,2,3 e N= 1, vir: of 9 WOE WE 0x, da 4ma* * ab 4mB ’ dc Ame’ Op _ op ap ap ate » Poa ; Paap, dm a ab Fe Desse modo, as equacées (8.75) fornecem as seguintes equacdes: 2 2 2 h R yng tabe=0 3 -~—ZtAae=0 5 ~~ S =0. ima be=0 Imp * 48° 0 ame + Aab=0. Multiplicando a primeira dessas equacées por a, a segunda por bea terceira por c, vira: ie he re amae 4m? ame?” Aabe= $8.4 — Variagdes com vincutos_117 Ora, isso s6 ocorrerd se a=b=c > cubo Vé-se que nao foi necessdrio determinar o valor de A. Ele permanece um multi- plicador indeterminado. Exercicro 8.4.2 Calcular a menor distancia que 0 ponto de intersec¢Ao das superficies: e=xyt5 5 x+ytz=1, se encontra da origem do sistema de coordenadas. SoLugio Seja (x, y, z} 0 ponto de intersecg4o das duas superficies. A distancia que 0 mesmo se encontra da origem é dada por: fa@aPrysd, (8.81) Entao, o problema em questio, trata-se de minimizar a equagdo (8.81) de tal forma que 0 panto (x, y, z) pertenca as superticies dadas por: Ox, ¥.Z) =Z—-xy-5=0, (8.82a,b) bx, yz) =xt y+z—-1=0. Portanto, usando as equagGes (8.75) para i = 1,2,3 e N = 2, vird: of of of ose OF ion, » Foo. de Fay PF Gg Ps Ory , Or, OL ox ay "Gz Be, Bie, Oe ax oy » Oe Desse modo, as equagées (8.75) ficarao: of apy 2 =o. ag A oe a9 — 2x-Ay+dz =0; (8.83a) OL, =0 = 2y-Ayx+d2=0; (8.83b) OF 4 OFt 49 9 ae aye are. (8.830) oz az Eliminando A, ¢ Az nas equagGes (8.83a), (8.83b) e (8.83c), teremos: xt+y-zt1=0 e x=y. (8.84a,b) 118 CapfruLo 8 — CALCULO DAS VARIAGOES Resolvendo simultaneamente as equacées (8.84a,b} e (8.82a,b), vé-se que: ou pontos esses que dao uma distancia [vide eq. (8.81)] de 3 unidades. 8.4.2 Equacao de Euler-Lagrange com vinculos Nas secGes precedentes procuramos incorporar o “caminho” que extremiza a integral: a r= t(n 25] "x; (6.85) onde y; representa um conjunto de varidveis dependentes, x; wn conjunto de varidveis independentes e dx; = dx; dxz... dx,. A condicao que extremiza / é dada por: 61=0. (8.86) Agora, vamos introduzir vinculos, que podem ser da forma: Px (Xj, Yi} =0, (8.87) ou da forma: fees rnat x = constante. (8.88) Para resolver esse problema, vamos utilizar a técnica dos multiplicadores de Lagrange (vide item 8.4.1). Para o vinculo do tipo dado pela eq. (8.87), vamos multiplicar essa equagao por uma fungao de xj, Ax(x;), e integra-la no mesmo intervalo da equacao (8.85) para obter: 3 f Atxpoatej. rex; 0. (8.89) Para vinculo do tipo dado pela eq. (8.88), basta multiplicar essa equacdo pelo multiplicador de Lagrange A, e obt@m-se novamente a equacao (8.89). Entao, adicionando-se as eqs. (8.86) e (8.89), vird: ay; of |r vi s) Lreosesr| a" xj =0, (8.90) k onde A, dependera de (x,) se o vinculo for dado pela eq. (8.87). Portanto, tratando 0 integrando da eq. (8.90) como uma nova fungdo: oy pepe LAs (91) § 8.4 — Variagors com vincolos 119 Agora, seguindo o que foi realizado no item 8.3.3., teremos: (8.92) que representa as Equagoes de Euler-Lagrange com vinculos. Exercicio 8.4.3 — Problema da Rainha Dido. (Isoperimétrico). Dado dois pontos x; e x2 sobre o eixo dos x e um arco de comprimento ¢ > (x2 — xy), encontre a forma da curva de comprimento ¢ que liga esses dois pontos de modo que, junto com eixo dos x, determina uma area maxima. SoLugio ‘Trata-se, portanto, de maximizar a integral: 2 I ydx, x ep f as= [i+ urtax=e ey i Nesse caso, temos [eq. (8.90)]: ga frApaytay 1+ one. Portanto, usando a equacao (8.92) para y; = y ex; = x, vird: se 2 | / "| = ay ay yrAyl +P] = sujeita a condigao: og __ Ay oy Try? Entao, usando a eq, (8.92), vird: a (a) “ts pales Integrando a equagao acima, resultara: iy vit (yi? Ayl? = («+9714 "1 > (9)? 1a? - (rt cP] = (rte? = {x+e)dx AP (x4 0)? xto ay= 25H -otey arto. 120 _Capfruto 8 — Céxcu10 pas vaiuacdes Integrando essa equacao, yee =-Va- (e+e = (te? =A? - (x +0)? > (x+0P +(yte = 2, que 6 a equacao de um circulo, centrado no ponto (c, c’) e de raio A. Sera que a Rainha Dido ja sabia resolver esse problema? EXERCICLO 8.4.4 ___. — ~ Geodésica: Minimize a integral { ds sujeita a condigao x? + y? +2? = a®. Escolhendo a varidvel x como independente, e1 integral: fy deeded =f yieyPiards, com a condigi Prypeeaad, Como a condicao de vinculo é do tipo dado pela equagao (8.87), considerando ainda que a varidvel independente x, a equacao (8.90) ficara: ee 2, 2,292 af ly 1+? + 2? + AGI? ty +z -a@)dx=0. a Neste caso, temos: feVYltoP+eyP e part ty~at—a’. Portanto, usando as equacées (8.91) e (8.92), vird: i - x [f+ AGap] =2yAG; 38 = < [f+ AQ] = 22409; se = w [f+ AGI@] = one , ob = Space| ee $8.4 — Variacors com vincutos 121 Usando ainda a equagao (8.92), viré: a S—_ ____aya=0; a Vingytar d zd ———— - 221 =0. a iso we Eliminando A entre essas duas equagoes, teremos: ‘ 1 a yh 0. de VIFF Ode JL ee? A expresso acima pode ser escrita na seguinte forma: d / ! + |, y§ —_* ___| <9, da VIF + ° VIFF +P que integrada dara: . zynye TOE | Sendo: ayy ze entao: 2 d Porém: ds = y/ 1+ (y')? + (2)? dx, od as lal= Se tivéssemos escolhido y como vatidvel independente, chegarfamos a: d Ps E)-e. Eliminando z? nessas duas equacées, vir: oagl)=eql3) entao: que integrada,dara: yx 2= = e— +63. z & 122 Capfru.o 8 — CALCULO Das VARIAGOES ou: oxtey+e3z=0, expressao essa que representa a equacdo de um plano que passa pelo centro da esfera, cuja intersecgao com a mesma é um arco de circulo maximo (geodésica). EXERCICIO 8.4.5, - Mostre que a integral dada por: b , , d J -f [peayi-a@y’] dx (re 2). a com a condicao de normalizagao; o , f yw(x)dx= 1, a ecom a condi¢ao de fronteira: ib poaysy|) = leva & Equacao de Sturm-Liouville |BASSALO e CATTANI (2010), op. cit.J. SOWUGRO ooo cece sees seca eeee ee eeeeeeeeeeeceeereeeeeeceeesseceevense Para resolvermos esse problema, vamos usar a equacao (8.92), considerando que para a sua dedugao foi usada a condi¢do de fronteira dada em seu enun- ciado. Portanto, nesse caso, tem-se: g=LtAd= pyc ay tay w. Entao: d - - 2ayw~—[2py,]=0—~ oO apy +2dyw a! py1=0 d dy. = [poo 14 qy-Ayw=0, ae PO gl tay Aye que nada mais é do que a Equacao de Sturm-Liouville, em que o multiplicador de Lagrange A é 0 autovalor da equagéio com o sinal trocado. EXERCicto 8.4.6 2 Estude o movimento de uma particula sob a agdo da gravidade, e sujeitaa se mover em uma esfera de raio a. §8.4 — VaRiacGes com vinculos 123 SoLugao O problema em questao trata de extrematizar a funca : t= cqa.nat (L=T-V), 4 com a restrigdo de que: ar-a=0. Usando coordenadas esféricas (vide figura 8.4) 0 Lagrangiano sera dado por (GOLDSTEIN, 1980): Figura 8.4 Loy ay . L=T-V= gin? +170? + sen? 0g) — mgr cos0. Segundo as equacées (8.91) e (8.92), teremos: g=Lilp Liga r0? +1* sen? 0”) — mgr cos + Ar — a), (8.93) e og A Og oy; dt a3 : onde: yar i w=0 3 wag. Para a coordenada r, teremos: % =A+mr6? + mr sen’ 0g — mgcos0, 0: as 1 age entao: A-mgcosé + mr? + mr sen? 0¢" — mi = 0. (8.94) 124 Cavituro 8 — CA.cuLo DAs vARIAGOES Para a coordenada @, teremos: 3 = mr" send cosd¢? + mgr send, 8 . 8 28 mr, a) entao: a mgr send + mr? senO cosa? — mF (r78) =0. (8.95) Por fim, para a varidvel «p, teremos: ap °° og _ og 2 sen? Od 2 = = mr’ sen’ 0d, a(at) entao {GOLDSTEIN, op. cit.]: 4 nr sen? 0b) = 2 ae sen’ 06)=0 = mr 5. Pe O* resem sen’ 0¢ = constante = py — (8.96) Como r = a, as equagées (8.94), (8.95) e (8.95) ficarao, respectivamente, jusando aeq. (8.96)]: Ps ma*sen?@’ g picosd got aise (8.98) A=mgcos6—maé? — (8.97) Tomemos a equacao (8.97) e multipliquemos ambos os membros por @. Entao: 2 yf ,_ _Pgcosé 00 = a sen66 + neat veto” (8.99) Ora, sendo: ay 1 dao 5 d =s5 ; 40 =-— * 66 3 a? ) sende p08 cose df 1 ) seni 2 dr \sen?)” a equacdo (8.99) ficara: 2 do gad d Ps — (6?) = 28 — -£/__# __), ar” ) a an ©089) de | m2a4sen?@ $8.4 — VaRIAgGeS Com vincuLos 125 que, integrada dara: % matser? A equacao (8.100) nada mais é do que conservagao da energia do sistema, pois, sabemos que (cf. GOLDSTEIN, op. cit.): 6 =c-2 coso- (8.100) 1 - . E=T4+V= pmo? +a’ sen’ 0g") + mgacosé. ‘Tirando o valor de 6” e usando (8.96), vird: 2 yo. 2B 2g Po & = —, -cos9-— mae a mat sen? equacao essa que comparaca com (8,100) dard: _ 28 sae Por outro lado, a equagao (8.97) nos mostra que A nada mais é do que a forga que a esfera exerce para manter a particula sobre a mesma. Vejamos porque. As forcas que agem na particula (vide figura) sfo F, e P. Da Mecanica Classica (cf. GOLDSTEIN, op. cit.), sabemos que: P=mg e F, onde: (7? +776" + rf? sen). Para o nosso caso, temos: r=a => F=0, entao: v= a6 + a’? sen’. A figura nos mostra que: a’ = asend. Agora, calculemos as Componentes radiais de P e F,. Portanto: P, =-mgcos6; 2 -_™m 42 Peer? - j2 M6 26 = Fe= song +a? sen? 0) send = mab + manag 5M 8 = pe = mab? + # mas sen? 6” 126 Capfruto 8 — GALcULO Das VARIAGOES. Vé-se, portanto, que na equag¢ao (8.97), 0 primeiro termo representa a compo- nente negativa radial do peso da particula e os demais termos, a componente negativa radial da forea centrifuga. Entao, A nada mais é do que a reacdo da es- fera para manter a particula sobre a mesma, conforme dissemos anteriormente. Assim, para resolvermos 0 problema proposto, basta integrar a equacdo (8.100), © que, em geral, nao hd forma fechada para essa integracdo. Se, contudo, em vez de uma esfera a particula deslizasse num cilindro, a solu- cdo seria mais facil, pois, neste caso, basta fazer ob = 0 nas expresses deduzidas, Desse modo, as equagGes (8.94) e (8.95) ficarao (r = a): A=-mabé? +mgcos6, (8.101) 0=mgasenO -ma*é. (8.102) Tomemos (8.101), derivemos em relacde a ¢, e considerando que: GA _ da do _ da de d@de do” teremos: da. ae . oo =—2matid - mgsendb — aa —2mai-mgsené. (8.103) de Levando (8.103) em (8.102), vira: da ww —3gmsené, que integrada dara: M@) = 3mgcosd+C. Como A(@) mede a componente radial da forga exercida pelo cilindro sobre a particula, entao: (0) = mg. Portanto: Af0)=mg=3mg+C => C= -2mg, AO) =3mgcosé ~ 2mg. Para que a particula permanega sobre o cilindro, deveremos ter: A(0) = 38mg cos —2mg > 0. § 685 — Méropo variacionaL vE RayLeIGH-Rrtz 127 Se A(@,) = 0, ent4o a particula deixard o cilindro. Portanto: 2 3mgcos0,—-2mg=0 — cosO, = 3 > 6, = 48°11, 8.5 Método variacional de Rayleigh-Ritz O chamado método variacional de Rayleigh- Ritz é um procedimento geral para obter solugdes aproximadas de problemas expressos na forma variacional. No caso de se querer determinar uma dada fungao y(x), 0 procedimento consiste em se assumir que a funcdo que extremiza um determinado problema pode ser aproximada por uma combinagao linear de fungées escolhidas, da forma: VOX) F Pola) + e112) + eaha(a) +... + Cra, (8.104) onde c,, s4o constantes pequenas e y(x) satisfaz certas condig6es de contorno. O método de Rayleigh-Ritz consiste em se obter uma sequéncia de apro- ximacoes, na qual a primeira delas é simplesmente ¢ + ci, a segunda tho + C11 + cathe, e assim sucessivamente. As constantes ¢ sao determinadas em cada estagio do processo. Uma das grandes aplicagdes do métedo de Rayleigh- Ritz 6 0 de resolver pro- blemas de autovalores. Ora, a equagdo que caracteriza um problema de autova- lores é a de Sturm-Liouville, No exercicio 8.4.5. vimos que a Equacao de Sturm- -Liouville pode ser obtida como um problema variacional com vinculos. Assim, para resolver um problema de autovalores usando 0 método de Rayleigh-Ritz, temos que extremizar a seguinte relacao: Ty@) Kiy@)| = : 8.105 ty@)] Tye) ( a) onde: b 2 nya [ [poay? - qiay?] dx, (8.105b) a be Fly = [ yrw(x)ax, (8.105c) da com a condigado de fronteira: » pyxy| =0. (8.105d) Substituindo as eqs. (8.105b), (8.105) na eq. (8.105a), vird: b ~qy?) dx falpys—ay"] ax (8.106) fi Pwd 128 Capfruto 8 — CALCULO Das vartagérs Agora, vamos integrar por partes o primeiro termo do numerador da eq. (8.106), ‘ou seja: dy dy yf? ay d [ pvtace [o% qe [os que pyasl,— Py pycidx Usando (8.105d), vira: v Ab d Zdx= —|py, { pysdx = J gy ysl de. Portanto, a equagao (8.106) ficara: —Seylhipyd + ay] dx K= aoe (8.107) Py wax Por outro lado, usando a Equagao de Sturm-Liouville (vide exercicio 8.4.5), isto é: 4, Viult+qy=Ayw, qylPyd tay= Ayu, na equacao (8.107), teremos: foaytwdx Jeywdx (8.108) Como A é iguat ao autovalor A, da Equacio de Sturm-Liouville (vide exercicio 8.4.5), entao: Klyn@l=An. (8.109) Desse modo, a equacao (8.106) ou (8.107) forma a base do método de Rayleigh- -Ritz para o célculo aproximado de autofungées ¢ autovalores. Conforme vimos anteriormente, esse método consiste em substituir y(x} na equagao (8.107) por ¥(X) dado por (8.104), Entao: S2ldo+ Xievbil {E [peo + Evcagdal + aot Licigo} dx (8.110) S21 (0 + Exess]? ax Pela Equagao de Sturm-Liouville, demonstra-se que: ° db; . [ oO: eee sae, ax = -A,5i;, B.D) e > 2 f w\hotr dcp] dx=i+yc2, (8.112) a i i § 8.5 — METODO VARIACIONAL DE RayLeIGH-Ritz 129 entao, a equacao (8.110) ficara: poeuaezraae (8.113) 1+ Lic2 Expandindo o denominador de (8.113) pelo teorerna binomial e descartando termos da ordem c}[0(c#)], teremos: ee K=dg+ ¥ chy Ao). (8.114) i=l A equagao (8.114) apresenta dois importantes resultados: 1. Enquanto o erro na autofungio y(x) € 0(c)), 0 erro no autovalor A 0(¢;); 2. Se Ap € o menor autovalor e desde que A; — Ag > 0, entao: Kly@l= a2 Ap. (8.115) Exercicio 8.5.1 Estime o mais baixo autovalor A da equagao: ay +Ay=0 com: y(0) = y() = 0. dx? SoLugio . A equacado dada é uma Equagao de Sturm-Liouville, para p = w= Le q=0. Com efeito, tomemos essa equacao: d dx dy oy = Anyw, dx +qy=Anyw, e substituamos esses valores de p, q ¢ w referidos antes. Entéo: @y 5 = Any. az" Vé-se portanto, que a equagao diferencial dada é uma Equacao de Sturm-Liou- ville com o sinal trocado do autovalor. Assim, usando a equaciio (8.106), vita: 1 (0 ay x— hae) oe (3 BA Bea Pelas condicdes de contorno dadas, é facil ver que, em primeira ordem, a fungaéo teste (“arial”) sera: (8.116) yexU-xex-2, (8.117) 130 Carfruvo 8 — CA.curo pas vaniagoes Assim, substituindo (8.117) em (8,116), vit _ WO-ewedx HU -axeaxyde (x-2x? +42)) fled —o2dx fi G2-2x3 + xdx (S- 1/3 = =102a!, 7730 = 10= Ao. Resolvendo-se a equa¢do proposta neste exercicio, é facil ver que ay = 9,8696. Entao: Af > An. Poderfamos methorar um pouco esse resultado, tomando como fungao teste aseguinte: Vex - D+ exter +,,) e variariames ¢; de modo que minimize K dade por (8.106), Exercfcto 8.5.2, Encontre a energia do estado fundamental do oscilador harm6nico quantico. Soxugao A Equacao de Schrédinger para o oscilador harménico é dada por vide item 3.1): Hy = Eu, onde: @ nd 1 Y= st kx’. am ae Fazendo (= 1, m = 1, k= 1), a Bquacao de Schrédinger ficara: a -aaY +x°y = 2Ey, ou: & ’ qa y= By. (8.118a) Vé-se, entao, que a equacao (8.118a) nada mais é do que uma Equagao de Sturm- -Liouville em que: p=l 3; q=-x* 5 w=l ; As-26. (8.118b,c,d,e) Portanto, a equacao (8.106) ficara: aw)? [Ce Poy? dx K= (8.119) §85 — Mrfrono variaciona De RaytercH-Riz 131 Agora, usemos como teste (“trial”) a seguinte fun¢éo (MATHEWS and WALKER, op. cit.): w=Otaxje™. (6.120) Portanto: dy dx dua 4ax)e™}=2e™" [x@-)-ax), 2 (*) = 40 [2(a—1)? ~2a-axt +a?x4|. (8.121) Levando as eqs. (8.120) e (8.121) na eq. (8.119) vird: ke Pete? 7 (@— 1)? -2(a— aut +009) 4A ax rer da ~ fee? (4 2ax + ax) de - © [x2(4a? 8a +5)-2a(da—5)x4+5a2x8ldx 7 £8,072" (1420032 + a2xt) dx L (8.122) Agora, fagamos as integrais indicadas em (8.122). Para isso, usemos a seguinte integral (GRASDSHTEYN and RYZHIK, 1965): 0 - f 4209? ay = oon le (p>0) (8.123) Entao: 8 om Ox? eg 4g sat xf rf oe?" [7 (4a? -8a +5) —2a(4a-5)x4 +50? x|de=h+h+h. loo oo Aa? —Bat5, n=a?—Ba+s) [ et qx = GE Bat) = 2 | eo 3a(4a-5) n= -2at4a-9) f et gtdx = —20GE=9) im, loo 8 2 oye 5a? [x I= f 2x Sax = Slt, fy = Ser |. eo ede 64 V2 Portanto: (4a*-8a+5) fF _3a(4a-5) iz, 750° 4 2 8 2° 64 V i=yf3(3 2, Se) (8.124) “V2\4 8° ey ° T=hthth= 132 _Capiruto 8 — CALcuLo pas vaniagors Agora, fagamos a integral (Z). Assim: L- { estar sats dest) +intly. bs Portanto: [a _ ey (8.125) (8.126) ak (23a? + 560-48) 2 da oa(i4 3+ 4] ou: 230° +56a-48=0 = a@=06718. De posse do valor de a, o valor de K, sera [vide equacao (8.109)]: K= Aj = 1,034. (8.127) Ora, segundo a Mecanica Quéntica, a energia do oscilador harménico é dada por [vide eq. (3.17)]: 1 Fox shu. (8.128) Sendo: w= 4 = 1 efi = 1, usando a equacao (8.118e), e o fato de que A = -An, entao: Eo=Ah=1. Vé-se, portato, que: Ag > AG. PRoBLemas 133 Problemas 8.1. Escreva a Equacdo de Euler-Lagrange na forma: of od ax dello e€ resolva os exercicios 8.2.2 ¢ 8.2.3. 8.2, Encontre a geodésica sobre a esfera usando a Equagao de Euler-Lagrange sem vinculo. 8.3. O Principio de Fermat afirma que um raio de luz em um meio de indice de refragdo varidvel seguird o caminho que torna minimo o tempo de per- curso. Encontre os caminhos seguidos pelos “raios” de luz se o indice de refragao for dado pelas seguintes fun¢des: Lousy Wve mb Muy vy. 8.4. Uma particula desliza sem atrito e sob a agdo da gravidade, num caminho cicloidal descrito por: x=c(8+sen8) , y=c(1—cosé). Mostre que o tempo gasto para a particula realizar esse movimento é dado por: © Tsn, & independentemente do ponto de partida sob a curva (0 < @ ico] ax m1 {yoo)? Em 1696 (Acta Eruditorium, junho, p. 269), John Bernoulli propds o seguinte pro- blema:— Dados dois pontos Ae B em um plano vertical, encontrar 0 caminho que uma particula (com velocidade v), somente sob a agdo da gravidade, o descrevera no tempo minimo. Com se pode ver, este nao é simplesmente um problema de determinar 0 valor extremo de uma fungao, j4 que se ata de escolher, dentre todas as curvas que passam pelos pontos A e B, aquela que é descritaem um tempo () minimo. Em notagao atual, esse problema resume-se em minimizar a seguinte integral: B Be B Pye rf a= dste= f VEO ax. A A LA v |Observagéo: O astr6nomo e fisico italiano Galileu Galilei (1564-1642), em estu- dos realizados entre 1630 e 1638, havia tentado encontrar o caminho procurado por John Bernoulli. Porém, ele nao conseguiu encontré-lo, conseguindo apenas demonstrat que 0 arco de circulo exige menos tempo de queda ao invés de uma poligonal]. Em 1697 (Acta Eruditorium, maio), o problema proposto por John Bernoulli, em 1696, foi tratado, independentemente, pelos matematicos, 0 aleméo Gott- fried Wilhelm Leibniz (1646-1716), 0 suico James (Jakob, Jacques) Bernoulli (1654-1705) {irmao de John), o saxéo Conde Ehrenfried Walther Tschirmhaus(en) {2651-1708}, I'Hdpital e Newton. Todos (com excecao de I'Hépital) demonstra- ram quea curva procurada {denominada por John Bernoulli de braquistécrona {do grego brachistos — mais curto e chronos — tempo)| era a cicldide (por isso, Hisr6rico 139 essa curva é também conhecida como tautécrona ~ curva de queda mais ré- pida). & interessante destacar que, para encontrar essa solugao, John (p. 206) propés que a curva de queda mais répida era a descrita pela refragéo de um raio de luz ao atravessar um meio de indice de refracdo variavel. Desse modo, considerou um meio refringente composto de camadas estreitas de indices de refracao diferentes e aplicou a Lei da Refracdo de Snell (1621)-Descartes (1637). O método usado por James (p, 211) foi mais geométrico. Em 1697 Vournal des Scavans), John Bernoulli propés um novo problema hoje conhecido como o da geodésica: - Calcular a curva de menor distancia entre dois pontos sobre superficies, usando a propriedade de que os planos oscu- latrizes (formados pelos circulos osculatrizes) de tais curvas cortam perpendicu- larmente essas superficies lObservagdo: E oportuno esclarecer que se chama cérculo osculatriz (nome cunhado por Leibniz, em 1686) de uma superficie curva em um dado ponto P ao circulo com centro no centro de curvatura e raio igual ao raio de curvatura da superficie em questao e relativos ao ponto P, e que a tangencia neste mesmo ponto, Esse conceito foi introduzido por Newton, no livro intitulado Geometria Analytica, escrito em 1671 ¢ publicado somente em 1736.] Em 1698, James Bernoulli resolveu o problema da geedésica para superficies particulares, tais como: cilindricas, cénicas e de revolugao. Em 1715, o matematico inglés Brook Taylor (1685-1731) publicou o livro inti- tulado Methodus Incrementorum Directa et Inversa (“Método Direto e Inverso de Incrementag6es”), no qual encontrou a equacao diferencial parcial do movi- mento das cordas vibrantes (em notacao atual): Pyla? = (Ta) Pylaxr’, onde o é a massa por unidade de comprimento e T é a tensdo na corda. Foi também nesse livro que Taylor apresentou a hoje célebre formula da expansao de Taylor (em notacao atual): f(x+ a= flat Ff Caxt f? (a(x? /2) +. + FP @ Gnd, onde © expoente entre paréntesis indica a ordem de derivagao em x, p.ez f' = d/dx. [Observagdo: Registre que Taylor, em 1713 (Philosophical Transac- tions of the Royal Society of London 28, p. 26, publicado em 1714), deduziu a equacao acima na seguinte forma: =Syy, com s=V+¥, a= Cla, onde (.) e (..) em cima das letras significam, respectivamente: d/dte @/di*, e € 0 comprimento da corda. Ainda nesse trabalho, ao admitir que y = sen(x/a), ai 140 Hisrdérico Taylor obteve para a frequéncia fundamental (vp) da corda, a seguinte expresso (em notagao atual): vp = (1/26(T g/a)", sendo g a aceleracao da gravidadel. Em 1728, John Bernoulli escreveu uma carta ao fisico e matemdatico suico Leonhard Euler (1707-1783) pedindo-lhe que encontrasse uma solugao para 0 problema da geodésica. Ainda em 1728 [Commentarii Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae 3, p. 110 (publicado em 1732)], Euler resolveu esse pro- blema apresentando as equacées diferenciais para geodésicas sobre superficies. Em 1730, 0 matematico escocés James Stirling (1692-1770) publicou o livro intitulado Methodus Differentialis sive Tractatus de Summatione et Interpola- tione Serierum Infinitatum (“Método Diferencial com um Tratado sobre Soma- cao e Interpolagao de Séries Infinitas”) no qual demonstrou a célebre Formula de Stirling (7 > D: nis v2an(nie)", onde e € a base dos logaritmos neperianos; estes foram apresentados pelo mate- matico escocés John Napier (Neper) (1550-1617), em 1594. |Observagéio: Ainda em 1730, 0 matematico francés Abraham de Moivre (1667-1754), publicou 0 li- vro intitulado Myscellanea Analytica (“Miscelanea Analitica’), no qual demons- trou um resultado semelhante ao de Stirling: n! x C\/n(/e)”, sendo C uma constante real nao nula|. Em 1732 |Commentarti Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae 6 (1732-1733), p. 36 (publicado em 1738)], 0 mateméatico sufco Jakob Hermann (1678-1733) também encontrou geodésicas sobre superficies particulares. |Ob- servacdo: Essas geodésicas também foram encontradas pelo matematico e as- trénome francés Aléxis Claude Clairaut (1713-1765), em seus trabalhos sobre a determinagao da forma da Terra, realizados em 1733, 1735, 1739 e 1741.] Em 1734 [Commentarii Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae 7 (1734-1735), p. 135 (publicade em 1740), Euler generalizou o problema da bra- quistécrona ao minimizar outras quantidades além do tempo. O método ana- Iitico usado por Euler para fazer essa generalizacao consistiu em estudar os extremos (maximo e minimo) de uma fungao (funcional) (f) representada pela integral (em notagao atual): a Je { fiuyytdx. (y= dyldx hi Para realizar essa tarefa, Ruler calculou a variagao (hoje 5) de J e, ao igualar a mesma a zero (6} = 0), obteve a seguinte expressdo: Of 1dx—(diax)(6f lay!) =0. Histérico 141 Em 1736 |Commentarii Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae 8 (1736), p. 159 (publicado em 1741)], Euler apresentou a equacao que obteve em 1734, na seguinte forma (em notagao de hoje): Of lay — (dl dx)(Af ly’) — y'(dtdy\ Of fay’) - y" (di dy MOf dy) =0. Em 1744, Euler publicou o livro intitulado Methodus Inveniendi Lineas Cur- vas Maxima Minimive Proprietate Gaudentes sive Solutio Problematis Isoperi- metrici Latissimo Sensu Accepti (“Um Método de Descobrir Linhas Curvas que Apresentam a Propriedade de Maximo ou Minimo ou a Solugaéo do Problema Isoperimétrico Tomado em seu Sentido mais Amplo”), no qual resolveu 0 pro- blema hoje conhecido como 0 da Superficie Minima — Determinar uma curva plana ly = f(2)] ligando dois pontos [(x1, ¥1); (x2, y2)! tal que, quando ela gira em torno do eixo dos x, gera uma superficie de drea minima, Em notagao atual, esse problema resume-se em minimizar a seguinte integral: 2 Asan lt (dx. hey ¥ yy Em 1746 [Histoire de l'Academie Rayale des Sciences et des Belles-Lettres de Ber- lin (4747) 3, p. 214 (publicado em 1749)], o matematico francés Jean le Rond d'Alembert (1717-1783) preparou dois artigos intitulados Recherches sur la courbe que forme une corde tendue mise en vibration (“Pesquisas sobre a forma tomada por uma corda tensa em vibracdo”) e Suite des Recherches sur la courbe que forme une corde tendue mise en vibration (“Continuagao das Pesquisas sobre a forma tomada por uma corda tensa em vibragao”), nos quais deduziu a equacao diferencial parcial da corda vibrante (em notagao atual)}: # y(x,1)/037 — (1/a2)8 ylx,t)/d? = 0, onde a’ = T/g, sendo T a tensdo na corda e o sua massa pot unidade de com- primento, Para essa equagao, d'Alembert encontrou uma solucao da forma: v(x, ) = (/2)[f (+ at) + f(x ati, sendo f(x) = y(x,0) uma fungéo arbitrdria, representando a posigao inicial (t= 0) da corda. Em 1747, d’Alembert publicou o livro intitulado Réflexions sur la cause géné- rale des vents (“Reflexes sobre a causa geral dos ventos”), com o qual ganhou 0 prémio de 1746 da Academia de Ciéncias e Letras de Berlim, proposto a quem re- solvesse o problema da resisténcia dos fluidos. Note que nesse livro, d'Alembert realizou pela primeira vez 0 uso geral das Equagées Diferenciais Parciais na Ffsica-Matematica. 142 HistéRico Por volta de 1747, Euler apresentou métodos gerais para resolver as Equagées Diferenciais Ordindrias do tipo: xP cars ly any = Fon, onde os expoentes entre paréntesis significam a ordem de derivagao em relacao a varidvel x. Note que para resolver essa equacdo, Euler usou a substituigao x= exp(Aj ea transformou em uma Equagao Diferencial Linear de Coeficientes Constantes. Registre-se que esse método foi apresentado por Euler no tratado intitulado Introdutio in Analysin Infinitorum (“Introducao a Andlise dos Infini- tos”), tratado esse composto de dois volumes e publicado em 1748, |A. P. Yous- chkevitch, Leonhard Euler, NV: Diciondrio de Biografias Cientificas I (Editora Contraponto, 2007)|. £m 1748, Euler apresentou a Academia de Ciéncias e Letras de Berlim um tra- balho sobre a equacao diferencial da corda vibrante de comprimento £, no qual demonstrou que se a posi¢ao inicial da corda fosse representada pela fungao (em notacao atual): P= y(x,0) =F ap sen(nzx! 6), 7 entao a solugao da equagao da corda vibrante seria dada por (em notagao atual): YOO =F an sen(ntx/0) x cos(nnat! 0), onde a, sao constantes. No entanto, nessa solugado, Euler ndo informou se 0 somatério (2) envolvia um ntimero finito ou infinito de termos, apesar de ele ja considerar a ideia da superposicao dos modos vibrantes da corda. Em 1749, d'Alembert concluiu 0 trabaiho Essai d’une nouvelle Théorie de la Résistance des Fluides (“Ensaio sobre uma nova Teoria da Resisténcia dos Fluidos”) no qual apresentou diversas ideias originais sobre os fluidos, Por exem- plo, ao considerar o ar como um fluido eldstico e incompressivel composto de pequenas velocidades, d'Alembert fez uma primeira andlise de um campo de velocidade, ao considerar a velocidade (#) dessas particulas variando de ponto para ponto. Ainda nesse artigo, d'Alembert apresentou uma nova generalizacao de seu principio dinamico e exprimiu, sob a forma de Equagées em Derivadas Parciais, as equagécs da Hidrodinamica, equagdes essas que expressam a con- servacaéo da massa, a condi¢ao de fluxo potencial e 0 que hoje se reconhece como a condigao de conservagdo da vorticidade (©) em fluxos gerais (fuxo irrotacional): A x § = © = 0 Por outro lado, ao considerar 0 fato de que a resis- téncia das particulas constituintes de um fluido é relacionada com a perda do momento linear por ocasiao do impacto de corpos méveis, ele demonstrou 0

Potrebbero piacerti anche