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AS GRAÇAS ATUAIS

– Necessidade da graça para realizar o bem.

– As graças actuais.

– Correspondência.

I. PELO PECADO ORIGINAL, a natureza humana perdeu o estado de


santidade a que havia sido elevada por Deus e, consequentemente, ficou
privada também da integridade e da ordem interior que possuía. Desde então,
o homem já não tem a suficiente firmeza de vontade para cumprir todos os
preceitos morais que conhece. Fazer o bem tornou-se-lhe difícil depois da
aparição do pecado sobre a terra. E “é isto o que explica a íntima divisão do
homem – ensina o Concílio Vaticano II –. Toda a vida humana, a individual e
a coletiva, apresenta-se como luta, uma luta dramática entre o bem e o mal,
entre a luz e as trevas”1.

A ajuda de Deus é absolutamente necessária para realizarmos atos de


valor sobrenatural. Não é que, por nós mesmos, sejamos capazes de ter
algum pensamento como próprio, mas a nossa capacidade provém de Deus2.
Além disso, depois do pecado original, essa ajuda tornou-se mais necessária.
“Ninguém se liberta do pecado e se eleva sobre si mesmo por suas próprias
forças; ninguém fica completamente livre da sua debilidade, da sua solidão ou
da sua escravidão”3; todos temos necessidade de Cristo, modelo, mestre,
médico, libertador, salvador, vivificador4. Sem Ele, nada podemos; com Ele,
podemos tudo.

Ainda que a natureza humana não se tenha corrompido pelo pecado


original, experimentamos – mesmo depois de termos sido baptizados – uma
tendência para o mal e uma grande dificuldade em fazer o bem: é o chamado
fomes peccati ou concupiscência, que – sem ser pecado em si mesmo –
procede do pecado e inclina para o pecado5. A própria liberdade está
debilitada, ainda que não tenha sido suprimida.

Compreendemos assim, à luz desta doutrina, que as nossas boas obras,


os nossos frutos de santidade e de apostolado, são em primeiro lugar de
Deus; e só secundariamente – muito secundariamente –, resultado de termos
correspondido à graça como seus instrumentos, sempre frágeis e
desproporcionados.

O Senhor pede-nos que tenhamos sempre em conta esta pobreza da


nossa condição, evitando o perigo de uma vaidade tola. Porque amiúde – diz
Santo Afonso Maria de Ligório – “o homem dominado pela soberba é um
ladrão pior que os demais, porque não rouba bens terrenos, mas a glória de
Deus [...]. Segundo afirma o Apóstolo, por nós mesmos, não podemos fazer
nenhuma obra boa ou sequer ter um bom pensamento (cfr. 2 Cor 3, 5) [...]. E
já que as coisas são assim, quando fizermos algum bem, digamos ao Senhor:
Devolvemos-te, Senhor, o que de tuas mãos recebemos (1 Cron 29, 14)”6.
Devemos dizê-lo diante de qualquer fruto que nos tenha vindo às mãos.
Oferecê-lo-emos de novo a Deus, pois sabemos bem que a malícia e as
deficiências são nossas; a beleza e a bondade são d’Ele.

II. COMO OBSERVAMOS nas páginas do Evangelho, os encontros dos


homens com Cristo foram únicos e irrepetíveis: Nicodemos, Zaqueu, a mulher
adúltera, o bom ladrão, os Apóstolos... A acção de Deus já preparara
lentamente aqueles homens e mulheres para que se abrissem ao Senhor no
momento oportuno; e, após esse encontro singular e determinante, a graça de
Deus continuou a acompanhá-los, suscitando e levando a cabo nas suas
almas novas conversões, novos progressos.

Os nossos encontros com Cristo também foram irrepetíveis e únicos, como


os dessas pessoas que o encontraram nas terras da Galileia, junto ao lago de
Genesaré, em Jerusalém ou num povoado da Samaria. E a partir daí Jesus
está igualmente presente na nossa vida e, por sua bondade, continua a
ajudar-nos com mil moções interiores para que nos aproximemos mais e mais
d’Ele. São graças actuais, dons gratuitos e transitórios que desenvolvem os
seus efeitos em cada alma de uma maneira particular. Quantas não
recebemos nós em cada dia! Quantas mais não receberemos se não
fecharmos as portas da alma a essa acção silenciosa e eficacíssima do
Santificador!

O Espírito Santo – sem suprimir a nossa liberdade – ilumina-nos


constantemente para que conheçamos a verdade, inspira-nos e puxa por nós
a cada momento, antecedendo, acompanhando e aperfeiçoando as nossas
boas acções. Deus é quem realiza em vós, não apenas o querer, mas o
executar, segundo o seu beneplácito7. Devemos pedir-lhe a sabedoria prática
de procurar apoio n’Ele e não em nós, de ir buscar a nossa coragem nEle e
não na habilidade da nossa inteligência ou dos nossos recursos pessoais;
devemos escutar sempre, na vida prática, a advertência amorosa do Mestre:
Sem mim, nada podeis fazer8.

Na vida sobrenatural, seremos sempre principiantes, e devemos portanto


conduzir-nos com a docilidade e a aplicação de uma criança que necessita
em tudo dos mais velhos. São Francisco de Sales ilustra com um exemplo
esta relação que há entre Deus e os homens: “Quando uma mãe ensina o seu
filhinho a andar, ajuda-o e ampara-o tanto quanto necessário, deixando-o dar
alguns passos pelos lugares menos perigosos e mais planos, pegando-o pela
mão e sustendo-o, ou tomando-o nos braços e carregando-o. Da mesma
maneira Nosso Senhor cuida continuamente de cada passo dos seus filhos” 9.
Somos isso diante de Deus: crianças pequenas que não acabam de aprender
a andar.

Cabe-nos corresponder a essa assistência amorosa, manifestar a nossa


boa vontade, começar e recomeçar, sendo sinceros como uma criança
simples no nosso diálogo com Deus e com o sacerdote a quem confiamos a
direção da nossa alma; lutando com o brio de uma criança estimulada pela
mãe na matéria do nosso exame particular, esse ponto bem concreto em que
nos esforçamos por alcançar vitória de uma forma especial. Os nossos dias
resumir-se-ão muitas vezes em pedir ajuda, corresponder e agradecer.

III. DEUS TRATA CADA ALMA com um respeito infinito, sem nunca forçar
a sua vontade, e por isso o homem pode resistir à graça e tornar estéril o
desejo divino. De fato, ao longo do dia, talvez em coisas pequenas, muitas
vezes dizemos não a Deus. E devemos dizer sim ao que nos pede, e não ao
nosso egoísmo, aos impulsos da soberba, à preguiça.

A resposta livre à graça de Deus deve dar-se no pensamento, nas palavras


e nas ações10. Não basta somente a fé para cooperarmos adequadamente:
Deus pede-nos um esforço pessoal, pede-nos obras, iniciativas, desejos
eficazes... Ainda que, com a sua Morte na Cruz, tenha merecido para nós um
tesouro infinito de bens, as graças que nos concede não nos são concedidas
todas de uma vez; e a sua maior ou menor abundância depende de como
lhes correspondemos.

Quando estamos dispostos a dizer sim ao Senhor em tudo, atraímos uma


verdadeira chuva de dons11. A graça inunda-nos quando somos fiéis às suas
pequenas insinuações ao longo de cada dia: quando vivemos o “minuto
heróico” à hora de nos levantarmos pela manhã e procuramos que o nosso
primeiro pensamento seja para Deus, quando nos preparamos para a Santa
Missa e afastamos as distracções que pretendem desviar-nos daquilo que
importa, quando oferecemos o trabalho ou não nos esquivamos a um
pequeno sacrifício, quando temos um detalhe de caridade...

Ninguém poderá dizer que foi esquecido ou desamparado por Deus, se faz
o que está ao seu alcance, porque o Senhor concede o seu auxílio a todos,
mesmo aos que estão fora da Igreja sem culpa própria12. Mais ainda, o
Senhor, infinitamente misericordioso e paciente, procura seguidamente, de mil
modos diferentes, o regresso daquele que se foi embora com a herança e
agora se encontra numa situação lamentável. Cada dia sai ao terraço, na
esperança de enxergar ao longe o vulto do filho que retorna13, e move-lhe o
coração para que retome o caminho que o trará de volta à casa paterna. E
quando encontra correspondência às suas graças, derrama-se em ajudas e
bens, e anima a subir mais e mais.

Se, nestes momentos de oração pessoal, percebermos que nos custa


corresponder aos pequenos movimentos da graça, sigamos este conselho:
“Tens de entrar em colóquio com Santa Maria e confiar-lhe: – Ó Senhora,
para viver o ideal que Deus meteu no meu coração, preciso voar... muito alto,
muito alto! [...]”14.

E perto de Maria sempre encontramos José, seu esposo fidelíssimo, que


tão bem e com tanta prontidão soube realizar o que Deus, através do Anjo,
lhe ia manifestando. Podemos recorrer a ele ao longo do dia, para que nos
ajude a ouvir claramente a voz do Espírito Santo em tantos detalhes e em
ocasiões tão pequenas, e para que sejamos fortes em levar à prática essas
suas sugestões.

(1) Cfr. Conc. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 13; (2) 2 Cor 3, 5; Primeira leitura da Missa da
quarta-feira da décima semana do TC, ano ímpar; (3) Santo Irineu, Contra as heresias, 3, 15,
3; (4) cfr. Conc. Vat. II, Decr. Ad gentes, 8; (5) Conc. de Trento, Decr. Sobre o pecado
original, 5; (6) Santo Afonso Maria de Ligório, Seleta de temas de pregação, 2, 6; (7) Fil 2, 13;
(8) Jo 15, 5; (9) São Francisco de Sales, Tratado do amor a Deus, 3, 4; (10) cfr. Conc. Vat. II,
Const. Lumen gentium, 14; (11) cfr. Pio XII, Enc. Mystici Corporis, 29-VI-1943; (12) cfr. Conc.
Vat. II, Const. Lumen gentium, 16; (13) cfr. Lc 15, 20; (14) cfr. São Josemaría Escrivá, Forja,
n. 994.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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