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Vanderlei Dorneles
Editor da Revista Sinais dos Tempos, da Casa
Publicadora Brasileira
Dias antes do carnaval (do ano 2000), as Arquidioceses de So Paulo e do
Rio entraram com ao na justia a fim de garantir uma estranha proibio:
que imagens religiosas no fossem usadas nos carros alegricos. Algumas
escolas j tinham preparado imagens como a cruz, um painel com Nossa
Senhora da Boa Esperana, e uma virgem Maria.
Do outro lado, o padre Marcelo Rossi faz a sua Folia do Senhor, uma
celebrao religiosa em ritmo de carnaval. O destaque o ritmo, o corpo e a
dana. Marcelo e outros padres denominados pop conquistaram a simpatia
popular especialmente por suas movimentadas missas, onde a dana ou a
"aerbica do Senhor" so pontos altos.
Nos ltimos tempos, a religio saiu dos domnios da Igreja. Est na empresa,
na escola, na rua, mas especialmente nas manifestaes culturais. So
centenas de msicas com letras religiosas. O mercado editorial est cheio de
livros do gnero. A presena de religiosos na TV coisa comum. Por fim, o
carnaval tambm tornou-se um espao para a manifestao do espiritual.
Diante desse rompimento de fronteiras, a Igreja se v obrigada a recorrer
lei para garantir a preservao de suas imagens.
Na disputa judicial para garantir o monoplio do "sagrado", cabe uma
questo: por que os religiosos quiseram proibir os folies de usar as imagens
em meio dana, se os prprios religiosos levaram primeiro a dana e o
ritmo para dentro dos templos?
Discrdia parte, esses fatos mostram como as distines entre o sagrado e
o profano esto sendo pressionadas, nessa era de expanso religiosa e de