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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SENAI/Blumenau

TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE

PRÁTICAS DE LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA DE RESÍDUOS


PERIGOSOS EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS NO MUNICÍPIO DE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC: Estudo de Caso

MARIA EDUARDA DELATORRE HORNBURG


RODRIGO CESÁRIO PEREIRA SILVA

Blumenau
2015
MARIA EDUARDA DELATORRE HORNBURG
RODRIGO CESÁRIO PEREIRA SILVA

PRÁTICAS DE LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA DE RESÍDUOS


PERIGOSOS EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS NO MUNICÍPIO DE
BALNEÁRIO CAMBORIÚ - SC: Estudo de Caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
– SENAI/Blumenau, como requisito parcial para
obtenção do título de Técnico em Meio
Ambiente.
Orientador: Prof. Joel Dias da Silva, Dr.

Blumenau
2015
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Lixo eletrônico ............................................................................................ 17


Figura 2 - Fluxo lógico da produção ao consumo de produtos industrializados e
caminho inverso dos resíduos do produto no pós-consumo (logística reversa) ........ 19
Figura 3 - Modelo de ciclo de vida de um produto com o sistema de logística reversa
.................................................................................................................................. 20
Figura 4 - Evolução da Destinação Adequada de Embalagens de Agrotóxicos no Brasil
(t) ............................................................................................................................... 22
Figura 5 – Comparação da destinação adequada de Embalagens Plásticas Primárias
de Agrotóxicos no Brasil e em Países selecionados. ................................................ 23
Figura 6 - Mecanismo do sistema de logística reversa de embalagens de agrotóxicos
vazias ........................................................................................................................ 23
Figura 7- Funcionamento do fluxo de logística reversa de óleos lubrificantes através
do programa jogue limpo. .......................................................................................... 25
Figura 8 - Evolução da Destinação Adequada de Embalagens de Óleos lubrificantes
no Brasil através do programa jogue limpo (milhões de unidades) ........................... 26
Figura 9 - Evolução da Quantidade de Pneus Inservíveis Coletados e Corretamente
destinados no Brasil (t x mil) ..................................................................................... 27
Figura 10 - Número de municípios total, por região, que controlam o manejo de
resíduos especiais e de resíduos de pilhas e baterias .............................................. 29
Figura 11 - Número de municípios total, por região, que realizam o controle sobre o
manejo de resíduos especiais e de resíduos de lâmpadas fluorescentes ................. 32
Figura 12 - Localização do Município de Balneário Camboriú em Santa Catarina.... 35
Figura 13 - Densidade demográfica, segundo Brasil, Santa Catarina e Balneário
Camboriú ................................................................................................................... 35
Figura 14 - Bairros do município de Balneário Camboriú .......................................... 37
Figura 15 –Modelo do arquivo do Excel disponibilizado pela CDL e SINCOMÉRCIO
de Balneário Camboriú por segmento de comércio varejistas e serviços que
comercializam resíduos perigosos ............................................................................ 41
Figura 16 - Evolução acumulada do PIB a preços correntes, segundo Brasil, Santa
Catarina e Balneário Camboriú no período de 2002/2006 ........................................ 44
Figura 17 - Pilhas e baterias coletados pelo projeto Coleta de Pilhas....................... 47
Figura 18 - Ponto de coleta inadequado com contaminação por vazamento de pilhas
e baterias................................................................................................................... 64
Figura 19 – Ponto de coleta de outros resíduos, além dos perigosos que entram no
fluxo da logística reversa ........................................................................................... 64
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 – Tem conhecimento sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos? ...... 49


Tabela 2 - Tem conhecimento sobre a Logística Reversa? ...................................... 50
Tabela 3 - Quais os produtos comercializados pelo estabelecimento? ..................... 51
Tabela 4 - O estabelecimento participa do programa de coleta seletiva? ................. 53
Tabela 5 - Qual a quantidade de produtos comercializados mensalmente? ............. 55
Tabela 6 - O estabelecimento participa do programa de logística reversa? .............. 55
Tabela 7 - O estabelecimento possui ponto de coleta para os produtos classe-1?... 56
Tabela 8- O estabelecimento possui algum cartaz, com boa visibilidade, ou na
embalagem ou rótulo do produto as seguintes informações: I – advertência para não
descartar o produto em lixo comum; II – orientação sobre postos de entrega do lixo
tecnológico, ou III – endereço e telefone de contato dos responsáveis pelo descarte
do material em desuso e sujeito a disposição final; e IV – alerta sobre a existência de
metais pesados ou substâncias tóxicas entre os componentes do produto? ............ 58
Tabela 9 - Em quais dos produtos citados acima ocorre a Logística Reversa e em que
quantidade?............................................................................................................... 60
Tabela 10 - Média estimada da quantidade de resíduos classe 1 que não entraram no
fluxo da logística reversa ........................................................................................... 61
Tabela 11 - O local de descarte é de fácil acesso aos clientes? ............................... 62
Tabela 12 - De que forma é acondicionado os resíduos classe - I? .......................... 63
Tabela 13 - Qual o destino dos resíduos coletados? ................................................ 65
Tabela 14 - Quem é responsável pelo transporte? ................................................... 67
Tabela 15 - Como são transportados os resíduos para o destino escolhido? ........... 68
Tabela 16 - Qual a periocidade que o resíduo é enviado para o destino? ................ 69
Tabela 17 - Existe algum termo de compromisso ou acordo firmado entre o
estabelecimento comercial com o Distribuidor/Importador e/ou Fabricante? ............ 71
Tabela 18 - O estabelecimento já passou por algum tipo de fiscalização ambiental?
.................................................................................................................................. 72
Quadro 1 - Dados quantitativos das residências, comércio e edificações por bairros
fornecidos pela Secretaria da Fazenda de Balneário Camboriú ............................... 40
Quadro 2 - Comparação dos dados obtidos pela Secretaria da Fazenda com os dados
do Sincomércio e CDL de Balneário Camboriú ......................................................... 42
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABILUX – Associação Brasileira de Indústria da Iluminação


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AGR – Assessoria de Gestão das Representações
CNBST – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
CNC – Confederação Nacional do Comércio
CORI – Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística Reversa
DQO – Demanda Química de Oxigênio
FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais
INPEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
LOR – Logística Reversa
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NBR – Norma Brasileira
PEV – Ponto de Entrega Voluntária
PISQ – Programa Internacional de Segurança Química
PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
REE – Resíduos eletroeletrônicos
SEMAM – Secretaria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SINDICOM – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de
Lubrificantes
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 12

1.2.1 OBJETIVOS GERAIS ........................................................................... 12

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................................................. 13

2.1.1 RESÍDUOS PERIGOSOS.......................................................................... 14

2.2 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................... 17

2.2.1 LOGÍSTICA REVERSA ............................................................................. 19

2.2.2 RESÍDUOS CUJO SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA É OBRIGATÓRIO


............................................................................................................................ 20

2.3 DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS


RESÍDUOS PERIGOSOS ...................................................................................... 33

2.4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 35

2.4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .......................................... 35

2.4.2 OBTENÇÃO DE DADOS .......................................................................... 38

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 44

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74

ANEXOS/APENDICÊS ............................................................................................. 79

QUESTIONÁRIO ....................................................................................................... 80
9

1 INTRODUÇÃO

O saneamento é uma das bases para o desenvolvimento sustentável de uma


sociedade, é vital para a saúde, melhora a qualidade ambiental, deve ser acessível e
constitui direito de todos os cidadãos do planeta (LEMOS, 2012).
Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos – ABRELPE, no ano de 2014 foi gerado aproximadamente 78,6 milhões de
toneladas de resíduos sólidos no Brasil. Destes resíduos gerados, cerca de 71,3
milhões de toneladas foram recolhidos pelos sistemas de coletas. Desta forma, cerca
de 7,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos não foram recolhidos pelo governo e
possivelmente foram dispostos inadequadamente no meio ambiente, degradando a
qualidade ambiental.
Ainda, de acordo com o mesmo relatório, no Estado de Santa Catarina, no
mesmo ano, foram geradas 4.909 mil toneladas por dia de resíduos sólidos e
coletadas cerca de 4.662 mil toneladas por dia. Logo, cerca de 247 toneladas não
foram recolhidos pelo governo e possivelmente foram dispostos inadequadamente no
meio ambiente (ABRELPE, 2014).
Sobre a destinação final dos resíduos sólidos no Brasil no ano de 2014, 58,4%
dos resíduos sólidos coletados tiveram destinação final adequada, porém, a
quantidade de resíduos sólidos destinada a locais inadequados totalizava 29.659.170
toneladas no ano, que seguiram para lixões ou aterros controlados, locais que não
possuem o conjunto de sistemas necessários para a proteção do meio ambiente e da
saúde pública. Naquele mesmo ano, no Estado de Santa Catarina, um índice de
71,9% dos resíduos sólidos fora destinado a aterros sanitários, um total de 3.352 mil
toneladas por dia. Porém, um índice de 28% dos resíduos foram destinados
inadequadamente em lixões e aterros controlados, o equivalente à aproximadamente
1.310 mil toneladas por dia.
Neste contexto, em agosto de 2010, foi promulgada a Lei Federal nº 12.305
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, um marco para a
sociedade brasileira no que toca à questão ambiental, com destaque para uma visão
avançada na forma de tratar os resíduos urbanos. Esta, trouxe também, uma
concepção de vanguarda, ao priorizar e compartilhar, com todas as partes
relacionadas ao ciclo de vida de um produto, a responsabilidade pela gestão integrada
10

e pelo gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos (BARBOSA;


IBRAHIN, 2014)
Dessa forma, o setor público, iniciativa privada e população ficam sujeitos à
promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder
público a realizar planos para o gerenciamento dos resíduos. A lei também consagra
o viés social da reciclagem, com o estímulo à participação formal dos catadores,
organizados em cooperativas (LEMOS, 2012; MAGLIO, 1999).
Produtos de fácil aquisição e baixo ciclo de vida são elaborados e postos ao
mercado globalizado almejando satisfazer as necessidades das pessoas de diferentes
sexos, idades e etnias. Logo, ocorre um aumento de produtos pós-consumo que
devem ser estudados e destinados de forma adequada (LEITE, 2009; LEMOS, 2012).
Um importante avanço desta política é a chamada "logística reversa".
Conforme definição apresentada na própria legislação, a logística reversa é um
instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto
de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. É
através desse sistema, por exemplo, que materiais recicláveis de um produto
eletrônico em fim de vida útil descartado pelo consumidor poderão retornar ao setor
produtivo na forma de matéria-prima (BARTHOLOMEU e CAIXETA-FILHO, 2011;
BRASIL, 2010).
Segundo dados da ABRELPE, no ano de 2014, foram destinados de forma
ambientalmente correta 42.645 toneladas de embalagens vazias de defensivos
agrícolas. Porém, 2.722 toneladas destas embalagens, contribuíram para poluição de
corpos d’água, solo e atmosfera, gerando impactos ambientais negativos e
degradação da qualidade ambiental (ABRELPE, 2014).
Ainda no ano de 2014, os atores envolvidos no ciclo de óleo lubrificante
coletaram 80 milhões de embalagens plásticas destes produtos no Brasil, o
equivalente à 4.000 toneladas de materiais potencialmente recicláveis. Apesar disto,
cerca de 225 mil litros de óleo provenientes de embalagens destes produtos podem
ter contaminado 255 milhões de metros cúbicos de água neste mesmo ano
(ABRELPE, 2014; IPEA, 2012).
11

Quanto aos pneus, os importadores e fabricantes afirmaram que foram


coletados e destinados corretamente cerca de 2,68 milhões de toneladas de pneus
inservíveis, o equivalente a 536 milhões de pneus de passeio (ABRELPE, 2014).
Estima-se que para o ano de 2030, serão gerados 679.000 t.ano-1 de resíduos
de equipamentos eletroeletrônicos. Atualmente são vendidos, em média, 400 milhões
de baterias e mais de 1 bilhão de pilhas por mês e somente 1% deste valor é reciclado
(PLANETA SUSTENTÁVEL, 2015).

1.1 JUSTIFICATIVA

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA (2012), apenas


2.937 municípios exercem o controle sobre o manejo de resíduos perigosos.
No munícipio de Balneário Camboriú, são geradas em média 4.451,05
ton.mês-1 e, devido a característica flutuante da população, estima-se uma geração
de resíduos de 1,08 kg.hab.dia-1 na temporada de verão. Porém, não há dados para
estimar a quantidade gerada de resíduos perigosos, tampouco, as práticas de logística
reversa obrigatória pelo comércio varejista e de serviços, responsáveis pela maior
parte do PIB municipal.
Mesmo assim, há empresas que se preocupam com o fluxo reverso, pois os
consumidores têm adquirido uma consciência ecológica e esperam que as empresas
mudem a postura frente aos impactos negativos gerados no meio ambiente por suas
atividades. Desta forma, é imprescindível estudos de caráter exploratório para
diagnosticar a real situação da gestão dos resíduos perigosos comercializados e
gerados no munícipio.
O presente estudo surgiu com o intuito de apoiar a estruturação e
implementação da PNRS no município de Balneário Camboriú, já que ainda não há
levantamento sobre a atual situação da logística reversa destes resíduos no
município, o que dificulta o ordenamento e a implementação do PMSB. Além disto, o
presente estudo trará a aproximação do comércio com a nova política de resíduos
sólidos e os conscientizará sobre a disposição correta e seus benefícios frente às
práticas inadequadas.
12

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos Gerais

Diagnosticar a situação atual das práticas de logística reversa obrigatória de


resíduos perigosos em estabelecimentos comerciais no município de Balneário
Camboriú – SC com intuito de apoiar a estruturação e implementação da PNRS no
município.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Reconhecer práticas de logística reversa obrigatória de resíduos perigosos em


estabelecimentos comerciais no município de Balneário Camboriú.

 Analisar o ciclo dos resíduos perigosos cuja logística reversa é obrigatória,


desde sua venda à destinação final no município de Balneário Camboriú.

 Diagnosticar as práticas de logística reversa obrigatória no município para


nortear ações em prol da sustentabilidade.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

O termo “lixo” derivado do latim lix que significa cinzas, data de uma época
antes da industrialização em que a maior parte dos resíduos eram cinzas de fornalhas,
fogões à lenha e fogueiras, algo sem valor e utilidade, hoje dá lugar à expressão
“resíduo sólido” derivado do latim residuum que pode ser traduzido como a sobra de
qualquer substância que foi utilizada e mantém um sentido mais amplo e técnico
(FIGUEIREDO, 1995; FIORILLO, 2009).
De acordo com Fiorillo (2009), de forma geral, resíduos e lixo tendem a
significar a mesma coisa, podendo ser definidos como a energia ou matéria não
reaproveitada pelo próprio sistema.
Para a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei no. 6.938 (BRASIL, 1981) lixo
e resíduo são tratados como poluentes, definidos como produtos e/ou atividades que
direta ou indiretamente ocasionam degradação da qualidade ambiental.
Em 2004, atualizou-se a NBR 10.004, que classifica os resíduos segundo a sua
periculosidade, envolvendo a identificação do processo ou atividades que lhes deu
origem, de seus constituintes e características. Apesar dos resíduos sólidos
receberem uma classificação própria, não altera o seu papel de poluente e sim, ordena
o resíduo sólido para determinar um tratamento de acordo com normas estabelecidas
(ABNT, 2004; FIORILLO, 2009).
Em face da PNRS, o termo “resíduo sólido” foi definido como:
“Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível. ” (BRASIL, 2010).
Desta maneira, este novo conceito define resíduos sólidos como um bem
econômico e de valor social associado ao princípio de que podem ser reutilizados e
reciclados e extingue o antigo termo “lixo” sendo o contexto anteriormente utilizado
mais próximo do contexto de “rejeitos” que são definidos pela PNRS como sendo os
resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
14

apresentam outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada


(MAROUN, 2006).
2.1.1 RESÍDUOS PERIGOSOS
Como citado anteriormente, a norma da ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004)
classifica os resíduos perigosos como os de Classe I, que apresentam características
como inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, reatividade ou patogenicidade.
Dessa maneira, resíduos classificados como perigosos exigem do próprio
responsável pela sua criação o tratamento do resíduo no local da produção.
Já na PNRS (BRASIL, 2010), resíduo perigoso é todo aquele que:
[...] em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade
e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica.[...]
Ainda segundo a PNRS, em seu artigo 33, os produtores dos seguintes
resíduos perigosos: agrotóxicos e suas embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos
lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio
e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes; são
obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa obrigatória.
Os resíduos e embalagens de agrotóxicos listados no texto da PNRS, na
relação de obrigatórios da logística reversa compreendem os inseticidas, fungicidas,
herbicidas entre outras substancias perigosas, podem conter DDT’s e dioxinas, que
são altamente toxicas e cancerígenas. Além disso, possuem elementos que são
inertes, mas que aumentam a absorção dos elementos perigosos nos organismos-
alvo e potencializam a toxicidade dos elementos ali presentes (GRIPPI, 2001; PISQ,
2008).
A Lei Federal nº 7.802 de 11/07/89, regulamentada através do Decreto 98.816,
no seu Artigo 2º, Inciso I, define agrotóxicos da seguinte forma:
Os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos
destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de
florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e também em
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres
vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados
como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento.
A destinação inadequada das embalagens vazias de agrotóxicos e dos
resíduos nelas existentes, causa sérios danos ao meio ambiente e à saúde humana.
15

O MMA (2015) explica que, quando utilizado um agrotóxico, independentemente do


modo de aplicação, possui grande potencial de atingir o solo e as águas,
principalmente devido aos ventos e à água das chuvas, que promovem a deriva, a
lavagem das folhas tratadas, a lixiviação e a erosão. Além disso, qualquer que seja o
caminho do agrotóxico no meio ambiente, invariavelmente o homem é seu potencial
receptor.
As pilhas e baterias possuem metais pesados, como mercúrio, chumbo, cádmio
e níquel, entre outros. Os metais pesados são grandes contribuintes para a
degradação ambiental por suas características intrínsecas, uma delas, é que por
serem muito reativos, causam graves efeitos no metabolismo dos animais superiores
e alterações no ecossistema. As manifestações destes metais pesados podem estar
associadas à dose e pode distribuir-se por todo o organismo, afetando vários órgãos,
alterando os processos bioquímicos, organelas e membranas celulares.
Estes metais também são biocumuladores, evitando assim a saída deles do
organismo. Em casos graves de intoxicação, esses metais provocam câncer e
anomalias genéticas. Através da incorreta disposição destes resíduos, os corpos
hídricos e o solo são contaminados, e por consequência estas toxicidades são
passadas aos animais através da biomagneficência pela cadeia trófica e de forma
indireta, acabam na “nossa mesa” (NAKANO, 2015; MARTINE, 1993; SILVA; 2015).
Os resíduos de lâmpadas fluorescentes, quando destinados e dispostos
inadequadamente no meio ambiente podem contaminar o solo e as águas devido
alguns compostos de sua composição com características tóxicas de periculosidade,
como metais pesados e neste caso, principalmente, o mercúrio que é um
contaminante em qualquer concentração conforme citado anteriormente
(PASQUARELLI, 2011; FERNANDES, 2011).
Segundo a ABILUX (2008), mais de 169 milhões de lâmpadas contendo
mercúrio foram comercializadas, na sua maioria importadas. Levando em conta que
apenas 9,46% dos municípios brasileiros exercem controle desses resíduos, estima-
se que 90 milhões de lâmpadas foram dispostas inadequadamente no meio ambiente
no ano de 2007 e seus efeitos ao meio ambiente se estendem até os dias atuais,
refletindo na saúde da população e nos enormes esforços de recuperação da da
qualidade ambiental.
Os pneus possuem vários componentes além da borracha sintética, pois foram
projetados e fabricados para durar em situações físicas, químicas e térmicas
16

extremas, apresentando uma estrutura complexa que os torna quase indestrutíveis,


persistindo por tempo indeterminado no meio ambiente (ANDRADE, 2007).
Os pneus são compostos de diferentes materiais como estrutura em aço e
náilon, fibra de aramide (trata-se de um polímero resistente ao calor e cinco vezes
mais resistente que o aço por unidade de peso), rayon (seda artificial onde a celulose
é tratada com álcali e dissulfeto de carbono para gerar o tecido), fibra de
vidro/poliéster, borracha natural e sintética, diversos tipos de polímeros, reforçado
químico como carbono preto, sílica e resinas, antidegradantes como ceras de parafina
antioxidante e inibidores de ação do gás ozônio, promotores de adesão como sais de
cobalto, banhos metálicos nos arames e resinas, agentes de cura como ativadores e
enxofre, e produtos auxiliares (CIMINO, 2004).
A disposição inadequada de pneus como a queima a céu aberto contamina o
ar com uma fumaça altamente tóxica composta de carbono, dióxido de enxofre e
outros poluentes atmosféricos, e polui o solo por liberar em torno de dez litros de óleo
que se infiltra e contamina o lençol freático da região; quando destinados ao aterro,
absorvem gases liberados na decomposição de outros resíduos e devido sua baixa
compressibilidade podem inchar e estourar a cobertura do aterro e quando
abandonados ou armazenados em depósitos inadequados, acabam se tornando um
criadouro de mosquitos e roedores responsáveis pela transmissão de diversas
doenças (CIMINO, ZANTA, 2005).
Os óleos usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar
sérios problemas ambientais quando não adequadamente dispostos; o óleo
lubrificante usado é um resíduo tóxico potencialmente perigoso para o meio ambiente
e para a saúde humana. Pouco biodegradável, o óleo lubrificante leva muito tempo
para ser absorvido pela natureza, em razão do efeito pelicular e do alto índice de
Demanda Química de Oxigênio - DQO, um litro de lubrificante vertido em meio
aquático pode cobrir uma superfície superior a 1.000 metros quadrados de água,
reduzindo assim a oxigenação da fauna e flora vivendo nesse meio natural
(FERNANDES, 2011).
Com o crescimento desenfreado da população mundial e o surgimento de
novas tecnologias diariamente, os resíduos de produtos eletroeletrônicos e seus
componentes aumenta exponencialmente.
17

No Brasil, segundo as Nações Unidas no Brasil (2015), foram produzidos 1,4


milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, entre eles, computadores,
eletrodomésticos, celulares e componentes eletrônicos no geral (Figura 1).

Figura 1- Lixo eletrônico

Fonte: NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL (2015)

Além de outros componentes, o resíduo eletroeletrônico possui metais


pesados, como as pilhas e baterias. Sua toxicidade é alta, e a descaracterização de
seus componentes é de difícil manejo. Também estão presentes muitos metais
preciosos, o que faz com que os catadores de sucata se interessem por esses
produtos, retirando o que os interessa e descartando as sobras nos resíduos comuns.
O descarte incorreto destes materiais, junto com a ação do tempo, resulta na poluição
do solo e da água, voltando em forma de alimento para o ser humano (SILVA et al.,
2010).

2.2 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

As legislações ambientais sobre resíduos sólidos no mundo são uma resposta


aos impactos que as exorbitâncias desses resíduos causam no meio ambiente e a
pressão popular sobre o governo para resolução desse problema. As melhores
soluções para a regulamentação governamental sobre os resíduos sólidos são
encontradas quando o governo, sociedade e as empresas trabalham em conjunto,
deixando o mercado buscar seu equilíbrio natural e atingindo objetivos concretos e
18

viáveis para a solução do problema (FIGUEIREDO, 1995; LEITE,2009; LEMOS,


2012).
Desta maneira, as legislações buscam responsabilizar todos os atores da
cadeia direta do produto, desde produtores, distribuidores, varejistas e consumidores,
assim como da cadeia reversa, coletores, processadores, até o reaproveitamento dos
produtos ou materiais.
Baseada no conceito do “Poluidor Pagador” em que a teoria econômica leva
em conta os custos ambientais provocados pelos impactos dos resíduos no meio
ambiente, indicando uma mudança no pagamento do ônus desse impacto da
sociedade para os causadores, no dia 2 de agosto de 2010, após duas décadas de
um amplo debate entre governo, setor acadêmico, setor produtivo e entidades civis, a
lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi promulgada
(LEITE, 2009).
A PNRS representa um marco para a sociedade brasileira no que toca à
questão ambiental. Com um rumo preventivo, busca em seus objetivos o estímulo à
adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços, a
adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
mitigar impactos ambientais, além de incentivar o desenvolvimento de sistemas de
gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e
ao reaproveitamento de resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento
energético, e estímulo ao marketing ambiental e ao consumo sustentável. Traz uma
concepção avançada, ao priorizar e compartilhar, com todas as partes relacionadas
ao ciclo de vida de um produto, a responsabilidade pela gestão integrada e pelo
gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos (BARTHOLOMEU e
CAIXETA-FILHO, 2011; BRASIL, 2012; MAROUN, 2006).
Dessa forma, o setor público, iniciativa privada e população ficam sujeitos à
promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder
público a realizar planos para o gerenciamento dos resíduos. A lei também legitima a
natureza social da reciclagem, com o estímulo à participação formal dos catadores,
organizados em cooperativas (BRASIL, 2012; FIORILLO, 2009; LEMOS, 2012).
19

2.2.1 LOGÍSTICA REVERSA

Stock (apud PETROW, 2003) define logística reversa como uma concepção de
logística de negócios, referente ao papel da logística no retorno de produtos “redução
na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de
resíduos, entre outros”.
Para Dias (2005) logística reversa é a área da logística que atua,
genericamente, no fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o
ponto de consumo até ao local de origem, conforme Figura 2.

Figura 2 - Fluxo lógico da produção ao consumo de produtos industrializados e caminho


inverso dos resíduos do produto no pós-consumo (logística reversa)

Fonte: FIEP (2015)

Para legislação brasileira, todos que participam do ciclo de vida de um produto,


desde sua fabricação, transporte, distribuição, consumo até a destinação final
adequada dos resíduos e embalagens, são responsáveis. Vale ressaltar que a
responsabilidade maior é daqueles que geram o produto, os fabricantes, sejam eles
um indivíduo ou uma grande indústria, devem responder pelo ciclo completo e sua
participação no sistema passa a ser decisiva (ABRELPE, 2014; GRIPPI, 2001).
Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS a logística reversa se
torna um instrumento de desenvolvimento econômico e social e de implementação da
responsabilidade compartilhada do ciclo de vida dos produtos, tornando possível um
conjunto de ações que visam a coleta e a devolução dos produtos e resíduos sólidos
remanescentes ao setor empresarial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação ambientalmente adequada até que novas
tecnologias viabilizem o retorno destes materiais ao ciclo produtivo (BRASIL, 2010).
Na logística reversa (Figura 3), os sistemas de devolução são implementados
principalmente por meio de acordos setoriais firmados com a indústria, sem este
20

acordo prévio e o conhecimento da realidade local, regional ou nacional, a


implantação do sistema poderá tornar-se inviável e obsoleto (BRASIL, 2012).

Figura 3 - Modelo de ciclo de vida de um produto com o sistema de logística reversa

Fonte: QUARTIM (2015)

As empresas que participarem do sistema de logística reversa estarão se


estruturando para absorver de forma planejada as modificações que devem ocorrer
por conta da implementação dos Sistemas de Logística Reversa, além de poder
participar de negociações e direcionamentos com outros empresários para a
implementação de soluções viáveis no ponto de vista ambiental e econômico, sendo
que a sustentabilidade ambiental das empresas será cada vez mais um fator de
competitividade (FIEP, 2015; PETKOW, 2003).

2.2.2 RESÍDUOS CUJO SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA É OBRIGATÓRIO

Segundo a PNRS, em seu art. 33, ficam obrigados a estruturar e implementar


sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de
21

agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja


embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos
lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de
sódio e mercúrio e de luz mista; produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Vale lembrar que de acordo com o decreto que regulamenta a PNRS (Decreto nº 7404,
de 2010), o prazo para implementação destes sistemas de logística reversa é de 5
anos após a data de publicação do referido decreto, concomitante com o ano de
publicação deste trabalho (BRASIL, 2010).
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais – ABRELPE reconhece através da publicação do panorama de Resíduos
Sólidos no Brasil de 2014, os sistemas de logística reversa já implantados para
determinados tipos de embalagens, produtos e seus resíduos que, cumulativamente,
possuem resultados expressivos e publicamente disponibilizados. Estes sistemas de
logística reversa são gerenciados por entidades pertinentes aos setores de
embalagens de agrotóxicos, embalagens de óleo lubrificantes e pneus inservíveis
(ABRELPE, 2014).
Como citado anteriormente neste trabalho, os agrotóxicos ou defensivos
agrícolas, são de grande periculosidade e podem exterminar comunidades inteiras
dependendo da intensidade, quantidade, concentração e manejo do produto.
Consequentemente, suas embalagens merecem cuidados especiais visando a não-
contaminação ambiental e segurança do trabalhador que manuseia estes produtos.
Grippi (1997) já citava em seu trabalho que as embalagens usadas de
agrotóxico deveriam ser tratadas como resíduo tóxico, assim como os Equipamentos
de Proteção Individual – EPI utilizados no manejo dos produtos e recomendava a
segregação sob controle. Grippi (1997) também faz alusão à logística reversa quando
fala da destinação das embalagens à um centro de resíduos tóxicos ou sua devolução
ao fabricante ou fornecedor para receberem o tratamento adequado de disposição
final.
A gestão pós-consumo das embalagens de agrotóxico foram regulamentadas
dez anos antes da publicação da PNRS através da Lei Federal nº 9.974/2000 e seu
Decreto Federal nº 4.074/2002. Por conseguinte, com intuito de estruturar e apoiar a
legislação ambiental vigente, realizando a gestão pós-consumo das embalagens
vazias de defensivos agrícolas (agrotóxicos), foi fundado em 2001 o Instituto Nacional
de Processamento de Embalagens Vazias – inpEV, integrando os diversos elos da
22

cadeia, coordenando as atividades para a destinação do material e promovendo ações


de conscientização e educação. Através deste instituto foi criado o programa Sistema
Campo Limpo que realiza o programa de logística reversa de embalagens vazias de
defensivos agrícolas no Brasil. Segundo este programa, atualmente (Figura 4), cerca
de 94% das embalagens plásticas primárias, que entram em contato direto com o
produto, e cerca de 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas que
são comercializadas, estão presentes no fluxo da logística reversa e recebem
adequada destinação final (ABRELPE, 2014; BRASIL, 2010).

Figura 4 - Evolução da Destinação Adequada de Embalagens de Agrotóxicos no Brasil (t)

Fonte: ABRELPE (2014)

Segundo Abrelpe (2014) foram destinados de forma ambientalmente correta


42.645 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas em todo país no ano
de 2014, obtendo um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Esses índices,
transformaram o Brasil em líder e referência mundial no assunto em 2014, conforme
Figura 5.
23

Figura 5 – Comparação da destinação adequada de Embalagens Plásticas Primárias de


Agrotóxicos no Brasil e em Países selecionados.

Fonte: ABRELPE (2014)

Segundo inpEV (2015) o estado de Santa Catarina foi responsável pelo fluxo
de logística reversa de 496 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos ainda
neste ano, um aumento de cerca de 39% em relação ao ano anterior. Este índice foi
alcançado devido a ações de recebimento temporário de embalagens vazias em locais
próximos às propriedades rurais como forma de promover a devolução destes
resíduos pós-consumo ao Sistema Campo Limpo, conforme Figura 6.

Figura 6 - Mecanismo do sistema de logística reversa de embalagens de agrotóxicos vazias

Fonte: INPEV (2015)

Apesar dos grandes índices, ressalta-se que 6% das embalagens de


agrotóxicos receberam destinação inadequada no Brasil. Significa que cerca de 2.722
toneladas de embalagens vazias de agrotóxico contribuíram para poluição de corpos
24

d’água, solo e atmosfera, gerando impactos ambientais negativos e degradação da


qualidade ambiental.
Difícil dizer qual o limite aceitável para poluição por agrotóxicos e deposição
inadequada de suas embalagens, portanto deve-se procurar sempre alternativas à
estes produtos, como a boa adubação das plantas, fortalecendo a planta contra as
pragas, uso de armadilhas mecânicas ou naturais, conhecimento sobre o clima local,
ambiente e vegetação entre outras alternativas que se mostram cada vez mais
eficientes e despertam os múltiplos olhares dos consumidores preocupados com a
questão ambiental (ABRELPE, 2014; INPE, 2015; GRIPPI, 2001).
Os óleos lubrificantes usados também precisam de atenção especial, bem
como suas embalagens, que sempre guardam um resíduo do produto, assim como as
embalagens de agrotóxico. Como explicitado anteriormente sobre a toxicidade dos
óleos lubrificantes, segundo Roxo (2013) para cada litro de óleo lubrificante usado que
porventura entre em contato com corpos hídricos, é capaz de contaminar 1.000 m 3 de
água. Anterior a PNRS, a resolução CONAMA nº 362/2005 já traz diretrizes e normas
para o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou
contaminado e em seu art. 6 menciona a logística reversa obrigatória destes resíduos
e deixa sob responsabilidade dos produtores e importadores de óleo lubrificante a
coleta e destinação final ao óleo lubrificante usado ou contaminado de forma
proporcional ao volume total de óleo lubrificante que tenham comercializado.
Atendendo ao exposto, indústrias que produzem óleos lubrificantes associadas
ao Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de
Lubrificantes – Sindicom criaram o programa Jogue Limpo a fim de dar a destinação
correta às embalagens descartadas de óleos lubrificantes. O destaque para o
programa Jogue Limpo (Figura 7) foi a otimização do recolhimento das embalagens
já que a maior parte dos consumidores de óleos lubrificantes aplicam o produto no
local da compra.
25

Figura 7- Funcionamento do fluxo de logística reversa de óleos lubrificantes através do


programa jogue limpo.

Fonte: ROXO (2015)

Estes geradores recebem capacitação para acondicionar temporariamente as


embalagens plásticas de óleo lubrificante usadas até que o recolhimento seja feito
pelos Caminhões do Sistema Itinerante e caso o usuário queira levar o produto para
casa, ele pode fazer o descarte no local onde ele comprou ou nas centrais de
recebimento do Jogue Limpo. No ato da pesagem, é emitido um comprovante de
coleta das embalagens para comprovar a destinação adequada destes resíduos
(ABRELPE, 2014; ROXO, 2013).
Com a promulgação da PNRS, o SINDICOM, através, do agora, Instituto Jogue
Limpo, responsabilizou-se pelo cumprimento do primeiro Acordo Setorial assinado
com o Ministério do Meio Ambiente – MMA ao final de 2012, promovendo ações
voltadas ao cumprimento da PNRS. Atualmente, o programa está presente em 14
estados, entre eles Santa Catarina, e mantém 42.000 pontos geradores que em 2014
coletaram 80 milhões de embalagens plásticas de lubrificantes, o equivalente à 4.000
toneladas de materiais potencialmente recicláveis, conforme a Figura 8 (ABRELPE,
2014).
26

Figura 8 - Evolução da Destinação Adequada de Embalagens de Óleos lubrificantes no Brasil


através do programa jogue limpo (milhões de unidades)

Fonte: ABRELPE (2014)

Apesar dos grandes números e ótimo engajamento por parte dos


consumidores, segundo dados do SIDICOM, foram comercializados por seus
associados 1.262.299 m³ de óleo lubrificante em 2014 e segundo FIESP (2007) são
produzidas cerca de 305 milhões de embalagens de óleo lubrificante por ano no Brasil,
o equivalente à 25.100 toneladas por ano. Analisando os dados, temos que apenas
15,9% do total de embalagens produzidas de óleos lubrificantes entraram no fluxo de
logística reversa. Diante do apresentado, estima-se que cerca de 225 milhões ou
21.100 toneladas de embalagens de óleo lubrificante foram dispostas
inadequadamente. Supondo que cada embalagem de óleo lubrificante usado
mantenha um volume residual de 1 ml de óleo, utilizando os dados citados
anteriormente temos que 225 mil litros de óleo podem ter contaminado 255 milhões
de metros cúbicos de água em 2014. Portanto, muito ainda deve ser feito para
melhorar a destinação adequada destes resíduos (ABRELPE, 2014; FIESP, 2007)
No Brasil, a legislação ambiental ordena a problemática dos pneus inservíveis,
a Resolução CONAMA 258/99, prevê que as empresas devem criar pontos de coleta,
locais para processamento dos pneus inservíveis, e formas adequadas de
armazenagem, além da proibição da disposição de pneus descartáveis ou de qualquer
de seus componentes, em aterros sanitários destinados a resíduos domiciliares, mar,
rios ou riachos, terrenos baldios ou alagadiços, bem como a queima a céu aberto,
enquanto a resolução 301 de 2003 atua na redução na fonte, proibindo a importação
de pneumáticos usados e obrigando as empresas fabricantes e as importadoras de
27

pneumáticos para uso em veículos automotores e bicicletas a coletar e dar destinação


final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território
nacional relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas.
Em Santa Catarina a lei nº 12375 de 2002, regulamentada pelo decreto nº 6215
de 2002, em seu artigo 2º define que o pneu:
[...] após o esgotamento das suas finalidades, deverá ser entregue pelos
usuários aos estabelecimentos que os comercializem para repasse aos
fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por meio
de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou
disposição final ambientalmente adequada [...]
O conjunto destas leis corrobora com o artigo 33 da PNRS que obriga os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pneus a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso
pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos.
Atendendo à legislação, a Associação Nacional da Industria de Pneumáticos –
ANIP através do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis no
final do ano de 2013 coletou e destinou corretamente 2,68 milhões de toneladas de
pneus inservíveis, o equivalente a 536 milhões de pneus de passeio, conforme a
Figura 9 (ABRELPE, 2014; LEMOS, 2012; LEITE, 2009; PASQUARELLI, 2015;
QUARTIM, 2010; RIBEI RO, 2009).

Figura 9 - Evolução da Quantidade de Pneus Inservíveis Coletados e Corretamente destinados


no Brasil (t x mil)

Fonte: ABRELPE (2014)


28

Como já abordado anteriormente, as pilhas e baterias assim como resíduos


eletroeletrônicos mantêm componentes perigosos em sua composição como os
metais pesados zinco, chumbo, cádmio e mercúrio. Anterior a PNRS, a resolução
CONAMA 257/1999 estabelecia diretrizes para a correta destinação de pilhas e
baterias no âmbito nacional e estabelecia uma quantidade máxima de mercúrio na
composição das pilhas que poderiam ser dispostas junto ao resíduo domiciliar comum.
Porém, o mercúrio é tóxico em qualquer concentração e não existem limites seguros
para sua disposição em aterros sanitários comuns.
Desta forma, esta resolução foi revogada pela resolução CONAMA nº 401/2008
que estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu
gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências. Segundo art. 13
desta resolução, não é permitida a incineração e a disposição final de pilhas e baterias
em qualquer tipo de aterro sanitário, devendo ser destinadas de forma
ambientalmente adequada e segundo a PNRS, quando esgotadas as possibilidades
de reciclagem, tomadas como rejeito.
Nos artigos 4º, 5º e 6º da resolução CONAMA 401/2008, fala sobre a
responsabilidade compartilhada destes resíduos e da obrigatoriedade dos
estabelecimentos que comercializam os produtos mencionados, bem como a rede de
assistência técnica autorizada pelos fabricantes e importadores desses produtos
manterem um ponto de coleta para os resíduos e a receberem dos usuários as pilhas
e baterias usadas, para repasse aos respectivos fabricantes ou importadores que
encaminharão para destinação ou disposição ambientalmente adequada, conforme
Figura 10.
29

Figura 10 - Número de municípios total, por região, que controlam o manejo de resíduos
especiais e de resíduos de pilhas e baterias

Fonte: IPEA (2012)

Referente à quantidade, as pilhas mantêm maior representatividade e são


comercializadas em diversos tipos e portes de estabelecimentos comerciais, enquanto
as baterias possuem pontos de venda especializados.
Pelo fato de o Brasil não ser autossuficiente na produção de chumbo primário,
as baterias automotivas são recicladas em quase a sua totalidade, através de um
sistema já existente há muito tempo no país, de coleta das baterias exauridas na
aquisição de novas e seu posterior reprocessamento em unidades de produção de
chumbo secundário. Os produtores, distribuidores e comerciantes de baterias
automotivas também estão sujeitos à um cadastro pelo IBAMA e a compra, venda e
troca destes produtos são fiscalizados pelo órgão ambiental através de relatórios
solicitados periodicamente. Por isso, o descarte desse tipo de baterias é praticamente
inexistente (REIDLER, 2000).
Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de
São Paulo – FECOMÉRCIOSP (2014) e o site Planeta Sustentável (2013) no Brasil,
são vendidos, em média, 400 milhões de baterias e mais de 1 bilhão de pilhas por
mês e somente 1% deste valor é reciclado, indicando como uma das causas da baixa
quantidade reciclada destes materiais o alto custo do processo, a falta de postos de
recolhimento do material e orientação sobre a necessidade de descarte adequado
após o término da vida útil do produto.
30

Tomando como exemplo, no Estado de São Paulo, segundo Fecomérciosp


(2014) através de um termo de compromisso assinado em 2012 entre o setor público
e empresas participantes ou não do programa da Associação Brasileira da Indústria
Elétrica e Eletrônica - ABINEE de logística reversa, receberam e destinaram 142
toneladas de pilhas e baterias portáteis, através de 557 Pontos de Entrega Voluntária
– PEV’s até maio de 2013.
No Estado de Santa Catarina desde o ano 2000 a legislação faz menção à
logística reversa dos resíduos perigosos, como a Lei Estadual nº 11.347/2000, que
dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos
potencialmente perigosos e menciona a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos e da obrigatoriedade da destinação ambientalmente correta das
pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes através do fluxo do sistema de logística
reversa e a Lei Estadual Nº 12.863 de 2004 que dispõe sobre a obrigatoriedade do
recolhimento por parte dos fabricantes e importadores de pilhas e baterias usadas.
Porém, na realidade, ocorrem apenas ações isoladas de logística reversa das pilhas
e baterias e é difícil o acesso à dados quantitativos destes materiais.
Segundo Oliveira (2013) o estado de São Paulo é quem lidera o ranking das
coletas e representa 65% do total coletado, Rio de Janeiro, com 10%, em terceiro
lugar aparece Minas Gerais com 5%, Paraná (4%), Rio Grande do Sul (3%),
Pernambuco (3%) e Santa Catarina junto com os demais Estados juntos coletam 10%
do total (IPEA, 2012; SANTA CATARINA, 2000, 2004).
Um estudo da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais - FEAM,
estimou que, entre os anos de 2001 e 2030 a média de geração per capta de resíduos
de equipamentos eletroeletrônicos - REE será de 3,4 kg.hab.ano-1 no Brasil, um total
estimado de 679.000 t/ano destes resíduos, superando a produção nacional que
segundo Rodrigues (2007) é de 2,6 kg.hab.ano-1.
Por estes resíduos, muitas vezes, conterem metais de grande valor, as
indústrias de reciclagem deste material acabam recebendo grande números de peças
dos catadores de recicláveis e sucateiros. Porém, o foco destas indústrias é o
recebimento destes equipamentos pelos fabricantes, distribuidores e importadores de
produtos eletroeletrônicos, bem como organizações privadas e públicas que realizam
altos investimentos neste setor, de acordo com sua responsabilidade segundo a
PNRS. Após o recebimento, os resíduos são desmontados e segregados de acordo
com o tipo de material e recebem destinação e disposição específica.
31

Cooperativas de catadores de eletroeletrônicos também realizam a


desmontagem de resíduos eletroeletrônicos e muitas vezes recondicionam peças e
equipamentos, e posteriormente, vendendo para empresas de Recuperação e
Reciclagem. O estudo da FEAM cogita que os resíduos de eletroeletrônicos que não
obtiverem aproveitamento ou reciclagem, em 2030, responderão por 13 milhões de
toneladas destes resíduos e ressalta a importância dos setores envolvidos no fluxo da
logística reversa e sobre necessidade de investimentos em tecnologias para indústria
da reciclagem deste setor.
O edital de chamamento para a Logística Reversa de produtos eletroeletrônicos
foi aprovado na reunião do Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de
Logística Reversa - Cori de 19 de dezembro de 2012. Porém, as reuniões de
negociação estão ocorrendo lentamente já que o setor industrial reivindica para o não
enquadramento dos REE’s como resíduos perigosos nas fases anteriores ao
processamento. Desta maneira, ainda não há acordo setorial implantado e ofertado
aos consumidores de resíduos eletroeletrônicos para sistema de Logística Reversa
(FEMCOMERCIOSP, 2014; FEAM, 2009; RODRIGUES, 2007).
Assim como os outros resíduos perigosos, as lâmpadas fluorescentes também
podem causar sérios danos à qualidade ambiental se dispostas e destinadas de
maneira incorreta, pois possuem na sua composição metais pesados como o
mercúrio.
A produção nacional de lâmpadas se restringe à 10% do total produzido que
rodam no mercado Brasileiro, correspondente à duas unidades fabricantes. Portanto,
90% das lâmpadas são importadas por cerca de 600 empresas importadoras. Deste
modo, o papel dos importadores de lâmpada no fluxo da logística reversa se torna
mais significativo. A Resolução Normativa ANEEL nº 270/2012 obriga os municípios
a buscar a destinação dos produtos pós-consumo utilizados na iluminação pública,
porém, nada fala sobre a responsabilidade compartilhada que trata a PNRS sobre os
consumidores, comerciantes, distribuidores e fabricantes.
O GTT05 é um grupo de trabalho específico para tratar das diretrizes para a
Logística Reversa de lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista no território nacional. O edital de chamamento para recebimento de propostas
para estes produtos terminou em 2012 e foram recebidas 3 propostas que foram
unificadas e nesta não consta a participação das prefeituras nem dos catadores,
sendo o monitoramento feito por relatórios de desempenho encaminhados ao MMA.
32

Uma das metas da proposta é a atingir a proporção de 20% de lâmpadas fluorescentes


coletadas e destinadas de forma final ambientalmente adequada em 2017 em relação
à quantidade de lâmpadas colocadas no mercado nacional em 2011.
Como citado anteriormente, em Santa Catarina a Lei Estadual nº 11.347/2000
dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos
potencialmente perigoso e menciona a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos e da obrigatoriedade da destinação ambientalmente correta das
pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes através do fluxo do sistema de logística
reversa e sujeita aos infratores às penalidades previstas na Lei de crimes ambientais
(Leis nº 6.938/1981). Porém, devido à falta de fiscalização no setor e de escassas
ações de educação ambiental voltadas ao comércio, pequenas são as práticas de
logística reversa para estes materiais (BARTHOLOMEU e CAIXETA-FILHO, 2011;
IPEA, 2012; FECOMERCIOSP, 2014; SANTA CATARINA, 2004; SEMAM, 2014).
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA (2012), dos 2.937
municípios que exercem o controle sobre o manejo de resíduos especiais, 278
(9,46%) controlam o manejo de lâmpadas fluorescentes, com destaque para
municípios da região sudeste e sul do país que somadas contam com 1.873
municípios (Figura 11).

Figura 11 - Número de municípios total, por região, que realizam o controle sobre o manejo de
resíduos especiais e de resíduos de lâmpadas fluorescentes

Fonte: IPEA (2012)


33

2.3 DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS


RESÍDUOS PERIGOSOS

A PNRS diferencia destinação final ambientalmente correta de disposição final


ambientalmente correta. A destinação final ambientalmente correta é a destinação de
resíduos e inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético, entre outras destinações. Já a disposição final
ambientalmente correta consiste na disposição ordenada dos rejeitos em aterros,
respeitando normas operacionais especificas (FEAM, 2009; ROCHA, 2009;
RODRIGUES, 2007).
A destinação final ambientalmente correta de pilhas e baterias pode ser
realizada de duas maneiras distintas: como rejeito ou resíduo classe I em aterros
industriais ou como matéria prima para indústria de pigmentos através da reciclagem
de seus componentes. No primeiro caso, as pilhas e baterias são armazenadas em
tambores, de forma a ocuparem a menor área e volume possíveis, e então são
cobertas por material inerte. Estes tambores são enterrados em áreas próprias e de
maneira controlada, e, junto com outros tambores, forma uma célula. Esta célula,
depois de cheia, é tampada e o material ali contido é controlado através de canos que
também servem para a saída de gases que eventualmente possam ser produzidos.
Há também a possibilidade de reciclagem de seus componentes, um processo que
dura cerca de 2 meses. Pilhas e baterias têm uma cobertura plástica, que é removida
e lavada com água para eliminação de metais. Depois da lavagem, a parte plástica é
encaminhada para reciclagem. O metal que sobrou passa por um processo de
trituração e posterior aquecimento a mais de 1300°C. O resultado é um óxido metálico
em pó, inerte e inofensivo, vendido como corante para a fabricação de vidros, pisos,
cerâmicas e azulejos (PLANETA SUSTENTÁVEL, 2013; REIDLER, 2000; ROXO,
2013).
Já para as lâmpadas fluorescentes, existem diversas empresas que fazem a
segregação dos seus materiais, que consiste na separação dos terminais
(componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálicas e/ou
eletrônicas), separação do vidro, separação do pó fosfórico e do mercúrio, que é
extraído e recuperado em seu estado liquido elementar, e após estes processos, é
feita a distribuição para reciclagem de cada material separadamente. Também há a
opção de mandar para um aterro de Resíduos Classe I, onde sua disposição será feita
34

da mesma maneira que as pilhas e baterias (BRASIL, 2010; OLIVEIRA, 2013;


FECOMERCIOSP, 2014).
A resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009 diz que a destinação
ambientalmente adequada de pneus inservíveis é a descaracterização de sua forma
inicial e posterior reaproveitamento, reciclagem ou processamento de seus elementos
constituintes, observando a legislação vigente e normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
No Brasil, uma das formas mais comuns de reaproveitamento dos pneus
inservíveis é como combustível alternativo para as indústrias de cimento. Outros usos
dos pneus são na fabricação de solados de sapatos, borrachas de vedação, dutos
pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais, além de tapetes para
automóveis. Mais recentemente, surgiram estudos para utilização dos pneus
inservíveis como componentes para a fabricação de manta asfáltica e asfalto-
borracha, processo que tem sido acompanhado e aprovado pela indústria de
pneumáticos (CARVALHO, 2004; DIAS, 2005; FIORILLO, 2009; GRIPPI, 2001).
A Resolução CONAMA 362/05 diz que "É proibido, em todo território nacional,
a destinação de óleos lubrificantes minerais usados ou contaminados para outros fins
que não o refino". A reciclagem do óleo lubrificante é feita em refinarias, removendo
sujeiras, metais pesados e impurezas químicas. Após esta etapa, é feita a separação
do combustível e do óleo e este último é destilado para remoção do corte lubrificante.
O lubrificante então passa por um processo químico de estabilização e aditivos são
adicionados para conferir a ele características dos óleos básicos, que atende às
especificações técnicas da Agência Nacional do Petróleo - ANP, conforme legislação
específica. Os produtos são testados sobre a qualidade e pureza e destinados à venda
(LEITE, 2009; PASQUARELLI, 2011; PETROW, 2003).
35

2.4 MATERIAIS E MÉTODOS

2.4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Balneário Camboriú está localizado na Mesorregião do Vale do


Itajaí e na Microrregião Geográfica de Itajaí, segundo regionalização do IBGE. Possui
uma área oficial de 46,8 km², densidade demográfica de 2.308,74 habitantes por
quilômetro quadrado, uma população de 108.089 habitantes e é o município que
possui maior densidade demográfica do estado de Santa Catarina segundo o Censo
Demográfico do IBGE (2010) com uma expectativa de chegar a 128.155 habitantes
em 2015. Faz fronteira ao norte com o município de Itajaí, ao sul com Itapema, a oeste
com Camboriú e a leste com o Oceano Atlântico (Figura 12 e 13).

Figura 12 - Localização do Município de Balneário Camboriú em Santa Catarina

Fonte: PMSB (2012)

Figura 13 - Densidade demográfica, segundo Brasil, Santa Catarina e Balneário Camboriú

Fonte: SEBRAE (201)

O clima da região, segundo a classificação de Koeppen, é subtropical com


verão quente (Cfa), onde as temperaturas são maiores que 22 ºC no verão e com mais
36

de 30 mm de chuva no período mais seco. A cobertura vegetal é composta pela


Floresta Ombrófila Densa, que também é conhecida como Mata Atlântica,
caracterizando-se com árvores que vão de 20 a 35 metros de altura e de variadas
espécies de ciclo perene e com folhas latifoliadas (EPAGRI - 2007).
Por seu clima, localização no litoral, suas belezas paisagísticas naturais e
grande infraestrutura, o município de Balneário Camboriú é destaque por suas
atividades turísticas. Seu pico de intensa atividade é no período de verão, quando a
população da cidade aumenta para aproximadamente 21.627,5 habitantes por km² se
tornando alvo de intensas atividades turísticas, que em muitos casos tornam-se
predatórias (PMSB, 2012; SEBRAE, 2010).

2.4.1.2 CARACTERIZAÇÃO DOS BAIRROS ABORDADOS

O bairro mais antigo do município é o bairro da Barra, localizado na região sul


e do outro lado do rio Camboriú. Este bairro é caracterizado por ser
predominantemente povoado por pessoas nascidas no munícipio e por possuir várias
vilas de pescadores artesanais. O contato e convívio com o rio e com o mar é sua
maior fonte de renda, sendo o bairro reconhecido por possuir vários pontos de venda
de peixes e pescados (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
37

Figura 14 - Bairros do município de Balneário Camboriú

Fonte: LINS (2011)

Continuando a partir do Bairro da Barra através da rodovia Interpraias estão


localizadas as praias agrestes do município: Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras,
Praia do Pinho, Estaleiro e Estaleirinho. Laranjeiras se distingue por ser uma praia de
águas extremamente calmas e com muitos restaurantes, sendo assim a preferida
pelos turistas que lotam a região. Já as praias de Taquarinhas e Taquaras possuem
grandes ondas e areia grossa, o que as fazem mais desertas durante a temporada. A
Praia do pinho é a primeira praia de nudismo do Brasil, sendo totalmente reservada
devido a vegetação bem conservada que impede a visão de curiosos. Finalmente, as
praias de Estaleiro e Estaleirinho, que são caracterizadas por casas noturnas e
eventos diurnos, sendo praias muito procuradas pelos jovens (SEMAM, 2014; PMSB,
2012).
Ainda na região Sul da cidade encontram-se os bairros Nova Esperança e São
Judas Tadeu. Estes são caracterizados por possuírem comércios de médio porte e
por possuir residências térreas, um marco em uma cidade extremamente verticalizada
como Balneário Camboriú (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
O bairro do Centro é onde está concentrada a maior população do município
com cerca de 47.743 habitantes, segundo o Censo de 2010. Aqui localiza-se a praia
38

central e é também onde está a maior concentração de edifícios e comércios da cidade


(SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
O Bairro dos Estados está localizado ao lado leste da BR-101 e é marcado pela
forte presença do comércio de utensílios para a construção civil bem como de serviços
automotivos (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
Do outro lado da BR-101 e as margens do rio Camboriú estão os bairros Jardim
Iate Clube, Vila Real e Municípios. O Jardim Iate Clube é conhecido pelas suas
marinas e garagens de barco e também possui comunidades de pescadores. Já os
bairros Vila Real e Municípios, além de serem bairros residenciais, abrigam no seu
meio o campus II da UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí, que conta com mais
de 15 cursos (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
Cortados pela Avenida do Estado estão os bairros das Nações e Ariribá. Os
dois se caracterizam por serem bairros predominantemente residências e o último
com condomínios fechados e de alto padrão. Já o bairro das Nações é o maior da
cidade em área.
Do outro lado da Avenida do Estado e na parte norte da cidade está localizado
o Bairro dos Pioneiros. O seu nome é devido justamente a sua população nativa e
pioneira no povoamento do município. É um bairro de casa antigas e conservadas,
mas que agora vem se transformando em edifícios graças ao crescimento da
especulação imobiliária na cidade (PMSB, 2012; SEMAM, 2014; SEBRAE, 2010).

2.4.2 OBTENÇÃO DE DADOS

A pesquisa deste trabalho é do tipo exploratória. Para Clemente (1995) a


pesquisa exploratória tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se
apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere.
Segundo Gil (1995) uma pesquisa é considerada de natureza exploratória
quando esta envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
tiveram, ou têm, experiências práticas com o problema pesquisado e análise de
exemplos que estimulem a compreensão e envolvem levantamento bibliográfico e
documental, entrevistas e estudos de caso. O método de procedimento adotado nesta
pesquisa foi o estudo de caso. O estudo de caso reúne informações de uma parcela
da população com vistas a apreender a totalidade da situação.
39

A pesquisa foi desenvolvida por levantamento bibliográfico, que teve como


objetivo abordar a logística reversa obrigatória de resíduos perigosos e a PNRS, bem
como a situação atual do município quanto ao manejo destes resíduos e a participação
dos setores do comércio varejista e por meio de entrevistas estruturadas aplicadas
através de questionário nos comércios varejistas de produtos perigosos cuja logística
reversa é obrigatória.
Portanto, esta pesquisa consolida-se em uma pesquisa de caráter exploratório,
o método de procedimento foi o estudo de caso e desenvolvida por meio de
levantamento bibliográfico e entrevistas estruturadas através de questionário.
Para realização deste trabalho foram solicitados junto à Secretaria da Fazenda
– SF de Balneário Camboriú dados sobre o comércio varejista de produtos perigosos
cuja logística reversa é obrigatória segundo a PNRS, por meio do processo
administrativo nº 2014008725, aberto na sede da prefeitura municipal. O material
disponibilizado pela SF indicou 6731 lojas, esse resultado foi insatisfatório e
insuficiente para este trabalho uma vez que estavam agrupados com parâmetros sem
distinção, trazendo apenas a separação por bairros, como podemos ver no quadro 1.
40

Quadro 1 - Dados quantitativos das residências, comércio e edificações por bairros fornecidos
pela Secretaria da Fazenda de Balneário Camboriú

Fonte: SEMAM (2014). Elaboração: Os autores.

No intuito de obter dados mais específicos e completos sobre o comércio de


resíduos perigosos no município, foi realizada reunião com representantes do
Comércio de Dirigentes Lojistas - CDL e do Sindicato do Comércio Varejista –
Sincomércio. O resultado da reunião foi a obtenção de um arquivo do software EXCEL
com dados do comércio varejista por segmento e bairro, do banco de dados
41

cadastrados por ambos os órgãos que não serão mostrados integralmente para
preservar o sigilo dos entes cadastrados (Figura 15).

Figura 15 –Modelo do arquivo do Excel disponibilizado pela CDL e SINCOMÉRCIO de Balneário


Camboriú por segmento de comércio varejistas e serviços que comercializam resíduos
perigosos

Fonte: SINCOMÉRCIO (2015). Elaboração: Os autores.

Para acomodar os bairros com baixa significância ou inexistência de comércios


varejistas de resíduos perigosos, os bairros São Judas Tadeu, Várzea do Ranchinho,
Praia dos Amores e a região das praias agrestes foram agrupados neste trabalho
como Região das Praias.
Também considera-se neste trabalho, como recomendado pelo IPEA (2012)
que os resíduos eletroeletrônicos de Linha Branca compreendem os refrigeradores e
congeladores, fogões, lavadoras de roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
Linha Marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED, aparelhos de
DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras; Linha Azul: batedeiras,
liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras, secadores de cabelo, espremedores de
frutas, aspiradores de pó, cafeteiras; Linha Verde: computadores desktop e laptops,
acessórios de informática, tablets e telefones celulares; Lâmpadas: Lâmpadas
Fluorescentes, de vapor de Na e Hg e luz mista; e óleo: Óleos lubrificantes, seus
resíduos e embalagens.
42

2.4.3 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados contidos no arquivo de Excel foram filtrados para obter a população


desejada para a pesquisa (Quadro 2). Se analisarmos os dados da SF em que consta
6731 lojas identificadas, destes, segundo os dados da CDL e Sincomércio, 747 são
comerciantes varejistas de resíduos perigosos cuja logística reversa é obrigatória.
Destes, 12 se encontram no bairro Ariribá, 21 no Barra, 489 no Centro, 35 no Estados,
4 no Iate Clube, 15 no Municípios, 80 no Nações, 25 no Nova Esperança, 15 no
Pioneiros, 5 na Região das Praias e 46 no bairro Vila Real. Verifica-se através destes
dados que o bairro com o maior número de comércios analisados foi o Centro, o que
corrobora com os dados obtidos no levantamento bibliográfico que cita o bairro Centro
como o de maior concentração de edifícios e comércios da cidade.

Quadro 2 - Comparação dos dados obtidos pela Secretaria da Fazenda com os dados do
Sincomércio e CDL de Balneário Camboriú
Bairros Quant. comércios Lojas
Ariribá 12 55
Barra 21 121
Centro 489 5000
Estados 35 138
Iate Clube 4 0
Municípios 15 289
Nações 80 473
Nova Esperança 25 90
Pioneiros 15 258
Vila Real 46 59
Região das Praias 5 248
TOTAL 747 6731
Fonte: SINCOMÉRCIO (2015). Elaboração: Os Autores.

Através do quadro podemos analisar que o setor de comércio varejista e de


serviços de produtos perigosos cuja logística reversa é obrigatória corresponde à
10,41% do total de lojas presentes no município (Gráfico 1).
43

Gráfico 1 - Porcentagem de lojas que comercializam produtos cuja logística reversa é


obrigatória em comparação com outras lojas através dos dados obtidos pela Secretaria da
Fazenda, Sincomércio e CDL de Balneário Camboriú

Desta forma, foi adotado para esta pesquisa uma amostra aleatória de 10%
desta população total de 747 comércios, para que a amostra seja representativa. Vale
ressaltar que estes dados contêm apenas as empresas cadastradas nas entidades
não contabilizando os comércios não cadastrados ou em situações irregulares e, por
se tratar de pesquisa exploratória, durante a abordagem à campo, nos locais visitados,
foi analisado se haviam empresas próximas ao local que comercializavam os resíduos
perigosos de logística reversa obrigatória e quando constatadas foram entrevistadas
e computadas neste estudo.
Foram realizadas entrevistas fechadas através de um questionário com 17
questões, disponível no apêndice deste trabalho. Para manejar os dados, foi
construído uma enquete com base no questionário através da plataforma online
SURVIO.
O sistema de pesquisas online do SURVIO é desenvolvido por uma empresa
empreendedora da República Tcheca e foi lançada oficialmente em abril de 2012.
Através desta ferramenta é possível criar questionários de conteúdos profissionais nos
navegadores da rede mundial de computadores e as respostas coletadas podem ser
baixadas através de tabelas, gráficos, relatórios em PDF e arquivos de dados nos
formatos mais utilizados (SURVIO, 2015).
Após aquisição dos dados através das entrevistas, os mesmos foram
transferidos para esta plataforma online com o intuito de auxiliar na análise dos
resultados.
44

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Balneário Camboriú – PMSB, foi


elaborado para nortear as ações do governo e demais setores para estruturação do
saneamento básico e melhoria da qualidade de vida no município. O Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PMGIRS está contido no PMSB, e norteia
as ações voltadas aos resíduos sólidos, atendendo ao disposto na PNRS e na Lei nº.
11.445/2007, respeitando o conteúdo mínimo e simplificado previsto nestas
legislações.
Segundo o SEBRAE (2010) a evolução do PIB – Produto Interno Bruto de
Balneário Camboriú entre os anos 2002-2006 apresentou um crescimento acumulado
de 80,5%, maior que a evolução de Santa Catarina e Brasil, demonstrando a
prosperidade econômica do município (Figura 16). Segundo o PMSB (2012), o setor
de serviços é o que mais contribui para o PIB municipal, participando com 74,74%,
seguido do setor da indústria e agropecuária que somam 16,01%, ainda segundo o
PMSB, em 2008, o município contava com 10.984 empresas atuantes que geraram
34.195 postos de trabalho, sendo 95,25% dessas empresas classificadas como
microempresas, absorvendo 33,72% da mão-de-obra. Dados do SEBRAE (2010)
mostram que o setor comercial é o segundo maior em termos de empresas e
empregos no município, com cerca de 4.500 empresas.

Figura 16 - Evolução acumulada do PIB a preços correntes, segundo Brasil, Santa Catarina e
Balneário Camboriú no período de 2002/2006

Fonte: SEBRAE (2010)

No município, 99,88% de um total de 11.884 famílias, tem seus resíduos


coletados pela administração pública e 0,10% queimam seus resíduos. O serviço de
coleta regular, transporte e disposição final de resíduos sólidos orgânicos e coleta
seletiva de recicláveis é realizado pela empresa Ambiental Limpeza Urbana e
45

Saneamento Ltda., através de concessão enquanto a limpeza urbana (Varrição,


Capina, Raspagem, Pintura de Meios Fios e Limpeza de Praia) é realizado pela
Empresa Municipal de Água e Saneamento de Balneário Camboriú – EMASA, uma
autarquia municipal. Os resíduos domésticos coletados são dispostos no Município de
Itajaí no Aterro Sanitário Canhanduba pertencente a empresa Ambiental, enquanto os
recicláveis são destinados à única cooperativa de catadores no município, a
COOPEMAR e durante o verão, quando o volume de resíduo aumenta, outras 3
cooperativas, localizadas na cidade vizinha Camboriú, recebem os resíduos coletados
(PMSB, 2012; SEBRAE, 2010).
No PMSB, os dados fornecidos pela empresa Ambiental, indicam que através
da coleta convencional, dos resíduos domiciliares, são geradas em média 4.451,05
ton/mês no munícipio, sem computar neste total as quantidades mensais de resíduos
da coleta seletiva e de resíduos da saúde. Devido a característica flutuante da
população de Balneário Camboriú, o PMSB estima uma geração de resíduos de 1,08
kg/hab. dia na alta temporada de verão.
Não existe PEV no munícipio e a maioria dos materiais recicláveis é coletada
pelos caminhões da coleta seletiva ou catadores autônomos, cooperados, ou por
empresas privadas. A coleta seletiva de materiais recicláveis é realizada nos mesmos
locais onde são feitas as coletas convencionais. Porém, o PMSB (2012) destaca que
não há dados que indiquem a quantidade da porcentagem da população que se
adéqua aos serviços da coleta seletiva. A realização da coleta seletiva é feita de
segunda à sábado e atende diferentes bairros para cada dia da semana e período do
dia, podendo a coleta chegar à duas vezes ao dia para os grandes geradores. Ainda
segundo o PMSB, o volume médio de material reciclável recolhido no município é de
159,73 t/mês, equivalente à 1.916,71 t/ano.
O principal destinatário dos resíduos coletados pela coleta seletiva é a
Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Balneário Camboriú –
COOPEMAR. Esta cooperativa sofre diversos problemas como sua localização
irregular segundo o Plano Diretor Municipal, infraestrutura precária, ausência de
licenças ambientais, inexistência de sede formal, ausência de programa de saúde
voltada ao segmento, dificuldade de acesso à linhas de créditos, entre outros.
No ano de 2009, cerca de 3.000 pneus inservíveis foram enviados para o Eco
Ponto da Xibil representante da RECICLALIP, no município de Itajaí e em 2011 foram
enviados mais 3.000 pneus para este mesmo local. No período entre 2009-2011,
46

cerca de 10.000 pneus estavam sendo dispostos de maneira inadequada nas


dependências da cooperativa e sofreram um grande incêndio que também danificou
a sede da cooperativa.
Como explicitado anteriormente quanto aos resíduos perigosos cuja logística
reversa é obrigatória, ainda existe grande dificuldade de adesão pelos setores
envolvidos e a morosidade dos acordos setoriais interfere na estruturação e
fiscalização da PNRS nos municípios brasileiros.
Algumas legislações municipais foram criadas no intuito de regulamentar as
atividades comerciais em alusão à PNRS e a logística reversa de resíduos perigosos,
como a Lei nº 3210 de 30 de novembro de 2010 que define diretrizes e
responsabilidades às empresas que produzem, comercializam, e que importam
produtos e componentes eletrônicos obrigando-os à aplicarem indiretamente a
logística reversa; a lei nº 3603, de 23 de setembro de 2013 que institui a Política
Municipal de Saneamento Básico (SEMAM, 2014).
Atendendo ao disposto na PNRS, a prefeitura municipal criou o programa Terra
Limpa de educação ambiental, que impulsiona programas e ações de educação
ambiental e de mobilização social no município.
Desta forma, no ano de 2009, a prefeitura se prontificou e decidiu realizar a
coleta e destinação ambientalmente correta para pilhas e baterias através do projeto
Coleta de Pilhas vinculado ao programa Terra Limpa (Figura 17). Os PEV’s eram as
unidades escolares do município. De lá eram coletadas pela SEMAM e transportadas
até a sede do órgão ambiental onde aguardavam para serem encaminhadas a
Suzaquim, uma empresa de São Paulo que trata e utiliza as baterias e pilhas para a
produção de sais e óxidos metálicos, transformando esse resíduo em um novo
produto, que serão utilizados nas indústrias de colorifício cerâmico, tintas, vidros,
refratários e indústrias químicas em geral (LINS, 2011; SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
47

Figura 17 - Pilhas e baterias coletados pelo projeto Coleta de Pilhas

Fonte: LINS (2011)

Com a promulgação da PNRS, as legislações municipais e estaduais que lhe


fazem referência e as atividades de educação e sensibilização ambiental
desenvolvidas, no ano passado, 2014, o Programa Terra Limpa decidiu encerrar as
atividades do projeto Coleta de Pilhas no intuito de deixar o ônus sobre os
comerciantes, distribuidores, importadores e fabricantes destes resíduos, conforme
art. 33 da PNRS (SEMAM, 2014).
Segundo dados da SEMAM no final de 2009 foram encaminhados 700 kg de
material tóxico para o reprocessamento e destinação final ambientalmente adequada,
com os quais foram gerados 325 kg de sais metálicos, 175 kg sucata de ferro, 28 kg
de sucata plástica e 126 kg de eletrólito, na certificação fornecida pela empresa
recicladora. No final de outubro de 2011 foram encaminhadas novamente para São
Paulo, 1,5 toneladas deste mesmo material para o reprocessamento e reciclagem
somando do ano de 2009-2014 o total de 3,5 toneladas de pilhas e baterias usadas
que foram destinadas corretamente pela municipalidade. Além das pilhas, no ano de
2014 também foram realizadas coletas e destinação ambiental adequada de 23.000
kg de resíduos de eletroeletrônicos, 12.000 lâmpadas e 20.608 L de óleo de cozinha
usado (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
A partir do prognóstico do PMSB do município estão previstos investimentos
de aproximadamente R$ 450.000,00 reais em projetos de recolhimento e destinação
adequada de resíduos especiais e perigosos, projetos de Reciclagem e Valorização
48

de Pneus e projetos de recolhimento de óleo de cozinha usados. Com o engajamento


dos setores comerciais e de serviços, esse valor será irrisório frente aos benefícios da
das práticas adotadas (SEMAM, 2014; PMSB, 2012).
Através dos métodos descritos anteriormente, no período de dezembro de 2014
a novembro de 2015, foram analisados 95 estabelecimentos, destes, 74 cadastrados
no CDL e SINCOMÉRCIO de Balneário Camboriú e 21 não cadastrados ou em
situação irregular.
O bairro com maior número de estabelecimentos abordados na pesquisa foi o
do Centro, com 48 respostas o equivalente a 10% dos estabelecimentos cadastrados
e correspondente à 50,5% dos estabelecimentos abordados, seguido do Nações,
onde foram abordados 13 estabelecimentos, destes, 8 cadastrados e 5 não
cadastrados ou em situação irregular (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Relação de bairros abordados na pesquisa e sua significância

A primeira questão do questionário, teve o intuito de analisar o conhecimento


dos comerciantes sobre a PNRS. Do total amostrado, 46,3% dos comerciantes
admitiram não ter conhecimento sobre a PNRS, 22,1% disseram ter um conhecimento
parcial sobre o assunto e 31,6% afirmam ter conhecimento sobre a PNRS, conforme
apresentado na Tabela 1 e no Gráfico 3.
49

Tabela 1 – Tem conhecimento sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos?


Resposta Quant. Ratio
Sim 30 31,6 %
Parcial 21 22,1%
Não 44 46,3%

Gráfico 3 - Tem conhecimento sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos?

Estes dados são preocupantes visto que a PNRS norteia o correto manejo e
obriga os comerciantes dos resíduos perigosos à participarem da logística reversa.
Sem o conhecimento da PNRS e consequentemente de suas responsabilidades
quanto ao ciclo de vida do produto estes produtos após o uso pelo consumidor podem
não ser aceitos pelos comerciantes ou se aceitos, destinados e dispostos
inadequadamente. Além disso, não há um repasse do comerciante ao consumidor
sobre a periculosidade do produto pós-uso e tão pouco da responsabilidade do cliente
no ciclo de vida do produto, fazendo com que o fluxo reverso se torne ineficiente ou
inexistente.
Analisando a segunda questão do questionário, que têm por objetivo analisar o
conhecimento dos comerciantes quanto à logística reversa, o resultado foi mais
50

positivo que a primeira questão, 38,9% dos entrevistados afirmaram que tem
conhecimento sobre a logística reversa, 37,9% afirmaram ter conhecimento parcial e
23,2% declararam que não possuem conhecimento (Tabela 2 e Gráfico 4). A grande
porcentagem de entrevistados que afirmaram ter conhecimento parcial sobre a
logística reversa toma o conceito desta ferramenta somente sobre sua
responsabilidade na hora da recolha dos produtos pós-consumo entregues pelo
consumidor. Sendo assim, podemos afirmar que cerca de 61,1% não mantém
conhecimento adequado sobre a definição de logística reversa. Este fato é muito
preocupante, pois sem o conhecimento da PNRS e da ideia bem definida do contexto
da logística reversa, os comerciantes podem inviabilizar o retorno destes resíduos à
cadeia produtiva e consequentemente dificultar a gestão e fiscalização pelos órgãos
municipais.

Tabela 2 - Tem conhecimento sobre a Logística Reversa?


Resposta Quant. Ratio
Sim 37 38,9 %
Parcial 36 37,9 %
Não 22 23,2 %

Gráfico 4 - Tem conhecimento sobre a Logística Reversa?

A terceira questão teve por objetivo analisar os produtos perigosos


comercializados pelos estabelecimentos. Analisando o resultado obtido temos que as
pilhas e baterias são os produtos perigosos mais comercializados pelos
51

estabelecimentos amostrados, correspondendo a 83,2% do total, seguido das


lâmpadas com 28,4%. Nenhum estabelecimento confirmou comercializar agrotóxicos.
O restante podemos observar na tabela 3 e no gráfico 5.

Tabela 3 - Quais os produtos comercializados pelo estabelecimento?


Resposta Quant. Ratio
Agrotóxicos 0 0%
Pilhas e baterias 79 83,2 %
Pneus 8 8,4 %
Óleos 16 16,8 %
Lâmpadas 27 28,4 %
Produtos eletrônicos 7 7,4 %
Linha Branca 2 2,1 %
Linha Marrom 15 15,8 %
Linha Azul 13 13,7 %
Linha Verde 26 27,4 %
52

Gráfico 5 - Quais os produtos comercializados pelo estabelecimento?

Para a quarta questão, que tem por objetivo analisar a participação dos
comerciantes no programa de coleta seletiva, podemos obter que 37,9% dos
estabelecimentos abordados participam do programa de coleta seletiva oferecida pelo
município e 62,1% não participam do programa (Tabela 4 e Gráfico 6). Apesar da
grande quantidade de inciativas de coleta seletiva nos municípios da região sul do
país, essas iniciativas muitas vezes não são eficientes e suficientes. Neste caso, o
resultado para esta questão pode demonstrar uma omissão da responsabilidade
compartilhada pelos atores envolvidos no ciclo de vida do produto. Entre eles,
podemos citar as ineficientes ou ausentes iniciativas da concessionária do transporte
de resíduos quanto à informação dos horários e períodos de coleta junto aos
comerciantes, assim como as escassas atividades de educação ambiental voltadas
ao setor varejista e por fim, a omissão da responsabilidade ou ineficiência de repasse
de informações das categorias de classe, dos distribuidores, importadores e
fabricantes para os comerciantes.
53

Tabela 4 - O estabelecimento participa do programa de coleta seletiva?


Resposta Quant. Ratio
Sim 36 37,9%
Não 59 62,1%
Obs: 0 0%

Gráfico 6 - O estabelecimento participa do programa de coleta seletiva?

A questão cinco teve como objetivo estimar a média mensal de produtos


perigosos vendidos nos estabelecimentos comerciais do município. Estes dados
foram agrupados na tabela 5, através dela podemos observar que 3 estabelecimentos
comerciais abordados vendem uma média estimada entre 501 à 1000 produtos
perigosos, dentre eles as lâmpadas fluorescentes e os óleos lubrificantes e suas
embalagens; 19 estabelecimentos comercializam por mês uma média estimada entre
101 à 500 produtos perigosos, entre eles pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes,
lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos da linha verde; 17
estabelecimentos comercializam por mês uma média estimada entre 51 à 100
produtos perigosos, entre eles pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas
fluorescentes e produtos eletroeletrônicos das linhas azul e verde; 19
estabelecimentos comercializam por mês uma média estimada entre 31 à 50 produtos
54

perigosos, entre eles pilhas e baterias, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e


produtos eletroeletrônicos das linhas marrom e verde; 39 estabelecimentos
comercializam por mês uma média estimada entre 11 à 30 produtos perigosos, entre
eles pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos
eletroeletrônicos das linhas azul e verde; 19 estabelecimentos comercializam por mês
uma média estimada entre 31 à 50 produtos perigosos, entre eles pilhas e baterias,
pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos das
linhas marrom, azul e verde; 44 estabelecimentos comercializam por mês uma média
estimada entre 1 à 10 produtos perigosos, entre eles pilhas e baterias, pneus, óleos
lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos das linhas azul e
verde; 19 estabelecimentos comercializam por mês uma média estimada entre 31 à
50 produtos perigosos, entre eles pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes,
lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos das linhas marrom, azul e verde;
e por fim, 42 estabelecimentos abordados disseram comercializar mas não indicar
uma estimativa de venda mensal para estes produtos perigosos, todos os produtos se
encaixaram nesta categoria, apenas o agrotóxico não foi citado. Nenhum
estabelecimento estimou vender em média mais que mil produtos perigosos por mês.
Através da tabela 5 podemos estimar que os produtos perigosos mais vendidos
mensalmente pelos estabelecimentos são as pilhas e baterias, seguidas dos óleos
lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e pneus.
55

Tabela 5 - Qual a quantidade de produtos comercializados mensalmente?


Produto - 1-10 11-30 31-50 51-100 101-500 501-1000 >1000
Agrotóxicos 0 0 0 0 0 0 0 0
Pilhas e
10 22 23 11 5 8 0 0
baterias
Pneus 1 1 3 0 1 2 0 0
Óleos 1 1 1 3 3 3 2 0

Lâmpadas 3 5 8 1 5 3 1 0

Produtos eletroeletrônicos
Linha
2 0 0 0 0 0 0 0
Branca
Linha
7 5 1 2
Marrom
Linha Azul 6 4 1 0 1
Linha Verde 8 6 2 2 2 3
Não há
4
informação
Total 42 44 39 19 17 19 3 0

O objetivo da questão seis foi sondar os estabelecimentos que participam da


logística reversa. Através da tabela 6 e do gráfico 7, podemos obter que 48,4%
participam de um programa de logística reversa de resíduos perigosos e 51,6% não
participam de programa de logística reversa de resíduos perigosos. Este resultado,
como abordado nas questões anteriores, pode demonstrar a omissão da
responsabilidade tanto do comerciante quanto dos distribuidores, importadores e
produtores destes resíduos.

Tabela 6 - O estabelecimento participa do programa de logística reversa?

Resposta Quant. Ratio


Sim 46 48,4 %
Não 49 51,6 %
56

Gráfico 7 - O estabelecimento participa do programa de logística reversa?

A questão sete, objetiva analisar a quantidade de estabelecimentos que


mantém ponto de coleta de resíduos classe-1. Os dados obtidos foram plotados na
tabela 7 para melhor visualização. Podemos observar que 42,1% dos
estabelecimentos possuem pontos de coleta de resíduos classe-1, porém a
quantidade total de pontos de coleta foi de 29, isto pode ser explicado pois levamos
em conta como “ponto de coleta” a estrutura, corretamente identificada no
estabelecimento. Desta forma, alguns estabelecimentos não possuem esta estrutura
(geralmente galões de plástico ou latões) e recebem os resíduos direto no balcão e
armazenam, em sua maioria, em sacos plásticos.

Tabela 7 - O estabelecimento possui ponto de coleta para os produtos classe-1?

Resposta Quant. Ratio


Sim 40 42,1 %
Não 55 57,9 %
Quant: 29 30,5 %
57

Gráfico 8 - O estabelecimento possui ponto de coleta para os produtos classe-1?

A questão oito foi formulada com o objetivo de analisar o conhecimento e o


cumprimento por parte dos comerciantes varejistas de produtos perigosos da Lei
Municipal nº 3210 de novembro de 2010, que dispõe sobre a coleta, reutilização,
reciclagem, tratamento e disposição final de resíduos tecnológicos no município, mais
precisamente de seu art. 4 que obriga as empresas que comercializam os produtos e
componentes eletroeletrônicos no município à informarem, com destaque ao
consumidor, por meio de afixação de cartaz, com boa visibilidade no estabelecimento,
ou na embalagem ou rótulo do produto, informações sobre:
I- Advertência para não descartar o produto em lixo comum;
II- Orientação sobre postos de entrega do lixo tecnológico, ou
III- Endereço e telefone de contato dos responsáveis pelo descarte do
material em desuso e sujeito a disposição final; e
IV- Alerta sobre a existência de metais pesados ou substâncias tóxicas
entre os componentes do produto.
Os dados obtidos foram plotados na tabela 8, onde podemos observar que a
grande maioria, 92,6% dos estabelecimentos entrevistados não cumprem
integralmente o art.4 da Lei Municipal nº 3210 de novembro de 2010 e 14,8%
cumprem parcialmente. Nenhum dos estabelecimentos analisados cumpriu com todas
as alíneas do art.4.
58

Desta forma, podemos pressupor que a grande porcentagem de


estabelecimentos que não cumprem integralmente com art.4 da Lei Municipal nº 3210
de novembro de 2010, não possuem conhecimento da lei e muito menos do Plano
Nacional de Resíduos Sólidos, já que, essas legislações são similares. Podemos
também conjecturar a precária fiscalização municipal sobre estes estabelecimentos,
seja por próprio desconhecimento da lei, pela falta de contingente ou pela falta de
vontade por parte dos fiscais municipais.

Tabela 8- O estabelecimento possui algum cartaz, com boa visibilidade, ou na embalagem ou


rótulo do produto as seguintes informações: I – advertência para não descartar o produto em
lixo comum; II – orientação sobre postos de entrega do lixo tecnológico, ou III – endereço e
telefone de contato dos responsáveis pelo descarte do material em desuso e sujeito a
disposição final; e IV – alerta sobre a existência de metais pesados ou substâncias tóxicas
entre os componentes do produto?
Resposta Quant. Ratio
Atende I 7 7,4 %
Atende II 2 2,1 %
Atende III 1 1,1 %
Atende IV 4 4,2 %
Não 88 92,6 %
Obs: 0 0%

Gráfico 9 - O estabelecimento possui algum cartaz, com boa visibilidade, ou na embalagem ou


rótulo do produto as seguintes informações: I – advertência para não descartar o produto em
lixo comum; II – orientação sobre postos de entrega do lixo tecnológico, ou III - endereço e
telefone de contato dos responsáveis pelo descarte do material em desuso e sujeito a
disposição final; e IV – alerta sobre a existência de metais pesados ou substâncias tóxicas
entre os componentes do produto?
59

A questão nove teve como objetivo analisar em quais dos produtos perigosos
comercializados pelos estabelecimentos ocorre a logística reversa e em que
quantidade mensal. Os dados obtidos foram postados na tabela 9. Através desta
tabela podemos considerar que a grande maioria dos estabelecimentos (49) alegou
que dos produtos perigosos comercializados nenhum recebe a destinação
ambientalmente correta através da logística reversa. A grande maioria (17) dos
estabelecimentos que fazem uso de práticas de logística reversa obrigatória, estimam
receber dos consumidores e dar a destinação ambientalmente correta de uma média
entre 11 à 30 unidades de resíduos classe 1 por mês. Destes resíduos, destacam-se
as pilhas e baterias e embalagens de óleo lubrificantes, onde dois estabelecimentos
afirmaram receber dos consumidores e dar a destinação ambientalmente correta de
uma média estimada entre 501 à 1000 unidades destes resíduos.
Vale ressaltar que cerca de 19 estabelecimentos afirmaram fazer uso de
práticas de logística reversa de pilhas e baterias, pneus, embalagens de óleos
lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos eletrônicos da linha marrom e verde.
Porém, não souberam, ou não quiseram responder uma média estimada por mês para
estes resíduos.
Se correlacionarmos os dados da tabela 5 e com os dados obtidos na tabela 9,
podemos presumir através da diferença entre as tabelas, uma média estimada da
quantidade de resíduos classe 1 que não entraram no fluxo da logística reversa (tabela
10) no município, que por sua vez, ou foram destinados ou dispostos
inadequadamente ou estão armazenados de forma inadequada pelo consumidor.
60

Tabela 9 - Em quais dos produtos citados acima ocorre a Logística Reversa e em que
quantidade?
Produto - 1-10 11-30 31-50 51-100 101-500 501-1000 >1000
Agrotóxicos 0 0 0 0 0 0 0 0
Pilhas e
10 6 10 7 0 2 1 0
baterias
Pneus 2 1 4 0 0 2 0 0
Óleos
2 2 1 1 2 4 1 0
(embalagem)

Lâmpadas 1 2 1 1 0 0 0 0

Produtos eletroeletrônicos
Linha Branca 0 0 0 0 0 0 0 0
Linha Marrom 1 0 0 0 0 0 0 0
Linha Azul 0 0 0 0 0 0 0 0
Linha Verde 2 2 1 0 0 0 0 0

Nenhum 49 0 0 0 0 0 0 0
Não há
1 0 0 0 0 0 0 0
informação
Total 68 13 17 9 2 8 2 0

Os valores de +1 para embalagens de óleo lubrificante e +4 para pneus


apresentados na tabela 10, significam que alguns estabelecimentos recebem mais
produtos pós-consumo dos clientes do que comercializam. No caso das embalagens
de óleo lubrificantes, um estabelecimento recebe de 11 a 30 unidades à mais de
produto pós-consumo do que comercializa, para os pneus, quatro estabelecimentos
recebem estes resíduos em uma média estimada de 31 a 50 unidades.
Através da tabela 10, podemos analisar que a maioria dos estabelecimentos
(57) deixam de realizar práticas de logística reversa de uma média estimada entre 1
a 30 unidades de resíduos. Porém, dez estabelecimentos deixam de realizar práticas
de logística reversa de uma média estimada entre 101 a 1000 resíduos perigosos.
Estes dados são preocupantes quando presumimos que estes resíduos podem
estar sendo destinados inadequadamente, resultando passivos ambientais e
degradando a qualidade do meio ambiente.
61

Tabela 10 - Média estimada da quantidade de resíduos classe 1 que não entraram no fluxo da
logística reversa
Produto - 1-10 11-30 31-50 51-100 101-500 501-1000 >1000
Agrotóxicos 0 0 0 0 0 0 0 0
Pilhas e
0 16 13 1 0 2 1 0
baterias
Pneus 1 0 1 +4 0 2 0 0
Óleos
1 1 +1 2 2 4 1 0
(embalagem)

Lâmpadas 2 3 7 0 0 0 0 0

Produtos eletroeletrônicos
Linha Branca 2 0 0 0 0 0 0 0
Linha Marrom 6 5 1 2 0 0 0 0
Linha Azul 6 4 1 0 0 0 0 0
Linha Verde 6 4 0 2 0 0 0 0

Nenhum 49 0 0 0 0 0 0 0
Não há
3 0 0 0 0 0 0 0
informação
Total 76 33 24 11 2 8 2 0

A questão número dez teve como objetivo analisar se os locais de coleta de


resíduos perigosos nos estabelecimentos mantinham boa acessibilidade e visibilidade
para os consumidores. Esta questão foi observada apenas pelo entrevistador. O
resultado obtido foi plotado na tabela 11 e no gráfico 10, que mostra que 30,5% dos
estabelecimentos que mantém um ponto de coleta de resíduos perigosos mantém
com boa acessibilidade e visibilidade para os consumidores; 22,1% dos
estabelecimentos que mantém um ponto de coleta de resíduos perigosos, mantém em
locais de difícil acesso e/ou visibilidade; e 47,4% dos estabelecimentos que afirmaram
possuir um local de descarte de resíduos perigosos na verdade não tinham ou
afirmaram receber direto no balcão, porém, não tinham nenhuma indicação de que
realizavam a coleta.
A baixa acessibilidade e visibilidade do local de descarte para o cliente pode
agravar a situação do manejo dos resíduos perigosos, já que não deixa ciente o
consumidor sobre o local de descarte e desmotiva-os, ou inviabiliza a realização do
fluxo da logística reversa e consequente destinação final adequada.
62

Tabela 11 - O local de descarte é de fácil acesso aos clientes?

Resposta Quant. Ratio


Sim 29 30,5 %
Não 21 22,1 %
Inexistente 45 47,4 %

Gráfico 10 - O local de descarte é de fácil acesso aos clientes?

A questão onze teve como objetivo analisar a forma em que estavam sendo
acondicionados os resíduos classe 1 nos estabelecimentos que afirmavam fazer parte
da logística reversa. Analisando os dados obtidos, temos que 36,8% dos
estabelecimentos que afirmavam fazer parte da logística reversa mantinham os
resíduos de forma adequada; 7,4% de forma inadequada, destes, alguns mantinham
os resíduos em caixa de papelão já contaminada pelo vazamento de algumas pilhas,
como é possível observar na figura 18; e 55,8% dos estabelecimentos que afirmavam
fazer parte da logística reversa não possuíam ou não quiseram mostrar o local de
armazenamento destes resíduos (tabela 12 e gráfico 11).
Apesar da porcentagem significativa de inexistência de pontos de coleta, a
porcentagem dos estabelecimentos que afirmavam fazer parte da logística reversa e
63

mantinham os resíduos de forma adequada é animadora. Alguns estabelecimentos


abordados também mantinham recebimento de outros resíduos, além dos perigosos
que entravam no fluxo da logística reversa recebendo adequada destinação final
(figura 19).
Porém, a maioria dos estabelecimentos não separam pilhas e baterias de
resíduos eletroeletrônicos, podendo, desta forma, contaminar ou até danificar estes
resíduos, inviabilizando sua reutilização em outro processo produtivo ou/e reciclagem.

Tabela 12 - De que forma é acondicionado os resíduos classe - I?

Resposta Quant. Ratio


Adequado 35 36,8 %
Inadequado 7 7,4 %
Inexistente 53 55,8 %

Gráfico 11 - De que forma é acondicionado os resíduos classe - I?


64

Figura 18 - Ponto de coleta inadequado com contaminação por vazamento de pilhas e baterias

Fonte: Os autores, 2015.

Figura 19 – Ponto de coleta de outros resíduos, além dos perigosos que entram no fluxo da
logística reversa

Fonte: Os autores, 2015.

Para a questão doze, seu objetivo foi diagnosticar o destino dos resíduos
coletados pelos estabelecimentos que faziam uso de prática de logística reversa. Os
dados obtidos foram plotados na tabela 13 e no gráfico 12, para melhor visualização.
Pelos dados obtidos, podemos observar que a grande maioria de 53,7% dos
comerciantes que dizem fazer práticas de logística reversa não tinham informações,
65

não souberam ou omitiram-se de responder o destino dos resíduos coletados; na


categoria “Outros”, que corresponde a 20% do total analisado, alguns comerciantes
afirmaram entregar os resíduos para catadores de materiais recicláveis, para CDL,
empresa privada, para outras empresas que recebam os resíduos, escolas e postos
de saúde; e 17,9 % dos comerciantes que afirmam realizar práticas de logística
reversa entregam os resíduos perigosos coletados para distribuidores e/ou
importadores.
Avaliando a grande porcentagem dos comerciantes que não possuem
conhecimento, ou omitiram-se quando questionados o destino dos resíduos coletados,
presume-se que este resultado reflita, como abordado anteriormente, uma omissão
da responsabilidade compartilhada pelos atores envolvidos no ciclo de vida do
produto.
Porém, uma porcentagem considerável de estabelecimentos afirma manter um
fluxo de logística reversa repassando os resíduos para os outros responsáveis pelo
ciclo de vida do produto.

Tabela 13 - Qual o destino dos resíduos coletados?


Resposta Quant. Ratio
Fabricante 6 6,3 %
Distribuidor/Importador 17 17,9 %
Reciclagem 7 7,4 %
Aterro Sanitário 1 1,1 %
Aterro Industrial 0 0%
Não há informações 51 53,7%
Outros 19 20 %
66

Gráfico 12 - Qual o destino dos resíduos coletados?

A questão treze teve como objetivo diagnosticar os responsáveis pelo


transporte dos resíduos classe 1 no município e através dos dados obtidos foi possível
analisar que, como na questão anterior, a grande maioria (55,8%) dos comerciantes
que dizem fazer práticas de logística reversa não tinham informações, não souberam
ou omitiram-se de responder quem é o responsável pelo transporte dos resíduos
perigosos coletados; 16,8% dos comerciantes que dizem fazer práticas de logística
reversa afirmam que o responsável pelo transporte é o distribuidor/importador dos
produtos; 13,7 % afirmaram que a própria empresa realiza o transporte dos resíduos,
a mesma porcentagem encontra-se para a categoria “Outros” que representa alguns
comerciantes afirmaram que o responsável pelo transporte dos referidos resíduos são
os catadores, a CDL, empresa privada ou empresas pagas pelo estabelecimento para
realizar o transporte (tabela 14 e gráfico 13).
Analisando estes dados, podemos supor que os resultados obtidos
demonstram a ineficiência dos sistemas de logística reversa dos resíduos perigosos
e o descumprimento das exigências da PNRS. É possível avaliar que uma significativa
parcela de comerciantes se responsabilizam pelo transporte dos resíduos classe 1
para realizar a destinação adequada destes resíduos e desta forma aumentando os
custos que deveriam ser compartilhados com os outros atores do ciclo do produto,
67

como os distribuidores, importadores e fabricantes que juntos são responsáveis por


20% do transporte destes resíduos. Uma porcentagem relativamente baixa, visto que
segundo a PNRS os produtores e importadores são os que mantém maior
responsabilidade sobre o ciclo de vida do produto, desde sua concepção, até a
destinação final de seus resíduos e rejeitos.

Tabela 14 - Quem é responsável pelo transporte?


Resposta Quant. Ratio
Fabricante 5 5,3 %
Distribuidor/Importador 16 16,8 %
Comerciante 13 13,7 %
Não há informação 53 55,8 %
Outros 13 13,7 %

Gráfico 13 - Quem é responsável pelo transporte?

A questão quatorze teve por objetivo avaliar como são transportados os


resíduos para o destino escolhido na questão número doze. Desta maneira,
analisando os dados obtidos (tabela 15 e gráfico 14), temos que, como já presumido
68

através das questões anteriores, 60% dos comerciantes que dizem fazer práticas de
logística reversa não tinham informações, não souberam ou omitiram-se de responder
como são transportados os resíduos; 28,4% afirmaram que os resíduos perigosos
coletados pelo estabelecimento são transportados por veículos comuns e 16,8%
afirmam que os resíduos são transportados por veículos especializados.
Estes dados são preocupantes, visto que são produtos que mantém materiais
tóxicos em sua composição e se manuseados ou transportados de maneira
inadequada, podem deixar um rastro de contaminação por onde passam, tornando-se
um risco direto para o transportador e para o meio ambiente.

Tabela 15 - Como são transportados os resíduos para o destino escolhido?


Resposta Quant. Ratio
Transporte especializado 16 16,8 %
Transporte comum 27 28,4 %
Não são transportados 0 0%
Não há informação 57 60%
Outros 0 0%

Gráfico 14 - Como são transportados os resíduos para o destino escolhido na opção acima?
69

O objetivo da questão quinze foi avaliar a periodicidade em que os resíduos


são enviados para o destino escolhido na questão doze. Analisando os dados obtidos
(tabela 16 e gráfico 15), podemos examinar que, conforme já previsto através das
questões anteriores, 55,8% dos comerciantes que dizem fazer práticas de logística
reversa não tinham informações, não souberam ou omitiram-se de responder a
periodicidade em que os resíduos coletados são enviados para o destino da questão
doze; se descartarmos estes estabelecimentos, temos que a maioria dos
estabelecimentos que souberam e não se omitiram em responder à questão (14,7%),
enviam mensalmente os seus resíduos para o destino escolhido na opção doze; na
categoria “Outros” que conta com 12,6%, agrupam-se as respostas: de quatro a seis
meses; bimestralmente; trimestralmente; diariamente.
Deste modo, analisando os dados, podemos mensurar que os resíduos
perigosos ficam armazenados em sua maioria nos estabelecimentos durante o
período de trinta dias. Vale ressaltar que o risco de contaminação é proporcional ao
tempo de permanência do resíduo nos estabelecimentos. Ou seja, quanto mais tempo
o resíduo permanece no estabelecimento, maior é o risco de contaminação destes
resíduos.

Tabela 16 - Qual a periocidade que o resíduo é enviado para o destino?


Resposta Quant. Ratio
Semanalmente 3 3,2 %
Mensalmente 14 14,7 %
Semestralmente 10 10,5 %
Anualmente 0 0%
Quinzenalmente 6 6,3 %
Não há informações 53 55,8 %
Outros 12 12,6 %
70

Gráfico 15 - Qual a periocidade que o resíduo é enviado para o destino?

A pergunta dezesseis teve por objetivo diagnosticar a participação do


distribuidor, importador e/ou fabricante no ciclo de vida do produto através da
existência de algum termo de compromisso ou acordo firmado com os
estabelecimentos comerciais sobre a responsabilidade compartilhada do ciclo de vida
dos produtos, viabilizando o fluxo da logística reversa dos resíduos perigosos.
Através dos dados obtidos (tabela 17 e gráfico 16), podemos avaliar que a
grande maioria, 89,5% dos comerciantes avaliados nesta pesquisa afirmaram que não
existe termo de compromisso ou acordo firmado com o distribuidor, importador e/ou
fabricante sobre suas responsabilidades compartilhadas e os sistemas de logística
reversa; dos 10,5% que disseram haver algum acordo, afirmam receber dos outros
atores, material para recolhimento (como sacos de lixo e contêineres para
acondicionamento dos resíduos), certificado da empresa pela qual realizaram a
destinação dos resíduos coletados e 3 empresas afirmaram receber incentivo fiscal
dos outros atores envolvidos no ciclo do produto. Porém, todos disseram não existir
documento comprobatório, ficando apenas no “boca a boca”.
71

Tabela 17 - Existe algum termo de compromisso ou acordo firmado entre o estabelecimento


comercial com o Distribuidor/Importador e/ou Fabricante?
Resposta Quant. Ratio
Sim 10 10,5 %
Não 85 89,5%

Gráfico 16 - Existe algum termo de compromisso ou acordo firmado entre o estabelecimento


comercial com o Distribuidor/Importador e/ou Fabricante?

A questão dezessete teve por objetivo diagnosticar a atuação do município


através da fiscalização, quanto ao cumprimento da legislação ambiental dos resíduos
perigosos cujo a logística reversa é obrigatória sobre o comércio varejista destes
produtos. Desta forma, através dos dados obtidos (tabela 18 e gráfico 17) podemos
diagnosticar que 87,4% dos estabelecimentos abordados nesta pesquisa afirmaram
nunca ter ocorrido algum tipo de fiscalização ambiental no município.
Este resultado pode ser um dos principais agravantes na gestão dos resíduos
sólidos, visto que a fiscalização além de penalizar e autuar os infratores, também é
um meio de informação e disseminação do conhecimento da legislação
correspondente aos resíduos perigosos e consequentemente, pela destinação final
ambientalmente adequada destes resíduos.
72

Tabela 18 - O estabelecimento já passou por algum tipo de fiscalização ambiental?


Resposta Quant. Ratio
Sim 12 12,6 %
Não 83 87,4 %

Gráfico 17 - O estabelecimento já passou por algum tipo de fiscalização ambiental?

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da obtenção e análise das questões seis a quatorze do questionário,


foi possível reconhecer as práticas de logística reversa obrigatória de resíduos
perigosos nos estabelecimentos comerciais do município de Balneário Camboriú.
As questões dois a dezessete e nove a dezesseis permitiram analisar o ciclo
dos resíduos perigosos cuja logística reversa é obrigatória, desde sua venda à
destinação final no município de Balneário Camboriú.
Porém, os resultados obtidos nesta pesquisa, são preocupantes, sem o
conhecimento da PNRS e consequentemente de suas responsabilidades quanto ao
ciclo de vida dos produtos perigosos, estes, após o uso pelo consumidor, podem não
73

ser aceitos pelos comerciantes ou se aceitos, destinados e dispostos


inadequadamente. Além disso, foi diagnosticado neste trabalho que não ocorre um
repasse do comerciante ao consumidor sobre a periculosidade do produto pós-uso e
tão pouco da responsabilidade do cliente no ciclo de vida do produto, fazendo com
que o fluxo reverso se torne ineficiente ou inexistente.
Demonstra uma omissão da responsabilidade compartilhada pelos atores
envolvidos no ciclo de vida do produto. Entre eles, podemos citar as ineficientes ou
ausentes iniciativas da concessionária do transporte de resíduos quanto à informação
dos horários e períodos de coleta junto aos comerciantes, assim como as escassas
atividades de educação ambiental voltadas ao setor varejista e por fim, a omissão da
responsabilidade ou ineficiência de repasse de informações das categorias de classe,
os distribuidores, importadores e fabricantes para os comerciantes.
Desta maneira, devem-se intensificar ações de conscientização ambiental para
o segmento de comércios varejistas e de serviços que comercializam produtos
perigosos no município, não apenas pelo poder público, mas também por todos os
outros agentes envolvidos no processo, sempre aludindo os benefícios da adoção de
medidas sustentáveis e de cumprimento das obrigações da legislação ambiental pelas
empresas. Não indiferente, a fiscalização ou criação de medidas ou entidades que
possam atuar na cobrança da legislação ambiental e disseminação do conhecimento
da legislação correspondente aos resíduos perigosos e consequentemente, pela
destinação final ambientalmente adequada destes resíduos.
Portanto, podemos afirmar que com os dados obtidos poderão ser extrapolados
para todos os estabelecimentos comerciais que fazem uso de práticas de logística
reversa obrigatória de resíduos perigosos.
Por fim, com esta pesquisa foi possível diagnosticar a situação atual das
práticas de logística reversa obrigatória de resíduos perigosos em estabelecimentos
comerciais no município de Balneário Camboriú – SC para apoiar a estruturação e
implementação da PNRS no município.
74

REFERÊNCIAS

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79

ANEXOS/APENDICÊS

Anexo 1 – Modelo do questionário aplicado no município de Balneário


Camboriú.

DIAGNÓSTICO DA PERCEPÇÃO SOBRE A LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA DOS


COMERCIANTES DE PRODUTOS CLASSE-1 DO MUNICÍPIO DE BALNEARIO
CAMBORIÚ, SC.

OBJETIVO: Diagnosticar a percepção sobre a Logística Reversa no município de Balneário Camboriú,


SC, estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

TIPOS DE PRODUTOS: Os resíduos do tipo Classe I, contidos no Art.33 e estabelecixdos pela Lei n°
12.305, de 2 de Agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que são:

I – Agrotóxicos;

II – Pilhas e baterias;

III – Pneus;

IV – Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V – Lâmpadas fluorescentes, de vapor de Na e Hg e de luz mista;

VI – Produtos eletrônicos e seus componentes;

CNPJ: Empresa:
Razão
Ramo:
Social:
Telefone: Endereço:
Bairro: Cidade:

Nome entrevistado:

Cargo: Contato:

Nome entrevistador:
Data: / /
80

QUESTIONÁRIO

1- Tem conhecimento sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos?

( ) Sim ( ) Parcial ( ) Não

2- Tem conhecimento sobre a Logística Reversa?

( ) Sim ( ) Parcial ( ) Não

3- Quais os produtos comercializados pelo estabelecimento?

( ) Agrotóxicos
( ) Pilhas e baterias
( ) Pneus
( ) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens
( ) Lâmpadas Fluorescentes, de vapor de Na e Hg e luz mista
( ) Produtos eletrônicos e seus componentes...

( )Linha Branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de


roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
( )Linha Marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED,
aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;
( )Linha Azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras,
secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó,
cafeteiras;
( )Linha Verde: computadores desktop e laptops, acessórios de
informática, tablets e telefones celulares.
4- Qual a quantidade de produtos comercializados mensalmente?

( ) Agrotóxicos___________________________________________________

( ) Pilhas e baterias_______________________________________________

( ) Pneus_______________________________________________________

( ) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens______________________

( ) Lâmpadas Fluorescentes, de vapor de Na e Hg e luz mista_____________

( ) Produtos eletrônicos e seus componentes...


Linha Branca:_____Linha Marrom:_____Linha Azul:_____Linha Verde:
_____
( ) Não há informação

Obs:

5- O estabelecimento participa do programa de coleta seletiva

( )Sim ( )Não
81

6- O estabelecimento participa do programa de logística reversa?

( )Sim ( )Não

7- O estabelecimento possui ponto de coleta para os produtos classe-1?

( )Sim, qntd______________( )Não

8- *O estabelecimento possui algum cartaz, com boa visibilidade, ou na embalagem ou


rótulo do produto as seguintes informações:

I – advertência para não descartar o produto em lixo comum;

II – orientação sobre postos de entrega do lixo tecnológico, ou

III – endereço e telefone de contato dos responsáveis pelo descarte do material em


desuso e sujeito a disposição final; e

IV – alerta sobre a existência de metais pesados ou substâncias tóxicas entre os


componentes do produto?

Sim I II III IV Não

9- Em quais dos produtos citados acima ocorre a Logística Reversa e em que


quantidade?

( ) Agrotóxicos___________________________________________________

( ) Pilhas e baterias_______________________________________________

( ) Pneus_______________________________________________________

( ) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens______________________

( ) Lâmpadas Fluorescentes, de vapor de Na e Hg e luz mista_____________

( ) Produtos eletrônicos e seus componentes...

Linha Branca:_____Linha Marrom:_____Linha Azul:_____Linha Verde: _____

( ) Nenhum

( ) Não há informação

Obs:Algum destes produtos são reutilizados?

10- O local de descarte é de fácil acesso aos clientes?

( )Sim ( )Não, Porque?


82

11- De que forma é acondicionado os resíduos classe - I?

Adequado Inadequado Inexistente

Obs: Separados por categorias, juntos, ou armazenados com os demais resíduos?:

12- Qual o destino dos resíduos coletados?

( ) Fabricante

( ) Distribuidor/Importador

( ) Reciclagem

( ) Aterro Sanitário

( ) Aterro Industrial

( ) Não há informações

( ) Outros______________________________________________________

13- Quem é responsável pelo transporte?

( ) Fabricante;

( ) Distribuidor/Importador;

( ) Comerciante;

( ) Não há informação;

( ) Outros_____________________________________________________.

14- Como são transportados os resíduos para o destino escolhido na opção acima?

( ) Transporte especializado

( ) Transporte comum

( ) Não são transportados

( ) Não há informação

( ) Outros_______________________________________________________
83

15- Qual a periocidade que o resíduo é enviado para o destino?

( ) Semanalmente;

( ) Mensalmente;

( ) Semestralmente;

( ) Anualmente;

( ) Quinzenalmente;

( ) Não há informações;

( ) Outros______________________________________________________.

16- Existe algum termo de compromisso ou acordo firmado entre o estabelecimento


comercial com o Distribuidor/Importador e/ou Fabricante?

( ) Sim, qual? ______________________________________( ) Não

17- O estabelecimento já passou por algum tipo de fiscalização ambiental?

( )Sim ( )Não
84

Anexo 2 – Material informativo da SEMAM distribuído durante as abordagens

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