Preparação da Implementação do novo Programa de Português

Tendo em conta a noção de

competência presente no CNEB e
reiterada no novo programa de
Português, reflicta sobre as suas
práticas e sobre eventuais mudanças e
descreva uma actividade, a realizar
com os alunos, em que identifique
previamente: o público-alvo; a(s)
competência(s) a desenvolver; o(s)
descritor(es) de desempenho; o(s)
conteúdos abordados.
Trabalho escrito individual (reformulado)

Margarida Correia
17-06-2010

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Reflexão

A noção de competência, integrada nos programas do ensino secundário

homologados em 2001 (10º ano) e 2002 (11º e 12º anos), veio trazer ao ensino (entenda-
se, ao processo de ensino-aprendizagem) uma mudança de paradigma, pois que até então
o enfoque era feito na aquisição de conhecimentos, cuja aprendizagem se testava tendo,
sobretudo, por base a memorização e reprodução dos conceitos veiculados pelo professor
ao aluno. As mudanças, no capítulo “sagrado” da educação, causam primeiramente uma
“desorientação” e só depois uma consequente absorção ou entendimento e, finalmente,
uma apropriação (consentida ou não). Ora, pelo que fica exposto, se constata que a
mudança é lenta e são progressivos os processos da sua implementação, razão pela qual
julgo ser premente a sistematização e descodificação clara da noção de competência no
Currículo Nacional para o Ensino Básico.

Numa existência quotidiana que tende para a acção (mais do que para a reflexão),
aplicar a noção de competência como substrato do processo de ensino-aprendizagem é
uma mais-valia quer para a estimulação do aluno quer para a sua preparação com vista
aos desempenhos futuros (próximos ou distantes). Colocar a ênfase no processo de
construção do conhecimento, desafiando o aluno a desejar obter conhecimento para
executar uma qualquer (mas não aleatória) tarefa, é valorizar a sua natural curiosidade e
explorá-la com vista à interacção saber-fazer, de que resultará a construção da
competência.

Assim, torna-se evidente que as práticas lectivas, se ainda o não eram ou o eram
mas de forma incipiente, tenderão para uma relação que coloca o aluno no centro do
processo, criando condições que provoquem o desejo de aprender, para ser capaz de
fazer.

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Descrição da actividade

Identificação do público-alvo
Considerando que a Escola Secundária de Amora com 3º ciclo se constitui, para mim, como
contexto para a aplicação do novo Programa de Português, seleccionei o primeiro ano do
terceiro ciclo (7º ano) como alvo para a aplicação de uma actividade de leitura, que a
seguir se descreve.

Estruturação e recursos
Esta é uma actividade de leitura, a realizar em sala de aula. Consiste na consulta de
material escrito com o objectivo de localizar informação e de transformá-la em
conhecimento.

A actividade estrutura-se em três momentos:

 Pré-leitura
 Leitura
 Pós Leitura

Recursos:
 Cartaz
http://www.prociv.pt/InformacaoPublica/RecInformativosPedagogicos/Document
s/Cartaz_70x100_Criancas.pdf

 Folheto
http://www.prociv.pt/clube/panfletos_kids/sismos_crian_preparado.pdf

Competências
A actividade proposta organiza-se em torno da competência específica da leitura, focada
na capacidade para apreender e reconstruir o significado de um texto em função da
relevância e hierarquização das unidades informativas deste. O desenvolvimento da
competência da leitura (texto linguístico e imagem) tem em vista a construção do
conhecimento.

Esta competência específica enforma as seguintes competências gerais: a competência de

aprendizagem, entendida como capacidade para apreender o saber, e as competências
linguístico-comunicativas, que permitem ao indivíduo agir, utilizando instrumentos
linguísticos, para efeitos de relacionamento com os outros e com o mundo.

Optei por circunscrever a actividade a uma só competência, embora, no momento da pós-

leitura, se estenda a uma outra (a da expressão oral).

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Descritor(es) de desempenho seleccionados

• Definir uma intenção, seguir uma orientação e seleccionar um percurso de
leitura adequado
• Utilizar, de modo autónomo, a leitura para localizar, seleccionar, avaliar e
organizar a informação
• Identificar recursos linguísticos utilizados
• Interpretar textos com diferentes graus de complexidade, articulando os
sentidos coma sua finalidade, os contextos e a intenção do autor:
 identificar elementos de persuasão
 explicitar o sentido global do texto
• Identificar e caracterizar as diferentes tipologias e géneros textuais
• Interpretar processos e efeitos de construção de significado em textos
multimodais.

Conteúdos
• Texto não-literário
• Tipologia textual (texto instrucional)
• (Referencial de textos: regulamentos; normas)
• Significação lexical
• Contexto

ACTIVIDADE
Pré-leitura

Apresentação ao grupo-turma de um cartaz (projecção em suporte digital ou afixação em

suporte de papel) com a seguinte orientação de leitura:

O cartaz que vais ver é da responsabilidade da

Sabes o que é a protecção civil?

A protecção civil é a actividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e
Autarquias Locais, pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas, com a
finalidade de prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave ou
catástrofe, de atenuar os seus efeitos, proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo
quando aquelas situações ocorram.

1. Observa com atenção o cartaz e identifica, nele, três situações de acidente grave ou
catástrofe.

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2. Relaciona a finalidade da protecção civil com sentido da palavra “regra”, presente

no cartaz.
3. O que podes, então, concluir acerca do objectivo deste cartaz?

Leitura
Distribuição a cada aluno de um folheto (convenientemente dobrado) com orientação de
leitura:

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O folheto que te foi entregue é, tal como o cartaz anterior, da responsabilidade da

protecção civil.
1. Observa-o sem o desdobrares e comprova a afirmação feita a partir da
identificação do logótipo presente em ambos os documentos.

2. Que outros aspectos (linguagem e imagem) te permitem confirmar que este folheto
foi produzido pela mesma organização que o cartaz?

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3. Abre o folheto e lê com atenção o texto para poderes completar as frases abaixo.
a. Apesar da maioria não ser sentida pelas pessoas, os sismos…
b. Se estiveres em casa durante um sismo, deves abrigar-te debaixo de uma
mesa para…
c. Se estiveres no centro comercial, durante um sismo, não deves correr para a
saída, porque…
d. Assim que o sismo terminar, para evitar fugas de água ou gás, deves…
e. Quando terminar o primeiro abalo sísmico deves ficar atento à queda de
objectos, porque…

4. Detém agora a tua atenção na página com fundo amarelo.

a. Que objectos estão representados na primeira imagem?
b. Na segunda imagem, para que servem as setas desenhadas?

5. Observa de novo o folheto para responderes às próximas questões. Justifica todas

as tuas respostas com referências ao texto.
a. Como classificas o texto do folheto (literário/não literário)?
b. A que tipologia textual pertence este texto?
c. Quem é o destinatário deste panfleto?
d. De que se pretende persuadir o destinatário?
e. Quais os elementos utilizados para a persuasão?
f. Explicita o sentido global do texto.

Através deste panfleto…

… aprendeste
 O que é um sismo (no que consiste e o que pode provocar).
 Alguns perigos que podem decorrer de um sismo.
 Algumas formas de evitar esses perigos.

… verificaste
 A importância da linguagem (verbal e icónica) como meio de
comunicação: informação e prevenção.

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Pós-Leitura
Sob orientação do professor e partindo dos conhecimentos adquiridos durante a
actividade, os alunos apresentam, oralmente, uma reflexão sobre a importância da
protecção civil e a utilidade dos meios que coloca ao dispor dos cidadãos.

De seguida, apoiando-se da informação disponível no cartaz visionado na etapa da pré-

leitura, os alunos preparam, em grupo, um folheto sobre incêndios em casa, dirigido ao
público adulto. Este folheto, que conterá texto e imagem, deve ser planeado trabalhado
ao nível da mensagem e da linguagem.

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