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canozo16 wr iscoso.com brimain_artigos_Index php 181968peintoage=_ BH imprine |G enwarpor mat | & comperane: alton Luiz Dallazem Advogado, Mestre em Dirvito Tributério pela PUC/SP. Doutor pela UFPR. Professor adjunto de Direito Tributario da PUCIPR (graduagao e pés-graduagio). Artigo - Previdenciario/Trabalhista - 2009/1169 FGTS: Um inegavel tributo, a despeito da Sumula 353 do STJ Dalton Luiz Dallazem* Elaborado em 07/2009 Em 19 de junho de 2008 0 Superior Tribunal de Justiga publicou a Sumula 353 com o propésito de pacificar 0 entendimento acerca da "nalureza juridica" das contribuig6es para o Fundo de Garantia por Tempo de Servico. Seu enunciado é o seguinte: "As disposigées do Cédigo Tributdrio Nacional nao se aplicam as contribuig6es para o FGTS" Os precedentes adotados pela Corte para chegar a tal conclusdo se reportam ao julgamento do Supremo Tribunal Federal proferido no Recurso Extraordinario n? 100,249, cuja ementa tem o teor abaixo: “"Fundo de Garantia por Tempo de Servico. Sua natureza juridica. Constituigéo, art. 165, Xill. Lei n° §.107, de 13.9.1966. As contribuigdes para o FGTS nao se caracterizam como crédito tibutario ou contribuigdes a tributo equiparaveis. Sua sede esté no art. 165, XIII, da Constituigao. Assegura-se ao trabalhador estabilidade, ou fundo de garantia equivalente. essa garantia, de indole social, promana, assim, a exigibilidade pelo trabalhador do pagamento do FGTS, quando despedido, na forma prevista em lei. Cuida-se de um direito do trabalhador. Dé-he o Estado garantia desse pagamento. A conlribuigao pelo empregador, no caso, deflui do fato de ser ele o sujeito passivo da obrigagéo, de natureza trabalhista © social, que encontra, na regra constitucional aludida, sua fonte. A atuagao do Estado, ou de érgdo da Administragao Piblica, em prol do recolhimento da contribuigao do FGTS, ndo implica tomé-lo titular do direito 4 contribui¢do, mas, apenas, decorre do cumprimento, pelo Piiblico, de obrigacao de fiscalizar ¢ tutelar a garantia assegurada ao empregado ‘optante pelo FGTS. Nao exige o Estado, quando aciona 0 empregador, valores a serem recolhidos ao Erdrio, como receita publica. Nao ha, al, contribuigao de natureza fiscal ou parafiscal. Os depdsitos do FGTS pressupde vinculo juridico, com disciplina no Direito do Trabalho. Nao se aplica as contribuicées do FGTS 0 disposto nos arts. 173 @ 174, do CTN. Recurso extraordinario conhecido, por ofensa ao art. 166, Xil, da Constitui¢éo, e provido, para afastar a prescrico qliingiienal da agdo” (RE 100.249-2, Rel. p/ acérdo Min. Néri da Silveira, DJU de 01.07.88). Os dois principais fundamentos desse acérdao proferido pelo STF na vigéncia da Constituigo de 1967 sao: 1) 0 art. 217 do Cédigo Tributério Nacional, inserido pelo Decretotel n° 27, de 14 de novembro de 1966, cujo inciso IV “teria excluido do regime dos tributos a contribuigo destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Servigo"(1); @ 2) 0s valores nao sao recolhidos ao Erario, e portanto nao sao receita publica Na vigéncia da Constituigdo de 1988 esse entendimento foi confirmado pelo STF em diversos acérdaos, entre os quais se podem citar: RE 114.252/SP (1* Turma, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 11/03/1988), RE 118.107/SP (1® Turma, Rel. Min, Octavio Gallotti, DJ de 14/02/1997), RE 120.939/SP (1® Turma, Rel. Min. Octavio Gallott, DJ de 07/02/1997), RE 120.189/SC (2* Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 19/02/1999), RE 134.328/DF (1* Turma, Rel. Min. limar Galvao, DJ de 19/02/1993). Porém, no obstante proferidos apés a vigéncia da Constituicéo Federal de 1988, todos eles tratam de periodos anteriores a esta vigéncia. Esse é um importante detalhe que ndo tem sido levado em conta na analise do tema, como ndo foi na edigéo da Stmula 353 do STJ. primeiro acérdao do Supremo Tribunal Federal que tangenciou a "natureza juridica do FGTS" com a lupa do Sistema Tributario inaugurado pela Carta vigente foi o proferido no julgamento do Reourso Extraordinario n° 138.284. No sentir do Relator, Ministro Carlos Velloso, o FGTS é uma “contribuigao social geral", portanto um tributo: As diversas espécies tributérias, determinadas pela hipétese de incidéncia ou pelo falo gerador da respectiva obrigagao (CTN, art. 4°), sa0 as seguintes: a) os impostos (C.F, arts. 145, |, 153, 154, 155 ¢ 156); b) as taxas (CF, art. 145/ Il); c) as contribuigdes, que podem ser assim classificadas: c.1. de melhoria (C.F, art. 145, Il); ¢.2. parafiscais (CF, art. 149), que so; ¢.2.1. sociais, c.2.1.1, de seguridade social (C.F, art. 195, |, Il, il), C.2.1.2 outras de seguridade social (C.F/ art. 195, parag. 4°), c.2.1.3. sociais gerais (0 FGTS, o salério-educagao, C,F., art. 242, parag. 6°, contribuigdes para 0 SESI, SENAI, SENAG, C.F, art. 240); c.3. especiais: c.3.1. de intervengao no dominio econdmico (C.F, art. 149) e 1.3.2, comporativas (C.F, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributéria: d) os empréstimos compulsérios (C.F, art. 148). hpiwww scosof.com brimain_atgos_index php?1D=2181968prinipage=_ 1m canozo16 wr iscoso.com brimain_artigos_Index php 181968peintoage=_ Ainda que proferida obter dictum, a classificagao é de extrema valia e tem sido acolhida por diversos julgados na jurisprudéncia brasileira Posteriormente, no julgamento na Ago Direta de Inconstitucionalidade n® 2,556, cujo Relator foi o Ministro Moreira Alves, de novo 0 STF examinou uma figura juridica que concluiu tratar-se de um tributo, figura juridica esta que, se néo 6a mesma do FGTS sobre o qual estas linhas so anotadas, se sujeita ao mesmo regime juridico. Esse julgamento analisou a constitucionalidade, dentre outros, dos artigos 1° e 2° da Lei Complementar n® 110, de 29 de junho de 2001, cuja redagao é a seguinte: “art. 1°. Fica instituida contribuigéo social devida pelos empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, & aliquota de dez por cento sobre o montante de todos os depésitos devidos, referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Servigo - FGTS, durante a vigéncia do contrato de trabalho, acrescido das remuneragdes aplicaveis as contas vVinculadas. Art. 2°. Fica instituida contribuigao social devida pelos empregadores, aliquota de cinco décimos por cento sobre a remuneragao devida, no més anterior, a cada trabalhador, incluldas as parcelas de que trata o art. 15 da Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990"(2) s transcritos dispositivos legais foram regulamentados pelo Decreto n° 3.914, publicado em 12 de setembro de 2004 sujeito ativo das contribuigdes sociais ¢ a Caixa Econémica Federal, nos termos do artigo 7°, §1°, deste Decreto.(3) © STF, no julgamento da Medida Cautelar na referida Aco Direta de Inconstitucionalidade, chegou a seguinte conclusao: ADI 2556 MC / DF - DISTRITO FEDERAL MEDIDA CAUTELAR NA AGAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. MOREIRA ALVES Julgamento: 09/10/2002 Orgao Julgador: Tribunal Pleno Emonta EMENTA: Acéo dlreta de inconsttucionalidade. Impugnacao de atigos o de expressées contidas na Lei Complementar federal n? 110, de 29 de junho de 2001. Pedido de iminar - A natureza juridica das duas exagées criadas pola lei om causa, neste exame suméiio, & a de que sao elas tributéias, caracterizando-se como contnbuigdes socials que se fenquadram na sub-espécie "contrbuigdes socials gerais" que se submetem a regéncia do artigo 149 da Constituigao, no 4 do artigo 195 da Carta Magna. (© exame foi sumario. Nao ha decisdo final ainda. Mas o Supremo Tribunal Federal aplicou e continua aplicando o entendimento acima a centenas de processos. Uma consulta ao site de jurisprudéncia da Corte afasta rapidamente qualquer divida a respeito dessa afirmativa Nao ¢ dificil concluir, por conseguinte, que nao se sustentam mais, por completo anacronismo e auséncia de pertencimento sistémico, os fundamentos em que se assentou o Superior Tribunal de Justiga ao editar a Samula 353, apesar da sua edigao recente, ‘A Constituicéo Federal deu outros contomos ao FGTS desde que entrou em vigor o "novo" Sistema Tributério Nacional. E se alguém tem divida de que a Constituigao cria trbutos, consulte a respeito os registros de JOSE ROBERTO VIEIRA (4) Afirmar que 0 FGTS nao é tributo porque a receita nao integra 0 caixa do tesouro é o mesmo que dizer, por exemplo, que todas as contribuigdes sociais destinadas ao chamado sistema "S" (Sesi, Sesc, Senai, Senat etc.) também ndo 0 tributos. Se tal afirmmativa era valida sob a égide da Constituicao de 1967, no atual sistema tributério no mais se sustenta ‘Além de tais ponderagées, anote-se que a construgdo da Simula 353 do ST 6 resultante de um debate processual travado em casos concretos nos quais se pretendia o redirecionamento da cobranga dos débitos de FGTS das ‘empresas as pessoas fisicas de seus sécios ou administradores, nos termos do art, 135 do CTN. Em muitos daqueles casos, quem conduziu a discussao 4 arena do STJ, de modo contundente, foi a prépria Unido Federal (Fazenda Nacional). Ela defendeu a aplicagao do art. 135 aos casos em que pretendia redirecionar as ‘execugées fiscais. Nao pode sustentar, portanto, que nao se trata o FGTS de uma contribuicao sujeita aos ditames do Cédigo. (© entendimento jurisprudencial ¢ a propria Simula deveriam ser repensados; ndo se trata de afastar eventuais, redirecionamentos pela auséncia da identidade tributdria do FGTS. Trata-se, isto sim, de averiguar se esto ou ndo presentes 0s requisitos do art, 135 do CIN, O ST, permissa venia, solucionou a questao pelo caminho argumentative @ de investigacdo fatica mais singela. Allés, ele proprio, nos precedentes que originaram a famigerada Simula 353, assenta: hitpulwww fscesof.com,brinai_atigos_index.php?P1D=2181858prinipage=_ 21 canozo16 wr iscoso.com brimain_artigos_Index php 181968peintoage=_ "Ademais, ainda que aplicéveis fossem as disposi¢des do CTN, o mero inadimplemento de obrigagao de pagar tributos Go constituira infracdo legal capaz de ensejar a responsabilidade prevista no artigo 136, Ill, do Cédigo Tributario Nacional.” Conseqiléncia de tudo quanto se expos é a impossibilidade de se aplicar o prazo trintendrio as autuagdes de cobranga do FGTS. 0 prazo é qlinatienal, nos termos dos artigos 173 e 174 do Cédigo Tributario Nacional. 0 raciocinio quanto a0 prazo se vale do que decidiu o plendirio do STF quando da edi¢o da Stimula Vinculante n° 08, ou seja: os prazos de prescrigao e decadéncia estao sob a algada de lei complementar, eficdcia com que o CTN foi recepcionado pela Constituigao de 1988. Inconstitucional, portanto, o art. 23, §5° da Lei n® Recomendavel seria, por conseguinte, aguardar a confirmacao, de modo mais enfatico, do pronunciamento definitive do ‘STF quanto & verdadeira "natureza juridica" do FGTS apés a vigéncia da Constitui¢ao Federal de 1988. Diz-se de modo mais enfético porque, ante o histérico dos precedentes, ¢ muito forte a tendéncia de que a Corte confirme o que j& proferiu tangenciando o tema: o FGTS ¢, inegavelmente, um tributo. Notas (1) Como 0 Cédigo Tributario Nacional entrou em vigor no dia 1° de janeiro de 1967 (art. 218), entendeu-se que antes mesmo da sua vigéncia pretendeu o legislador salvaguardar algumas obrigacdes a cargo das empresas, obrigacdes, estas as quais ndo se reconhecia identidade tributdria (2) Art. 15 da Lei n. 8.036/90: Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia sete de cada més, em conta bancéria vinculada, a importancia correspondente a 8% da remuneragao paga ou devida, no més anterior, a cada trabalhador, incluidas na remuneragao as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT ea gralificagdo de Natal a que se refere a Lei n. 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificagées da Lei n. 4,749, de 12 de agosto de 1965 (Art. 457 da CLT: Compreendem-se na remuneracao do empregado, para todos os efeitos legais, além do salario devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestagao do servigo, as gorjetas que receber. Art. 458 da CLT: Além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no sala, para todos os efeitos legais, a alimentagao, habitagao, vestuario ou outras prestagées "in natura’ que a empresa, por forga do contrato ‘ou do costume, fomecer habitualmente ao empregado). (3) Tais contribuigdes sociais foram criadas para que 0 Govemo pudesse suportar a “conta” decorrente do julgamento do ‘Supremo Tribunal Federal relativo aos expurgos de corregao monetdria do FGTS dos planos Verdo e Collor |. Tal assertiva ¢ perfeitamente verificavel a partir da leitura dos artigos 4° © seguintes - sobretudo o art. 13 - da prépria Lei Complementar n. 110, os quais versam sobre o pagamento, sem necessidade de ago judicial, dos valores a que tm direito os trabalhadores vinculados ao FGTS. Criou-se, primero, a fonte da arrecadacao, e depois o destino da mesma: ‘© pagamento das diferencas de corregao monetaria devidas aos trabalhadores. (4) E, afinal, a Constituigéo cria tributes. In; Heleno Taveira Térres (Coord.), Teoria Geral da Obrigagéo Tributaria, So Paulo, Malheiros, 2005, p. 594-642 Cn Dalton Luiz Dallazemn* wri or(a): D. = Publicado pela FISCOSoft em 16/09/2009 Acompanhe pelo Twitter: => Artigos na FISCOSoft A FISCOSoft nio é responsdvel pelo contetido dos textos assinados. As opinides contidas nos artigos assinados no correspondem necessariamente ao posicionamento do Site, e sua publicagao nao representa endosso de seu contetido. Advertimos, ainda, que o leitor deve ter em mente que 0 contetido pode nao estar atualizado com legislagdo que, eventualmente, tenha sido editada posteriormente a data de elaboragao indicada no Artigo. FE proibida a reprodugdo dos textos publicados nesta pagina sem permissdo do autor e vedada a sua reutilizagiio em outras publicagdes sem permissio do Site. 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