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A Religião Celta

A religião Celta vem a ser uma das religiões mais interessantes da Europa,
tendo em si elementos sofisticados e muito profundos. Esse vem a ser um
pequeno resumo da estrutura religiosa básica Bretã:
OIW, o Absoluto:
Este é o nome celta do Incondicionado. Sua natureza é única, e eterna: "Ele
é tudo o que teria podido ser, mas não será jamais. Tudo o que teria podido
ser, e que, efetivamente foi; tudo o que teria podido ser e que é efetivamente."
É o Ser dos Seres. Inefável, incriado, perfeito.
Seu nome possui uma secreta pronúncia, e quem o pronuncia deve estar cônscio
de sua força e responsabilidade. Sua pronúncia mais comum é "Oyoune".
O conhecimento de OIW é o conhecimento de tudo, já que Ele é Tudo, dentro de
um plano de criação chamado "GWENVED". O Homem não pode opor-se a OIW, na
sua condição de KEUGANT, ou "mundo vazio" (o Ser Incriado, além de
condicionamentos).
OIW cria, e ao criar ele coloca em cada criação sua essência fundamental,
MANRED, "germes de Luz", os átomos constituintes de tudo o que existe no
Universo. O conjunto dos átomos em suas miríades de manifestações chama-se
MODURANS AWDD, "o que está maduro", o Mundo.
MODURANS AWDD foi submetido a duas forças contrárias e alternativas, cuja
interação cria o necessário processo do vir-a-ser: MAD, o "Bem" e DROUG, o
"Mal".
Esta realidade dual do mundo faz surgir duas entidades emanadas ainda de
OIW, o Absoluto incondicionado: a primeira surge da perfeição e infinitude
daquele e é denominada "DOUE", Deus. A segunda vez a ser o desequilíbrio, o
imperfeito chamado "CYTHRAUL".
A trindade Celta é: NERZ, a força; SKIANT, a Sabedoria; KARANTEZ, o amor, a
beleza.
O Druidismo ou Celtismo tem como origem básica a Grã-Bretanha. O colégio dos
Druidas era localizado em um santuário central em cada região celta:
CHARTRES (Autricum), cidade dos Carnutos, e também BIBRACTE (Gália Celta);
MONA, hoje Anglesey, onde os druidas resistiram até à morte a invasão romana
(Grã-Bretanha) e TARA, capital da Irlanda Gálica.
A ordem druida se dividida em: os Druidas, os Filósofos e Literatos e os
Bardos (literatos e cantores) e Vates (Filid na Irlanda), poetas e
adivinhos. A árvore sagrada para os druidas eram os Carvalhos.
A tradição celta era, como toda tradição antiga, oral. Eles foram dizimados
pela invasão de Roma.
RESUMO DA TRADIÇÃO DRUIDA(baseado nas Tríades, espécie de "catecismo"
Celta):
1- Há um só SER (uma única REALIDADE), todo-poderoso, infinitamente sábio, e
origem de tudo o que existe: OIW. (Tríades: 1-5)
2- OIW opera a partir do universo criado, já que ele mesmo é inatingível e
incondicionado. O que é admitido e conservado por OIW constitui KEUGANT "O
Mundo Vazio". O que é refutado por ele constitui ANWN "O Abismo".(tríades
6-7-8-14-83-72)
3- OIW, dentro de sua condição Incognoscível, faz com que tudo o que seja
ANWN evolua e melhore, alcançando fatalmente um dia a condição KEUGANT,
evolução que, por sua natureza infinita, é eterna e sempre presente no
universo. (Tríades 7-14)
4- Os atributos de OIW, manifestados no Universo em diversas formas e
condições, constituem os DEUSES, que habitam o círculo secundário de GWENVED
"O Mundo Branco", círculo da Plenitude e único reflexo de KEUGANT acessível
aos seres condicionados. (Tríades: 14-83-72)
5- Tudo que é "rejeitado" em ANWN (ou seja, não pertence a uma condição
completamente caótica), destinam-se a condição de criaturas e constituem o
ABRED "O Mundo da Provação e da Necessidade", único reflexo SUPERIOR de
ANWN.( Tríades: 14)
6- Todos os seres que não pertencem à condição de DEUSES nascem no interior
de ANWN, abismo original. Estes seres devem todos alcançar o Círculo de
GWENVED, plenos de suas lembranças, de suas experiências passadas, apurados
e transformados pelo jogo de superação da Ignorância.( Tríades:12-14-17)
7- Os seres elevam-se através de sucessivas formas possíveis e imagináveis
da Vida, desde os planos minerais, minerais-plantas, vegetais,
vegetais-animais, animais inferiores e superiores até o Homem, encruzilhada
de Responsabilidade e Liberdade de Consciência. Isto constitui o ABRED,
plano da Necessidade.( Tríades:14-17)
8- Dentro da condição do ABRED, podem os seres e sobretudo o Homem, através
de Liberdade e Escolha e submetidos à EXPERIÊNCIA, à DOR e à MORTE
transmutadora, por sua escolha consciente ou ignorante, elevar-se ou decair
dentro da escala humana.( Tríades:13-17-24)
9- Uma vez alcançado o GWENVED o Ser pode descer de novo, por vontade
própria, ao círculo de ABRED e aí reencarnar em forma humana, com objetivo
de adquirir novas experiências ou guiar os ignorantes à GWENVED,
afastando-os do ABRED. Isto tantas vezes quantas quiser, sempre protegidos
pelo ESQUECIMENTO.( Tríades:30-40)
10- OIW sempre permanece, em meio aos acontecimentos do Universo, sempre
inacessível ao entendimento das Criaturas, mesmo dentro do plano GWENVED.
Eternas em duração, infinitas em suas possibilidades, são essa as
"experiências" do SER, OIW, que, num constante VIR-A-SER, está em cada parte
de seu Universo, ao mesmo tempo incognoscível e completamente presente.
Rituais Celtas
CELEBRAÇÃO DOS CICLOS NATURAIS
por Jan Duarte
Existem inúmeros ritos relacionados com o paganismo, de uma forma geral, e
particularmente com a bruxaria. Muitos deles são bastante pessoais, ou
relacionados a tradições específicas mas, de maneira geral, pode-se dizer que toda
a ritualística acaba centrando-se na idéia de comemoração dos ciclos naturais.
A celebração dos ciclos naturais é certamente uma das formas mais antigas de rito
humano. O caráter cíclico da natureza foi reconhecido pela espécie humana há
muitos milênios, e a própria sobrevivência da espécie foi relacionada a esses ciclos.
Quando dependíamos da caça e da colheita, era vital acompanhar as manadas em
seus deslocamentos sazonais, conhecer os momentos propícios para colher os
frutos ou armazenar alimento. Depois, com o desenvolvimento da agricultura, o
conhecimento desses ciclos passou a ser ainda mais essencial.
A idéia de celebrar, de comemorar a passagem dos ciclos naturais, era encarada
pelos nossos antepassados como uma verdadeira forma de preservá-los. Na
filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis e, portanto, mutuamente
responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, ou os seus vários
momentos, era um modo de mostrar à Natureza (e às divindades naturais) a
gratidão, de expressar a alegria pelos dons recebidos e, em vários momentos, de
devolver à Terra aquilo que por ela era proporcionado. Magicamente, a celebração
dos ciclos naturais possuía o caráter retributivo, ou seja: ofertava-se à Natureza o
fruto do trabalho, para garantir que este fruto seria sempre colhido. Que o equilíbrio
natural se preservaria e o suceder das fases seria contínuo.
Cerimônias que reverenciam os ciclos naturais são diversas, e presentes em todas
as culturas. Surgem na forma de festivais de plantio e colheita, de festividades de
Lua Cheia e de ritos de passagem, que marcam momentos da vida da comunidade e
dos seus membros. Mas, seja qual for o caráter específico, a idéia de integração é
constante. O indivíduo deve se integrar à comunidade através do rito de passagem,
o que garantirá que a última terá sua sobrevivência assegurada pela preservação de
seus costumes. E a comunidade se integra à Terra pelo festival sazonal, o que
garante a sobrevivência da espécie e da própria Terra.
A celebração dos ciclos encerra em si um ciclo. O adulto passa o conhecimento para
o jovem, o ancião para o adulto e, no rito final do sepultamento, o conhecimento
passa a fazer parte da memória coletiva da tribo, por meio da figura do ancestral.
Dentro do neopaganismo, uma das tradições que melhor expressa a idéia do ciclo,
mitologicamente, nos foi transmitida pelos povos que habitavam a Europa Ocidental
pré-cristã, e está sintetizada na Roda do Ano. Como veremos adiante, embora a
Roda do Ano tenha os seus similares em praticamente todo o mundo, foi esse mito
em particular que acabou por influenciar toda a ritualística ocidental, ao ser
absorvido e sincretizado pela cristandade.
A Roda do Ano é basicamente formada por oito celebrações, ou festivais sazonais.
Modernamente, esses festivais são chamados de sabás, por influência do trabalho
de Gardner e outros, os quais por sua vez se embasaram, na década de 1950, no
trabalho de Margaret Murray. Essa, no seu "The Witche's Cult in Western Europe"
propôs que os sabás das bruxas, conforme descritos pela Inquisição, eram na
realidade os resquícios de uma antiga religião da bruxaria, existente na Europa pré-
cristã. Hoje em dia essa teoria é considerada incompleta ou simplesmente errônea,
por ter se baseado principalmente em documentos da Inquisição, e assim tomar
como verdade fatual confissões obtidas sob tortura. Muitos outros estudos foram
feitos, igualmente, que revelaram por Jan Duarte.o real caráter das festividades que
constituíam a Roda do Ano, mas o nome "sabá" acabou ganhando notoriedade pra
designá-las, por isso continuarei a utilizá-lo, aqui.
Os oito sabás têm duas origens distintas. Quatro deles são celebrações
antiquíssimas, que remontam aos tempos em que a humanidade começou a
sistematizar suas observações astronômicas, e os outros quatro, se não se pode
atribuir a eles a mesma antiguidade, estão diretamente relacionados a antigos ritos
celebrados pelos celtas, apesar de aparentemente remontarem ainda a seus
antepassados. Paradoxalmente, esses últimos são considerados os Grandes Sabás,
ao passo que os outros quatro constituem os Sabás Menores, mas o motivo para
isso ficará claro mais adiante.
Os quatro Sabás Menores são, portanto, celebrações dos equinócios (os dias do
ano em que o dia e a noite têm a mesma duração) e dos solstícios (o dia mais longo
e a noite mais longa do ano). Os quatro Grandes Sabás são festas que marcavam a
passagem do ano celta, e eram realizadas, aproximadamente, no dia médio entre os
equinócios e solstícios. De qualquer forma, a sucessão dos oito sabás e as tradições
a eles associadas constituem, em seu conjunto, um mito que passaremos a narrar.
Esse mito tem origem européia, e está profundamente ligado às variações sazonais
daquele continente (o que discutiremos depois), mas, nesse ponto, o que nos
interessa, realmente, é o seu simbolismo, e este é aplicável a qualquer lugar do
planeta.

O Mito da Roda do Ano

O mito da Roda do Ano está centrado nas figuras do Deus e da Deusa. Estes
representam os princípios fundamentais da natureza, sendo portanto deuses sem
nome, ou deuses com muitos nomes, assumindo, no decorrer da narrativa,
diferentes características particulares. Mas, de uma forma geral, Ela é a própria
Terra, a mãe dos frutos e das dádivas naturais, enquanto Ele é o Sol, o princípio do
qual a vida depende para desenvolver-se. Ela é perene, apesar de mutável, e Ele é
antes mutável do que perene.
Embora, como o próprio nome diz, a história seja cíclica, não se podendo, portanto,
distinguir exatamente um início ou um fim, devemos escolher um ponto de partida.
Que este seja, portanto, o final do inverno, quando, segundo o mito, tanto a Deusa
quanto o Deus são pueris. A terra começa a livrar-se do peso da longa noite invernal,
da estação infrutífera, ao passo que o sol, brilhando timidamente no céu, mal
consegue aquecê-la. Nesse momento, tanto a Deusa quanto o Deus são crianças,
frágeis como o próprio equilíbrio natural, no início de um novo ciclo.
No próximo momento, a primavera instaura-se. O sol começa a ganhar força e calor,
permanecendo por mais tempo no céu, ao passo que, na terra, as flores abrem-se,
aptas à fecundação e prometendo os frutos que virão. É a estação juvenil e o tempo
de fertilidade, onde o Deus e a Deusa são adolescentes, jovens prontos a se
conhecerem e cheios do impulso sexual que os atrai e garante a perpetuação da
natureza. Tempo de paixões, quando a bela Rainha da Primavera e o fogoso Gamo-
Rei se conhecem e se apaixonam.
O tempo passa e agora, com a proximidade do verão, as sementes estão plantadas.
A terra está prenhe dos filhos do sol, e o casamento entre os dois consumou-se. No
ápice do verão temos o sol pleno em sua força, e seu calor nutre e guarda seus
filhos, que gestam no ventre da terra. Nesse momento o Deus é o homem maduro, o
guerreiro, o provedor e o protetor, enquanto a Deusa é a futura mãe.
À plenitude somente pode seguir-se o ocaso e, ao aproximar-se o outono, os dias
tornam-se progressivamente mais curtos. As primeiras colheitas acontecem, aquelas
que trarão do ventre da Deusa os frutos de consumo imediato, aqueles que
alimentarão os homens.nos tempos de bonança. O Deus é o sábio e contido Rei do
Azevinho, crescendo em sabedoria conforme sua força física diminui.
Estando instalado o outono e aproximando-se o inverno, os dias encurtam-se cada
vez mais. O sol brilha, a cada dia, menos tempo no céu, e seu calor diminui. A terra
concede aos homens seus últimos frutos, justamente aqueles que possibilitarão a
sobrevivência durante a longa noite que se avizinha. No entanto, o grande mistério
revela-se aqui. A criança que gesta no útero da Deusa é o próprio Deus, que
conforme perde a sua força à vista dos homens, cresce no ventre da Mãe,
assegurando o eterno ciclo de morte e renascimento.
E o auge do inverno chega. Debilitada, enfraquecida pela longa gestação, a Deusa
recolhe-se às profundezas, preparando-se para parir seu filho divino. A longa noite
invernal instaura-se, com a morte do Deus e, quando os dias são os mais curtos do
ano, ao ocaso só pode sobrevir um novo início. Assim, a Grande Mãe, recolhida ao
seu leito puerperal, dá à luz aquele que virá a ser seu consorte, e o Deus renasce
como criação por ele mesmo engendrada. Um novo ciclo começará.

O Paralelo Entre o Mito e a Natureza

O simbolismo da Roda do Ano, adotado como o mito central da Wicca, mas na


realidade encontrável, com variações, em basicamente todas as sociedades
agrícolas primitivas, espelha exatamente o que se verifica no decorrer de um ano,
observando-se o suceder das estações.
No gráfico a seguir, a linha representa a variação da duração do dia, em horas,
levando em conta o tempo decorrido do nascer ao pôr do sol, ao longo de um ano,
na cidade de Dublin, na Irlanda. Utilizei os dados dessa cidade por dois motivos
principais: o mito da Roda do Ano, na forma como o descrevemos, foi desenvolvido
pelos povos que habitavam o noroeste da Europa, ou seja, na latitude média dessa
cidade. Essa latitude, bastante setentrional, possibilita marcantes diferenças no
tempo de duração dos dias e na passagem das estações. O outro motivo é que a
Irlanda e a Inglaterra, com seus megalitos e sua mitologia, estão profundamente
ligadas ao desenvolvimento e sistematização da bruxaria moderna.
As datas consignadas no gráfico são as datas tradicionais de realização dos Sabás,
no hemisfério norte, sendo que as datas dos equinócios e solstícios, que são variam
ligeiramente de ano para ano, foram consideradas para o ano 2001.
Observando o gráfico, vê-se que a história da Deusa e do Deus está aí claramente
espelhada. Enquanto no solstício de inverno, ocasião do renascimento do Deus,
temos apenas 7 horas e meia de luz solar durante o dia, no solstício de verão, ápice
de sua força e majestade, temos 17 horas! Essa diferença marcante no tempo de
duração dos dias ao longo do ano explica sem maiores comentários o motivo do
mito ter se desenvolvido naquela região. Na realidade, se olharmos a curva do
gráfico, poderíamos igualmente dizer que ela representa o desenvolvimento da força
física e da capacidade de trabalho (falamos aqui em trabalho físico) de um homem,
ao longo da sua vida. Portanto, o paralelo entre o nascimento, amadurecimento,
envelhecimento e decrepitude de um deus solar está convenientemente mostrado.
Já em países como o Brasil, situados em latitudes mais baixas, na região tropical,
esta diferença na duração do dia não é tão marcante, assim como também não há
uma diferenciação profunda entre as estações do ano, embora tanto um como outro
fator sejam ainda sensíveis. Vejamos novamente o gráfico, agora considerando os
horários de nascer e pôr do sol para Brasília:
Antes de mais nada, é importante reparar que, embora as datas de realização dos
sabás tenham se mantido como pontos fixos no gráfico, elas agora representam o
inverso do que representavam no gráfico anterior. O motivo disso, é claro, é o fato
da inversão das estações no hemisfério sul, em relação ao hemisfério norte. Quando
aqui é verão, lá é inverno, e vice-versa. O nosso dia mais longo do ano (solstício de
verão) corresponde ao dia mais curto do ano no hemisfério norte (solstício de
inverno). Estou frisando esse ponto agora, pois isso será fundamental mais tarde.
No entanto, o que se vê nos gráficos acima é que, independente da localização
geográfica, o ciclo de nascimento, crescimento, decadência, morte e renascimento
da natureza, repetindo-se a cada ano, segue o mesmo padrão. As datas dos
Pequenos Sabás,
situadas nos equinócios e solstícios, marcam justamente os momentos de ápice de
cada estação do ano, ao passo que as datas dos Grandes Sabás, marcam os
momentos iniciais de cada estação. Digo isso pois, apesar do costume ter
estabelecido os solstícios e equinócios como o início de cada uma das estações do
ano, o que se verifica na prática é diverso. Esses momentos são na realidade o
ponto alto de cada estação. Assim, por exemplo, quando chegamos ao solstício de
inverno, que é considerado o início dessa estação no calendário usual, atingimos os
dias mais frios do ano (teoricamente) e os mais curtos, mas o processo de
resfriamento e encurtamento dos dias já se iniciou antes, está apenas se
completando. A tendência, dali por diante, é o crescimento da duração dos dias e o
progressivo aquecimento, até que os dias e noites tenham a mesma duração, o que
será o ápice da próxima estação, a primavera.
Colocando datas no que acabei de dizer, para uma compreensão melhor, teríamos o
seguinte: observando o primeiro gráfico, veremos que, no hemisfério norte, o
período mais quente do ano e com os dias mais longos, estende-se de 1º de maio
até 1º de agosto, tendo o seu auge no ponto médio desses dias, o solstício de verão,
por volta de 20 de junho. O período temperado a seguir, o outono, vai de 1º de
agosto até 31 de outubro. Por ser um período temperado, seu auge é justamente
quando os dias e noites têm igual duração, ou seja, no equinócio, por volta de 20 de
setembro. A partir de 31 de outubro o esfriamento passa a ser
cada vez maior, estendendo-se o período frio (inverno) até o início de fevereiro e
tendo seu auge novamente no solstício, por volta de 21 de dezembro.
O que acabei de explicar está demonstrado na figura a seguir. Nessa figura, as setas
partindo do centro representam a duração dos dias. Vê-se, portanto, que os quatro
Grandes Sabás (Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain) marcam exatamente o início
de cada período do ano, de forma bem mais precisa do que os equinócios e
solstícios (Pequenos Sabás), que representam, na realidade, o ápice de cada uma
das estações.
Os povos do norte, que desenvolveram esse simbolismo, contavam o ano de forma
diversa da atual. Na realidade, para os celtas, o ano novo era comemorado
justamente no 31 de outubro (Samhaim). Eis o motivo pelo qual aquelas festividades
que não se baseiam nas datas dos equinócios e solstícios (o que parece incoerente
segundo o nosso próprio calendário), são consideradas os sabás principais.
Mais adiante, voltaremos a tocar nesse aspecto astronômico-sazonal das
celebrações. Mas, agora, farei agora uma breve descrição da simbologia dos oito
sabás, da sua relação com a história da Roda do Ano e de sua associação com o
calendário civil, em especial na forma de datas sincretizadas ou absorvidas pelas
festividades cristãs.

Yule, o Solstício de Inverno

O sabá comemorado na noite mais longa do ano é o sabá do renascimento. É


interessante reparar que essa época do ano, para inúmeras religiões, está
associada ao nascimento de seu Deus, de alguma forma. A verdade é que a
associação do renascimento à noite mais longa do ano é bastante natural, posto que
ela é o ápice da estação fria e, a partir daí, os dias começarão a alongar-se e a
natureza progressivamente se revitalizará.
No hemisfério norte, o solstício de inverno ocorre próximo ao Natal cristão. Essa
data, em especial, foi uma das mais sincretizadas pela cristandade, podendo mesmo
ser afirmado que a "data de nascimento" de Jesus foi convencionada para se ajustar
ao solstício. Basicamente todos os símbolos associados ao Natal têm origem pagã e
refletem justamente aqueles elementos naturais que permanecem vivos ao longo do
inverno, ou que mantém os homens durante esse período. Assim, temos o pinheiro,
que se conserva verde durante o inverno, e as frutas secas, as nozes e outros
alimentos bastante calóricos e de fácil conservação.
A celebração do Yule pode parecer dúbia, por se situar numa época do ano que
incita ao recolhimento, principalmente nos lugares de clima mais frio, e ser a alegre
celebração do nascimento do Deus. No entanto, deve-se ter em mente que ela é o
início de uma fase de recuperação e crescimento, e é justamente isso que se saúda.
Um antigo costume reza que as cinzas da fogueira acesa na noite do Yule devem
ser espalhadas pelos campos, o que nos traz justamente o espírito desse sabá. O
calor, simbolizado pela fogueira, está preste a retornar e, ao espalhar as cinzas
dessa fogueira, a idéia é que o sol venha fertilizar a terra, na primavera
vindoura.

Imbolc

Como vimos, os solstícios e equinócios marcam o auge das estações, apesar de


serem atualmente considerados como o início destas. Assim, o sabá Imbolc
comemora a chegada da primavera e o final do inverno. Temos ainda as noites mais
longas que os dias, mas o ciclo de aquecimento, a metade clara do ano, já começou.
O Imbolc é o festival do fogo, representando o Deus que começa a crescer e, com o
seu calor, prepara a fertilidade da terra. Entre os Celtas, comemorava-se a Deusa
Brigid,divindade do fogo, com procissões onde os participantes portavam tochas.
Tradicionalmente, também, fazia-se (e faz-se) a limpeza ritual dos locais de culto,
simbolizando que as reminiscências negativas do ciclo anterior deviam ser
apagadas, para que um novo ciclo de vida instale-se.
Em relação a este sabá, várias considerações interessantes podem ser feitas. Da
deusa Brigid diz-se que teria nascido exatamente ao nascer do sol, e uma grande
torre de chamas teria se elevado aos céus do topo de sua cabeça. Diz-se também
que sua respiração traria nova vida para os mortos. Eis aqui claras alusões ao
retorno do sol, após o inverno. É interessante
também notar que aproximadamente nesta data os Astecas celebravam o seu ano-
novo, onde vemos mais uma alusão a um período de reinícios. A alegria pelo final do
inverno também transparecia nas Lupercalia romanas, que vieram depois dar origem
ao Carnaval. Comemorado no hemisfério norte a 2 de fevereiro, essa data ficou
marcada para a cristandade como a purificação de Maria - a idéia da limpeza ritual -
e como a apresentação.de Jesus no Templo - a idéia do Deus que deixa a infância -
em mais uma tradução cristã dos ritos pagãos.

Ostara, o Equinócio de Primavera

O sabá do equinócio de primavera tem o seu nome derivado da Deusa Eostre,


deusa saxônica da fertilidade, cujos símbolos eram o ovo e o coelho. É portanto, um
festival de fertilidade, um festival de plantio, onde se pediam as bênçãos para a
germinação das sementes recém-plantadas.
Pela tradição da Roda do Ano, poderia-se dizer que em Ostara anula-se de vez a
imagem da Deusa como mãe e do Deus como filho. A face de mãe ou de anciã da
Deusa, que prevalecia até aqui, é substituída pela face da donzela, pronta a assumir
seus atributos sexuais, como a própria terra a ser semeada. O Deus por sua vez,
encontra-se aqui na figura do jovem vigoroso, apesar de ainda não apresentar a
plena força e maturidade. A duração igual de dias e noites, alcançada neste sabá, é
mais uma noção a ser levada em conta, visto que pode ser tida como o próprio
equilíbrio da natureza se restabelecendo. A partir daqui o Sol e a Terra caminharão
juntos, como casal divino.
O simbolismo do ovo e do coelho, citado, foi assimilado pelos cristãos na festa da
Páscoa, perdendo parte do seu significado original. Convém lembrar, no entanto,
que os cristãos celebram nesta época a ressurreição de Jesus, e que a lebre é um
antigo símbolo de ressurreição. Da mesma forma, diz-se que Jesus morreu como
Filho, tendo ressuscitado como Deus - o que tem um inegável paralelo com a
situação descrita para o Deus pagão, que nesta época deixa de ser o filho divino da
Deusa e torna-se seu futuro deus-consorte.
Este sabá e o próximo são dos poucos que preservaram, no hemisfério sul,
comemorações independentes das datas estabelecidas no hemisfério norte, fora do
meio pagão. O equinócio de primavera, aqui, acontece em setembro, e existem
inúmeras comemorações no Brasil nessa época que, de uma forma ou de outra,
remetem a antigos ritos pagãos, como o próprio costume de eleger-se nas escolas
uma Rainha da Primavera.

Beltane

Beltane representa a transição entre a primavera e o verão e simboliza a


consumação da união sexual entre a Deusa e o Deus. Poderia-se mesmo dizer que
o verão, estação da frutificação, começa a manifestar-se aqui, para atingir o seu
ápice no próximo solstício.
Toda a simbologia do Beltane tem, inegavelmente, um cunho sexual. Enquanto em
Ostara a fertilidade era apenas palpável e desejada, aqui ela se transforma em ato,
representando que o calor do sol penetrou na terra para nela engendrar seus frutos
(plantio). Embora diversos costumes da celebração de Beltane tenham subsistido e
sido assimilados pelo ocidente cristão, estranhamente as celebrações típicas de
Beltane, que ocorrem em 1º de maio no hemisfério norte, foram empurradas pela
cristandade para o mês seguinte, dando origem às festas juninas. As fogueiras de
Beltane subsistiram nessas festas,
bem como o costume de pulá-las. Os Maypoles, em torno dos quais dançava-se,
tornaram-se os mastros dos santos católicos. Mesmo a adivinhação, que costumava
ser praticada nesse festival, manteve-se na tradição popular, pois é comum
acreditar-se que as moças solteiras, nas noites de festa dos santos "casamenteiros",
poderão visionar seus "futuros maridos".
Talvez esse deslocamento da data para o mês seguinte tenha origem na tradição
celta que proibia casamentos no mês de maio, por ser este consagrado unicamente
ao casamento da Deusa e do Deus. Dessa forma, nada mais natural que o mês
seguinte fosse dedicado aos casamentos e, posteriormente, aos santos
casamenteiros. Por outro lado, a celebração do.casamento divino ficou
indelevelmente marcado, pois paradoxalmente hoje maio é considerado o Mês das
Noivas pelos cristãos, e o mês dedicado a Maria (a esposa-divina).
Outro aspecto interessante a ser lembrado é que o 1º de maio é, hoje, comemorado
internacionalmente como o Dia do Trabalho. Lembrando-se que o Beltane era um
festival de plantio, a associação entre agricultura e trabalho é bastante notável, visto
ter sido esta atividade um dos primeiros trabalhos organizados do homem.

Litha, o Solstício de Verão

O dia mais longo do ano marca o auge do poderio do sol. Em Litha, o Deus atinge a
maturidade e prenuncia o seu declínio, ao passo que a Deusa, grávida, assume a
face da futura mãe. Como no solstício de inverno, o solstício de verão marca uma
pausa, um momento de repouso entre as duas metades da Roda do Ano. Aqui, o
período não é o repouso forçado pelo inverno, mas sim o repouso prazeroso do
verão, o intervalo entre o plantio e a colheita. É de se notar que até hoje, se
considerarmos os calendários escolares, teremos férias justamente nesses dois
períodos (auge do inverno e auge do verão).
Segundo uma das tradições ligadas ao solstício de verão, esse seria o momento em
que o Rei do Carvalho, aspecto do Deus que reinou durante a primeira metade do
ano (a fase de crescimento, ou seja, do nascimento à maturidade), seria derrotado e
substituído pelo Rei do Azevinho, que governará a outra metade (da maturidade à
morte). Há aqui um interessante sincretismo, apontado por Robert Graves, conforme
citado por Stewart Farrar em A Witches' Bible. Ocorrendo sempre em torno de 20 de
junho, no hemisfério norte, a data deste sabá praticamente coincide com o Dia de
São João Batista. É interessante notar que, segundo a mitologia cristã, João Batista,
o feroz pregador, foi substituído em sua missão por "aquele que veio depois dele",
ou seja, o sábio e manso Jesus. Eis aqui, portanto, assimilada pelos cristãos a
derrota do impetuoso Rei do Carvalho pelo
sábio Rei do Azevinho.

Lammas

O Lammas é o sabá que comemora a chegada das primeiras colheitas, juntamente


com o outono. Marca, portanto, a chegada dos primeiros frutos da Mãe-Terra que
alimentarão os homens, bem como a transição do Deus-Sol para o papel de protetor
e provedor. Convém lembrar que o termo Lammas já é um nome um tanto moderno
(e mesmo cristianizado) para esse sabá, motivo pelo qual eu diria que ele foi antes
absorvido do que anulado, mantendo-se vivo entre a cristandade na forma de
inúmeros festivais de colheita, em todo o mundo ocidental.
Na antiguidade pré-cristã, porém, era conhecido e celebrado como Lughnasadh.
Este festival era dedicado ao deus Lugh, deus guerreiro associado ao sol, que teria
tido importância decisiva na vitória dos Thuatha De Dannan sobre os Fomorianos
(duas tribos míticas que haveriam povoado a Irlanda). Uma das lendas associadas a
Lugh conta que ele teria poupado a vida do chefe inimigo Bres, em troca do segredo
de arar a terra, semear e colher. Eis aqui, portanto, uma referência direta à
agricultura neste festival, mesmo em sua forma mais ancestral. Uma outra tradição
ligada ao Lammas era o costume de se atear fogo a uma roda de
madeira e fazê-la rolar colina abaixo. Essa prática representava a descida do sol, o
encurtamento progressivo dos dias, significando que o Deus entrava em sua fase de
decadência.

Mabon, o Equinócio de Outono

O Mabon é o festival da segunda colheita, ou ainda do encerramento da colheita


iniciada em Lammas. Aqui se colhiam os alimentos que garantiam o sustento
durante o inverno, bem como se sacrificavam aqueles animais domésticos que não
resistiriam à próxima estação, consumindo-se ou conservando a sua carne.
De uma forma geral, pode-se dizer que, apesar da aproximação do tempo de
privação, o Mabon seria o momento de maior fartura de todo o ano, estando as
colheitas completas e o alimento estocado. Dessa forma, a celebração do Mabon
resulta num agradecimento pelas dádivas proporcionadas pela Deusa e pelo Deus
no decorrer do ano.
No Mabon, temos novamente o equilíbrio entre o dia e a noite, significando aqui que
ambos os aspectos entram em sua fase final. O Deus encaminha-se para a morte
próxima, enquanto a Deusa assume seu aspecto de anciã, preparando-se para a
jornada no mundo interior, onde passará o inverno aguardando o nascimento de seu
filho. Apesar da origem do nome do sabá ser celta, o folclore do Mabon remete à
lenda grega de Perséfone, que conta que esta deusa passava metade do ano
proporcionando a fertilidade dos campos e outra metade do ano no Hades (mundo
interior) em companhia de seu marido. A época do equinócio de outono era
justamente o início do período do ano em que ela morava no submundo. Na Grécia,
nessa época, eram celebrados os Ritos de Elêusis, talvez o mais importante festival
religioso grego, que perdurou por mais de 2000 anos.
Na cristandade, essa data é dedicada ao arcanjo Miguel, considerado pelos cristãos
o vencedor de Lúcifer. É interessante notar que uma das lendas celtas associadas
ao Mabon contava que, no equinócio de outono, o deus Lugh (o sol, a luz) era
derrotado por seu irmão gêmeo, o deus da escuridão Tanist. De uma maneira ou de
outra, surge aqui a idéia da noite sobrepondo-se ao dia.

Samhain

Considerado o sabá mais importante, o Samhain, mais tarde conhecido como


Halloween, marcava o final do ano celta. Num aspecto puramente prático, isto
significaria que as colheitas estavam encerradas, os animais domésticos guardados
em seus abrigos de inverno, e as provisões estocadas. No aspecto místico, no
entanto, esta data é carregada de significações.
Apesar do Samhain ser celebrado como o final do ano, muitos povos antigos não
comemoravam o início de um novo ano até o próximo Yule, considerando esse
período entre os dois sabás como sendo um tempo fora do tempo, um período de
suspensão da vida, repleto de magia e de perigos. A relação com os perigos do
inverno, com o recolhimento exigido nos países de clima frio nessa estação, com a
duração das longas noites invernais, é patente. O próprio nome gaélico significa,
literalmente, "fim do verão", evocando o final dos dias de calor. O momento de maior
fartura relativa, em todo o ano, marcava igualmente o momento de maior
comedimento, já que os estoques deveriam durar até a próxima primavera.
Na noite de Samhain, considerava-se que o véu entre os mundos estaria em seu
momento mais tênue, possibilitando a comunicação com os antepassados.
Lanternas eram acesas e colocadas nas janelas, para guiar os que já partiram até
suas antigas casas. As mesas eram postas com lugares extras para os
antepassados, comida era ofertada. A própria celebração do sabá tem a
característica de ser um misto de pesar pela morte e alegria pelo renascimento
vindouro - refletindo o que seria o momento da morte do Deus solar e do auto-exílio
da Deusa no submundo, aguardando o seu retorno.
Essa dualidade do Samhain nos fala justamente do tema central da Roda do Ano, da
revelação do mais profundo dos mistérios. O momento da morte do Deus é o
momento do.conhecimento que ele gera a si mesmo, pois é ele a criança que gesta
no útero da Deusa e nascerá no Yule. O simbolismo da perpetuação da vida, da
cadeia circular que se auto-sustenta, da natureza que é inextinguível pois está
continuamente gerando a si própria, se expressa aqui tanto no plano divino quanto
no plano humano. Somos eternos pois aqueles que partiram continuam vivos em
sua descendência, e poder-se-ia dizer que o encontro com nossos antepassados é o
próprio encontro com nossos filhos.
Ecos desse festival estão ainda bastante presentes no imaginário popular. O Dia das
Bruxas, o Halloween, tão tradicional nos países de língua inglesa, mostra-nos isso
na forma de crianças fantasiadas de seres fantásticos - fantasmas - o que seria uma
forma distorcida de se interpretar os antepassados mortos e mesmo, como dissemos
acima, de representar as crianças como continuadoras da presença dos que se
foram. A tradição cristã associou à data tanto o Dia de Todos os Santos (01/10)
quanto o Dia de Finados (02/10). Pode se ver nas duas celebrações cristãs o culto
aos antepassados, tanto na forma de "santos" quanto na forma direta.

O Espírito dos Sabás - Uma Visão Agrupadora

Independentemente das tradições particulares e das lendas associadas a cada um


dos sabás, há o costume de dividir-se essas datas em O Tempo do Grande Sol e O
Tempo do Pequeno Sol, referindo-se justamente aos períodos quentes e frios do
ano. No entanto pode-se reparar que, mais do que representarem duas fases
apenas, os sabás apresentam quatro temáticas dominantes, correspondendo às
quatro estações do ano, e aquelas festas que se encontram no início e no ápice de
cada estação possuem características comuns
Dessa forma, os sabás que marcam o início e o ápice da primavera, na perspectiva
sazonal que utilizamos e não na convencional (Imbolc e Ostara), retratam o frescor,
a fragilidade e a paixão característicos da infância e da adolescência, sendo ritos
dirigidos à fertilidade e à esperança de fartura no ano que se inicia.
Beltane e Litha, os sabás do verão, têm, ambos, a temática da sexualidade, do ato
de fecundar, do casamento. A força da juventude, a semeadura, a união dos
opostos, formam a tônica desses rituais. Os sabás do outono - Lammas e Mabon - já
têm como temática os aspectos relacionados à maturidade e, por serem festas de
colheita, ao agradecimento pelos frutos da terra e, por extensão, aos resultados
obtidos pelo trabalho. A idéia de gestação, de perpetuação, é bem vívida em ambos.
A temática do Samhain e do Yule, os sabás do inverno, também se aproxima. Ambos
tratam da morte e do renascimento e a tônica aqui, é o recolhimento. A alegria é uma
espécie de contraponto nos dois sabás, visto que o que aqui se festeja não é a
plenitude em si, mas sim a certeza que ela virá após o momento atual.
Outra coisa que se torna patente ao observar o suceder dos sabás sob essa ótica, é
que conforme o ano caminha, tais celebrações deixam de ser centradas no indivíduo
e passam a ser centradas na família, no grupo, ou no clã. Poderíamos aqui traçar
um paralelo com o desenvolvimento do ser humano. Crianças novas não são
naturalmente gregárias mas, conforme vão crescendo, progressivamente adquirem a
noção do outro, se tornam cada vez mais inseridas dentro de relações interpessoais
e, finalmente, ao atingir a idade adulta, buscam os relacionamentos de integração
que constituem os núcleos familiares. Assim, os quatro primeiros sabás, aqueles da
fase de crescimento do sol, são basicamente voltados a sentimentos individuais, ao
passo que os quatro últimos, os da fase de declínio do sol, são voltados a
sentimentos familiares e coletivos.
Fazendo algumas associações místicas, o Imbolc, dessa forma, pela sua
característica de início, poderia ser associado ao processo solitário das iniciações,
ao simbolismo do arcano I do Tarô (O Mago), ao impulso do ego e do fogo interior
relacionado ao signo de Áries. Da mesma forma, o Yule traduz a coletividade, o
simbolismo do arcano XXI (O Mundo), o sentido de união ao grupo, da junção de
múltiplas gotas em um oceano dos signos de Aquário e Peixes, ou mesmo da
dissolução da individualidade, representada pela morte.

Anexo:
A Celebração dos Sabás -Hemisfério Norte ou Hemisfério Sul?

Ao apresentar o simbolismo de cada um dos sabás, por diversas vezes eu me referi


às datas em que estes são celebrados no hemisfério norte. Houve uma razão
específica para isso, que foi demonstrar de que forma estas datas foram assimiladas
por nossa cultura e como elas se transformaram ou vieram a dar origem a
festividades cristãs, já que a cristandade também se desenvolveu no hemisfério
norte.
No entanto, surge aqui uma polêmica. Quando apresentamos os primeiros gráficos,
falamos na inversão das estações do ano entre os dois hemisférios da Terra. Em
termos rituais, isso significa que enquanto no hemisfério sul temos a fase do ano de
crescimento e amadurecimento do Deus (conforme os dias se alongam), no
hemisfério norte o contrário se dá: os dias se encurtam e temos a fase de
decadência e morte do Deus. Exemplificando: enquanto no hemisfério sul temos o
solstício de verão, o dia mais longo do ano, no hemisfério norte, na mesma data, é o
solstício de inverno e a noite mais longa do ano. Enquanto aqui, segundo o mito, o
Deus está na plenitude de suas forças e a Deusa está grávida, lá o Deus acabou de
nascer.
Seria portanto coerente comemorar o mesmo sabá aqui e lá? As opiniões se
dividem. Temos aqueles que pregam a adoção de um calendário único, seguindo o
ritmo das estações do hemisfério norte; temos aqueles que defendem a realização
de cerimônias mistas, onde ambos os aspectos sejam lembrados; e temos aqueles
que afirmam que deverá ser adotada a celebração dos sabás de acordo com o ritmo
sazonal da região onde se vive.
Os defensores da padronização pelo hemisfério norte alegam que as raízes da
bruxaria foram estabelecidas naquele hemisfério, que o simbolismo utilizado nos
sabás refere-se à vegetação e aos animais típicos dos países do norte e, ainda, que
os sabás vêm sendo comemorados há milhares de anos naqueles lugares, o que
fixaria a energia destas datas na forma que elas lá se apresentam. Citam ainda o
fato que o ano civil e suas comemorações estão historicamente atrelados, como
vimos, às datas do hemisfério norte.
Aqueles que defendem a celebração de sabás híbridos, misturando elementos do
hemisfério norte e do hemisfério sul para cada data, a meu ver, procuram apenas
uma espécie de "acomodação política". Estes normalmente argumentam que, em
países como o Brasil, a diferença entre as estações do ano não é nitidamente
marcada como na Europa, ocorrendo coisas como dias de sol e calor em pleno
inverno.
Particularmente, não concordo com uma posição nem com a outra. Atrelar as datas
dos sabás ao hemisfério norte me parece contradizer o próprio espírito destas
comemorações. Se o que buscamos é a sintonia com a natureza, como poderemos
desprezar o que se passa à nossa volta e nos conectarmos com o que ocorre em
outra parte do planeta? O argumento que tais cerimônias teriam se originado na
Europa me lembra, por exemplo, as missas rezadas em latim. O que é mais
importante? A compreensão e a sintonia com os elementos da celebração ou a
tradição?
O simbolismo típico do hemisfério norte, na forma de árvores, frutos, cereais e
animais típicos daquela região me parece apenas falta de imaginação e, mais uma
vez, tradicionalismo inócuo. Da mesma forma que lá, temos aqui inúmeras espécies
nativas que bem simbolizam cada época do ano, basta querer aproveitá-las. Nunca
é demais lembrar que o que celebramos é a natureza e que o Deus e a Deusa não
são ilustres cidadãos europeus, mas sim a própria representação da natureza. Logo,
olhemos à nossa volta para buscá-los e não para milhares de quilômetros de
distância..Argumentos baseados no ano civil caem no mesmo vazio. Dizer que seria
estranho, por exemplo, celebrar o nascimento do Deus em junho, como se isso
fosse uma espécie de Natal fora de época, apenas me faz pensar num demasiado
apego a tradições cristãs. O Yule não é o Natal, e isso deve ficar bem claro. O Natal
é uma festa cristã que, no hemisfério norte, ocorre na mesma época do Yule e, por
ter sido criada a partir de símbolos pagãos (como explicamos) tem basicamente a
mesma simbologia.
A adoção de uma religião pagã não significa o combate ou o desrespeito aos
preceitos do cristianismo, mas significa, de uma forma ou de outra, a necessidade
de rompimento com estes. O mundo cristão comemora o ano-novo em dezembro,
por exemplo, mas chineses, judeus e outros povos não o fazem. Além disso, poder-
se-ia perguntar aos defensores da egrégora, do estado de espírito característico a
cada celebração, se estes se sentem dispostos ao recolhimento em seus lares em
pleno verão! Ou se acham interessante comemorar alegremente o calor do verão, a
fertilidade, tremendo de frio num Litha numa noite de junho...
Basear-se na pouca diferenciação entre as estações do ano é prender-se a apenas
um aspecto da Roda do Ano, justamente aquele que é ligado ao efeito e não à
causa. Os efeitos são verificáveis no corpo da Deusa (a terra), mas são causados
pelo Deus (o sol). Ou seja: além de tal diferenciação variar grandemente de acordo
com a localidade que se leva em conta, ainda há o inegável fato que a variação da
duração dos dias, por menor que seja, existe e segue o padrão que expusemos. O
dia mais curto do ano, no hemisfério sul, dá-se em junho e não em dezembro.
Portanto, não vejo outra alternativa mais correta, quando se opta por seguir as
celebrações da Roda do Ano, do que fazê-lo da maneira que ela se apresenta no
local onde vivemos. O próprio fundamento do paganismo é o contato, a interação
com a natureza. As bases da crença nos dizem que fazemos parte da Natureza e
somos responsáveis pela sua manutenção e pela sua eterna recriação. De que
forma poderemos nos sentir assim se, logo de princípio, nos apartamos do momento
atravessado pela natureza que nos cerca, ignorando as estações do ano em nosso
próprio local de moradia?
Da mesma forma, entendo que a celebração dos sabás deverá, na medida do
possível, utilizar elementos que estejam presentes no nosso cotidiano, que
simbolizem o momento da Roda do Ano como ele se apresenta onde vivemos. Por
mais eficiente que um símbolo possa ser em sua região de origem, ele não terá
necessariamente a mesma eficiência em outras regiões. Que significado poderia ter
um pinheiro, como símbolo da permanência da vida durante o inverno, para um
nativo de uma ilha do pacífico, que nunca viu um pinheiro?... É preciso ter em mente
que a utilização de um determinado símbolo, seja ele um fruto, um grão ou um
animal, tem um significado próprio dentro de uma celebração. Cabe a nós
representar esse significado de uma forma que seja por nós compreendida, não
apenas repetir o que nos foi apresentado por uma tradição, senão estaremos
apenas repetindo velhas fórmulas e insistindo em criar dogmas.
MITOLOGIA CELTA

 Quem são os celtas


 Fontes
 As crenças primitivas
 Os Druidas
 Lugares de culto
 A vida pós-morte
 Deuses e mitologia
 Bibliografia

Quem são os celtas

Não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados. Os bretões ou
kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os
gauleses, grande parte do que hoje é a França. Os germânicos lhes fizeram uma
guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é
atualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos
de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o
território osem população. Assim, não se pode falar de uma “raça celta” e sim
diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características.
Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas
de vida, permitem considerar a idéia de um “povo celta”.
Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt",
extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam
por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como
afirmam os primeiros historiadores gregos. Para muitos "La Tene" representa a
primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta. Os gregos distinguiam
entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa,
denominados "Keltoi". Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses)
aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni"
(britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).
Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e
tradições artísticas comuns. Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas
por chefes militares empenhados em continuas lutas internas. As enormes distâncias
que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a
desintegração. Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava
em declive. Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias
frentes pelos germanos, dácios e romanos. Um século mais tarde, apenas uma parte
do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas
conservavam sua independência e identidade.
No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao
Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas
formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros.
Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam
sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como
cunhar moedas.
Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado
de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de
tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e
que em sua forma moderna se conhece como “gaélico”, puderam sobreviver muito
mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem
social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter
convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem
conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.

Fontes

A falta de documentos é um dos problemas com quem tenta estudar o povo celta.
Alguns possuíam escrita, porém pouco dela se conserva e a literatura apenas foi
transmitida na forma de tradição oral que se altera facilmente e morre facilmente.
Além disso, os sacerdotes celtas resistiam, por razões espirituais, a consignar por
escrito qualquer coisa referente à religião. Há pequenas inscrições na Gália, escritas
em lado, e que dão apenas uma informação indireta.
Mais importância há nos relatos de autores clássicos, gregos e romanos,
especialmente Júlio César. São parciais, referentes às províncias romanas habitadas
por celtas, ou relativos às guerras com eles mantidas. Naturalmente, pouco falam
sobre as épocas mais remotas, não tendo caráter científico nem historiográfico
referente à religião, destacando-se apenas o que é de importância para o
desenvolvimento de operações militares ou da colonização. Além disso, os
historiadores viam com maus olhos os celtas, empenhando-se sempre em destacar
o seu próprio ponto de vista.
Outras noticias indiretas nos chegam pelos autores medievais: escritos de bispos
que citam superstições, ao combater os restos da antiga religião pagã; lendas e
tradições, muito deformadas, que sobreviveram na literatura popular e que se supõe
tenham inspirado os ciclos de gesta medieval, como o rei Artur.
Os mitos celtas se conservaram através de duas tradições principais: alguns foram
recolhidos por monges cristãos e fixados por escrito, outros se mantiveram vivos nas
tradições orais folclóricas e sobreviveram até hoje. A literatura gaélica, baseada
inteiramente na oralidade, desapareceu com o idioma. Julio Cesar escreveu que os
druidas da Gália consideravam inadequado colocar por escrito seu conhecimento.
Em consequência, sua mitologia se perdeu para sempre.
Ao final do século 6 d.C., começou-se a registrar por escrito a literatura celta, porém
de todos os manuscritos anteriores ao ano 1100 restaram apenas fragmentos. O
mais importante da tradição irlandesa é o chamado "Livro da Vaca Parda". Seu
“transcritor" (seria incorreto dizer "autor") foi um tal Maelmari, de quem sabemos ter
sido assassinado na catedral de Clonmacnois no ano de 1106, durante uma incursão
viking. O titulo se origina de um manuscrito anterior do século 7, que São Ciaran
tinha escrito utilizando como base a pele de sua vaca.
A literatura irlandesa tem como base os feitos de seus heróis guerreiros. As guerras
tribais, o valor e a fortaleza individual são os grandes temas desta tradição. Os
personagens heróicos eram modelos de conduta para os jovens guerreiros.
Podemos dividi-los em três grandes grupos: histórias miscelâneas relacionadas com
os reinados de alguns monarcas, o ciclo dos Ulaidh (literalmente "Ulstermen":
homens del Ulster), e por último, o ciclo de Fionn mac Cumhaill e os bandos de
guerreiros conhecidos como “fiana". Além desta coleção de contos variados, os
celtas produziram um bom número de obras pseudo-históricas. Entre elas o
"Leabhar Gabhála Eireann", o "Livro da conquista de Irlanda", comumente chamado
"Livro das invasões", que descreve as diferentes invasões que a Irlanda sofreu antes
da "grande avalanche".
Os celtas da Grã-Bretanha herdaram também uma rica tradição mitológica, que
também é escassamente documentada. A mitologia da Grã Bretanha se conhece
sobretudo graças a uma coleção de lendas chamada "Mabinogion", titulo que Lady
Charlotte Guest deu em 1849 a sua tradução ao inglês da coleção de onze relatos
gaélicos conservados em antigos manuscritos; estes manuscritos são: o Livro
Branco de Rhydderch (em torno de 1300-1325) e o Livro Vermelho de Hergest (entre
1375-1425). ''Mabinogion'' significa, em sentido geral, “conto da infância", e em si
não é mais que um relato mitológico sobre a concepção, nascimento e primeiros
passos do herói celta.

As crenças primitivas
Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam
sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc. A
adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se
desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou
em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.
Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com
reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte
era proibido. Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a
destruição por uma tribo hostil era vista com terror.
As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como
deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o
espírito do morto. Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada
também. .As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham caráter divino ou
serviam de morada a uma divindade. Muitos rios eram consideravam sagrados por
constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão freqüentemente,
de um deus. Nem todos os espíritos das águas eram benéficos. A natureza, às
vezes era favorável, outras, hostil.
Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre
eles a lua, e tais fenômenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido.
As atividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o
crescimento das colheitas. Em algumas regiões foram encontradas provas de que se
celebravam festejos durante a lua nova.
A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos
animais, é universal e também é vista entre os celtas. O javali aparece em muitas
insígnias e sua imagem é vista em moedas. O urso era também uma besta sagrada,
e seu nome de arlos surge com freqüência em denominações de lugares como Arto-
dunum ou Artobranos. Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em
muitas moedas. Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do
mundo. A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era
representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do
mundo inferior. O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com
freqüência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.
Os Druidas
Os Druidas eram os sacerdotes e magos, mestres e juízes. Desde o início da
história celta foram uma classe educada e respeitada por sua sabedoria e
conhecedores de seus próprios poderes como intermediários entre as tribos e os
deuses.
Estes homens eram conhecidos como druidas (palavra que originalmente deriva de
um termo para "o conhecimento do cedro" ou "profundos conhecimentos").
Os druidas formavam uma classe privilegiada, isentos de impostos e serviço militar,
isso atraía grande número de jovens, que buscavam iniciação na ordem, Houve três
categorias desses sábios: os bardos, que imortalizavam a história e as tradições da
tribo; os auguristas, que faziam os sacrifícios e adivinhavam o futuro; e os druidas
propriamente ditos, que conheciam as leis e a filosofia, conservavam a antiga
sabedoria celta.
Os bardos adquiriam seu conhecimento pela tradição oral e reconstruindo as
genealogias de seu povo, compunham versos para seus chefes e outros
aristocratas. As escolas bárdicas, onde se ensinavam essas artes, floresceram na
Irlanda ao final do século 7.
As atividades jurídicas dos druidas eram de vital importância na sociedade celta.
Todos com jurisdição própria, intermediavam disputas individuais, homicídios e
pleitos sobre limites territoriais e heranças. Suas decisões eram indiscutíveis.
Os druidas eram filósofos da sociedade. Eles estudavam os movimentos dos
grandes corpos, a astronomia, o tamanho do universo e da terra, os poderes e as
habilidades dos deuses. Outro aspecto importante era seu estudo sobre a vida
depois da morte. Eles pensavam que a alma não perecia, porém depois da morte,
passava de um corpo a outro. Isto influiu em sua grande valentia na hora do
combate.
Em todos os lugares do mundo celta, a sabedoria. a literatura e a religião estavam
em mãos de um sistema altamente organizado que descansava em três principais
classes: os druidas, os bardos e, entre estas duas, uma terceira ordem de adivinhos,
conhecidos como "vates" na Galia e "filidhs" na tradição irlandesa. O posto mais alto
era ocupado pelos druidas, considerados semidivinos. Eles dirigiam o sistema
educacional, faziam cumprir as decisões legais e oficiavam as cerimônias religiosas.
Os celtas foram um povo profundamente religioso, e adoravam uma numerosa
coorte de deuses e deusas. Seus rituais religiosos tinham papel primordial na
consolidação do poder dos druidas e na manutenção da hierarquia social entre os
diferentes chefes e tribos. Os "vates" desempenhavam muitas das funções dos
druidas e, em alguns aspectos, constituíam uma subordem dentro do primeiro
escalão hierárquico. A literatura era competência dos bardos, ao que parece, tão
respeitados quanto os próprios druidas.
A maior parte das historias dos bardos se perdeu pela simples razão que não de
preocupavam em escrevê-las. Confiavam na memória da tradição oral.

Lugares de culto
Os primeiros livros medievais que dão normas de conduta revelam que muitas das
crenças e costumes pagãos eram vivos no povo. Uma delas fixa a multa que deverá
pagar todo aquele que faça oferendas votivas a fontes, árvores ou bosques
sagrados (lucos). Outro, o Indiculus superstitionum, da o nome celta destes bosques
sagrados, nimidos. Este nome vale por nemeta, plural de nemeton, que significa
lugar ou bosque sagrado.
Há poucas dúvidas de que, entre os celtas, os primeiros lugares de culto foram os
bosques, alguns dos quais continuaram sendo sagrados ainda depois de se terem
construído templos neles. Nos templos devia haver um símbolo, ou imagem do deus
que ali se adorava e um altar. César fala de “um lugar consagrado”, onde os druidas
se reuniam anualmente, e de «lugares consagrados» nos quais se amontoavam os
despojos da vitória, provavelmente porque os ofereciam aos deuses.
Apesar de poucas alusões a templos gauleses pré-romanos, há provas de sua
existência; porém, mais que edifícios de pedra, foram de madeira e muito simples. A
arquitetura era parecida com a de templos romanos, e continham também imagens
das divindades a que estavam consagrados.

A vida pós-morte
Os celtas tiveram idéias sobre a sobrevivência da alma e seu destino no mais além,
porém a falta de textos claros e amplos, a falta de unidade, a expansão enorme na
geografia e no tempo do que chamamos celta, e a complexidade de seus
protagonistas, torna difícil traçar um esquema claro de suas idéias além túmulo.
Igual a outros povos, os celtas acreditavam ser necessário prover o morto com bens
sepulcrais – utensílios, ornamentos, armas— que seriam usados na vida futura. Nas
tumbas se realizavam até sacrifícios humanos, pois o morto devia seguir possuindo
seus escravos e mulheres.
Onde se situava o outro mundo celta? O único documento explícito e extenso é o
chamado «ciclo do mais além», conjunto de tradições tardias, referidas
exclusivamente a Irlanda. Alguns deuses abandonaram o solo da ilha e se retiraram
a um país chamado Mag Meld, além dos mares de Ocidente. Ali os minutos são
séculos e as pessoas não envelhecem, por isso é chamado de Tir nao Og ou Terra
da Juventude.
Este Elíseos celta recebeu na Grã-Bretanha o nome de Avalon. Os prados estão
cobertos pelas flores de uma eterna primavera e o caudal dos rios está formado por
doce hidromel. Festins e batalhas são os passatempos dos guerreiros que habitam
aquele lugar maravilhoso, e têm por companheiras mulheres de extrema beleza. É
uma região subterrânea governada por uma divindade benéfica, onde o morto leva
uma existência agradável. Não eram fantasmas melancólicos que habitavam uma
região sombria, e sim almas dotadas de corpos que lhes permitiam gozar dos bens
da vida do além.
As crenças religiosas, especialmente as relacionadas com a vida futura,
conseguiram que os celtas fossem valentes, despreocupando-se com o medo da
morte.

Deuses e mitologia
Os celtas adoravam uma ampla coorte de deuses e deusas. Apesar de conhecermos
o nome de várias deidades celtas, sua origem é imprecisa. A principal fonte de
informação sobre os deuses celtas insulares são os ciclos do Ulster e o Mabinoglon.
Também encontramos valiosa informação sobre a mitologia destes povos na obra
pseudo-histórica "Livro das Invasões", versão escrita no século 12 onde há uma
explicação mitológica das origens do povo irlandês.
(Estamos atualizando e aperfeiçoando aos poucos esta secção).

Deuses

Amaethon
Na mitologia celta, filho de Don e deus da agricultura.
Araste
Na mitologia britânica uma deusa guerreira. Ela era invocada pela rainha Boudicca
quando esta se revoltou contra os invasores romanos.
Angus Og
Na mitologia irlandesa, deus do amor e beleza.
Annwn
Na mitologia britânica, é o Outro Mundo.
Arduina
Na mitologia celta, deusa das florestas, vida selvagem, caça e lua.
Argetlam
ver Nuada
Arianrhod
Na mitologia galesa celta, Arianrhod ou Arianrod (Roda-Prateada ou Círculo de
Prata) era a virgem branca, deusa do nascimento, iniciação, morte e renascimento.
Faz o circulo do paraíso. Irmã e esposa de Gwydion.
Arianrod
Ver "Arianrhod
Aywell
Na mitologia celta protetor dos povos independentes do norte inglês. Marido de Mm.
Badb
Na mitologia irlandesa, Badb era uma das formas gigantes de Morrigan. Ela era
sufficientemente alta para colocar um pé em cada lado de um rio.
Balor
Na mitologia celta, era um rei demônio, deus da morte. Ele governava os Fomori,
demônios que viviam na impenetrável escuridão das profundezas do mar e em lagos
e poços negros. Foi morto por seu filho Lug, com um tiro de estilingue.
Banelae
No folclore gaélico, é um espírito feminino cujos lamentos no lado de fora de uma
casa prenunciam a morte de um de seus habitantes.
Bebhionn
Na mitologia celta, Bebhionm era uma giganta que vivia na costa oeste, conhecida
por sua beleza e sedução.
Bel
Bel (Belenos) era o deus celta da luz.
Beltane
Beltane é o festival celta do deus da luz. É comemorado em 1o de maio, sendo o
equivalente na primavera do halloween. É comemorado com danças e fogueiras.
Bladud
Na mitologia inglesa, pai do rei Lear e considera-se ter encontrado Bath, sendo
curado por suas águas.
Blodeuwedd
Na mitologia celta, esposa de Lleu. Foi criada por Gwydion e Math dos ramos
floridos de carvalhos e grama doce, sendo presenteada a Lleu como noiva.
Bran
Na mitologia celta Bran era a gigante que tinha prazer em batalhas e carnigicinas.
Era filho de Lir (ou Llyr) e uma mulher mortal. Levou os gigantes de Gales para a
invadir a Irlanda, sendo morto por uma flecha envenenada.
Branwen
Na mitologia celta, é a deusa do amor. Gilha de Llyr.
Brighid
Na mitologia gaélica, Brighid (Brigit) era a deusa da metalurgia, dos ferreiros,
inspiração poética e terapia.
Brigit
ver "Brighid
Brownie
Um espírito do folclore popular irlandês. Eram duendes marrons que viviam nas
casas e, se bem tratados, auxiliavam seus ocupantes com as tarefas domésticas
enquano estes dormiam.
Camulus
Na mitologia celta inglesa, era deus de guerra, identificado pelos romandos com
Marte. Deu seu nome à cidade de Camulodunum, agora chamada Colchester.
Cernunnos
Na mitologia celta, deus do submundo e dos animais. Era representado como um
homem portando chifres de cervo.
Cerridwen
Na mitologia galesa, deusa da escuridão e dos poderes proféticos. Ela é a guardiã
do caldeirão do submundo, no qual a inspiração e o conhecimento divino são
fermentados.
Cian
Na mitologia celta, Cian é o deus da medicina. Com He mated with Ethlin who gave
birth to Lug.
Conal Caernach
Mítico herói do reino irlandês de Uladh. Es filho do poeta Amhairghin e da filha do
druida Cathbad, o que lhe dá uma situação privilegiada na sociedade do reino. Era
irmão e tutot do herói Cú Chulainn, herói de Ulster, a quem acompanha sempre em
suas aventuras. Quando pequenos, juraram que se um dos dois fosse assassinado,
o outro se vingaria. Quando a rainha Medb invadiu Ulster, Cú Chulainn enfrentou
seu exército sozinho, porém estava condenado à derrota por ter ofendido Morrigan,
deusa da guerra. Após matá-lo e cortar-lhe a cabeça e a mão direita,os guerreiros do
Ulster se alarmaram ao saber o desejo de vingança de Conal: muitos abandonaram
a rainha Medb enquanto ele exterminava os autores da morte de seu irmão. Conal
assolou a Irlanda castigando um por um os aliados da rainha Medb. Por esta razão
obteve seu título, Caernach ("o Vitorioso").
Conchobar Mac Nessa
Rei do poderoso reino de Uladh (Ulster), ao norte da ilha de Irlanda. Figura
representativa do caráter sagrado da realeza irlandesa e personificação do reino.
Como protetor, pacificador, árbitro e juiz supremo, garante a prosperidade do reino.
Ainda estava casado quando se enamorou perdidamente por Deirdre, filha de um
chefe de Ulster. No momento de seu nascimento, um druida predisse que seria a
mulher mais bela da Irlanda, mas também seria a causa da morte e destruição que
assolaria o país. Quando Deirdre cresceu, Conchobar já era velho, assim que o
rechaçou e teve um caso com um jovem guerreiro chamado Naoise, o rei não
deixou de amá-la e fez com que assassinassem Naoise, casando-se mais tarde com
Deidre. Ela, desesperada, suicidou-se, jogando-se de um carro em marcha.Fergus
Mac Roth, aborrecido com o comportamiento de Conchobar, passou-se para o lado
dos inimidos de Ulster e começou uma guerra. Conchobar morreu por magia, um
projétil feito com Conal com o cérebro de um rei de Leinster assassinado, que se
alojou em seu crânio. Os médicos aconselharam ao rei repouso e tranquilidade,
porém anos mais tarde sofreu um acesso de fúria e, em conseqüência, o projétil
mágico o matou.
Cordelia
Na mitologia galesa-celta, filha de Llyr. Ela tem dois amantes, Gwynn e Gwythr, que
lutam por ela no dia 1o de maio de cada ano e continuarão lutando até o dia do
juízo, quando um deles será vitorioso e casará com ela.
Creidhne
Na mitologia celta, deus dos trabalhos em metal.
Creurdilad
Na mitologia celta, filha de Lludd e amante de Gwyn ap Nudd e Gwyrthur ap
Greidawl. Sua mitologia é a mesma de Cordélia, com mudança no nome dos
amantes.
Cuchulain
Herói celta, figura central de um ciclo de lendas irlandesas. Ele é associado com seu
tio Conchobar, rei de Ulster; seus feitos heróicos famosos são descritos no Livro da
Vaca Parda.
Cuchulinn
Na mitologia celta, Cuchulinn é um rei herói de Ulster e filho de Lugh.
Cuculain
Na mitologia celta, apelido de Setanta, o guerreiro filho de Dechtire e Lug. Ele
ganhou este nome quando matou o cão de guarda do ferreiro Culain e concordou
em guardar os campos de Culain por um ano enquanto um substituto era treinado
para o trabalho.
Cú Roi
Herói mitológico irlandês do Ciclo do Uladh. Habitante do mundo de além túmulo,
onde possui uma fortaleza acessível só no Samhain e cuja entrada é capaz de
ocultar ao resto dos mortais. É capaz de transformar sua aparência em forma de
sombra, monstro ou peixe. É um juiz de grande prestígio entre os heróis do Uladh.
No relato conhecido como o Festim de Bricriu, quando vários guerreiros buscam seu
destaque sobre os demais, Cú Chulainn viaja ao mundo do além túmulo, em busca
do reconhecimento de Cú Roi. Este, por meio de sucessivas transformações, faz
testes mas é sempre derrotado pelo campeão do Ulster, não tem mais remédio que
reconhecer a sua primazia entre os heróis. É também um personagem relacionado
com o mundo da morte; em sua sinistra fortaleza, os muros são rematados com filas
de cabeças cortadas. Em alguns relatos é conhecido como “O homem do manto
cinza” e é descrito portando um caldeirão, símbolo da ressurreição. Cú Roi morre
traido pela própria mulher, nas mãos de Cú Chulainn, a quem havia humilhado.
Como personagem con características divinas, só podia morrer por sua própria
espada; Cú Chulainn a utiliza para matar um salmão onde, segundo a tradição, se
achava a alma de Cú Roi. Segundo outra versão, simplesmente morreu afogado.
Dagda
"O Deus Bom." Deus da fertilidade, abundância, terra. Senhor da vida e da morte.
Deirdre
Na mitologia celta, era a bela noiva prometida de Conchobar. Ela fugiu com Noísi, e
morreu de tristeza quando Conchobar matou-o e a seus irmãos.
Diancecht
Na mitologia irlandesa, deus da cura.
Dis
Na mitologia gaulesa, era o deus da morte do qual todos os gauleses descendiam.
Druantia
Na mitologia britânica, Druantia era a deusa druida do nascimento, sabedoria, morte
e metempsicose. É a mãe do alfabeto das árvores irlandês.
Dylan
Na mitologia celta, deus da escuridão, um dos filhos gêmeos de Gwydion e
Arianrhod. Ele era um deus do mar.
Elaine
Na mitologia celta, Elaine (Lily-Maid) era a deusa virgem da beleza e da lua.
Epona
Divinidade dos cavalos e as mulas na mitologia gala, que passou a a religião celto-
irlandesa con o nome de Edain, cujo culto era um dos mais estendidos em todo o
território europeu, desde Roma até o Danubio, cuja importância variava segundo as
regioes. Era comum representá-la sentada no lombo de um cavalo, ou de pé em
meio a uma manada de cavalos e, com freqüência, é mostrada alimentando os
potros. Aparece envolta em largas roupagens – um tipo de túnica enrolada na
cintura, e com um diadema na cabeça. Seus atributos são um frutos e a cornucópia.
É provável que, a princípio, Epona fosse vista pelos celtas como uma égua, ou
possivelmente como um grande cavalo branco. Seu equivalente na mitologia galesa
é Rhiannon, esposa de Pwyl, obrigada a carregar as visitas de seu marido até o
interior do palacio. Converteu-se na deidade preferida da cavalaria romana, como
provado nas moedas nas quais há uma deusa com cabeça de cavalo, assim como
as múltiplas imagens suas que adornavam cavalariças e estábulos.
Eriu
Na mitologia irlandesa, deusa do destino.
Etain
Na mitologia celta, Etain (A Brilhante) era the tripla deusa do sol, água, cavalos,
fragâncias, beleza, música e transmigração das almas.
Ethlin
Na mitologia celta, era filha de Balor. Balor, aterrorizado pela profecia de que seria
morto pelo neto, trancou Ethlin numa torre de vidro e colocou guardas para vigiá-la.
Contudo, Cian disfarçado como mulher, entrou na torre e uniu-se a ela.
Fata-Morgana
Na mitologia irlandesa celta, Fata-Morgana é a deusa do mar, das ilusões visuais,
encantamentos, destino e morte. É a rainha das ilhas Fortunato.
Finn MacCool
Na mitologia celta, profeta irlandês, guerreiro e curandeiro. Ele aprendeu essas
habilidades tocando a carne de Fintan ou, em outras versões, por ter bebericado o
vinho divino.
MITOLOGIA CELTA

 Quem são os celtas


 Fontes
 As crenças primitivas
 Os Druidas
 Lugares de culto
 A vida pós-morte
 Deuses e mitologia
 Bibliografia

Quem são os celtas

Não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados. Os bretões ou
kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os
gauleses, grande parte do que hoje é a França. Os germânicos lhes fizeram uma
guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é
atualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos
de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o
território osem população. Assim, não se pode falar de uma “raça celta” e sim
diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características.
Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas
de vida, permitem considerar a idéia de um “povo celta”.
Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt",
extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam
por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como
afirmam os primeiros historiadores gregos. Para muitos "La Tene" representa a
primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta. Os gregos distinguiam
entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa,
denominados "Keltoi". Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses)
aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni"
(britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).
Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e
tradições artísticas comuns. Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas
por chefes militares empenhados em continuas lutas internas. As enormes distâncias
que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a
desintegração. Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava
em declive. Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias
frentes pelos germanos, dácios e romanos. Um século mais tarde, apenas uma parte
do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas
conservavam sua independência e identidade.
No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao
Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas
formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros.
Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam
sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como
cunhar moedas.
Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado
de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de
tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e
que em sua forma moderna se conhece como “gaélico”, puderam sobreviver muito
mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem
social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter
convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem
conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.

Fontes

A falta de documentos é um dos problemas com quem tenta estudar o povo celta.
Alguns possuíam escrita, porém pouco dela se conserva e a literatura apenas foi
transmitida na forma de tradição oral que se altera facilmente e morre facilmente.
Além disso, os sacerdotes celtas resistiam, por razões espirituais, a consignar por
escrito qualquer coisa referente à religião. Há pequenas inscrições na Gália, escritas
em lado, e que dão apenas uma informação indireta.
Mais importância há nos relatos de autores clássicos, gregos e romanos,
especialmente Júlio César. São parciais, referentes às províncias romanas habitadas
por celtas, ou relativos às guerras com eles mantidas. Naturalmente, pouco falam
sobre as épocas mais remotas, não tendo caráter científico nem historiográfico
referente à religião, destacando-se apenas o que é de importância para o
desenvolvimento de operações militares ou da colonização. Além disso, os
historiadores viam com maus olhos os celtas, empenhando-se sempre em destacar
o seu próprio ponto de vista.
Outras noticias indiretas nos chegam pelos autores medievais: escritos de bispos
que citam superstições, ao combater os restos da antiga religião pagã; lendas e
tradições, muito deformadas, que sobreviveram na literatura popular e que se supõe
tenham inspirado os ciclos de gesta medieval, como o rei Artur.
Os mitos celtas se conservaram através de duas tradições principais: alguns foram
recolhidos por monges cristãos e fixados por escrito, outros se mantiveram vivos nas
tradições orais folclóricas e sobreviveram até hoje. A literatura gaélica, baseada
inteiramente na oralidade, desapareceu com o idioma. Julio Cesar escreveu que os
druidas da Gália consideravam inadequado colocar por escrito seu conhecimento.
Em consequência, sua mitologia se perdeu para sempre.
Ao final do século 6 d.C., começou-se a registrar por escrito a literatura celta, porém
de todos os manuscritos anteriores ao ano 1100 restaram apenas fragmentos. O
mais importante da tradição irlandesa é o chamado "Livro da Vaca Parda". Seu
“transcritor" (seria incorreto dizer "autor") foi um tal Maelmari, de quem sabemos ter
sido assassinado na catedral de Clonmacnois no ano de 1106, durante uma incursão
viking. O titulo se origina de um manuscrito anterior do século 7, que São Ciaran
tinha escrito utilizando como base a pele de sua vaca.
A literatura irlandesa tem como base os feitos de seus heróis guerreiros. As guerras
tribais, o valor e a fortaleza individual são os grandes temas desta tradição. Os
personagens heróicos eram modelos de conduta para os jovens guerreiros.
Podemos dividi-los em três grandes grupos: histórias miscelâneas relacionadas com
os reinados de alguns monarcas, o ciclo dos Ulaidh (literalmente "Ulstermen":
homens del Ulster), e por último, o ciclo de Fionn mac Cumhaill e os bandos de
guerreiros conhecidos como “fiana". Além desta coleção de contos variados, os
celtas produziram um bom número de obras pseudo-históricas. Entre elas o
"Leabhar Gabhála Eireann", o "Livro da conquista de Irlanda", comumente chamado
"Livro das invasões", que descreve as diferentes invasões que a Irlanda sofreu antes
da "grande avalanche".
Os celtas da Grã-Bretanha herdaram também uma rica tradição mitológica, que
também é escassamente documentada. A mitologia da Grã Bretanha se conhece
sobretudo graças a uma coleção de lendas chamada "Mabinogion", titulo que Lady
Charlotte Guest deu em 1849 a sua tradução ao inglês da coleção de onze relatos
gaélicos conservados em antigos manuscritos; estes manuscritos são: o Livro
Branco de Rhydderch (em torno de 1300-1325) e o Livro Vermelho de Hergest (entre
1375-1425). ''Mabinogion'' significa, em sentido geral, “conto da infância", e em si
não é mais que um relato mitológico sobre a concepção, nascimento e primeiros
passos do herói celta.

As crenças primitivas

Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam
sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc. A
adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se
desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou
em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.
Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com
reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte
era proibido. Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a
destruição por uma tribo hostil era vista com terror.
As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como
deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o
espírito do morto. Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada
também. .As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham caráter divino ou
serviam de morada a uma divindade. Muitos rios eram consideravam sagrados por
constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão freqüentemente,
de um deus. Nem todos os espíritos das águas eram benéficos. A natureza, às
vezes era favorável, outras, hostil.
Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre
eles a lua, e tais fenômenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido.
As atividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o
crescimento das colheitas. Em algumas regiões foram encontradas provas de que se
celebravam festejos durante a lua nova.
A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos
animais, é universal e também é vista entre os celtas. O javali aparece em muitas
insígnias e sua imagem é vista em moedas. O urso era também uma besta sagrada,
e seu nome de arlos surge com freqüência em denominações de lugares como Arto-
dunum ou Artobranos. Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em
muitas moedas. Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do
mundo. A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era
representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do
mundo inferior. O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com
freqüência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.
Os Druidas

Os Druidas eram os sacerdotes e magos, mestres e juízes. Desde o início da


história celta foram uma classe educada e respeitada por sua sabedoria e
conhecedores de seus próprios poderes como intermediários entre as tribos e os
deuses.
Estes homens eram conhecidos como druidas (palavra que originalmente deriva de
um termo para "o conhecimento do cedro" ou "profundos conhecimentos").
Os druidas formavam uma classe privilegiada, isentos de impostos e serviço militar,
isso atraía grande número de jovens, que buscavam iniciação na ordem, Houve três
categorias desses sábios: os bardos, que imortalizavam a história e as tradições da
tribo; os auguristas, que faziam os sacrifícios e adivinhavam o futuro; e os druidas
propriamente ditos, que conheciam as leis e a filosofia, conservavam a antiga
sabedoria celta.
Os bardos adquiriam seu conhecimento pela tradição oral e reconstruindo as
genealogias de seu povo, compunham versos para seus chefes e outros
aristocratas. As escolas bárdicas, onde se ensinavam essas artes, floresceram na
Irlanda ao final do século 7.
As atividades jurídicas dos druidas eram de vital importância na sociedade celta.
Todos com jurisdição própria, intermediavam disputas individuais, homicídios e
pleitos sobre limites territoriais e heranças. Suas decisões eram indiscutíveis.
Os druidas eram filósofos da sociedade. Eles estudavam os movimentos dos
grandes corpos, a astronomia, o tamanho do universo e da terra, os poderes e as
habilidades dos deuses. Outro aspecto importante era seu estudo sobre a vida
depois da morte. Eles pensavam que a alma não perecia, porém depois da morte,
passava de um corpo a outro. Isto influiu em sua grande valentia na hora do
combate.
Em todos os lugares do mundo celta, a sabedoria. a literatura e a religião estavam
em mãos de um sistema altamente organizado que descansava em três principais
classes: os druidas, os bardos e, entre estas duas, uma terceira ordem de adivinhos,
conhecidos como "vates" na Galia e "filidhs" na tradição irlandesa. O posto mais alto
era ocupado pelos druidas, considerados semidivinos. Eles dirigiam o sistema
educacional, faziam cumprir as decisões legais e oficiavam as cerimônias religiosas.
Os celtas foram um povo profundamente religioso, e adoravam uma numerosa
coorte de deuses e deusas. Seus rituais religiosos tinham papel primordial na
consolidação do poder dos druidas e na manutenção da hierarquia social entre os
diferentes chefes e tribos. Os "vates" desempenhavam muitas das funções dos
druidas e, em alguns aspectos, constituíam uma subordem dentro do primeiro
escalão hierárquico. A literatura era competência dos bardos, ao que parece, tão
respeitados quanto os próprios druidas.
A maior parte das historias dos bardos se perdeu pela simples razão que não de
preocupavam em escrevê-las. Confiavam na memória da tradição oral.

Lugares de culto

Os primeiros livros medievais que dão normas de conduta revelam que muitas das
crenças e costumes pagãos eram vivos no povo. Uma delas fixa a multa que deverá
pagar todo aquele que faça oferendas votivas a fontes, árvores ou bosques
sagrados (lucos). Outro, o Indiculus superstitionum, da o nome celta destes bosques
sagrados, nimidos. Este nome vale por nemeta, plural de nemeton, que significa
lugar ou bosque sagrado.
Há poucas dúvidas de que, entre os celtas, os primeiros lugares de culto foram os
bosques, alguns dos quais continuaram sendo sagrados ainda depois de se terem
construído templos neles. Nos templos devia haver um símbolo, ou imagem do deus
que ali se adorava e um altar. César fala de “um lugar consagrado”, onde os druidas
se reuniam anualmente, e de «lugares consagrados» nos quais se amontoavam os
despojos da vitória, provavelmente porque os ofereciam aos deuses.
Apesar de poucas alusões a templos gauleses pré-romanos, há provas de sua
existência; porém, mais que edifícios de pedra, foram de madeira e muito simples. A
arquitetura era parecida com a de templos romanos, e continham também imagens
das divindades a que estavam consagrados.

A vida pós-morte

Os celtas tiveram idéias sobre a sobrevivência da alma e seu destino no mais além,
porém a falta de textos claros e amplos, a falta de unidade, a expansão enorme na
geografia e no tempo do que chamamos celta, e a complexidade de seus
protagonistas, torna difícil traçar um esquema claro de suas idéias além túmulo.
Igual a outros povos, os celtas acreditavam ser necessário prover o morto com bens
sepulcrais – utensílios, ornamentos, armas— que seriam usados na vida futura. Nas
tumbas se realizavam até sacrifícios humanos, pois o morto devia seguir possuindo
seus escravos e mulheres.
Onde se situava o outro mundo celta? O único documento explícito e extenso é o
chamado «ciclo do mais além», conjunto de tradições tardias, referidas
exclusivamente a Irlanda. Alguns deuses abandonaram o solo da ilha e se retiraram
a um país chamado Mag Meld, além dos mares de Ocidente. Ali os minutos são
séculos e as pessoas não envelhecem, por isso é chamado de Tir nao Og ou Terra
da Juventude.
Este Elíseos celta recebeu na Grã-Bretanha o nome de Avalon. Os prados estão
cobertos pelas flores de uma eterna primavera e o caudal dos rios está formado por
doce hidromel. Festins e batalhas são os passatempos dos guerreiros que habitam
aquele lugar maravilhoso, e têm por companheiras mulheres de extrema beleza. É
uma região subterrânea governada por uma divindade benéfica, onde o morto leva
uma existência agradável. Não eram fantasmas melancólicos que habitavam uma
região sombria, e sim almas dotadas de corpos que lhes permitiam gozar dos bens
da vida do além.
As crenças religiosas, especialmente as relacionadas com a vida futura,
conseguiram que os celtas fossem valentes, despreocupando-se com o medo da
morte.

Deuses e mitologia

Os celtas adoravam uma ampla coorte de deuses e deusas. Apesar de conhecermos


o nome de várias deidades celtas, sua origem é imprecisa. A principal fonte de
informação sobre os deuses celtas insulares são os ciclos do Ulster e o Mabinoglon.
Também encontramos valiosa informação sobre a mitologia destes povos na obra
pseudo-histórica "Livro das Invasões", versão escrita no século 12 onde há uma
explicação mitológica das origens do povo irlandês.
(Estamos atualizando e aperfeiçoando aos poucos esta secção).

Deuses

Amaethon
Na mitologia celta, filho de Don e deus da agricultura.
Araste
Na mitologia britânica uma deusa guerreira. Ela era invocada pela rainha Boudicca
quando esta se revoltou contra os invasores romanos.
Angus Og
Na mitologia irlandesa, deus do amor e beleza.
Annwn
Na mitologia britânica, é o Outro Mundo.
Arduina
Na mitologia celta, deusa das florestas, vida selvagem, caça e lua.
Argetlam
ver Nuada
Arianrhod
Na mitologia galesa celta, Arianrhod ou Arianrod (Roda-Prateada ou Círculo de
Prata) era a virgem branca, deusa do nascimento, iniciação, morte e renascimento.
Faz o circulo do paraíso. Irmã e esposa de Gwydion.
Arianrod
Ver "Arianrhod
Aywell
Na mitologia celta protetor dos povos independentes do norte inglês. Marido de Mm.
Badb
Na mitologia irlandesa, Badb era uma das formas gigantes de Morrigan. Ela era
sufficientemente alta para colocar um pé em cada lado de um rio.
Balor
Na mitologia celta, era um rei demônio, deus da morte. Ele governava os Fomori,
demônios que viviam na impenetrável escuridão das profundezas do mar e em lagos
e poços negros. Foi morto por seu filho Lug, com um tiro de estilingue.
Banelae
No folclore gaélico, é um espírito feminino cujos lamentos no lado de fora de uma
casa prenunciam a morte de um de seus habitantes.
Bebhionn
Na mitologia celta, Bebhionm era uma giganta que vivia na costa oeste, conhecida
por sua beleza e sedução.
Bel
Bel (Belenos) era o deus celta da luz.
Beltane
Beltane é o festival celta do deus da luz. É comemorado em 1o de maio, sendo o
equivalente na primavera do halloween. É comemorado com danças e fogueiras.
Bladud
Na mitologia inglesa, pai do rei Lear e considera-se ter encontrado Bath, sendo
curado por suas águas.
Blodeuwedd
Na mitologia celta, esposa de Lleu. Foi criada por Gwydion e Math dos ramos
floridos de carvalhos e grama doce, sendo presenteada a Lleu como noiva.
Bran
Na mitologia celta Bran era a gigante que tinha prazer em batalhas e carnigicinas.
Era filho de Lir (ou Llyr) e uma mulher mortal. Levou os gigantes de Gales para a
invadir a Irlanda, sendo morto por uma flecha envenenada.
Branwen
Na mitologia celta, é a deusa do amor. Gilha de Llyr.
Brighid
Na mitologia gaélica, Brighid (Brigit) era a deusa da metalurgia, dos ferreiros,
inspiração poética e terapia.
Brigit
ver "Brighid
Brownie
Um espírito do folclore popular irlandês. Eram duendes marrons que viviam nas
casas e, se bem tratados, auxiliavam seus ocupantes com as tarefas domésticas
enquano estes dormiam.
Camulus
Na mitologia celta inglesa, era deus de guerra, identificado pelos romandos com
Marte. Deu seu nome à cidade de Camulodunum, agora chamada Colchester.
Cernunnos
Na mitologia celta, deus do submundo e dos animais. Era representado como um
homem portando chifres de cervo.
Cerridwen
Na mitologia galesa, deusa da escuridão e dos poderes proféticos. Ela é a guardiã
do caldeirão do submundo, no qual a inspiração e o conhecimento divino são
fermentados.
Cian
Na mitologia celta, Cian é o deus da medicina. Com He mated with Ethlin who gave
birth to Lug.
Conal Caernach
Mítico herói do reino irlandês de Uladh. Es filho do poeta Amhairghin e da filha do
druida Cathbad, o que lhe dá uma situação privilegiada na sociedade do reino. Era
irmão e tutot do herói Cú Chulainn, herói de Ulster, a quem acompanha sempre em
suas aventuras. Quando pequenos, juraram que se um dos dois fosse assassinado,
o outro se vingaria. Quando a rainha Medb invadiu Ulster, Cú Chulainn enfrentou
seu exército sozinho, porém estava condenado à derrota por ter ofendido Morrigan,
deusa da guerra. Após matá-lo e cortar-lhe a cabeça e a mão direita,os guerreiros do
Ulster se alarmaram ao saber o desejo de vingança de Conal: muitos abandonaram
a rainha Medb enquanto ele exterminava os autores da morte de seu irmão. Conal
assolou a Irlanda castigando um por um os aliados da rainha Medb. Por esta razão
obteve seu título, Caernach ("o Vitorioso").
Conchobar Mac Nessa
Rei do poderoso reino de Uladh (Ulster), ao norte da ilha de Irlanda. Figura
representativa do caráter sagrado da realeza irlandesa e personificação do reino.
Como protetor, pacificador, árbitro e juiz supremo, garante a prosperidade do reino.
Ainda estava casado quando se enamorou perdidamente por Deirdre, filha de um
chefe de Ulster. No momento de seu nascimento, um druida predisse que seria a
mulher mais bela da Irlanda, mas também seria a causa da morte e destruição que
assolaria o país. Quando Deirdre cresceu, Conchobar já era velho, assim que o
rechaçou e teve um caso com um jovem guerreiro chamado Naoise, o rei não
deixou de amá-la e fez com que assassinassem Naoise, casando-se mais tarde com
Deidre. Ela, desesperada, suicidou-se, jogando-se de um carro em marcha.Fergus
Mac Roth, aborrecido com o comportamiento de Conchobar, passou-se para o lado
dos inimidos de Ulster e começou uma guerra. Conchobar morreu por magia, um
projétil feito com Conal com o cérebro de um rei de Leinster assassinado, que se
alojou em seu crânio. Os médicos aconselharam ao rei repouso e tranquilidade,
porém anos mais tarde sofreu um acesso de fúria e, em conseqüência, o projétil
mágico o matou.
Cordelia
Na mitologia galesa-celta, filha de Llyr. Ela tem dois amantes, Gwynn e Gwythr, que
lutam por ela no dia 1o de maio de cada ano e continuarão lutando até o dia do
juízo, quando um deles será vitorioso e casará com ela.
Creidhne
Na mitologia celta, deus dos trabalhos em metal.
Creurdilad
Na mitologia celta, filha de Lludd e amante de Gwyn ap Nudd e Gwyrthur ap
Greidawl. Sua mitologia é a mesma de Cordélia, com mudança no nome dos
amantes.
Cuchulain
Herói celta, figura central de um ciclo de lendas irlandesas. Ele é associado com seu
tio Conchobar, rei de Ulster; seus feitos heróicos famosos são descritos no Livro da
Vaca Parda.
Cuchulinn
Na mitologia celta, Cuchulinn é um rei herói de Ulster e filho de Lugh.
Cuculain
Na mitologia celta, apelido de Setanta, o guerreiro filho de Dechtire e Lug. Ele
ganhou este nome quando matou o cão de guarda do ferreiro Culain e concordou
em guardar os campos de Culain por um ano enquanto um substituto era treinado
para o trabalho.
Cú Roi
Herói mitológico irlandês do Ciclo do Uladh. Habitante do mundo de além túmulo,
onde possui uma fortaleza acessível só no Samhain e cuja entrada é capaz de
ocultar ao resto dos mortais. É capaz de transformar sua aparência em forma de
sombra, monstro ou peixe. É um juiz de grande prestígio entre os heróis do Uladh.
No relato conhecido como o Festim de Bricriu, quando vários guerreiros buscam seu
destaque sobre os demais, Cú Chulainn viaja ao mundo do além túmulo, em busca
do reconhecimento de Cú Roi. Este, por meio de sucessivas transformações, faz
testes mas é sempre derrotado pelo campeão do Ulster, não tem mais remédio que
reconhecer a sua primazia entre os heróis. É também um personagem relacionado
com o mundo da morte; em sua sinistra fortaleza, os muros são rematados com filas
de cabeças cortadas. Em alguns relatos é conhecido como “O homem do manto
cinza” e é descrito portando um caldeirão, símbolo da ressurreição. Cú Roi morre
traido pela própria mulher, nas mãos de Cú Chulainn, a quem havia humilhado.
Como personagem con características divinas, só podia morrer por sua própria
espada; Cú Chulainn a utiliza para matar um salmão onde, segundo a tradição, se
achava a alma de Cú Roi. Segundo outra versão, simplesmente morreu afogado.
Dagda
"O Deus Bom." Deus da fertilidade, abundância, terra. Senhor da vida e da morte.
Deirdre
Na mitologia celta, era a bela noiva prometida de Conchobar. Ela fugiu com Noísi, e
morreu de tristeza quando Conchobar matou-o e a seus irmãos.
Diancecht
Na mitologia irlandesa, deus da cura.
Dis
Na mitologia gaulesa, era o deus da morte do qual todos os gauleses descendiam.
Druantia
Na mitologia britânica, Druantia era a deusa druida do nascimento, sabedoria, morte
e metempsicose. É a mãe do alfabeto das árvores irlandês.
Dylan
Na mitologia celta, deus da escuridão, um dos filhos gêmeos de Gwydion e
Arianrhod. Ele era um deus do mar.
Elaine
Na mitologia celta, Elaine (Lily-Maid) era a deusa virgem da beleza e da lua.
Epona
Divinidade dos cavalos e as mulas na mitologia gala, que passou a a religião celto-
irlandesa con o nome de Edain, cujo culto era um dos mais estendidos em todo o
território europeu, desde Roma até o Danubio, cuja importância variava segundo as
regioes. Era comum representá-la sentada no lombo de um cavalo, ou de pé em
meio a uma manada de cavalos e, com freqüência, é mostrada alimentando os
potros. Aparece envolta em largas roupagens – um tipo de túnica enrolada na
cintura, e com um diadema na cabeça. Seus atributos são um frutos e a cornucópia.
É provável que, a princípio, Epona fosse vista pelos celtas como uma égua, ou
possivelmente como um grande cavalo branco. Seu equivalente na mitologia galesa
é Rhiannon, esposa de Pwyl, obrigada a carregar as visitas de seu marido até o
interior do palacio. Converteu-se na deidade preferida da cavalaria romana, como
provado nas moedas nas quais há uma deusa com cabeça de cavalo, assim como
as múltiplas imagens suas que adornavam cavalariças e estábulos.
Eriu
Na mitologia irlandesa, deusa do destino.
Etain
Na mitologia celta, Etain (A Brilhante) era the tripla deusa do sol, água, cavalos,
fragâncias, beleza, música e transmigração das almas.
Ethlin
Na mitologia celta, era filha de Balor. Balor, aterrorizado pela profecia de que seria
morto pelo neto, trancou Ethlin numa torre de vidro e colocou guardas para vigiá-la.
Contudo, Cian disfarçado como mulher, entrou na torre e uniu-se a ela.
Fata-Morgana
Na mitologia irlandesa celta, Fata-Morgana é a deusa do mar, das ilusões visuais,
encantamentos, destino e morte. É a rainha das ilhas Fortunato.
Finn MacCool
Na mitologia celta, profeta irlandês, guerreiro e curandeiro. Ele aprendeu essas
habilidades tocando a carne de Fintan ou, em outras versões, por ter bebericado o
vinho divino.
Fintan
Na mitologia celta, o salmão da sabedoria, era um metamorfo. Foi o unico irlandês a
sobreviver ao dilúvio mudando sua forma para um falcão para sobrevoar as águas e
depois em salmão para nelas sobreviver. Tendo comido nozes mágicas recebeu todo
o conhecimento, mas ficou preso numa rede e foi comido por Finn MacCool que
acabou adquirindo seu conhecimento e seus poderes.
Fomori
Na mitologia celta, são demônios que vivem na escuridão impenetrável do mar,
lagos e poços escuros.
Gawain
Na mitologia celta, era filho do rei Lot de Orkney ou do deus-sol Lug. Gawain foi
um dos mais leais e nobres seguidores de Artur.
Gedeon
Na mitologia britânica, era uma deusa do oceano.
Goibhniu
Na mitologia celta, era deus dos ferreiros.
Govannan
Na mitologia celta, Govannan era a filho de Don e deus da metalurgia.
Gronw Pebyr
Na mitologia celta, Gronw Pebyr é deus da escuridão.
Gwydion
Na mitologia celta, era a filho de Don, um mestre da fantasia e ilusão, que ensinou
aos humanos tudo que é útil e bom.
Gwyn ap Nudd
Na mitologia celta, Gwyn ap Nudd (Gwyn) é o senhor do submundo e mestre dos
caçadores. Ele vive em Glastonbury Tor.
Gwyrthur ap Greidawl
Na mitologia celta, Gwyrthur ap Greidawl (Gwyrthur) é o rival de Gwyn ap Nudd na
afeição de Creurdilad. Ele é um deus solar, representando o dia.
Herne The Hunter
No folclore inglês, Herne o Caçador é o espírito de um caçador que protege os
viajantes através de Windsor. É personagem frequente dos contos de Robin Hood.
Isolde
Na mitologia celta e na lenda medieval, Isolda era a esposa do rei Marcos, da
Cornualha, tendo sido trazida da Irlanda pelo sobrinho do rei, Tristão. Ela e Tristão
acidentalmente bebem uma poção do amor dada por sua mãe para ser consumida
no seu casamento, o que os torna inseparáveis amantes e, finalmente, vítimas fatais
deste amor.
Lir
Na mitologia celta Lir (ou Lleyr ou Llyr) era o Velho Homem do Mar.
Lleu
Na mitologia celta, Lleu era deus da luz, irmão gêmeo de Gwydion e Arianrhod.
Lludd
Ver Nudd
Llyr
Na mitologia galesa, deus do mar e relacionado ao irlandês Lir.
Luchtaine
Na mitologia celta, era o deus das rodas.
Lug
Na mitologia celta, era o sol, deus e mestre de todas as habilidades e ofícios. Ele era
filho do rei demônio Balor.
Lugh
Na mitologia irlandesa, era deus da luz.
Mabon
Na mitologia celta, Mabon era o filho da luz, comparado ao Apolo romano. Era o
deus da liberdade, harmonia, música e unidade.
Macha
Na mitologia irlandesa, deusa de jogos atléticos, festivais e fertilidade.
Manannan mac Lir
Na mitologia celta, era the deus do oceano.
Mark
Na lenda celta, era rei da Cornualha, tio de Tristão e esposo de Isolda.
Mm
Na mitologia celta, Mm era the deusa do pensamento dos povos independentes do
Norte.
Morrigan
Morrigan era a deusa celta da guerra e da morte.
Naoise
Na mitologia irleesa, Naoise era o amante de Deirdre. Foi morto por seu tio
Conchobar.
Nemetona
Na mitologia celta, Nemetona era a deusa da guerra.
Nimue
Na mitologia celta, era uma metamorfa que amou Merlin. Após uma disputa mágica,
ela capturou-o numa gota de âmbar e engoliu-o.
Nuada
Na mitologia celta, era deus da guerra dos escoceses equivalente ao Zeus grego, já
que também era um deus supremo.
Nudd
Na mitologia celta, Nudd or Lludd é a filho de Beli. He era um deus do céu.
Oberon
No folclore inglês, é o rei dos elfos.
Oenghus
Na mitologia irlandesa, filho de Daghdha e Boann. É o deus do amor fatal.
Ogmios
Na mitologia celta, deus da força da poesia, feitiços e encantamentos.
Ovate
Era um tipo de druida. Seu propósito era observar e inventar. Seu trajo era verde,
simbolizando o surgir da vida.
Penardum
Na mitologia celta, Penardum era a deusa do mar casada com Llyr.
Rosmerta
Na mitologia celta gaulesa, deusa do fogo, calor, prosperidade e abundância.
Salmão da Sabedoria
Ver "Fintan
Sulis
Na mitologia celta, deusa de profecia, inspiração, sabedoria e morte.
Taranis
Na mitologia druida, deus da roda, associado a forças de mudança.
Tuatha De Danann
O "povo da deusa Dana". Segundo a mitologia irlandesa, foi a última geração de
deuses que governaram Irlanda antes da invasão dos filhos de Milesius,
antepassados dos atuais irlandeses. Os Tuatha De Danann venceram os Fomori,
violentos e monstruosos deuses marinhos, na segunda batalha de Magh Tuireadh,
em grande parte graças a seus poderes mágicos. Dizia-se que tinham aprendido
estas artes em quatro cidades mágicas do norte: Falias, Gorias, Finias e Murias. De
cada uma delas, os De Danann levaram consigo para a Irlanda um talismã: a Pedra
de Fal, que lançava um uivo forte quando o verdadeiro rei de Irlanda a pisava; a
espada mágica de Nuada, o grande líder guerreiro, arma cujos golpes sempre eram
mortais; a lança ou a atiradeira do deus solar Lugh que, ao matar a Balor, foi quem
conseguiu a vitoria sobre os Fomori; e o caldeirão mágico de Dagda, pai de todos os
deuses, que era uma vasilha de conteúdo interminável capaz de satisfazer qualquer
apetite. É óbvio que os deuses conhecidos na Irlanda como Tuatha De Danann eram
compartilhados por todos os povos celtas. Seus nomes aparecem nas lendas
galesas e em inscripções encontradas no continente. A chegada do cristianismo não
fez seu desaparecipamento na Irlanda. Fez com que os Tuatha De Danann se
retirassem finalmente para mundos subterrâneos na condição qualidade de fadas.
Na antiga festa celta de Samhain, que se celebrava o último dia de outubro para
marcar a chegada do novo ano, se dizia que os De Danann permitiam aos mortais
adentrar em seu reino.
Na mitologia celta, o salmão da sabedoria, era um metamorfo. Foi o unico irlandês a
sobreviver ao dilúvio mudando sua forma para um falcão para sobrevoar as águas e
depois em salmão para nelas sobreviver. Tendo comido Fintan nozes mágicas
recebeu todo o conhecimento, mas ficou preso numa rede e foi comido por Finn
MacCool que acabou adquirindo seu conhecimento e seus poderes.
Fomori
Na mitologia celta, são demônios que vivem na escuridão impenetrável do mar,
lagos e poços escuros.
Gawain
Na mitologia celta, era filho do rei Lot de Orkney ou do deus-sol Lug. Gawain foi
um dos mais leais e nobres seguidores de Artur.
Gedeon
Na mitologia britânica, era uma deusa do oceano.
Goibhniu
Na mitologia celta, era deus dos ferreiros.
Govannan
Na mitologia celta, Govannan era a filho de Don e deus da metalurgia.
Gronw Pebyr
Na mitologia celta, Gronw Pebyr é deus da escuridão.
Gwydion
Na mitologia celta, era a filho de Don, um mestre da fantasia e ilusão, que ensinou
aos humanos tudo que é útil e bom.
Gwyn ap Nudd
Na mitologia celta, Gwyn ap Nudd (Gwyn) é o senhor do submundo e mestre dos
caçadores. Ele vive em Glastonbury Tor.
Gwyrthur ap Greidawl
Na mitologia celta, Gwyrthur ap Greidawl (Gwyrthur) é o rival de Gwyn ap Nudd na
afeição de Creurdilad. Ele é um deus solar, representando o dia.
Herne The Hunter
No folclore inglês, Herne o Caçador é o espírito de um caçador que protege os
viajantes através de Windsor. É personagem frequente dos contos de Robin Hood.
Isolde
Na mitologia celta e na lenda medieval, Isolda era a esposa do rei Marcos, da
Cornualha, tendo sido trazida da Irlanda pelo sobrinho do rei, Tristão. Ela e Tristão
acidentalmente bebem uma poção do amor dada por sua mãe para ser consumida
no seu casamento, o que os torna inseparáveis amantes e, finalmente, vítimas fatais
deste amor.
Lir
Na mitologia celta Lir (ou Lleyr ou Llyr) era o Velho Homem do Mar.
Lleu
Na mitologia celta, Lleu era deus da luz, irmão gêmeo de Gwydion e Arianrhod.
Lludd
Ver Nudd
Llyr
Na mitologia galesa, deus do mar e relacionado ao irlandês Lir.
Luchtaine
Na mitologia celta, era o deus das rodas.
Lug
Na mitologia celta, era o sol, deus e mestre de todas as habilidades e ofícios. Ele era
filho do rei demônio Balor.
Lugh
Na mitologia irlandesa, era deus da luz.
Mabon
Na mitologia celta, Mabon era o filho da luz, comparado ao Apolo romano. Era o
deus da liberdade, harmonia, música e unidade.
Macha
Na mitologia irlandesa, deusa de jogos atléticos, festivais e fertilidade.
Manannan mac Lir
Na mitologia celta, era the deus do oceano.
Mark
Na lenda celta, era rei da Cornualha, tio de Tristão e esposo de Isolda.
Mm
Na mitologia celta, Mm era the deusa do pensamento dos povos independentes do
Norte.
Morrigan
Morrigan era a deusa celta da guerra e da morte.
Naoise
Na mitologia irleesa, Naoise era o amante de Deirdre. Foi morto por seu tio
Conchobar.
Nemetona
Na mitologia celta, Nemetona era a deusa da guerra.
Nimue
Na mitologia celta, era uma metamorfa que amou Merlin. Após uma disputa mágica,
ela capturou-o numa gota de âmbar e engoliu-o.
Nuada
Na mitologia celta, era deus da guerra dos escoceses equivalente ao Zeus grego, já
que também era um deus supremo.
Nudd
Na mitologia celta, Nudd or Lludd é a filho de Beli. He era um deus do céu.
Oberon
No folclore inglês, é o rei dos elfos.
Oenghus
Na mitologia irlandesa, filho de Daghdha e Boann. É o deus do amor fatal.
Ogmios
Na mitologia celta, deus da força da poesia, feitiços e encantamentos.
Ovate
Era um tipo de druida. Seu propósito era observar e inventar. Seu trajo era verde,
simbolizando o surgir da vida.
Penardum
Na mitologia celta, Penardum era a deusa do mar casada com Llyr.
Rosmerta
Na mitologia celta gaulesa, deusa do fogo, calor, prosperidade e abundância.
Salmão da Sabedoria
Ver "Fintan
Sulis
Na mitologia celta, deusa de profecia, inspiração, sabedoria e morte.
Taranis
Na mitologia druida, deus da roda, associado a forças de mudança.
Tuatha De Danann
O "povo da deusa Dana". Segundo a mitologia irlandesa, foi a última geração de
deuses que governaram Irlanda antes da invasão dos filhos de Milesius,
antepassados dos atuais irlandeses. Os Tuatha De Danann venceram os Fomori,
violentos e monstruosos deuses marinhos, na segunda batalha de Magh Tuireadh,
em grande parte graças a seus poderes mágicos. Dizia-se que tinham aprendido
estas artes em quatro cidades mágicas do norte: Falias, Gorias, Finias e Murias. De
cada uma delas, os De Danann levaram consigo para a Irlanda um talismã: a Pedra
de Fal, que lançava um uivo forte quando o verdadeiro rei de Irlanda a pisava; a
espada mágica de Nuada, o grande líder guerreiro, arma cujos golpes sempre eram
mortais; a lança ou a atiradeira do deus solar Lugh que, ao matar a Balor, foi quem
conseguiu a vitoria sobre os Fomori; e o caldeirão mágico de Dagda, pai de todos os
deuses, que era uma vasilha de conteúdo interminável capaz de satisfazer qualquer
apetite. É óbvio que os deuses conhecidos na Irlanda como Tuatha De Danann eram
compartilhados por todos os povos celtas. Seus nomes aparecem nas lendas
galesas e em inscripções encontradas no continente. A chegada do cristianismo não
fez seu desaparecipamento na Irlanda. Fez com que os Tuatha De Danann se
retirassem finalmente para mundos subterrâneos na condição qualidade de fadas.
Na antiga festa celta de Samhain, que se celebrava o último dia de outubro para
marcar a chegada do novo ano, se dizia que os De Danann permitiam aos mortais
adentrar em seu reino.

J.R. Andrada

Os Deuses Celtas

Angus Mac Og (Irlanda) - Deus: da juventude, amor e da beleza.

Anu (Irlanda) -Mãe Terra, Deusa de fertilidade, prosperidade e do conforto.

Arawn / (País de Gales) - Deus do reino do subterrâneo, do terror e da guerra.

Arianrhod ( País de Gales) - Deusa, aspecto da Mãe, da Deusa Tripla na Irlanda.


Honrada na Lua cheia, Deusa da beleza, fertilidade, reencarnação.

Badb (Irlanda) - Deusa, aspecto da Mãe da Deusa Tripla na Irlanda. Associado com
o caldeirão, e corvos. Representa a vida, sabedoria, inspiração.
Bel / Belenus (Irlanda) - Deus, estreitamente ligado aos Druídas. Deus da ciência,
restabelecimento, primaveras quentes, fogo, sucesso, prosperidade, purificação,
colheitas, vegetação, fertilidade.

Blodeuwedd / Blod-oo-eeth// Blancheflor ( País de Gales) - Deusa da terra em


florescimento, flores, sabedoria, mistérios lunares, iniciações, Deusa jovem.

Boann (Irlanda) - Deusa Mãe de Angus Mac Og.

Bran o Abençoado (País de Gales) - Deus da profecia, das artes, dos líderes, da
guerra, do sol, e da música.

Branwen / Bran -oo-en (País de Gales) - Deusa do amor e beleza.

Brigit / Breed / Brida (Irlanda e País de Gales, Espanha, França) - Deusa associada
ao Imbolc, Deusa de fogo, fertilidade, todas as artes femininas. Esta relacionado à
agricultura, à inspiração, ao aprendizagem. à poesia, à adivinhação, profecia, amor,
bruxaria, ao conhecimento oculto.

Cernunnos (Ker-noo-nos) - Conhecido emtodas as regiões Celtas, Deus da Natureza


e todas coisas selvagens. Deus da virilidade, fertilidade, animais, amor físico,
natureza, reencarnação, encruzilhadas, riqueza, comércio, guerreiros.

Cerridwen (País de Gales) - Deusa da Natureza, da morte, fertilidade, inspiração,


magia, astrologia, ervas, ciência, poesia, feitiços e conhecimento, sua imagem está
relacionado ao caldeirão.

Creiddylad / Cordellia (País de Gales) - Deusa ligada à Beltane, frequentemente


chamada de Rainha, Deusa de Flores de Verão, amor.

Crone conhecido em todas as regiões célticas - Deusa, aspecto da Deusa Tripla. Ela
representa velhice ou morte, inverno, o fim de todas coisas, o sangue menstrual,
fases de vidas das mulheres. Toda destruição que precede regeneração através de
ela, o caldeirão do renascimento.

Dagda (Irlanda) - Deus da proteção, guerreiros, conhecimentos, magia, fogo,


profecia, tempo, reencarnação, as artes, iniciações, o sol, restabelecimento,
prosperidade e abundancia, música e harpa.

Danu / Danna (Irlanda) - Deusa provavelmente o mesmo como Anu, Mãe dos
Deuses, Grande Mãe, Deusa Lua, Patrona dos Magos, rios, água, prosperidade e
abundância.

Diancecht / Dian-ket (Irlanda) - Deus médico-mágico do Thuata da Danann. Deus de


magia curativa, medicina.

Don / Dom-noo (Irlanda e País de Gales) - Deus governante da terra, da morte


eentradas para os outros mundos. Controle dos elementos, eloquência.
Druantia (Todas as regiões célticas) - Deusa da fertilidade, paixão, atividades
sexuais, árvores, proteção, conhecimento, criatividade.

Dylan (País de Gales) - Deus do Oceano.

Elaine (País de Gales) - Deusa, aspecto intacto da Deusa.

Epona (Grã-Bretanha, Gaul) - Deusa da fertilidade, maternidade, protetora dos


cavalos, prosperidade, cães, primaveras, colheitas.

Eriu / Errado-eu-oo (Irlanda) - Deusa, uma das rainhas do Tutha da Danann.

Flidais (Irlanda) - Deusa das Florestas e coisas selvagens.

Goibniu / Gofannon / Gov-ann-em (Irlanda e País de Gales) - Deus dos ferreiros,


fabricante de arma, fabricação de jóias.

Great Father (Todas as regiòes Célticas) - O Senhor (não o diabo), Senhor de


inverno, colheita, animais, montanhas, regeneração. O aspecto masculino de
criação.

Great Mother (Todas regiões Celtas) - Deusa, a Dama, o aspecto feminino de


criação, Deusa de fertilidade, a Lua, verão, flores, amor, restabelecimento.

Green Man (Todas as regiões Celtas) - Veja Cernunnos.

Gwydion / Gwin-dee-em (País de Gales) - Deus, o maior, guerreiro-mágico,


mudanças, magia, o céu.

Gwynn Ap Nudd / Gwin-ap-Neethe (País de Gales) - Rei das Fadas.

Gwythyr / Gwe-theer (País de Gales) - Deus, contrário de Gwynn ap Nudd. Rei do


mundo superior.

Herne, o Caçador (Todas as regiões celtas) - Igual à Cernunnos, Homem Verde,


Senhor da Caça selvagem. O lado ativo, masculino de natureza. Pai da Terra, dos
animais selvagens, fertlidade, desejo, amor físico, agricultura, bandos. Deus
Cornífero, o Deus amante da Deusa Mãe.

Llyr / Thleer / Lir (Irlanda e País de Gales) - Deus do oceano e água.

Lugh / Loog (Irlanda) - Deus das habilidades. Druída médico, magia, reencarnação,
relâmpago, água, artes manuais, poetas, músicos, historiadores, iniciações, profecia.
Conhecido como o Deus Sol Celta.

Macha / Maax-ah (Irlanda) - Deusa protetora nos estados de guerra, deusa da força
física pura, sexualidade, fertilidade, domínio acima dos homens.

Manannan Mac Lir / Mannan-awn maliklir ( Irlanda e País de Gales) - Deusa do


oceano, navegantes, das tempestades, fertilidade, artes, renascimento.
Margawse (País de Gales) - Aspecto da Deusa Mãe.

Merlin (País de Gales e Grã-Bretanha) - Deus, Druída, mágicko das ervas, da


natureza, proteção, profecia, dons psíquicos rituais encantamentos.

Morrigan / Morgana/ Moor-rig-oo (País de Gales, Irlanda, Grã-Bretanha) - Deusa


suprema, patrona das sacerdotizas, sacerdotes e bruxas.

Nuada / Nudd (País de Gales e Irlanda) - Deus parecido com Netuno, Deus das
águas, oceanos, pesca e sol.

Ogma / Ogmios (Irlanda) - Deus parecido com Netuno.

Rhiannon / Hri-um-não (País de Gales) - A Grande Rainha, Deusa dos pássaros e


cavalos, dos encantos eda fertilidade.

Scathach / Scatha (Irlanda) - Patrona da destuição dos ferreiros, magia, profecia.

Taliesin / Tal-eu-ess-em (País de Gales) - Deus poeta, da sabedoria, mago, música,


conhecimento.

Avalon

Em Avalon existiam cinco faces da Deusa com que as sacerdotisas trabalhavam,


embora várias delas continuaram a venerar as Deusas de suas terras junto com
essas cinco Matronas. Nós achamos vestígios delas nos registros escritos
posteriores dos celtas e por causa de muitas das lendas terem sido escritas depois
da Nova religião ter se firmado e tomado conta da Grã-Bretanha,devemos olhar
além das antigas verdades ocultas nelas.

De fontes como o Mabinogion e os poemas de Taliesin, damos início a nossa busca


pelas Deusas de Avalon...

Vir a conhecê-las é um processo para toda a vida - essa resumida compilação visa
servir como introdução à informação não está de maneira nenhum completa, mas
serviria como um indicador para direcionar o estudante em seu caminho.

Blodeuwedd

Nove poderes de nove flores,

Nove poderes em mim combinados;

Nove botões de plantas e árvores...

Longos e brancos são meus dedos,

Como a nona onda do mar.

Hanes Taliesin
Blodeuwedd é a Deusa virgem galesa, reverenciada em Avalon como a Deusa dos
novos começos, independência e capacidade. A história que o patriarcado tem para
contar de Blodeuwedd pode ser achada no trecho do Mabinogion chamado de Math,
son of Mathonwy (Math, filho de Mathonwy).

Ela é feita de nove flores pelos grandes magos Math e Gwydion,para ser a noiva de
Llew, o Deus Sol Gales. Ela escolhe outro amante, que tenta assassinar seu marido,
mas Liew, porém, se transformou em uma águia. Llew foi encontrado e trazido de
volta a sua forma original por Gwydion, que transformou Blodeuwedd em uma coruja
em como punição. Existem muito mais nessa história do que os olhos podem
ver...observe além do que está escrito e verás a verdade.

O nome Blodeuwedd significa “Rosto de Flor”, que se refere a suas origens nas
flores, assim como sua associação com a coruja...que no País de Gales, ainda traz
seu nome: Blodeuwedd.

Arianrhod

A Deusa Arianrhod, é uma das faces da Deusa Mãe em Avalon. Ela era a mãe de
Llew ( Deus Sol Gales) e Dylan (Deus do Mar). Seu nome literalmente significa
“Roda Prateada”, e sua morada, Caer Arianrhod, nada mais é do que a Via Láctea.

Ela é retratada em Math, son of Manthonwy, e novamente devemos olhar além do


que sua lenda conta. Ela é chamada a corte de Math por seu irmão Gwydion, é
convocada a ser “Math’s Footholder” (algo como: A que segurava o pé de Math –
isso é estranho mesmo). Para realizar essa tarefa, ela deveria provar sua virgindade,
pois Math, exceto durante a guerra,si poderia viver se mantivesse seus pés no
ventre de uma virgem. Pede-se que ela pise na varinha de Gwydion para verificar se
ela de fato era virgem. Ela pisa sobre a varinha, e imediatamente da á luz a seus
dois filhos. Dylan rasteja-se e escapa para o mar, enquanto a outra criança é
capturada por Gwydion. A furiosa Arianrhod jura a seu irmão que a criança em seus
braços nunca terá um nome, nunca empunhará uma espada e nunca possuirá uma
mulher da Terra – e que essas coisas só poderiam ser concedidas pela mãe da
criança. Com o passar do tempo, através de mentiras, Gwydion consegue enganar
Arianrhod, e da um nome e arma á seu filho, mas apenas com a criação de
Blodeuwedd que o jovem Llew pode ter uma esposa.

Arianrhod é a representação da Mãe que é sempre virgem...aquela que dá à luz,


ainda que não pertença a homem algum. De seu trono astral, ela coloca tarefas a
nossa frente enquanto a Roda da nossa vida vai girando...

Rhiannon

E os pássaros de Rhiannon...

Cantavam para Eles do outro mundo,

Trazendo a eles a alegria...

O Mabinogion
A Deusa Rhiannon “A Grande Rainha”, e outra face da mãe. Ela que a égua branca,
a rainha do outro mundo, cujos pássaros poderiam confortar as almas dos mais
perturbados mortais. Ela é a mãe educadora, devota a seus filhos, que amavelmente
nos ensina que devemos aprender as lições a nossa frente.

Rhiannon aparece em dois trechos do Mabinogion, Pwyll, Prince of Dyfed (príncipe


de Dyfed) e Manawyddan, son of Llyr (Mnawyddan, filho de Llyr).

Como e dito nessas histórias, ela entende miséria e dor, separação e perda, mas
sempre embora ela tenha sido enganada seu amor era implacável, e sua dignidade
inabalável. Conhecida também como Épona pelos gauleses, e Macha para os
irlandeses (Tanto Épona como Macha, assim como a própria Rhiannon são
associadas com cavalos). Essa querida Deusa e a Grande Rainha Mãe dos Celtas.

Cerridwen

Eu obtive minha inspiração,

Do caldeirão de Cerridwen.

Hanes Taliesin

Cerridwen, a porca branca (as comparações aos animais não tem de maneira
alguma uma finalidade ofensiva), e reverenciada em Avalon como a Deusa Anciã –
Ela que é a escuridão da Lua, cujo caldeirão devemos adentrar para renascer. Ela é
a lavadeira no rio, a feiticeira, a Cailleach, aqueles que não a entendem, temem-na,
ainda que o grande Bardo Taliesin recebeu seu dom, entretanto, em um período de
testes desse aspecto da Deusa.

Certa vez, um jovem servo chamado Gwion roubou três gotas de uma poção que
Cerridwen estava preparando para seu filho Avagdu. Com essa poção, obtinha-se
otdo o conhecimento, e sabendo que ela iria puni-lo, ele fugiu da furiosa Deusa.

Uma perseguição repleta de mudanças de forma teve inicio, até que finalmente
Gwion, na forma de um grão, se escondeu no chão na dispensa. Cerridwen
transformou-se em uma galinha e comeu o grão consumido por sua vez Gwion.
Nove meses depois, Taliesin, o Bardo, emegiu de seu útero, e Ela jogou-o no mar
em Samhain, onde ele foi encontrado numa rede de pescar.

Branwen

E Ela foi uma das três Matriarcais nessa ilha

linda donzela no mundo Ela era!

O Mabinigion
Incrível Branwen, a personificação da soberana, e a Deusa Suprema de Avalon.
Apesar de haver um capítulo inteiro do Mabinogion que carrega seu nome, Brawen
(filha de Llyr) – o único capítulo nomeado para uma mulher, a história apenas mostra
a importância e o domínio dessa Deusa. Significado “Corvo Branco”, a irmã de
Bran, o abençoado (Bran the Blessed). Se torna Rainha da Irlanda e é
extremamente maltratada por seu marido. Enviando estorninhos (se não me falha a
memória é uma espécie de pássaro), Que ela mesma treinou, ela chama seu irmão,
que era Rei da Ilha da Bretanha, para socorrê-la. Depois das batalhas do
aparecimento do Caldeirão da abundância, que restaura a vida, e a decapitação de
seu irmão. Branwen retorna para a Bretanha onde Ela morre de tristeza por tanta
morte e destruição. Ela é muito preocupada com a prosperidade de seu Reino, e é
uma Deusa muito profunda e complexa.

Essas cinco Deusas são muito mais do que os escritores dizem delas. Quando suas
lendas foram finalmente, elas já tinham sido reduzidas em tamanho – elas não eram
mais Deusas, mas sim mulheres mortais, rainhas, criações de magos, e
pertencentes ao folclore das fadas. O patriarcado não foi bondoso com elas também,
pois suas histórias são contadas mais em relação aos homens em suas vidas.
Procure pelo que está escrito, mas olhe além das palavras. Esses são os símbolos
a serem explorados, atributos a serem compreendidos, e se você pesquisar
profundamente...as Deusas por Elas mesmas irão revelar suas verdadeiras histórias
para você... Outras Deusas que possuem relações com Avalon são: Brigit, Anu,
Danu, Morgan, e outras incontáveis Deusas locais trazidas a Ilha pelas mulheres
que eram treinadas como sacerdotisas. Existem aqueles que dizem que as mulheres
eram trazidas de todas as ilhas britânicas, das terras Célticas continentais, e até de
lugares distantes como Grécia para estudar em Avalon. Seguramente, elas traziam
suas tradições locais para a Ilha. É conhecido por nós então que essas cinco –
Blodeuwedd, Arianrhod, Rhiannon, Cerridwen e Branwen, são as guardiãs da Ilha
Sagrada de Avalon

Os Druidas

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma

Os Druidas eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da


divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas idéias a respeito da
divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim, todos os
deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser supremo -
qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a ótica humana.
Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos
construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais
suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas
cerimônias. Os Druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se
espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental, incluindo a
Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do extremo norte da
península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem todas as áreas do
conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis
conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e
possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. A
mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista como a
imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu (o Deus, o eterno aspecto
masculino) à terra (a Deusa, o eterno aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na
hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto
masculino seria o de conselheiro e "mensageiro" dos deuses, e, entre outras
denominações, recebiam o nome de Merlin.
Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão, por isso
hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio César reconhecer
a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de sua cultura.
Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para marcar profundamente a
literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo (e eles, de
fato, eram místicos), sendo reverenciados e respeitados como legítimos
representantes dos deuses.
O Povo Celta, como um todo, construía-se dentro de uma tradição eminentemente
oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir seus conhecimentos fundamentais
- embora conhecessem uma forma de escrita chamada rúnica. Por isso após o
domínio do cristianismo - que no início foi bem recebido pelos próprios druidas,
quando o poder da Igreja de Roma ainda não era suficientemente forte e corrompido
a ponto de distorcer a mensagem básica de Jesus de tolerância e amor - perdemos
muito desta maravilhosa civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos
Druidas, e até hoje muita coisa permanece envolta em mistério: sabemos que
realmente eles existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente
originários desta civilização, então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão
terríveis Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da Igreja
Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos saxões?
Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado abrigo entre
eles? A história dos Druidas se esconde freqüentemente entre diversas lendas,
como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur, Morgana, eram Druidas.
Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas
fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo ódio
aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que seus textos
nos sejam uma fonte confiável de informação. A sensação que temos é a de
embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico, como se
tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon, cercada de
brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.
Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas
acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria seu aperfeiçoamento através
das vidas sucessivas (reencarnação). Eles acreditavam que o homem era o
responsável pelo seu destino de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda
a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as
obras praticadas. Quanto mais cedo o homem despertasse para a responsabilidade
que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor. Ele teria ainda a ajuda dos
espíritos protetores e sua liberação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida. Ele
também teria a magna responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante,
para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entender essa lei, conhecida
hoje por lei do carma (que é uma denominação hindu, não druídica).
Os Druidas desapareceram paulatinamente da história à medida que crescia o
domínio da Igreja de Roma. Os grandes sacerdotes Druidas eram conhecidos como
as serpentes da sabedoria, e, numa paródia sem graça, São Patrício ficou conhecido
por ter expulso "as serpentes da Bretanha". Mas o fascínio destas pessoas não
poderia desaparecer de repente. Eles se perpetuaram nos romances dos menestréis
e trovadores medievais, e sua influência se fez sentir nos vários movimentos
místicos e contestatórios da Idade Média, especialmente entre os Cátaros e na
Ordem dos Templários.

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos
deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um "sim" ou um "não" pode
mudar toda a nossa existência."

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