Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SENAI/Blumenau
Blumenau
2015
MARIA EDUARDA DELATORRE HORNBURG
RODRIGO CESÁRIO PEREIRA SILVA
Blumenau
2015
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74
ANEXOS/APENDICÊS ............................................................................................. 79
QUESTIONÁRIO ....................................................................................................... 80
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O termo “lixo” derivado do latim lix que significa cinzas, data de uma época
antes da industrialização em que a maior parte dos resíduos eram cinzas de fornalhas,
fogões à lenha e fogueiras, algo sem valor e utilidade, hoje dá lugar à expressão
“resíduo sólido” derivado do latim residuum que pode ser traduzido como a sobra de
qualquer substância que foi utilizada e mantém um sentido mais amplo e técnico
(FIGUEIREDO, 1995; FIORILLO, 2009).
De acordo com Fiorillo (2009), de forma geral, resíduos e lixo tendem a
significar a mesma coisa, podendo ser definidos como a energia ou matéria não
reaproveitada pelo próprio sistema.
Para a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei no. 6.938 (BRASIL, 1981) lixo
e resíduo são tratados como poluentes, definidos como produtos e/ou atividades que
direta ou indiretamente ocasionam degradação da qualidade ambiental.
Em 2004, atualizou-se a NBR 10.004, que classifica os resíduos segundo a sua
periculosidade, envolvendo a identificação do processo ou atividades que lhes deu
origem, de seus constituintes e características. Apesar dos resíduos sólidos
receberem uma classificação própria, não altera o seu papel de poluente e sim, ordena
o resíduo sólido para determinar um tratamento de acordo com normas estabelecidas
(ABNT, 2004; FIORILLO, 2009).
Em face da PNRS, o termo “resíduo sólido” foi definido como:
“Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido,
bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível. ” (BRASIL, 2010).
Desta maneira, este novo conceito define resíduos sólidos como um bem
econômico e de valor social associado ao princípio de que podem ser reutilizados e
reciclados e extingue o antigo termo “lixo” sendo o contexto anteriormente utilizado
mais próximo do contexto de “rejeitos” que são definidos pela PNRS como sendo os
resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
14
Stock (apud PETROW, 2003) define logística reversa como uma concepção de
logística de negócios, referente ao papel da logística no retorno de produtos “redução
na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de
resíduos, entre outros”.
Para Dias (2005) logística reversa é a área da logística que atua,
genericamente, no fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o
ponto de consumo até ao local de origem, conforme Figura 2.
Segundo inpEV (2015) o estado de Santa Catarina foi responsável pelo fluxo
de logística reversa de 496 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos ainda
neste ano, um aumento de cerca de 39% em relação ao ano anterior. Este índice foi
alcançado devido a ações de recebimento temporário de embalagens vazias em locais
próximos às propriedades rurais como forma de promover a devolução destes
resíduos pós-consumo ao Sistema Campo Limpo, conforme Figura 6.
Figura 10 - Número de municípios total, por região, que controlam o manejo de resíduos
especiais e de resíduos de pilhas e baterias
Figura 11 - Número de municípios total, por região, que realizam o controle sobre o manejo de
resíduos especiais e de resíduos de lâmpadas fluorescentes
Quadro 1 - Dados quantitativos das residências, comércio e edificações por bairros fornecidos
pela Secretaria da Fazenda de Balneário Camboriú
cadastrados por ambos os órgãos que não serão mostrados integralmente para
preservar o sigilo dos entes cadastrados (Figura 15).
Quadro 2 - Comparação dos dados obtidos pela Secretaria da Fazenda com os dados do
Sincomércio e CDL de Balneário Camboriú
Bairros Quant. comércios Lojas
Ariribá 12 55
Barra 21 121
Centro 489 5000
Estados 35 138
Iate Clube 4 0
Municípios 15 289
Nações 80 473
Nova Esperança 25 90
Pioneiros 15 258
Vila Real 46 59
Região das Praias 5 248
TOTAL 747 6731
Fonte: SINCOMÉRCIO (2015). Elaboração: Os Autores.
Desta forma, foi adotado para esta pesquisa uma amostra aleatória de 10%
desta população total de 747 comércios, para que a amostra seja representativa. Vale
ressaltar que estes dados contêm apenas as empresas cadastradas nas entidades
não contabilizando os comércios não cadastrados ou em situações irregulares e, por
se tratar de pesquisa exploratória, durante a abordagem à campo, nos locais visitados,
foi analisado se haviam empresas próximas ao local que comercializavam os resíduos
perigosos de logística reversa obrigatória e quando constatadas foram entrevistadas
e computadas neste estudo.
Foram realizadas entrevistas fechadas através de um questionário com 17
questões, disponível no apêndice deste trabalho. Para manejar os dados, foi
construído uma enquete com base no questionário através da plataforma online
SURVIO.
O sistema de pesquisas online do SURVIO é desenvolvido por uma empresa
empreendedora da República Tcheca e foi lançada oficialmente em abril de 2012.
Através desta ferramenta é possível criar questionários de conteúdos profissionais nos
navegadores da rede mundial de computadores e as respostas coletadas podem ser
baixadas através de tabelas, gráficos, relatórios em PDF e arquivos de dados nos
formatos mais utilizados (SURVIO, 2015).
Após aquisição dos dados através das entrevistas, os mesmos foram
transferidos para esta plataforma online com o intuito de auxiliar na análise dos
resultados.
44
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 16 - Evolução acumulada do PIB a preços correntes, segundo Brasil, Santa Catarina e
Balneário Camboriú no período de 2002/2006
Estes dados são preocupantes visto que a PNRS norteia o correto manejo e
obriga os comerciantes dos resíduos perigosos à participarem da logística reversa.
Sem o conhecimento da PNRS e consequentemente de suas responsabilidades
quanto ao ciclo de vida do produto estes produtos após o uso pelo consumidor podem
não ser aceitos pelos comerciantes ou se aceitos, destinados e dispostos
inadequadamente. Além disso, não há um repasse do comerciante ao consumidor
sobre a periculosidade do produto pós-uso e tão pouco da responsabilidade do cliente
no ciclo de vida do produto, fazendo com que o fluxo reverso se torne ineficiente ou
inexistente.
Analisando a segunda questão do questionário, que têm por objetivo analisar o
conhecimento dos comerciantes quanto à logística reversa, o resultado foi mais
50
positivo que a primeira questão, 38,9% dos entrevistados afirmaram que tem
conhecimento sobre a logística reversa, 37,9% afirmaram ter conhecimento parcial e
23,2% declararam que não possuem conhecimento (Tabela 2 e Gráfico 4). A grande
porcentagem de entrevistados que afirmaram ter conhecimento parcial sobre a
logística reversa toma o conceito desta ferramenta somente sobre sua
responsabilidade na hora da recolha dos produtos pós-consumo entregues pelo
consumidor. Sendo assim, podemos afirmar que cerca de 61,1% não mantém
conhecimento adequado sobre a definição de logística reversa. Este fato é muito
preocupante, pois sem o conhecimento da PNRS e da ideia bem definida do contexto
da logística reversa, os comerciantes podem inviabilizar o retorno destes resíduos à
cadeia produtiva e consequentemente dificultar a gestão e fiscalização pelos órgãos
municipais.
Para a quarta questão, que tem por objetivo analisar a participação dos
comerciantes no programa de coleta seletiva, podemos obter que 37,9% dos
estabelecimentos abordados participam do programa de coleta seletiva oferecida pelo
município e 62,1% não participam do programa (Tabela 4 e Gráfico 6). Apesar da
grande quantidade de inciativas de coleta seletiva nos municípios da região sul do
país, essas iniciativas muitas vezes não são eficientes e suficientes. Neste caso, o
resultado para esta questão pode demonstrar uma omissão da responsabilidade
compartilhada pelos atores envolvidos no ciclo de vida do produto. Entre eles,
podemos citar as ineficientes ou ausentes iniciativas da concessionária do transporte
de resíduos quanto à informação dos horários e períodos de coleta junto aos
comerciantes, assim como as escassas atividades de educação ambiental voltadas
ao setor varejista e por fim, a omissão da responsabilidade ou ineficiência de repasse
de informações das categorias de classe, dos distribuidores, importadores e
fabricantes para os comerciantes.
53
Lâmpadas 3 5 8 1 5 3 1 0
Produtos eletroeletrônicos
Linha
2 0 0 0 0 0 0 0
Branca
Linha
7 5 1 2
Marrom
Linha Azul 6 4 1 0 1
Linha Verde 8 6 2 2 2 3
Não há
4
informação
Total 42 44 39 19 17 19 3 0
A questão nove teve como objetivo analisar em quais dos produtos perigosos
comercializados pelos estabelecimentos ocorre a logística reversa e em que
quantidade mensal. Os dados obtidos foram postados na tabela 9. Através desta
tabela podemos considerar que a grande maioria dos estabelecimentos (49) alegou
que dos produtos perigosos comercializados nenhum recebe a destinação
ambientalmente correta através da logística reversa. A grande maioria (17) dos
estabelecimentos que fazem uso de práticas de logística reversa obrigatória, estimam
receber dos consumidores e dar a destinação ambientalmente correta de uma média
entre 11 à 30 unidades de resíduos classe 1 por mês. Destes resíduos, destacam-se
as pilhas e baterias e embalagens de óleo lubrificantes, onde dois estabelecimentos
afirmaram receber dos consumidores e dar a destinação ambientalmente correta de
uma média estimada entre 501 à 1000 unidades destes resíduos.
Vale ressaltar que cerca de 19 estabelecimentos afirmaram fazer uso de
práticas de logística reversa de pilhas e baterias, pneus, embalagens de óleos
lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos eletrônicos da linha marrom e verde.
Porém, não souberam, ou não quiseram responder uma média estimada por mês para
estes resíduos.
Se correlacionarmos os dados da tabela 5 e com os dados obtidos na tabela 9,
podemos presumir através da diferença entre as tabelas, uma média estimada da
quantidade de resíduos classe 1 que não entraram no fluxo da logística reversa (tabela
10) no município, que por sua vez, ou foram destinados ou dispostos
inadequadamente ou estão armazenados de forma inadequada pelo consumidor.
60
Tabela 9 - Em quais dos produtos citados acima ocorre a Logística Reversa e em que
quantidade?
Produto - 1-10 11-30 31-50 51-100 101-500 501-1000 >1000
Agrotóxicos 0 0 0 0 0 0 0 0
Pilhas e
10 6 10 7 0 2 1 0
baterias
Pneus 2 1 4 0 0 2 0 0
Óleos
2 2 1 1 2 4 1 0
(embalagem)
Lâmpadas 1 2 1 1 0 0 0 0
Produtos eletroeletrônicos
Linha Branca 0 0 0 0 0 0 0 0
Linha Marrom 1 0 0 0 0 0 0 0
Linha Azul 0 0 0 0 0 0 0 0
Linha Verde 2 2 1 0 0 0 0 0
Nenhum 49 0 0 0 0 0 0 0
Não há
1 0 0 0 0 0 0 0
informação
Total 68 13 17 9 2 8 2 0
Tabela 10 - Média estimada da quantidade de resíduos classe 1 que não entraram no fluxo da
logística reversa
Produto - 1-10 11-30 31-50 51-100 101-500 501-1000 >1000
Agrotóxicos 0 0 0 0 0 0 0 0
Pilhas e
0 16 13 1 0 2 1 0
baterias
Pneus 1 0 1 +4 0 2 0 0
Óleos
1 1 +1 2 2 4 1 0
(embalagem)
Lâmpadas 2 3 7 0 0 0 0 0
Produtos eletroeletrônicos
Linha Branca 2 0 0 0 0 0 0 0
Linha Marrom 6 5 1 2 0 0 0 0
Linha Azul 6 4 1 0 0 0 0 0
Linha Verde 6 4 0 2 0 0 0 0
Nenhum 49 0 0 0 0 0 0 0
Não há
3 0 0 0 0 0 0 0
informação
Total 76 33 24 11 2 8 2 0
A questão onze teve como objetivo analisar a forma em que estavam sendo
acondicionados os resíduos classe 1 nos estabelecimentos que afirmavam fazer parte
da logística reversa. Analisando os dados obtidos, temos que 36,8% dos
estabelecimentos que afirmavam fazer parte da logística reversa mantinham os
resíduos de forma adequada; 7,4% de forma inadequada, destes, alguns mantinham
os resíduos em caixa de papelão já contaminada pelo vazamento de algumas pilhas,
como é possível observar na figura 18; e 55,8% dos estabelecimentos que afirmavam
fazer parte da logística reversa não possuíam ou não quiseram mostrar o local de
armazenamento destes resíduos (tabela 12 e gráfico 11).
Apesar da porcentagem significativa de inexistência de pontos de coleta, a
porcentagem dos estabelecimentos que afirmavam fazer parte da logística reversa e
63
Figura 18 - Ponto de coleta inadequado com contaminação por vazamento de pilhas e baterias
Figura 19 – Ponto de coleta de outros resíduos, além dos perigosos que entram no fluxo da
logística reversa
Para a questão doze, seu objetivo foi diagnosticar o destino dos resíduos
coletados pelos estabelecimentos que faziam uso de prática de logística reversa. Os
dados obtidos foram plotados na tabela 13 e no gráfico 12, para melhor visualização.
Pelos dados obtidos, podemos observar que a grande maioria de 53,7% dos
comerciantes que dizem fazer práticas de logística reversa não tinham informações,
65
através das questões anteriores, 60% dos comerciantes que dizem fazer práticas de
logística reversa não tinham informações, não souberam ou omitiram-se de responder
como são transportados os resíduos; 28,4% afirmaram que os resíduos perigosos
coletados pelo estabelecimento são transportados por veículos comuns e 16,8%
afirmam que os resíduos são transportados por veículos especializados.
Estes dados são preocupantes, visto que são produtos que mantém materiais
tóxicos em sua composição e se manuseados ou transportados de maneira
inadequada, podem deixar um rastro de contaminação por onde passam, tornando-se
um risco direto para o transportador e para o meio ambiente.
Gráfico 14 - Como são transportados os resíduos para o destino escolhido na opção acima?
69
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2014. São Paulo: Grappa,
2014. Disponível em: < http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf>.
Acesso em: 10 novembro 2015.
exploratoria-e-fenomenologica-alguns-conceitos-basicos/14316/>. Acessado em 15
de novembro de 2015.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para prefeituras brasileiras. Rio de
Janeiro: Interciência, 2001.
IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – 2007. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/>.
Acesso em 11 setembro 2015.
SILVA, A.; et al. Lixo eletrônico e o impacto ambiental. 2010. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/_resources/files/_modules/academics/academic
s_3022_20100523193948e19d.pdf>. Acesso em: 11 setembro 2015.
ANEXOS/APENDICÊS
TIPOS DE PRODUTOS: Os resíduos do tipo Classe I, contidos no Art.33 e estabelecixdos pela Lei n°
12.305, de 2 de Agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que são:
I – Agrotóxicos;
II – Pilhas e baterias;
III – Pneus;
Nº
CNPJ: Empresa:
Razão
Ramo:
Social:
Telefone: Endereço:
Bairro: Cidade:
Nome entrevistado:
Cargo: Contato:
Nome entrevistador:
Data: / /
80
QUESTIONÁRIO
( ) Agrotóxicos
( ) Pilhas e baterias
( ) Pneus
( ) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens
( ) Lâmpadas Fluorescentes, de vapor de Na e Hg e luz mista
( ) Produtos eletrônicos e seus componentes...
( ) Agrotóxicos___________________________________________________
( ) Pilhas e baterias_______________________________________________
( ) Pneus_______________________________________________________
Obs:
( )Sim ( )Não
81
( )Sim ( )Não
( ) Agrotóxicos___________________________________________________
( ) Pilhas e baterias_______________________________________________
( ) Pneus_______________________________________________________
( ) Nenhum
( ) Não há informação
( ) Fabricante
( ) Distribuidor/Importador
( ) Reciclagem
( ) Aterro Sanitário
( ) Aterro Industrial
( ) Não há informações
( ) Outros______________________________________________________
( ) Fabricante;
( ) Distribuidor/Importador;
( ) Comerciante;
( ) Não há informação;
( ) Outros_____________________________________________________.
14- Como são transportados os resíduos para o destino escolhido na opção acima?
( ) Transporte especializado
( ) Transporte comum
( ) Não há informação
( ) Outros_______________________________________________________
83
( ) Semanalmente;
( ) Mensalmente;
( ) Semestralmente;
( ) Anualmente;
( ) Quinzenalmente;
( ) Não há informações;
( ) Outros______________________________________________________.
( )Sim ( )Não
84