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6)
Compreendo que possvel explicar esta passagem de quatro formas
distintas.
Primeiro, Deus ordenou luz que brilhasse do meio da trevas, ou
seja, ele trouxe a luz do evangelho ao mundo atravs do ministrio
dos homens que so, por sua prpria natureza, filho das trevas.
Segundo, Deus produziu a luz do evangelho para substituir a lei
que estava oculta, sedo essa apenas sombra da obra regeneradora de
Cristo na cruz.
A terceira explicao a de Ambrsio, e como segue: Quando
todos se achavam envoltos em densas trevas, Deus acendeu a luz de
seu evangelho. Os homens se achavam submersos nas trevas da
ignorncia quando, repentinamente, Deus brilhou sobre eles por
intermdio de seu evangelho.
A quarta explicao a de Crisstomo, que acreditava existir aqui
uma aluso criao do mundo. Deus, que atravs de sua Palavra
criou a luz, fazendo-a, por assim dizer, surgir das trevas, agora nos
iluminou espiritualmente, quando estvamos sepultados nas trevas.
Esta analogia (anagoge) entre a luz que visvel e fsica e a luz que
espiritual produz uma interpretao mais agradvel, e no h nela
nada forado, ainda que a traduo de Ambrsio seja tambm
plenamente adequada. Todos podem fazer uso de seu prprio
tirocnio.
Resplandeceu em nossos coraes. Devemos observar
cuidadosamente a dupla iluminao a que ele faz aqui referncia.
Porque, em primeiro lugar, h a iluminao do evangelho, e ento
vem a iluminao secreta, que toma assento em nossos coraes.
Porque, assim como em sua criao do mundo Deus derramou sobre
ns a resplandecncia do sol e tambm nos muniu de olhos para que
pudssemos contempl-la, tambm, em nossa redeno, ele
resplandeceu sobre ns na pessoa de seu Filho, por intermdio de
seu evangelho, mas que seria tudo em vo, uma vez que somos
cegos, a no ser que ele iluminasse tambm as nossas mentes, por
intermdio de seu Esprito. De forma que o seu pensamento que
Deus abriu os olhos de nosso entendimento.