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7 ATL KHAN Sete ie Ve MANUAIL Ali A Khan geqe MANUAL MAGICO DE | KABBALA PRATICA [A> Sy ty S046 S Be¢ cm MANUAL MAGICO DE KABBALA PRATICA Copyright © 2005 by Helvécio de Resende Urbano Jénior Todos o dros esevados. Fi porano,probide a repro tol ou paca deta obra de qualquer forma ou por qualger meio eltnico, mecinicn incasve por mio process xerogdfons,inclindo stds o uso da ntemet, ema pemissioexpressn do auto (Lei 9,610, de 19.298) ibs Tiphereth 777 Postal 25.077 Agéacia Eso Sano Cop 36.011-970— ie de Fora ~ MG “Tel, (09132) 32120347 Home Page: worwciphereh777.combe ‘ema: iphereth @tpheceth777com be Astras e Copa Equip Tésviea phere 777 tora elt Hilda Gushiken Revista Alaic Pereira Carvalho Jays Rosa de Miranda Maria Apareida Salmeroa C1P-~ Brasil ~ Catalogagio-nacfonte Sindicato Nactonal dos Editores de Livros, RJ Alm AT Rhon $1, Ali/ Resende Urbano Iinior Helvécio de, 1956 Manual Migico de Kabbala Pética: um lvta de sabsedoria Kabbatistica Jucca Jui de Fora » MG ~ Egos Tiphereth777- 480ps ISBN 85005194 | -¢ |. Ksbbula~ Astolopia ~ Relig — Numetologia — Medivin Hemeica ~ Alguimia ~ Cigneias Ocultas ~ Magie ~ Rituais ~ Radibaica e Radiesesia, 05.0700: DD 13547 bu 1335 1.03.05 15.0305 ‘009413 Indice para eatlgo sistemtios 1. Kaba: Ocaismo 135.47 AAG2DAGAADAUS “0 homem é2 have de todos os enigenas a Imagem de toda a verdad.” Inyocagaio “Dus do nosso eoragao, D-tis da nossa compreensto. O Paisolar! Tempestade de Laz e Amor, eujas origens sto desconhecidas para nossa compreenséo Cascata de poder inesgotavel, raio fulgurante que ndo conhece linites nem barreiras, estamos a teus pés, ara escutar teus designios, Mostra-nos, divino @ penetrante D-ts, tes caiinhes. Ensina a nossas almas tes mistérios para eumprir nossa verdadeira vontade.. Oferecemos nosso trabalzo com amor e pouse teus olhos, {do 86 por um momento, sobre este filko. E que desta forma, o reflexo da luz de twas pupilas transmita a nossas almas 0 perfume da esperanca e 0 Balsaano da Reinegragio. Ali A’ Khan $! 1 Obs: Pano profanaro none de Bian emo O pronuaiar em vo ee substi com (2, Oragio Fonte eterna de tudo 0 que & Tu, que envias aos prevaricadores espltitos de enro ¢ de trevas, que se: separam de Teu amor, envia 2quele «que Te busca um esptito de verdade, que o aproxime de Ti para sempre. Que o fogo desse espirito consuma em mim até os tragos do velho homem, © que apés havé-lo consumido, ele faca nascer desse monte de ciitzas um homeem sobre quem Tua mio sagrada nfo desdenhe mais ofe- recer a santa uno, (Que esteja af otermo dos longos trabalhos da penitence que Tua Vida universelmente: una transforme todo o meu ser na unidade de Tua imagem, meu coragdo na unidade de Teu amor, minha aga0 numa unida- de de obras e de justes, e meu pensamento numa unidade de luzes, ‘Tu s6 impées ao homem grandes sacrficios para forgé-1o a buscar cem Ti todas a5 suas riquezas e todas as suas alegrias, e Tu s6 forgas a buscar em Ti todos esses tesouros, por saberes que so os tinicos que poderdo fazé-lo feliz, e por seres 0 inico a possui-los, a engendré-los ¢a criflos. Sim, D-us de minha vida, é apenas em Ti que posso encontrar a existéicia ¢ 0 sentimento de meu ser. Disseste também que era somente no coragdo que podiamos en- ontrar Teu repouso; no interrompas um instante sequer Tua ago sobre ‘im, para que eu possa vive, e ao mesmo tempo para que ‘Teu nome ossa ser Gonhecida pelas nagGes: Teus profetas nos ensinaram que os ‘mortos nfo podiam louvar-Te; nfo permite pois, nunca, que a morte se aproxime de mim; porque ardo por tomar imortal Tua louvagao, ardo do deseo que o Sol Etemo da Verdade no possa censtfar 0 coragdo do *Oracioe = 7 homem de ter trazido a menor nuvem e causado a menor interrupgdo na plenitude de Teu esplendor Daas de minha vida, Tu que, ao pronuncieemos, tudo se opera, traz a0 meu ser o que deste em sua origem, e revelarei Teu nome as nagdes elas reaprenderdo que somente Tit & seu Deus vida essencial, eomo © m6vel € 0 movimento de todos os seres. Semeia Teus desejos no corago do homiem, nesse campo que & ‘Tou dominio e que ninguém pode contesta-Te, pois que foste Tu que he deste seu sere sun existénci Semeia neleTeus deseos, a fim de que as forgas do Teu amor os arranquem inteiramente dos abismos que 0s re- tm e que gostariam de tragé-los para sempre com eles, Abole para mim a religio das imagens; dissipa essas barreias fantésticas que interpdem um imenso intervalo e uma espessa escutidio entre Tua viva luz e mim, e que projetam sobre mim a sombra de suas trevas, Aproxima de mim © cardter sagrado ¢ 0 sela divino do quat és o Aepositério, e transmite até o dmago de minh'alma 0 que Te queima, a fim de que ela queime comele, ¢ que sinta o que é Tua inefivel vidae as inextinguiveis delicias de Tua eterna existéncia Demasiadamente fraco para suportar o peso de Teu nome, transfi- 70.4 Tia tarefa de erigir imeiramenteo edificio, e de nele colocares Tu ‘mesmo 0s primeiros fundamentos no centro desta alma que me deste para ser como o candelabro que leva as nagdes, a fim de que elas no petmanegam nas trevas, Gragas Te sejam rendidas, D-us de paz e de amor! Gragas Te se- jam rendidas por Te lembrares de mim e por nao quereres deixar ‘minh'alma morrer na pentiia! Teus inimigos diriam seres um pal que esquece seus filhos, e que no pode libertlos, Louis-Claude de Saint-Martin Adverténcia [Muito dos Midvios tem estado vob o pes daa equivocal de ue as Picigdes nas Escolas Seemngn, inportam Feng, Malti contra os gue quebram os vets cantatdon Tim eles tl ereaca porque td obserado ue o ue ncorren ‘nial sarilégo caem inevitaveinente na niseca, no soften Iraitesra.A verdaee. sem embargo, ue neuer in, Inicledo oe instraorincoreria jamais no crime de langar mal. gto algumna cowtra alguén, & 9 Proprio Neéfito que, como ‘estado deter bua a Ll, pe em atvidade una fora que, 0 butler wn compromisso, raz sobre quem o bua desgraga Aevid a sun dele consigo mesmo, re Palo Carlos de Paula: Miguel ERA. ~ Santos Dumont = MG Esta obra fo formada por rtuais de dierentes obras, encontrados £m dvesos idiomas eem muitos casos inaessveis, or na terem sido reeditdos, ¢ que se encontram fora do alcance do estudante de magia cerimonial 9 nosso propdsito & faciltar ao praticane a realizasio Megica, Pade penando-te todas as informagdespeinentes, asin some afor meat Prepares. Alguns dessesrttis slo sumamene perigosos e Temendames no irem como afoitos, pois os resltadon poderiam ser ‘esasros0s e peovocariam denosineversivel Para aqueles que jé se encontram no Caminho, encontratio nesta JRauena pose de arqutetura doo material necessiig para avangar em 4ma ou outra directo, Somos ives jules de nosss devises, porém esravo de aossas gies, All A'l Khan $2 Agradecimentos Alair Pereira Corvalho Euctydes Lacerda de Almeida Frater Manoel Corréa Radrigues $+: Gisela Fonseca Barbosa Graga Marins Jairo Sebastiio Barbora dayr Rosa de Miranda Kétia Vieira de Oliveira Paulo Sérgio Cona Fellet Porfirio José Rodrigues Serra de Castro Ricardo Bastos Ping Ricardo Reiter Tiago Cordeira ~ Teth Khan 777 Jn memoriam Paulo Cartos de Paula Ir. Miguel Apresentacao ‘to esquepas as coisas que os tes olhos van, nem as det “ek en a nena data vida, stem do teu caragto: ple Conti, nsinasas aos tes fies as fihos dos tus filles” Deuterondmio, 1V, 9 in primero usa, grado a divna provincia po ee me pro- jie louao energia para cumpi a tarfa de escrever est livia. Nés, os {hos do Sol, entendemos que exe assum, *Kabbala” € sagrado, wise esenta a legalidade das verdadessupremas,é verdadciramente Nio de Das 0 homem no exo. E que, somente através dese Uatnlos ¢ piteas,tornar-se-4o camino do retomo; ou da rein. Hii Mal Seguro e numa extada de linha reta, ou seja: 0 “caminhg meio Mio fol cit para os "Mestres do Pascad”entregar um trabalho sluwlo ein favor da humanidade, numa 6 Jo no estavam preparados para receher obra de tamanhs complexi- tl, naquele momento da evolugdo em que o Homem se encontrava, Uta cere de qué nem tude estara perio, pos seus suoee arian ao long do tempo, proparionalment,squcle particular ih no eXato momento estado de conscfncia em que exes ‘mom de Deseja, Fits que a0 longo de muitasséulos, ese assunt fl transmit Ue haca-orea, pelos Mestes, na send da Traigdo Kabbalistica IN isso conetardnafeginis de consciéncia priméria, pois v tela na verdade de um assuto de ténica mundana. Mas vom ios, Tends € mitologia Mistica-Christ@e somente com a cons. "i aller, podereros nio entendélo, mas sentclo na sua xb Ow Sea, na via-cardiaca, Mas lembrese: é para nés um pivilégio, um verdadero legado e ‘Sfeuclalmette segrado ¢ munca deve ser motivo de comentitio ou ‘ula para vulgo, Paraiso, deverd ser discret, meditar ste ° Amesestagio 11 assunto € entrar em comunho com seus stomos superiores, pois esse caminho & pessoal, intransferivel e solitdrio, Hé um coléquio na Tradigéo muito pertinente a0 assunto, ¢ deve ser aproveitado para suas proximes meditaes, “Devers o iniciado transmitir 0 segredo a seus ios? ~ Nio poderd fazt-o. O segredo nio pode ser revelado, Aquele ue © possui soube descobri-lo, Se o descobriu, deve guardé-lo e nem mesmo indicé-1o a um inno em que deposite a maior confiang, pois ‘aquele que for incapar de descobrir o segredo, por si mesmo, ¢ oreceber ‘oralmente, néo conseguiré penetcsto,” Por outro lado, minha missio nio consiste em satsfazerdesejos essoais, muito menos engrandecer-me perante vocé deraonstrando co- ‘hecimento, Esta € wna maneira de proporcionar meios ecaminhos que exortem ao buseador se inteessar por uma forma de aperfei goamento Par si mesmo, ¢ aproveitar as faculdades aduirdas, pelos seus préprios esforgos, 10 melhoramento nesta existéncia, E que de outra forma trans. ita também aos seus descendentes pela via hereditria, Cada homem deve percorer 0 caminho por si mesmo, ninguém ode realizar este trabalho por ele, Minha obra escrta de um modo claro © compreensivel, pode ser um balizador seguro desse eéminho, Porém, funca apegues is Letras, pois nd temos que seguir ninguém, nas pode- +8 dar um passo 2 minha freme etentar enxergaro que tanto procurel. ois cada homem tem dois mestres na terra primeiro, ele mesmo e se- undo, 0 destino, © que 0 Homem no consegue com seu préprio esforyo, com exercicios, abnegagdes, dores e softimento, se servird dos golpes do destino e das desitusdes, A vida € uma escola, nfo um parque de diversées. O homer 6 Colocaco sobrea terra, una e outra vez, para que aprenda,se desenvolva ose aperfeigoe, Pode alegrar-se pelo bein, deve também aprender sobre ‘-mal, porém jamais deve desanimar, porque nada neste mundo aconte- ce sem um fundamento; todo mal que ocorre, sucede com justiga e sem- ‘re no momento justo, Somente dependerd de nds enfventar com valores ‘odos os acontecimentos ¢ aproveitar est rico conhecimento para nosso préptio desenvolvimento, Agradego ao meu $.44..G, & oportunidade do trabalho e de ce acess0 20 caminho da Tradigao, Finalmente, todo este assunto significa elimologicamente “Tradi- $0 Kabbalsica’,designa primeiro toda revelagio diving, trasmitida pela Torah ou, essencialmente, pela lei oral, codificada mais tarde nos Talmudes, Or ter eoncedido ao meu intelecto a maneira, legar-Ihes © direito de O Autor [FHC o que tu queres hd de ser tudo da Lei” ALi do “Amor € a lei, amor sob vontade", ALi 57 Prefacio Dominar as foreas desconhecidas, as quis se sentesubjugad. tum desejo latente na alma de todo ser homano, Encontramos, em rtuais espalhados por todo o mundo, as 1: diversas formas de evocar as forgas danatureza, de fazer impor a vor de num mundo espiritaal e desconhecido, ao qual sia arbuios os | cassos e desditas que surgem na vida. ‘Ao longo da histérig, foram surgindo os feiticeicos e encantado A medida que crescia no homem a necessidade de delegar a alguém c ‘os poderes para resolverem suas prépras dficuldades, Rituais sangrentos, muitos com o sacrficio de vidas human. Dretendiam agradar ans deuses. Certos povos acreditavam controlar Natureza eas pessoas do mundo, enviandlo chuva ou soca, teovbes ¢ {ig0s, a0s incautos que nio os adorassem e a eles servissemt Em meio @ tants crengas, a cignela dos Magos se mantinha ocu © 20 alcance de poucos, daqueles que realmente desejavam, com toda ardor de sua alma, compreender as foreas que egem o mundo esprit al, € usé-las para eomandar @ ordem e fluidez dos acontecimentos 1 mundo fisico. Com o aumento do interesse gera sobre ooculto, novos pesquis dores surgiram, buscando em compéndios antigos de Magia e documes tos raos as formulas magicas radicionais que os ensinassem a acendh a limpada de seu poder e a compreender os mistérios do Grande Arcan Para, enfim, seem também mais um foco de luz dstibuir arevelaga dla vontade divina Surgira eno novos tratados sobre Magia, muitos dos quais s perderam nas dobras do tempo e, hoje, Helvécio de Resende Urban ‘Tiniar brinda-nos com esse magnifico trabalho, onde apresenta o resul {ado de anos de pesquisa em obras nio mais editadas ¢ em documento 8 desaparecidos. Os estudantes de Magia da atualidade nto precisario mais proc ‘ar em compéndis reros ¢ manuscritos fora de seu alcance o simbolis IY Manual MAGico be KapgaLa Pratica * Aur At Kean S315 ‘mo dos Rituas, o Hermetismo, a Cabala, a confecgéo dos Pantéculos e as Oragdies Magicas, pois encontraréo em Manual Mgico de Kabbala Prética plena resolugio &s suas buscas e dividas, Resta, apenas lembrar como o proprio autor enfatiza, que a Magia no € para os afoitos nem para os que pretendem com alguns desenos & ‘oragdes, resolverem seus problemas. A Magia € 0 estudo sétio das leis que regem as forgas que nos todeiam e que slo postas em ago pelo poder da Vontade, A Magia é a citncia que ative a poténcia do Verbo e, sobretudo, drige e concentra a poder do Amor, porque a Magia nfo é branca nem negra. A cor da Ma- gia esté no coragdo de quem a pratica. Colégio dos Magos Caixa Postal 90004 25621-970 = Petr6polis / RI colmagos@terra.com.br hhup:/wuw-colegiodosmagos.hpg.com.br Prefacio I No decorrer dos tempos, o homem tem procurado incessantemen- te.0 Conhecimento e, como conseqiiéncia, @ Sabedoria, A busca do Sa- ber leva a uma tomada de conscigncia, onde vai se acessando 0 verda- deiro Conhecimento, que s6 pode advir das emanages divinas, Ao longo dos anos, muito-se tem eserito sobre Magia, mas como chegar até o que realmente se pode confiar? Esse é um caminho dificil Entretanto aqueles buscadores que tiveram inspiragGes cGsmicas entra- fo, sem sombra de divida, em consonincia com Eterno, diferente- mente -dos que 0 sbordam de forma apenas intelectual. ‘A Magia 96 se coneretiza com trés elementos: 0 homem, que & unt meio para 2 sua manifestago, com 0 uso do poder da vontade: as forgas das leis metafisicas e, por titimo, o resultado final obtido. As leis ocul- tas devem ser usadas conforme a situago ea apticago, O leigo as igno- 1a.€ 0 iniciado delas se serve. muito perigoso brincar com os seus mistérios, sobretudo por curiosidade, por pesquisa ou, mesmo, para en- trar em contalo com os poderes superiores, sem um preparo adequado, Ela 6 Gnica, tanto Branca quanto Negra. 0 limiar entre elas € muito 1énue, onde a falta de experiéncia ou uma distorgdio do rea! pode levar a ‘um ou & outro camintio, Tem-se que arcar com o énus e bénus de sua aplicaga Mediante isto, como usar os conhecimentos adquiridos de manei- 1a responsivel e com ética? Somente com o desenvolvimento da Forgs Moral € que o homem exeroeré de forma ética ¢ responsdvel 0 seu live arbitio, Aquele que busca um conhecimento profundo deve estar atento a teés pontos essenciais, que so: 0 Amor, a Cincia e a Justca. Sem o Armor nada se faz, nada se realiza. Ele é uma fonte inesgotavel no cora io do homem. A Cigncia que é 0 que permite adguiris o conhecimento, O conhecimento que deve ser passado adiante, pois guardé-lo para si é ‘um erro, E, finalmente, Justiga que deve ser usada para eom todos os seres viventes. Convido voeg, leitor, a folhear estas paginas que o levarao aa encontra de uma obra flos6fies, cientiieae mistica, onde o autor con- seguiu passar muitas informagdes que so frutos dp suas pesquisas e estuds, Este nfo é um liv que deva fiear guardado, mas sim, estar sem- pre & mia e ser usado em seus estudos misticos. As possibilidades de acessar as diversas esferas do conhecimento estao sempre a disposigao ddaqueles que se embrenham na floresta do Saber. Fatima Maria Salgado de Mello Colégio Drufdico do Brasil Caixa Postal 126.031 — Agéncia Santa Rosa 24.240-970 - Niterdi -— RI ‘www.colegiodruidicodobrasil.org.b Tntrodugao ‘A Magia, em suas vérias formas, éportadora da Sabedoria do Cria- dor que se revela aquele que se dedice a conquistar a Arte Migica. Ela é ume “ausiliat” indispensével & construgéo de nosso Templo Intemo, ‘Aos que buscam a Magia, como Caminho Inicdtico, devemos lembrar que Deus nde se revela a Si Mesmo, exceto quando o Deus Interior jf se tena revelado a nés, Podemos, pois, usar a Magia como aunilio para 0 despertar de nosso Deus Interior, (SAG ou o nome que quiserem dae), ¢ teremas maiores probabilidades de realizar a Grande Obta com éxito ¢ segu- ranga, Grande parte do roteiro para o Caminho Real esti tragado neste livzo, entretanto uma busca individual se faz necesséria para uilizarmos as partes do mesmo, que devemos escolher, do imenso acervo nele con tido, que melhor se adeqiem as nossas necessidades em um dado mo- ‘mento de nossa grande viagem em diregfo & Luz Maior. Este € um livro que busca tornar a Cahala Pritica (0 que se interessam por este assunto. A Cabala, que se alicerga sobre a tradigio esotérica judaico- christie a Magia se dio as mios na Cabala Pritic, Seria interessante que o leitor compenetrado fizesse, caso necessi- te, uma revisto da Cabala Te6rica, pois isto redundard em melhor pro- veito dos temas que serio abordados. O objetivo principal da Cabala Pritica é colocar 0 buscador em ligagdo psfquica com os Planos Superiore (se alguém preferi, com os inferiores também), e com as Inteligéncias a eles vinculadas, Este objetivo pode ser atingido com determinadas cerimonias, com 0 uso de panticulos adequados, com a prética de determinadas in- vocagdes ou mesmo de evocagtes e com 0 uso de vérios outros meios {que serio amplamente mostrados na obra que irdo ler Este livro & capaz de substitu varios volumes dedicados ao tema a Cabala Praca, pois o que aqui temos é uma sintese de varios tratados dda Sabedoria Cabalistica Tradicional, oriundos de varias partes do nos- so mundo globalizado. ivel a todos A.comodidade de termos, quase toda a Cabala Prétca, em um dais ¢o-volume é algo altamente gratificante e que Vern nos tomara vida bem mais fécil, Verio que este livo abriga miéltiplos tesoutos, todos inadiando a Sabedoria Mégica em varios niveis e gradagdes, sem nenhum secta- rismo, ‘A importincia da Magia para a Nova Era esté bem explicitada, Quando em AL I, 37 vemos a exortagfo para seu uso por aqueles que buscam realizar a Vontade de seu Deus Interior ou, como diria Femando Pessoa, a realizagto da Vera Vontade, Acredito que este livo ir fecilitar 0 trabalho inicidtico para os ue buscamt © camminhe mégico, como meio de ating seus objtivos espirituais A Tradisdo Inicidtica do Ocidente esté, em grande parte, ‘ondensakla no corpo desta obra que constituie, para todos que a utiliza. rem, uma grande chave mégica, Desejo que as Rosas, dia mais elevada RealizagGo Espritua, flo tesgam nas Cruzes de todos aquels qué se dedicam, serament,& prt ca desta Sagrada Cigncia, Gi x Y TONAPA Re Indice SALDAUS, 5 Claude de Saint-Martin, 6 Advendacia, 8 Agradecimentos, 9 Apresentagéo, 10 Preficio, 13 Introdugéo, 17 PARTE I Caniruto I: Kasaata Cresta Gréstica ‘Tecnica de Magia nen : 2 As Diferenes Vins... 2 Definigio de Magia. 2 Kebbale Pra... ni : "7 A Tefludncia das Férmlas, das Trades e dos Paniclos 2 Pnigculo do Selo de Salmo... fe i 55 05 Alfabetos $4g440S saan 2 56 © Alfabeto Hebreu e suas Conelagées . 2 Alfabeto Gregor a Alfabeto de Cagtiostro Aifabeto Enochiano.. ss Alfabeto Angelica Celestial... Alfabeto Ronico Bardo. Alfabeto Rinico Pect-Wita Alfabeto Runico Futhark Alfabeto Malachim.... Alfabeto Theban nu Alfabeto dos Anjos. Alfabeto Hiecoglitica dos Egipc 61 Carérvwo I: Nuwerovocts, Simbolismo dos Nimeros Numerologia Hebraca.... Notarikén 68 nm B ae Guematra.., ae Signiticado das Letras Hebraics.. Numerologia Atval ess aa ue Nome Devers Usar de Acordo com a Numerologia ONome Mistico do M890 oman O Simbolismo dos Nirneros nos Dias Atusis Equivaléncia entre as Leras ¢ 0s Nieto... Simbolismo das Lett ss, Kabbala Chrisd 05 Abraxas. a caclas ‘Ba Caracteres Georninticas. ae 94 ‘Capituto IIL: Axcetovocay, PANTACULAR, ‘Alniciagdo (Poesia) ~ 98 5 Gonos Planets. sw 10) ‘Tabela dos Elementos..., 10L ‘Tabela dos Othios da Seman, Taba dos Noms Mgicos das Horas. Nomes Relativos 8s Esagdes do Ano 0 103 Tebela das Forgas Blementase 05 Atributs Divinos ice 1 Ds Plans com suis Hiri, o: Slo dos Respectvos Gove 105, Tibela ds Anjos Planes, Gis, Ministose Nome da Zona do Chae Selo do Anjo Corespondere 102 103 eee 10 ‘ela dos Caractere ds Assinauras Originals dos Sete Plas. 109 $i Kabbalisticns 10 abt as Tabelas de Angelologia.. ut bela dos 72 Génios ou Anjos da Kebbala... sls 09 ‘tcl da Conespondinia ds Gis confome a Data de Naimcts. 1p peadice: Os Selenta Dais Nomes de Du, 1B wha. 127 anirovo TV: Astxovoci Pantacutan DerespondEncia ASKOLOBEE oo 1B ‘ela dos Planets e suas Corespondéncias.. 14 bet das Quato Classes do Signo Zadacal 135 ‘lieagio dos Quatro THdngulos dos Elementos est 186 tadro das Conespondéncas Zodiac... ‘ nh 132 Quatro de CorespoidénciaPlaneéras com o Corpo Humano 5 138 Quadro com Vérias Correspondéneias Planets vse 139 Quatro de Conespordtncia Zodiacal eave: ements, Panos Animais, Cores, ec, oa Mo a Influéncia dos Planetas, segundo suas localizagbes nos 17 Signas de Zodiaco i a 41 Exallgdo dos Planeta e da Epoca em que se Procesam..... Mi Relagio dos Espititos ‘Olfmpicas Planetérios ¢ o§ Atributos dos dias da Semana 142 Das Inluéncias Favoriveis para Compor Panticilos ¢ Operar nos Riitos Misteriosas bet mii Da Ifiénca do Sol, Corspondente ao Domingo Da Influgncia de Lua: Cortespondente & Segunds-Feira.... ssn Da Infludncia de Marte, Comespondenie Tengu Feia sisted HS Da Influéncia de Meretirio, Correspondente & Quarta-Feira.. Da Influéneia de ‘Aipiter, Correspondente & ‘Quinta-Feica., Da Influéncia de ‘Venus, Correspondente & Serta. Feira, Da Influéncia de Saturna, Comrespondente & Sdbado AS Moradas da Lua. ‘Tabela dos Dias da Lun Tabels das 28 Lunas. Bip eaBliee o Tabela dos Dias do Ano Favoriveis e Desfavoriveis de Acordo com © Gran Grimério, ss ‘Tabela das Horas Mégics Tibela das Horas do Dia ‘Tabela das Horas da Noite, Commo Divide Horas Astotgicas ‘Nuctemeron de Apotiinio de Tiana... mt nner (tenis das Hors Mégias os Melhores Moments pa Air Calendisio das Horas MEgi$8 csnssisnsn Os Anjos-principes e os dias da semana .. = Sous posibiidades mas a ms, qualquer sj eu sign Infltaeia Detertinante 8 Lt nnssiomernsnnmnercr ‘Tabela das Comespondécias Pnetiria com as Planas Peru an Perfumes PDE nics Misturas Zodiacais.. Mists Planeta Misturas Elementares 05 Gios PlanetH08 wn ‘Metais e Espirito Elements, Corespor ‘As Estagtes do Ano... 22, MaNuaL Micico De KaspaLa Prénica * Au A'L Kuay $315 ‘Tabelas do Inicio das Estagdes (Hemistéio Astral) Ino das Estagdes do Ano, 1 166 166 v= 168 169 Apéndice OF Tat nn A z 169 ‘Tabela dos Atributos Blementas os Pantie senso 170 OTastwa da Tera nnn m OTatewa do Ar m O Tattwa da Agua.. m O Tata da FOg0 sn v2 0 Tata do Espirit... 172 Uso dos Tatwas. rsiunccanS 173 ‘Tabels de Comespoidénicia dos BlemeM0Ssewuininmmanianannainnnn,, WE PARTE Cariruto I: Os Rervars avocages. Evocagtes ¢ Conjuros~ Os Principio do Ritual. ow 182 A Ae dos Salmo, Dentro dx Mégies Copa a. 185, ‘Tecnica de Uso dos Salas. 185, (Chaves Numérices dos Salmos 3 187 Tablas ds Corespondéacas das Nimeros Arabese Copas com os Valores Numéticos das Letas 188, EEstabelecimentos dos Quadrados Numéicos 190) - 193 Opeagies Migieas Sobre as Grades Numerias SAM 2 nin Salmo 48 Salmo 91 ... Salmo 103 Salmo 104 Salmo 114 Salmo 133 tual de Invocagiio Ani da Guards Drago do Inicio. 2enagrama — Posi wu itual Menor do Pentagrania (RMDP). ier O Manus Et Sapte. &tuel Macedo Penagrama “eyo Conta o Ataque Pig. fsoice 23 Hetagrama (Poesia). 230 Ritual Menor do Hexagrana.. aI INRTe seus Mistérios = ms 235 Ritual Maio do Hexageama... 236 Ritual de Hexagrama Unicursal... Ml Gestos € Sinais.... 243 (Simla Saude (n) 28 © Sinal do Siléncio (Harpécrates) wB Sina da Terra (Zelatr . 24g Q Sina do Ar (Then) ' wins 144 © Sina do Fogo (Pilosophs) SiS eee BAS Sinal da Agua (Practious). M3 O Sina io orl nan oF WE eee Bienen 8 OsSinais de LVX, ns iominsninanns seni 246 Cartryto Il: OreRagio Uriel. SeRaruiat Conjuragio a Ure Miche! e Conjurato de Domingo. ‘A Forma dos Espitos de Domg0 senses Gabriel ¢ Conjuragéo de Segunda Feira... ‘A Forma dos Esptitos de Segunda Feira Samael e Conjuragio de TergaFeita un. A Forma dos Esprits de Terga-Feira Raphael ¢ Conjuragdo de Quarta-eia. ‘A Forma dos Espttos de Quara-Fira. Sachiel e Conjuragio de Quinta Fir. ‘A Fomia dos Espirtos de Quinta-Feita Annel¢ Coajurac de SextaFeta ‘A Fora dos Espttos de Sexta-Fira Cassel e Conjuragdo de Sabado ‘A Forma dos Espitts de Stbado Caniruto Ills Ixvocagio aos Espinrros nos Quatko Enewexros 0s Elements 264 266 vn 261 Salamandas ee ENTS NARCULOS IMLAGICOS Prinira Formal para o Estabelesimento de Circulos Magan. Segunda Férmula para oEstbelecimeno de Circulos Magicos Disposivo do Circulo Migico para Grandes Operages Disposiivo do Ciculo Mésico para Operacdes Comuns Uma Férmvla Simpes, 269 270 ~m m m3 sins 994 Dos Paramenios da Arte Magies¢ Exorcism ODN scaring 74 Exorelsmo do Gio . oe Oras sii Exorcismo de Varios Objeos e Acessros Velbon Exorcsmo do Fogo Sal Lasrat : Exorcism do $a sn Agu9 Lstl nc Exoresmo da Agua. 25 276 276 78 218 m8 su OR vy TB PARTE IE Carino I: A Ante D\ Macu Paytacttan 0 Pantécu.... vs 283 0 Que € Um Pantétl0 nn, 23 Magia Pantaculr + 287 bjeto, Objetivo e Agro. 289 4 Aura das Forgas Pantaculares... otencialiagio das Borda dos Pantéeulos omo Invocar as 72 Nomes Sagraos.... 290 22 sis OB Cantruto Hh Os Paxracuias 'ntéculos de Hector Mellin antéculos Kabbalisticos. antéeulo Davi & Salomo 1 295 Pantécalo Sol Mett09 ae Pantdculo Marinsta 2 Meditagées sabre o Panticulo Maninists..., 307 a 311 rt, BU Tnvocaao de Reconcile - Louis Claude de Saint Mania . us Panticulos Planet ou si 319 0 Primeiro Pantéculo do $0 ss ninn 300 © Quarto Pantécuto do Sol. i 320 0 Primeito Pantioulo da ua Ri © Quarto Panic dB La en 31 0 Primeito Pantéculo de Mate iis 3B © Quarto Pentealo de Mate ann 3m O Tetosio Pantdeulo de Merci... 33 © Quarto Pantiulo de Mets... pa 33 © Quarto Panéculo de pit ssninsnnnsnnrn 34 O Sexto Panic de iit eo piiees + aid (0 Segundo Pantécato de Venus. 35 © Quaro Pendculo de VEnus 325 O Segundo Paniculo de Satu 326 0-Quinto Pantéculo de Sutumo . an Panéeuto de Venus (Scheva) 328 Sela Misteriaso do Sot —(Pantéculo do So)... 329 Pantéculos Pata Diversos Fins 3it Pantécut de Poteg0 oun vows 331 Tebragremmaton nn vow 336 Baphomet al Pantdeuas Ri ae ve HS Pantésulo Celta (Dru idioo) a. in 345 $el0$ RENO nn a 346 Capitcvo Ill: Os Qtaneabos Micrcos Kameas de Saturn, 350 Kameas de lipiter, 351 Kamas de Ma 452 Kareas do Sol. 1 353 Kameas de Vins 354 Kameas de Merciio . 355 Knbeas da Lua. 356 Kameas da Terra 337 Aplicaglo Prtca das Karceas(Sigio Rosa Cruz-Hermética., 359 361 Carfruto IV: Rrtuat ne Consiceagio Roteiro... win 365, Desenvolvimento oe 1 365 Como Deseanegar Um Partito. 369 uta Férmulss de Consagragao.. m1 Invocaglo& Michaelson Tonsagracdo do Panticuto (Robert Anibeait), Sonsagragio do Panticulo (Histor Mell)... a1 » 38 314 ARTE IV Deulismo Utilitério “AvfTULO T: Do INcENs0,o4s Paws, pas Rocaas, Peowas Paeciosas pas ores "06 IMCS ons . 382 ts Frrulas Especii 382 \wacagio do Incenso xowismo do Incenso oe lncenso no Culto do Amigo Testament 383 38 i" 3H ‘bela das Carrespondéncias Planettas.. 386 seumes Planetirios 387 istras Zoints 387 isturas Planer 387 fstras Blemenares. 387 85 Mig ped es 388 Infutncia da Lua e demais Planetas nos Trabathos Migicos 00 Magia das Eres i 401 hos Rituals “ oe 402 plod Banos Ritual C05 ssn vs $02 tho Vitelizante 402, sho do Amor ea 403, tho de LimpezaPsigusa o ww 408 sho de harmonizagio.... erg ae Banho pare 0 Desenvolvimento PSIQUIC0 ermine Banho para Prosperidade 03 405 Rochas ¢ Suas Inflvncias '. — Influtncia Radidnica peas Cores Seus Segredos... ait Classticagio das Cores Seg, Hector Mellin... 4B Simbolismo e Ago das Cote nn vo 413 Caviroto Ti Vawpiisio # ovreas Perrurasgoes ASTRAIS ‘Vampitiseno ~ Generalidades wie 416 Comentitio; Do Fantstico & Realidade sie 17 Vampirismo fnconscieme.. 6 ssn 419 Vampirismo Consciemte FIS0 nu eer "| Vampirisrno Consiente Hipetisico Lene ABS Expieagio de Centos Casos pelo Vampira nnnsnn rave 426 Envotamento SEAS ate m» 428 Fncubos © StCUb0S oe ' 430 Capirovo II: A Mepicixa Herwérica (Cura de Obsessdes ‘Tees Conta Fltgo aa. . Gener i8942§ sas © Choque de Retorn Cantruto IV: Rantestesta, Rapiowica & Avguewa Histéria da Radiestesia, ses 443 Radia a sai 453 ‘Apacelho Neutralizador ¢ Repusor de Ondas Nocivas wens 457 Aparelho Teleradiador, sv 460 Aqui 462 Da Liga dos Meas 462 0 que éo Blectrum : ron M62 Preparagéo- do Elect nan w» 465 Conctusio ps 467 Bibliografia, 469 {ndiceBibtogetin dae Hustrages, 473 fice Remissivo, 475, Notas sobre 0 Autor, 479 Manual Magico de Kabbala Pritica PARTE I CAPITULO L KABBALA CHRISTA GNOSTICA “Oucam-me! Ok grandes Sentiores cla Liberdade! = Concedamvme o conhecimento das sanasescrituras ea dis- perso da noite que me rodei, uma percepgto elevadae venta- aera, para que chegue a conhecer verdadeiramente ao D-us Facorruptvel ¢ a0 homer gue sot." Ali A1KIan Técnica DE Macia “0s Dominios do mistro prometem as tnais bolas experitnias.” Einstein Antes de entrar dietamenteno tema das téenioas esp rituais da kabbala, precisamos esclarecer sua esséncia € mecanismo e usaremos como ferramenta a flosofia, ois € por meio deste eaminho que daremos alicerce Para operar dentro da are magica, com seguranca, Comegaremos explicando a precisio da palavra ‘enica”, outorgacla pela tradigéo sagrada, dado que no mundo de hoje, merece um renomear modemo, adaptado 80 nosso século, pois que usualmente esta Dalavresté sendo utlizada numa configurado pragmitica e materialis- 42, No sentido originale verdadero, nos referimos aquees que a nome aram & semintica de sua lingua. Com efeito, Teen significa lteralmente Aste em grego, Esta palavra nio designava, na antigiiidade, © mesmo Sentido dé hoje, uma atividade eséicn, especializada ou bem elitist, sem qualquer ado humana, realizda segundo os grandes ttuais, Seu sentido genérico €sagrado, tanto quanto possa se aidéia de rto sacr- ficio com os quais ela se identifica. Nao existe nas clturas tradicionais nenhuma atividade ou fungdo independente do sagrado, como nao exis. {e lampouco no pensamento antigo uma separactio entre a arte e a cién- cia, Desde as ocupagdes dotnésticas até a ciénciasacerdota, passando or diferentes profissbes artesanais e de armas (militares), sa0 formas e tito exercidas segundo as diferentes vocagdes humanas, E toda Seupasio particular se articula na ocupaggo geral dessa mesma culta, gue €-a de manter viva ¢ intacta @ mentéria do Etemo. A unilade da Sania Alianga, recriando erm todos os diferentes Ambitos da vida do or- BAnisto social, sendo a pr6pria cultura em peso um rito permanente. sto também no sentido mais original do sacrfcio, palavra latina com Posta de Sacrum facere, fazer sagrado, atividade ritual, Para entender melhor tudo isso, ¢ para definir 0 verdadeito carter das Técnicas Espirituais, teriamos que analisar primeiro o sentido mais profundo do rito, que poderfamos definic como 0 préprio simbolo em ‘movimento, uma idéiasagrada em 2e%o, Todo simbolo a evocaséo ou plasmagio de uma idéia-forga, a manifestagao sensivel de um principio arquétipo, que 0 préprio poder do rito atualza, fazendo-se presente na conscineia e despertando outros modos superiors de compreensio dele mesmo, ou seja, num ritual a mente priméria € o intermedia do sactificio, porém é 0 subconseiente 0 condutore finalmente o inconsci- ente o realizador, despertando nessa cade de sucessores comandante, © modo superior de compreensto defe mesmo, Rito e simbolo partic. am por igual do sagrado e somente se diferenciam telativamente, como o.ardo vento, Sendo uma operagio ritual, toda agdo efetuada, conforme a idéia do simbolo, € basicamente contemplativa e recria uma situagio Primogénita, um tempo ¢ um espago sagrados, um all tempore no que foram nomeadas todas as coisas e tragados, todos 0s destinos em sua ‘ougania original, em sua permanente atualidade-arquétipo. E de outro Ponto de vista, € nesse espago-temipo virginal em que repousa 2 cons- i€ncia interna, uma vez identificada com o espititual, Nio devemos confundir o rito com a ceriménia e menos ainda com tum cerimonial formal, mecéinico ou solene, pois ele reméte & realidade mais intema e essencial do gesto, assim como a atitude (palavra que procede de ago), inseparivel da intengao do coragao, ou seja, da verda- deira vontade. A funcdo iluminativa do sfmbolo também depende do suport ritual, do rito, que prolonga suas inluéncias espirituais a todos os Ambitos da vida, ordenando-a conforme as leis universais, quero dizer: Sagradas, Todo conhecimento simbélico tem uma equivaléncia direta com 0 estado de espirito, com um modo de compreensio e de um set superior, que 0 poder do rito aproxima e faz presente, Do mesmo modo, todas as equivaléncias simbélicas entre realidade espititual e 0 cosmo humano, conformam em sintese uma citncia sagrada muito precisa, a igncia dos ritmos". Identifica a dos ciclos e dos ritos, em que se basei- ‘am todas as possiveis aplicagées secundérias a que dé lugar em ordens diferentes, como pode advertise na numerologia,na musica, na danga, ha astrologia ou na medicina, etc. A possibilidade da exist€ncia univer- sal se dé através de indefinidos modos dela mesma, como seu conheci- ‘mento, porém sua coeréncia real depend de sua pespria organicidade, da unidade indivisivel que necessariamente hi de conformar para poder ser 6 tal, mais adiante de seus mailtiplos aspectos e de sua inexorével suces- sio. Além do mais, tio poueo poderia conceber nenhuma existéneiapar- ticular separada de seu princfpio universal e permanente, ou sem menhu- ma multipicidade de possibilidades sem ordem ou unidade, A. visio simbélica do mundo permanece pelo rito de sua meméria, que converte .caos em cosmo, ¢ amorfo ¢ insignficante em algo belo e sigificativo, Para homern tradicional, esté claro que a atividade mais elevada importante € a interior, isto &, a contemplagaa ¢ a meditagao dessa ‘mesma unidade onipresente em todas as coisas e expressa por toda sim bélica sagrada, como manifestagio da atividade eriadora do Eterno, como uma participagio consciente na permanente atuagio de D-us, 0 ‘inico e verdadero criador,o tnico Artista, Daf que toda arte é sagrada, insepardvel do Eterno, Por outro lado é também insepardvel dos métodos de ascese espritual, em toda tradigdo seja andnimo ou de muitos perso- nagens histricos,sibios, mestres e artistas que tenham por sua vez um sentido mitoo simbstico, Naarte ena cigncia humana sacralizadas pelo Tito, imitam sempre conscientemente a atividade divina, a atividade eri- ativa eordenadora do espirito,cujo simbolo, espelho ou tela, éarealidade c6smica itera, lugar de onde se refletem simultinea e sucessivamente, Por sua vez, 0$ atributos, nomes ou atividades principais do Ser Etemo, {idntico& Unidade), sintetizados na kabbala nas dez sephiroth da Arvore da Vida. Qs aributos do Um sem segundo, citando o Sepher Yerirah (0 “Livro da Formagao”, ou o Livro da Criagio), so dez e no nove, dez endo onze”, conformando no cémputo ordinério a década numérica na- tural, O homem mesmo & uma imagem viva desse modelo sintetizado no microcosmo, Daf que 6 0 tnico depositrio na terra do conhecimento integral, por sua qualidace régia e sua linguagem divina, o que lhe outor- 20 poder de nomear, ou seja, 0 de recriar ou dar realidade as coisas. A idéia de contar encerra um duplo sentido muito importante na kabbala, a medigdo aritmética de uma quantidade poy um ntimero,e ofato de referir com palavras um acontecimento au ume idéia, Em ambos 0s casos se trata decolocar um nome, medida definigio nas coisas, de nomeé-las ou revell-las,econhecé-tas. E 0 nome revela 0 nomeado, © todo que pode- mos conhecer do nomeado, Conhecidos ¢ invocados ritualisticamente nos diferentes nomes energias dessa ordem suprema, & que seus influxos ordenadores podem introduzir-se no mundo humano, renovando etransfigurando, permanen- temente a sua imagem. E sabemos que a palavra Cosmos significa em arego ordem, adomo, Do mesmo modo, para toda asceséiniplica sempre uma elevagio do Ser dentro das realidades superiores. As ciéncias sagra- das tém também por missio prolongar as influéncias superiores 20 mun 4o terestre, conformando em suas diferentes especificaybes operativas, um conjunto de técnicas que tem por base comum 0 conhecimento dos ritmos universuis, expressados na década sephisStica da kabbala, Todo conjunto dessas técnicas, sempre secundério com respeito ao objeto da cigncia espiritual, nunca conforma, separadamente do conhecimento sa- grado, nem supoe, em nenhum caso, uma espécie: de sistematizagao do mesmo, sem que sua fuincionabilidade simbdlica Ihe permita adapiar-se asmecessidades do momento ea cada situapio, assim coma nas diferentes naturezas humanas que o praticam. Neste sentido, uma mesma cigncia sagrada pode expressar-se através de indefinidas téenicas e manciras, assim como encontrar aplicagées miltiplas, E importante realsar isso, posto que essas mesmas aplicagdes ou técnicas ficam reduzidas uma ordem que nio éa sua, Dessa manera, jd ndo s2o algo completo, nem sua pritica pode garantir 05 efeitos desejados. E proverbial a tendéncia contemplativa dos orientais, como tam- bém é 2 competéncia dos ocidentais modemos, Porém, do Ocidente te- os que recordar que niio era este 0 caso do homem anterior ao Renascimento, que em tudo que fazia incluia a guerra, primava pela evocagdo do sagrado, a contemplagao do espirito e do mundo divino. E a partir do Renascimento, do Humanismo e do Racionalismo, que imagem do mundo se troca profundamente para o-homem ocidental. que se “humaniza” no conceito de Deus, ¢ automaticamente se materia- liza no mundo, no que mais ¢ mais se identifica com a realicade senso- Tia, com as aparéacias, atitude que chega até mesmo a negagio de todo prinefpio superior ao material. Confundida com quietismo estéril © abilico, com a complacéneia do “dolce far niente”, a contemplagao de- saparecerd do horizonte das possibilidades comuns do homem, ser contemplativo por exceléncia, assim interpretaré a ag20 como um ele~ mento de realizaglo e progresso, como se a ago e a atividade externa pudessem suprimir a ighorincia intema que somente sua consciéncia, levaria a uma grande dispersio. Esta tendéncia, digamos, eikun, (“kirmiea"), dentro: da agio do homem ocidental, que se acentua pro- eee ee © tim da Idade Media até hoje, pré figura as carac- teristieas principals de sua posterior cultura, a modemidade, catacteri- ada por seu febril ativismo, por sua etema pressa, por sua frenética obsessfo de quantificar wo e de produzirartefatos seriados para fins ¢xclusivamente consumistas, Propriamente, a cultura moderna nio tem felto nada por si mesma sem desenvolver de antgasciéncas sagradas, nite muitos exemplos, a numerologia, a metalurgia ou a alquimia, de- formadas por sua visG0 profana, Em sua, ndo tem por exemplo um expansionismo material que nio seja por pensamento cego ao espitio, seduzido e ensimesmado por uma tecnologia sem prinetpios éticos, Morais ¢ espirituais, que em troca de ambiguos favores dest com vo. racidade o solo, A alma do homem jamais sobreviverd a uma degrada #20 no meio natural, que deveria conservar para seus sucessores, Tam- bam este pensamento tem provido o cuto'a uma arte superficial e vazia, Patologicamente personalista e alheia a toda cigncia e a toda significa- ‘0 superior, o que pretende justificar unicamente pelo elemento estéti+ £0, t20 relativo como seus resultados, Est toca radical de pensamento sagrado por profano, espriual Pot material, qualtativo e quanttaivo, vem se operanda por diferentes fases até nossos dias, impondo-se progressivamente modelos ¢ esque- has mais desstcralizados, ou seja: profanos e materialistas, ‘Do mesmo modo, 2 nosio de sabedoria ¢ conhecimento se fundizam com a pure informagio € 0 saber memorizado, erudito ou especializado. Por exten Si, também se confundiram as tcnicas e ritos. espirituais com os siste- ‘mas pragméticos, para conseguir certos poderes mentais, ou uma boa higiene psicologica, alimentcia e corporal. Na leituradireta do simbolo que ficou esquecido, porém, apesar de tudo, este permanece intacto ¢ sempre latente, como 0 fogo na pedemeira, na espera de ser reviviflcado pela conscigncia. Por outro lado, a realizacdo espirtual do ser humano, que é 0 ob- jetivo undnime de todas as tenicasesotricas, ativasecontemplativas a Sua. vez, no &, como diriamos, somente um rto, a imagem simbdlica de lum gesto-protétipo, pelo qual o ser se reconhece a si mesmo, por si mesmo € em si mesmo, toda vez que se libera das condicionamentos ¢ limitagdes inerentes 0 estado individual, relativa e transitério, de suas Iéscaras existenciais, de sua ignordncia e de suas formas e fantasmas Ientals. No retormo & origem, a unidade, a patria celeste de que todas as tradgdes nos relatam: as lends, os mits de todos os tempos, da pata da qual estamos exilados pela “queda” original. Mas recalquemos 0 Ponto de vista tradicional desta realizacto, ou seja: 0 inictico, Assim como o fator que permite a possibilidade do desenvolvimento espittul, invertido com respeito & imagem que hoje temos do homem deste undo. Essa dignidade divina imanente no ser humano que ele mesmo deve descobrir, pois sua evolucdo verticalizada 6 pessoal, intransfertvel ¢ solitdria, jamais poderd recuperar tanto individuo ou animal, nem {ampouco guiando-se pela razdo mental, pois a reflexdo e a andlise sio Unicamente despertadas nas faculdades adocmecidas ou latentes, Nos referimos a inteligéncia do coragao, aquela que conhece diretamente em si mesa o ser e seus prinefpios imediatos, muito mais além da razdo e da dialtica, Esta faculdade ¢ espiritual e néo de ordem psicomental,e Por este meio o homem poder identificar-se e conhecerse no somente ta tolalidade de possibilidades que confere seu estado humano, como lambém eminentemente com o Etemo, A humanidade do homem da qual entendemos como sendo 0 microcosm ou totalidade sintética do uuniverso, Pode realizé-la, e deixar de conceber-se definitivamente como ser individual, paniculare fechado sobre si mesmo, pois fomos criados “A imagem e semelhaneal' do Todo e dos deuses (Elohi, segundo: a Kabbala e a tradigéio. O homem pode e deve, portanto, encontrar a raz de sua existéncia e sua ndo-existéncia em si mesmo, assim como a tota- lidade de seu Ser dentro e no fora de si Essa totalizagio de possibilidades superioces, na realicade proprie amente delas, por uma universalizagio da consciéncia, é indispensdvel uma unificago com a Unidade, de que somente itusoriamente estamos separaios. Ela é 0 Yod luminoso no coragdo, a decade interna, o “deus em nés Christo” (Einmanuel), que aparece uma vez despojada a alma e a conscineia de todas as cascas, véus, ow Qliphoth, que na kabbala exemplificam todo o conjunto de nossas limitagdes e reservas mentals, nossa ignordncia radical, as wendéncias inferioes, os prejuizos, 0s vii. Os, manias e paixdes, etc. Em suma os resfduos psfguicos que temos acumulado através de longas gerardes no mundo humano em seu dever Gfelico, pois ndio esquecamos que do mesmo modo que a sabedoria dei- xa heranga, também a deixa a ignotancia, Resumindo, o mais importante na ago & 0 conteido simbélico significaivo dela mesma, e nao a forma exterior e seu teenicismo que i ia normalmente a ocultam e disfargam, Haveremas de compreender tam- bbém que ampliara consciéncia de outros mundos, estados e realidades implica antes romper estrutuas fixas,rebaixar convengdes e aparéncia, fixagdes profanas que impem ao mundo e & realidade todo tipo de fal 50s conceits, fazendo-os insignificantes e vulgare, algo até monstruo- 0, Portanto, sabendo que 0 maior condicionamento é a propria mente psicol6gica e sua constant disperséo, Nao esquegamtos gue a primelra ado a ter principalmente em conta € a intema, a contemplaglo, a aten- «fo espiritual que supdem o exercicio da concenttagdo, de concentra situar-se no centeo, Para esse fim, qualquer ago exterior & de Fato sem. pre valid, e quando nao negue nem se oponha ao seu objetivo principal, ue 6, repetimos, a contemplagio de uma idéla, a atualizagio do espftto sua consciéacia, Na realidade, o Conhecimento, que é 0 miais oposto 4a ignorincia profana, nunca poderia obter-se através de efetuar uma série de operagGes; a tnica agdo possivel, a este respeito, é fomentar uma predisposigao especial, certa “atitude” global e sintética no ser; rmergulhar na alme do mundo. ‘Quando dizemos que o ser humano nfo pode aceder aessasidéias, 4 essas realidades amparando-se em sua mera individualidade, e sim a partir de sua consciéncia de “totalidade", concluimos com isso que o universal, que sem divida é 0 mais amplo, ndo pode limitarse ou com preender-se pelo particular, nem o absoluto pelo relativo, nem o Eu pelo eg0, nem o grande pelo pequeno, Temos que romiper 0s mutos, as cas- cas, temas que ampliaro espago de conscignci, temos que fazer liga, unificando no empenho da vontade com a verdadeirainteligéncia, Pois bem, 6 cetto que no existe maior inimigo que n6s mesmos, nem juiz ‘mais rigoroso que nossa prdpria conscincia, quando a tems. Toda li ritagdo € uma forma de ignorincia,e o dualismo & originado de toda limitayo; dat que para realizara unidade dos opostos as contradigées, primeiro temos que reconhecer a nossa prépria ignordncia. Reconhecet 0s limites implica que somente nds. conseguitemos transcende-los, abrindo-nos & possibilidade do Conhecimento, que é uno coma Verdade ‘ou Realidade Suprema ¢ilimitada, Nao vamos repetir Sécrates, um dos Brandes sébios do Ocidente, que dizia que todo seu saber se limitava a um saber eserupuloso, que nio sabia nada, 0 que & igual a dizer que a Sabedoria de D-us ndo é a sabedoria humana, PARTE L + Cartruto I+ Kannata Cinta Gwésnca 39 AS DIFERENTES VIAS O principal objetivo da kabbala ji foi restrto a0 povo judew ou a0 hermético-christao, depositirio do conhecimento sagrado, isto é, a unio definitiva da alma do homem com D-us, ilusoriamente separada Dele pelo fato da “queda” ou “exilio”, que nfo s6 mencionam Antigo e Novo Testamento, como também todas as diferentes tadigdes que se deram a0 longo da histéra sagrada do mundo e da humanidade, O co- nhecimento dos simbolos, ritos e mitos € 0 Gnico suport humano do conhecimento divino e espirtual, somente expressével ou comunicével através deles, como bem o indica a etimotogia da pelavra mito, algo secteto, mudo ¢ inefével. Sio os elementos indispensdveis, que a tradi- g%o proporciona ao homem, do conhecimento por exceléncia, Também sio, de outra maneira, a Lei ou Norma universal (6 Dharma no hindufsmo e no budismo), cuja manutengdo nos garantia a salvagio, ou seja, a permanente coesio com o divino, dentro da insabilidade radical

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