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Getúlio Vargas retornou à presidência em 1951 e implementou políticas de intervenção estatal na economia, mas seu segundo mandato foi marcado por crescente instabilidade política devido aos movimentos populares. Após um atentado fracassado contra um jornalista opositor, Vargas foi pressionado a renunciar e acabou se suicidando em 1954, encerrando sua era no poder.
Descrizione originale:
Governo Vargas (1951-1954) Suicídio de Getúlio Pôs Fim à Era Vargas
Titolo originale
Governo Vargas (1951-1954) Suicídio de Getúlio Pôs Fim à Era Vargas
Getúlio Vargas retornou à presidência em 1951 e implementou políticas de intervenção estatal na economia, mas seu segundo mandato foi marcado por crescente instabilidade política devido aos movimentos populares. Após um atentado fracassado contra um jornalista opositor, Vargas foi pressionado a renunciar e acabou se suicidando em 1954, encerrando sua era no poder.
Getúlio Vargas retornou à presidência em 1951 e implementou políticas de intervenção estatal na economia, mas seu segundo mandato foi marcado por crescente instabilidade política devido aos movimentos populares. Após um atentado fracassado contra um jornalista opositor, Vargas foi pressionado a renunciar e acabou se suicidando em 1954, encerrando sua era no poder.
Em 1951, Getlio Vargas retornou a presidncia da Repblica, dessa vez por meio do voto popular. Vargas se candidatou pelo PTB e recebeu apoio do Partido Social Progressista (PSP), vencendo o pleito de 1950 com 48,7% dos votos. O segundo mandato presidencial de Getlio Vargas foi marcado por importantes iniciativas nas reas social e econmica. Na fase final do seu governo, porm, as presses de grupos oposicionistas civis e militares desencadearam uma aguda crise poltica que levou Vargas a interromper seu mandato com um ato que atentou contra sua prpria vida: o suicdio. Nacionalismo e intervencionismo Sem dvida, um dos maiores legados do varguismo foi a implementao de um projeto desenvolvimentista baseado na forte presena do Estado em reas consideradas cruciais para o desenvolvimento do pas. Atuando como regulador ou empreendedor de certas atividades econmicas, a interveno estatal tinha por objetivo estimular a industrializao e modernizao do pas. Este tipo de poltica desenvolvimentista comeou a ser posta em prtica na dcada de 1930, e praticamente todos os governos que vieram depois adotaram algum tipo de planejamento econmico conferindo ao Estado papel preponderante e central. Foi com esse objetivo que, em seu segundo mandato, Vargas elaborou uma poltica desenvolvimentista baseada no fortalecimento da indstria de base: siderurgia, petroqumica, energia e transportes. No primeiro ano de seu governo, Vargas estabeleceu o monoplio estatal sobre o petrleo, a partir de uma campanha de cunho nacionalista que recebeu forte apoio popular. A campanha foi denominada de "O petrleo nosso", e conseguiu galvanizar o apoio do povo ao governo federal. A partir dela, criou-se a empresa estatal Petrobrs, que monopolizou as atividades de explorao e refino do todas as reservas de petrleo encontrado em territrio brasileiro. Populismo e dominao de classe Umas das principais caractersticas polticas do perodo histrico que abrange o segundo governo de Getlio Vargas at a queda do governo Joo Goulart, em 1964, foi o "populismo". O populismo foi um fenmeno que vigorou em
Governo Vargas (1951-1954): Suicdio de
Getlio ps fim Era Vargas praticamente todos os pases do continente latino-americano. De forma sinttica, podemos entender o fenmeno do populismo a partir da relao entre o Estado e a sociedade num contexto de regime democrtico, onde os lderes polticos e governantes buscam o apoio popular para obterem vitrias eleitorais e implementar seus projetos polticos. A contrapartida dessa poltica concesso de benefcios econmicos e sociais para as camadas populares mobilizadas. Em seu aspecto pejorativo ou alienante, o populismo pode ser caracterizado tambm como poltica demaggica de manipulao das classes sociais subalternas, porque seu xito depende da quase completa desorganizao das massas populares, que preferem confiar a defesa de seus interesses e aspiraes a lderes polticos carismticos. As massas populares se prestavam manipulao devido pouca experincia de participao poltica e familiaridade com o sistema de sufrgio eleitoral. Modernizao acelerada O acelerado processo de modernizao do pas provocou vertiginosas ondas migratrias do campo para as cidades, fazendo surgir um expressivo contingente de trabalhadores urbanos, ou seja, operariado e classe medias. Foram essas classes sociais que formaram a base de sustentao do populismo. Enquanto os governantes e lderes polticos foram capazes de controlar essas camadas sociais, e o Estado foi capaz de responder plenamente s demandas populares, o populismo funcionou de forma estvel. O governo Vargas, porm, se deparou com situaes em que a necessidade de implementao de reformas econmicas e projetos desenvolvimentistas comprometeram a capacidade do Estado de fornecer respostas adequadas aos anseios e interesses populares, como por exemplo, aumento de salrios, direitos sociais, etc. Por outro lado, diversos setores das camadas populares, principalmente o operariado, passaram a se organizar autonomamente, dificultando a manipulao poltica de seus interesses por lderes demaggicos.
Governo Vargas (1951-1954): Suicdio de
Getlio ps fim Era Vargas
Quando assumiu a presidncia da Repblica, Vargas se deparou com um
operariado que rapidamente se reorganizava e buscava definir seus interesses e agir autonomamente. No transcurso de seu governo, inmeras greves de trabalhadores e movimentos sociais tendo como motivao bsica exigncias de aumento salariais e denncias do alto custo de vida ocorreram por todo o pas. A crise poltica e o fim A ascenso e radicalizao dos movimentos populares fora do controle estatal so considerados os principais fatores desencadeadores da crise poltica que levaria ao fim o governo Vargas. De acordo com essa linha interpretativa, as classes dominantes ficaram temerosas com o avano dos movimentos populares e discordaram do modo como o governo respondeu s exigncias e demandas sociais que irromperam no cenrio poltico. A oposio ao governo varguista foi crescendo paulatinamente medida que o pas era agitado por manifestaes de protesto e greves trabalhistas. Crticas e presses oposicionistas minaram rapidamente a estabilidade governamental. Na rea da poltica institucional, os principais grupos oposicionistas ao governo de Getlio Vargas faziam parte da Unio Democrtica Nacional (UDN), que o acusavam constantemente de planejar um golpe em conluio com lderes sindicais objetivando criar um regime socialista no pas. Na rea da imprensa, o antigetulismo ganhou fora com a atuao do jornalista Carlos Lacerda, que em seus pronunciamentos e artigos denunciava recorrentes casos de corrupo e desmandos administrativos do governo federal. O presidente se defendia das crticas argumentando que grupos subalternos ligados a interesses internacionais e nacionais se uniram na tentativa de impedir que o governo avanasse na rea de proteo ao trabalho, limitaes de remessa de lucros das empresas multinacionais para o estrangeiro e fortalecimento das empresas pblicas, sobretudo ligadas a rea de energia.
Governo Vargas (1951-1954): Suicdio de
Getlio ps fim Era Vargas Crime da rua Toneleros Em 1954, a crise poltica desestabilizou o governo Vargas. No incio do ano, o ento ministro do Trabalho, Joo Goulart, concedeu um aumento salarial de 100 por cento aos que recebiam salrio mnimo. As presses de grupos oposicionistas contrrias medida foram to violentas que o governo recuou, e o ministro Joo Goulart foi obrigado a renunciar ao cargo. O episdio desencadeador da crise final do governo Vargas ocorreu com o atentado fracassado contra a vida do jornalista Carlos Lacerda. Esse episdio ficou conhecido como "o crime da rua Toneleros". Carlos Lacerda apenas se feriu, mas o major da aeronutica Rubens Vaz morreu. Nunca foi esclarecido quem foi o mentor do atentado, mas sabe-se que pessoas ligadas a Getlio estavam envolvidas. As investigaes apontaram, porm, que o responsvel pela tentativa de assassinato foi Gregrio Fortunato, principal guarda-costas do presidente Getlio Vargas. O suicdio de Getlio Depois do episdio da rua Toneleros, os grupos oposicionistas exigiram o afastamento de Vargas da presidncia da Repblica. Setores das Foras Armadas e da sociedade civil se uniram aos grupos de oposio e exigiam que Vargas renunciasse. No dia 24 de agosto, um ultimato dos generais, assinado pelo ministro da Guerra, Zenbio da Costa, foi entregue a Vargas. O presidente se encontrava no Palcio do Catete, quando redigiu uma cartatestamento e suicidou-se com um tiro no peito. O impacto provocado pela notcia do suicdio de Vargas e a divulgao da carta-testamento foi intenso e acabou se voltando contra a oposio. Grandes manifestaes populares de apoio ao ex-presidente estouraram em vrias cidades do pas. Comcios organizados por lderes sindicais e polticos ligados ao getulismo responsabilizavam a UDN e o governo norte-americano pelo fim dramtico de Getlio. rgos de imprensa, como o jornal "O Globo" entre outros, e a embaixada dos Estados Unidos foram alvo de ataques populares. Greves de trabalhadores tambm ocorreram como forma de protesto. Depois de algumas semanas, as manifestaes e agitaes populares cessaram. Com a morte de Vargas, assumiu o governo o vice-presidente Caf Filho, que ficou encarregado de completar o mandato at o fim de 1955. O suicdio de
Governo Vargas (1951-1954): Suicdio de
Getlio ps fim Era Vargas Vargas, porm, acabou sendo muito explorado, tanto por polticos que o apoiavam como grupos da oposio, nas disputas eleitorais legislativas e presidencial seguintes.