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a6 CENGAGE oer Psicologia do Desenvolvimento Desenvolvimento: continuase sistematicas rmudanges que um indivi da vive no decoror de sua vida, Continuldades desenvolvimentas: formas peas quis nos mantemos estveis com ‘pasar do tempo ou contiuamos a refer nosso passado, Psicologia do desenvolvimento: ‘rea de pscoogia voltada _adentiicareexpicar as, ‘contrnidades e mudan- (a vidas pr inviduos ao longo do tempo, Maturagio rudangas deservo- vimortas no coo ou no conpatamero que resutam do proceso temilhecimeno envez da areezage, estes doenas ououtes ope tenis viveas. Aprendizagem: ‘mudanga relativamente permanente no compar ‘amen (ou no potencal de) que testa de uma cexperénci patica, Paclogs do Oaemchmee © objetivo deste livro é buscar respostas a estas e muita outras questBes fascinantes sobre pessoas em desenvolvimento, por meio da revisdo de teorias, métodos, descobertas ce muitas outras realizagdes da moderna ciéncia do desenvolvimento. Neste capitulo intro- dut6rio encontram-se as bases do restante do livro, & medida que ele aborda assuntos im- portantes sobre a natureza do desenvolvimento humano e como 0 conhecimento deste € adquirido. O que significa a afirmagio de que as pessoas se “desenvolvemi” como tempo? Como sua experiéncia de desenvolvimento difere da daqueles que viveram em épocas passadas ou em outras culturas? Quando os primeiros estudos cientificos do desenvol ‘mento humano foram realizados e por que so necessérios? Que estratézias ou métodos de pesquisa sdo utilizados pelos ciemtistas para estudar o desenvolvimento de criangas € adolescentes? Comecemos considerando a natureza do desenvolvimento. © Que — DeseNvoLvimeNTO? 0 desenvolvimento refere-se a continuidades sistematicas e mudangas no individuo que ‘ocorrem desde a concepeao (quando o esperma do pai penetra no évulo materno criando ‘um novo organismo) até a morte. Ao descrever mudangas como “sistematicas”, implica- se estas serem ordenadas, padronizadas, relativamente permanentes; portanto, mudangas ocasionais de humor e outras mudangas transitérias em nossa aparéncia, pensamentos comportamentos esto excluidas. Também estamos interessados nas continuidades desenvolvimentais, as formas pelas quais permanecemos os mesmos ou seguimos refle- ‘indo nosso passado. Se desenvolvimento representa a continuidade e as mudangas que um individuo sofre “do bergo ao tiimulo”, a cigncia do desenvolvimento & o estudo desse fendmeno. Na verdade, devemos falar em cincias do desenvolvimento, visto que essa area de estudo € multidisciplinar. Apesar de a psicologia do desenvolvimento ser a mais ampla dessas disciplinas, muitos bidlogos, socidlozos, antropélogos, educadores, médicos, economistas cdomésticos c até mesmo historiadores compartilham um interesse pela continuidade e mu- dangas no desenvolvimento e muito contribuiram para o entendimento do desenvolvimen- to tanto humano como animal. Porque a ciéncia do desenvolvimento é multidisciplinar, ‘usamos a terminologia “desenvolvimentalista” para qualquer estudioso ~ independente- mente da disciplina ~ que busca entender o processo de desenvolvimento. O Que Causa Nosso Desenvolvimento Para entender o significado de desenvolvimento de maneira mais completa, devemos compreender dois processos subjacentes as mudangas do desenvolvimento. Um desses processos, a maturagio, corresponde ao desenvolvimento biolégico do individuo de acordo com um plano contido em seu cédigo genético ~ material hereditério passado pelos pais aos filhos na concepedo. Assim como as sementes se tornam plantas maduras, quando recebem alimentos e cuidados adequados, os seres humanos crescem no iitero. proceso maturacional humano também nos torna capazes de andar e pronunciar as primeiras palavras com significado por volta de um 1 de idade, atingir a maturidade sexual entre os I] ¢ 15 anos e, entdo, envelhecer e morrer. Pelo fato de o cérebro passar por muitas mudangas maturacionais, a maturacao é em parte responsavel por mudaneas psicolégicas, como a crescente capacidade de concentragdo, resolugdo de problemas, bem ‘como 0 entendimento dos pensamentos € sentimentos de outra pessoa. Portanto, uma azo pela qual nés humanos somos similares em muitos aspectos importantes & que ‘nossa “heranga comum da espécie”, ou matriz maturacional, conduz todos nés @ varias mudangas desenvolvimentais sobre os mesmos aspectos de nossas Vidas. ‘Um segundo processo critico do desenvolvimento & @ aprendizagem ~ proces- so pelo qual nossas experiéncias produzem mudangas relativamente permanentes em nnossos sentimentos, pensamentos e comportamentos. Consideremos o seguinte exemp! (ap. 1 iodo. Pca do Desemohineno eas Eas de Peaqubs * David. Staer embora certo grau de maturagao fisica seja necessério para que uma crianga possa ser capaz de jogar basquete, horas de pritica ¢ cuidadosa instrugio serio essenciais para que em algum momento ela possa ter habilidades que se aproximem de grandes mestres como Michael Jordan. Muitas de nossas habilidades e habitos ndo sdo simplesmente re- sultados de um grande plano da natureza; normalmente aprendemos a sentir, a pensar e a nos comportar de novas maneiras ao observar ¢ interagir com pais, professores € outras figuras importantes em nossas vidas, bem como a experimentar eventos. Colocado de ‘outra maneira, mudamos em resposta ao nosso ambiente — particularmente em resposta as agdes e reagdes das pessoas a0 nosso redor. Claro, grande parte das mudangas no de- senvolvimento é resultado da maturagdo ¢ da aprendizagem. E, como veremos ao longo deste livro, alguns dos mais acirrados debates sobre desenvolvimento humano sio re- lativos aos argumentos sobre quais desses processos contribuem mais efetivamente em determinadas mudangas desenvolvimentais. Quais os Objetivos dos Desenvolvimentalistas? Quais objetivos os desenvolvimentalistas colocaram para si mesmos? Os trés principais objetivos que emergem so: descrever, explicar e melhorar o desenvolvimento (Baltes et al, 1980). Ao buscar o objetivo de descrever, os desenvolvimentalistas cuidadosamente observam 0 comportamento das pessoas em diferentes idades, procurando especificar como os seres humanos mudam ao longo do tempo. Apesar de haver tipicas rotas de de- senvolvimento que todos seguem, os pesquisadores descobriram que nao ha duas pessoas exatamente iguais. Mesmo quando criadas na mesma casa, criangas em geral mostram interesses, valores, habilidades e comportamentos diferentes. Para entio descrever de forma adequada 0 desenvolvimento, € necessério focalizar tanto os padrdes tipicos de mudancas (desenvolvimento normativo) como as variagdes individuais (desenvolvi- mento idiogrifico), buscando identificar a importante mancira pela qual seres humanos se desenvolvem de forma semelhante e como podem diferir durante a vida. Descrigdes adequadas nos fornecem os fatos do desenvolvimento, mas isso & apenas 0 ponto de partida. Em tiltima analise, os desenvolvimentalistas tentam explicar as mudangas observadas. Ao buscar esse objetivo, os pesquisadores esperam determinar por que os seres humanos se desenvolvem como tipicamente o fazem, e por que alguns se tornam tio diferentes dos outros. Dito de outra forma, as explicacées concentram-se tanto nas mudangas normativas quanto nas individuais. Como veremos nos textos, € nor- malmente mais fécil descrever o desenvolvimento que explicé-lo. Finalmente, muitos pesquisadores esperam otimizar 0 desenvolvimento colocando em pritica aquilo que eles tém aprendido, na tentativa de ajudar os seres humanos a se desenvolver em diregdes positivas. Esse é claramente um lado pritico do estudo do de- senvolvimento humano que levou a algumas maneiras de melhoré-lo: 2 Promover fortes lacos afetivos entre criangas hiperativas, nao responsivas e seus pais frustrados, 2 Auxiliar eriangas com dificuldades de aprendizagem a ter sucesso na escola. eo Ajudar criangas e adolescentes socialmente inaptos a prevenir as dificuldades emo- cionais resultantes por nio ter amigos intimos e serem rejeitados pelos pares Muitos acreditam que objetivos vaio como otimizacao influenciar as pesquisas no século XI (Fabes et al, 2000; Lerner et al, 2000) & medida que os desenvolvimentalis- tas mostrarem maior interesse em solucionar problemas reais e em comunicar as impli- cages praticas de suas descobertas ao piblico e aos responséveis pela politica (MeCall e Groark, 2000). Ainda assim, a forte énfase nas aplicagdes nao implica serem os tradicio- nais objetivos descritivos e explicativos menos importantes, mesmo porque a otimizagao ‘como objetivo de pesquisa requer que os pesquisadores tenham prévia e adequadamente descrito os caminhos normais e anormais do desenvolvimento e suas causas (Schwebel et al., 2000). Desenvolvimento normative: ‘mudangas desenvoli- rmentais que caracteri- _zam todos ou maior parte dos membros de ‘uma espéce;sa0 pa- ‘des tpios de desen volvimento, Desenvolvimento idiograico: vatagbes individuals no timo, extensto ou dr. (odo desenvolvimento a —————————— 4 ico cdo Deseret Algumas Observacées Basicas Sobre o Carater do Desenvolvimento ‘Agora que jd definimos 0 que desenvolvimento © falamos brevemente sobre seus principais objetivos, consideremos algumas das ‘conclusdes tragadas sobre 0 carder do desenvolvimento Um Processo Continuo e Cumulativo Em seu famoso poema Paraiso Perdido, John Milton escrevey) A infaincia mostra © fomem assim como a manh mostra o dia” Essa interessante ‘analogia pode ser interpreta- ade pelo menos dois modos. Poderia ser traduzida par significar que os eventos vividos dade Pea tém pouco ov nenhum impacto na vida adults, ber como 970 rmanha ensola- rada de verlio muitas vezes m ne para prevertempestades ao entardecer. Ainda rade a uaiorn das pessoas nBo interpreta a afirmacko de MPton desse modo. Para estas, aes ventos vividos na inféncia tém papel significative pare © futuro. Aguelas que estudam os eeetvolvimento humano prvilegiam nitidamente essa dltima interpretagao. Embora ninguém possa especificar precisamente © que reset © vida adulta de aiguém com base em um exame meticuloso de 519 infincia, os desenvolvimentalistas aprenderam que os primeiros 12 anos de vida sho éxtremamente importantes, 08 quais de perrninam a adolescéncia e a vida adulta. E, dessa forma, 25 ‘experiéncias que teremos mais ser jependem de como vivemos eses periods. E claro, voes 6a mesma pessoa que danse oeto. ou mesmo aos 15 anos. De alguma maneira voce Creson adquiriu conheci- seo académico, desenvolveu novos interesses ¢ aspiragdes Vr aqueles professores que mnetyeram com voce na escola. E 0 caminho dessas imudangis do desenvolvimento segue progressivamente da meia-idadee além, culminanee ‘mudanga final que ocorre quando ProBrews. O desenvolvimento humano é mais bem descrito come "t ‘processo continuo € saorrmtivo. A nica consante & a mudanga, © as mudangas que 2°75 ‘em cada fase da vida tém importantes implicagdes para o futuro, “A Tabela 1.1 apresenta-nos uma visio cronolégica das Primes fases da vida, come es desenvolvimentalistas as véem. Nosso foco neste i" ‘est no desenvolvimento ser cinco primeiros periodos da vida as fases eonhecidas como ‘nfancia ¢ adolescéncia. toto exame de como as riangas se desenvolvem desde que concebidas até a vida adulta, Fetesemos mais sobre nés mesmos ¢ os determinants do Ness comportamento, Nossa pesquisa também nos escarecerd.o poraue de ds ‘individuos nunca serem exatamente puns, mesmo quando criades na mesma cast. M0 ‘prometo que voo® encontrara res- posta a toda pergunta importante que possa te s0OT= & ‘desenvolvimento da crianga ¢ do rest uente, O estudo do desenvolvimento humano ¢ relatives uma ciéneia nova, adolesfozassunios ainda sem slug, Mas, a prossepu, ea claro que os desenvolvi- or lista davitima metade do século passado nos forneceram 2M quantidade enorme sre tformagbes a respeito dos jovens que podem ser ites Pave tornarmos melhores csjucadores, pais e profissionais que trabalham com criangas & adolescentes. rE ek ee Peredo de vida | ede aproximada 4. Patod pre-natal Conepgn aonascimento 2, nic imei 2 anos devise +, Period prbestlar Dos 2 aos 86 anos deidade 4, Merirce ‘os 6 ano 08 12 aos aproxiadamet ati de puberte) 5. Aécesonca ths aos ao 0 anos rus deers dpa o fda incest eS can cna ona area eer i) 6, Auto jver ‘os 20 anos aoe 40 eros 7, Meaitate ‘os 4 anos aos 6 ars (tMetin | Anes 00) Tm pn ptr pre ore tae” prdeerene m owaA NEF andre 0 com (Sidon | 220: de ce nara 22 os roster 3 ig Pees Por exampla vas pues res do A ergrarn poker OPTS ea tases Ags docs so ndependets {nos re pan senda cadence A= Gap. 1 tnmroducto 3 Pricelogia do Desemwahimento © suse Essantgias de Pesquss = Omad® Shafter Um Proceso Holistico Antigamente havia 0 costume de dividir os estudiosos do desenvolvimento em trés campos: (1) aqueles que estudavam o crescimento € desenvolvimento fisico, incluindo mudangas corporais ¢ a seqiiéncia de habilidades motoras; (2) aqueles que estudavam os aspectos cognitivos do desenvolvimento, incluindo percepgao, linguagem, aprendizagem pensamento, ¢ (3) aqueles que se concentravam nos aspectos psicossociais, inclusive cemogdes, personalidade e relagbes interpessoais. Hoje sabemos que essa classificagio & um tanto equivocada, pois os pesquisadores que trabalham com qualquer uma dessas reas perceberam que mudangas em um aspecto do desenvolvimento tém importantes implicagdes nos outros aspectos. Consideremos um exemplo, que determina a popularidade de uma pessoa com seus pares? Se voc® dissesse que as habilidades sociais séo importantes, estaria correto. Habilidades sociais como calor humano, amabilidade e disponibilidade para cooperar so caracteristicas que as criangas populares tipicamente apresentam. Ainda assim, hé muito mais na popularida- de que aquilo que os olhos permitem ver. Hoje temos alguma indicagio de que a idade fem que a crianga atinge a puberdade, um marco importante no desenvolvimento fisico, tem efeito na vida social. Por exemplo, meninos que atingem a puberdade precocemente gostam mais de se relacionar com seus pares que aqueles que atingem a puberdade tar- diamente (Livson e Peskin, 1980). Criangas que vao bem na escola tendem a ser mais po- pulares com seus pares que aquelas que apresentam comportamentos nao tao admiraveis, em sala de aula. essa forma, vemos que a popularidade depende niio apenas do desenvolvimento de habilidades sociais, mas também de diferentes aspectos tanto do desenvolvimento cogni- ‘tivo como do fisico. Como esse exemplo ilustra, o desenvolvimento nao é 0 somatério de partes, mas algo holistico — os seres humanos sio seres fisicos, cognitivos e sociais, e cada lum desses componentes da personalidade depende em parte de mudangas ocorridas em ‘outras areas do desenvolvimento. Essa perspectiva holistica ¢ talvez o tema dominante das cigncias do desenvolvimento na atualidade, em torno do qual este livro esta organizado. Plasticidade [A plasticidade refere-se & capacidade de mudanga em resposta a experiéneias de vida positivas ou negativas. Embora tenhamos descrito 0 desenvolvimento como um processo cumulativo © continuo e afirmado que eventos passados tém implicagbes no futuro, os desenvolvimentalistas sabem ha algum tempo que 0 curso do desenvolvimento pode se alterar abruptamente se um aspecto importante da vida do individuo mudat. Por exem- plo, bebés melancélicos que vivem isolados em orfantatos sombrios muitas vezes revelam uma personalidade alegre e festiva quando transferidos para um lar adotivo socialmente estimulante (Rutter, 1981). Criangas extremamente agressivas que so constantemente excluidas por seus pares em geral melhoram suas habilidades sociais ao aprender € praticar habilidades sociais manifestadas pelas crianeas populares (Mize e Ladd, 1990; Shure, 1989). Na verdade, é extremamente positivo que o desenvolvimento humano seja {Go plastico, pois as criangas que tm um comego terrivel podem ser auxiliadas a superar suas deficiéncias, Contexto Histérico e Cultural ‘Nenhum retrato de desenvolvimento & acurado para todas as culturas, classes sociais ou ‘grupos étnicos e raciais, Cada cultura, subcultura e classe social transmite um padrio particular de crengas, costumes, valores e habilidades para as gerages mais jovens, € © conteiido dessa socializagio cultural tem forte influéncia nos atributos e competéncias ue 0s individuos apresentam, O desenvolvimento também é influenciado pelas mudan- 628 sociais: eventos historicos, como guerras; avangos tecnolégicos, como 0 desenvolvi- ‘mento de computadores pessoais; ¢ causas sociais, como o movimento feminista, Cada Porspectiva holstca: visto unicada do processa da deservol- ‘vimanto que enfatza as Inter-lagdes importan- tos onre os aspectos fisicos, mentas,socais ‘ emocionas co desen- volvmente human. Pastcidade: ‘capacidade de mudanca: tm estado do desen- volimento que tem o potencial de ser moldado pela experiencia. . Piolo do Deemolinent + geragdo desenvolve-se a sua maneira ¢ cada geragdo muda o mundo para as geragdes Seguintes. Assim, néo podemos afirmar automaticamente que seqiiéncias deseavolvi- rmentais observadas em amostras de criangas da América do Norte ou da Europa (as po- pulagdes mais estudadas) sejam pardmetros ou mesmo caracterizem 0 desenvolvimento de pessoas de outras épocas ou culturas (Laboratory for Comparative Human Cognition, 1983). Apenas adotando uma perspectiva cultural ¢ hist6rica podemos apreciar em toda sua riqueza e diversidade o desenvolvimento humano, O DEsENvoLvimeNTo HumaNno DE UMA PerspecTIvA Historica Sociedades ocidentais modernas podem ser descritas como “centradas nas eriangas”: comumente, as pessoas pensam no nascimento como um momento aben¢oado, gastam muito dinheiro em cuidados e na educagto de seus filhos, eximindo as criangas das responsabilidades da vida adulta até que elas tenham de 14 a 21 anos (dependendo da sociedade), quando presumivelmente adquiriram a sabedoria e capacidade de “andarem sozinhas”, Mas inffncia ¢ adoleseéncia nem sempre foram vistas como periodos espe- ciais, como o so hoje. Para entender como os desenvolvimentalistas pensam e abordam fo estudo das criangas, é necesséirio ver como o conceito de inflincia se desenvolveu no tempo. Vocé pode se surpreender vendo quio moderno é nosso ponto de vista. E claro, | apenas quando a inffncia passou a ser vista como uma fase especial, ela passou a ser ‘observada e estudada como um processo do desenvolvimento. Alnfancia em Tempos Pré-modernos Nos primerdios da historia registrada, as criangas tinham pouco ou nenhum direito € suas -vidas nem sempre eram consideradas de valor por seus familiares mais velhos. Pesquisas arqueolégicas, por exemplo, mostraram que os antigos cartagineses freqientemente ma~ tavam criangas em sacrificios rligiosos e as colocavam nas paredes das construgdes para ‘fortalecer” essas estruturas (Bjorklund e Bjorklund, 1992). Até o século IV 4.C., pais romanos eram legalmente autorizados a matar seus filhos se estes fossem deformados, ilegitimos ou nao desejados. Apés a proibigio dessa agao infanticida, as criangas ndo de- sejadas eram abandonadas para morrer nos campos ou vendidas como escravas ou objetos de explorago sexual ao alcangar a meninice (DeMause, 1974). Até mesmo as criangas ‘desejadas eram tratadas bruscamente segundo os padrdes atuais. Por exemplo, os meninos da cidade de Esparta eram expostos a um regime rigido projetado para treind-los para f dura tarefa de servir um Estado militar. Quando bebés, davam-lhes banhos frios pa- ra “endurecé-los”. Ao chegar aos 7 anos, quando as criangas nas soviedades modernas esto ingressando no ensino fundamental, os meninos de Esparta eram retirados de suas casas e colocados em barracas piblicas, onde eram freqientemente espancados ou suba~ Jimentados para adquirirem a disciplina necesséria para se tornar guerreiros (DeMause, 1974; Despert, 1965). "Nem todas as sociedades antigas tratavam suas criangas to duramente como as cidades de Cartago, Roma ou Esparta. Ainda assim, séculos apés o nascimento de Cristo, as criangas eram vistas como possessdes da familia sem quaisquer direitos (Hart, 1991) fas quais os pais podiam explorar como bem cntendessem. De fato, nao foi senio depois do século XII d.C., na Europa Cristi, que as leis seculares passaram a considerar 0 infan- ticidio como crime (DeMause, 1974). ‘Atualmente, discute-se sobre como seria a inflincia na Idade Média. O historiador Philippe Aris (1962) analisou documentos ¢ pinturas da época medieval na Europa € ‘concluiu que as sociedades européias no possufam o coneeito de infancia como 0 conhe- a cap. lado cola do Desemcvmero ems Eat de Peguia * Div. Safer Quando detetives sto chamadosa resolver algum caso, eles inicialmente rednem os fatos, for- ‘mulam palpites e, eto, buscam pistas ou coletam informagdes adicionais até que um de seus palpites se prova correto, Desvendar os mistérios do desenvolvimento é, muitas vezes, uma ‘empreitada parecida. Os investigadores devem observar cuidadosamente seus sujitos, ana- lisar a informagao coletada e levantar conclusdes com base nessa informagao. © foco desta segao esté nos métodos usados por pesquisadores para a aquisicao de informagdes sobre o desenvolvimento infantil e adolescente. Primeiro, devemos entender por que os desenvolvimentalistas consideram essencial a coleta de dados. Discutiremos, ent, as vantagens ¢ desvantagens de cinco estratégias na aquisi¢ao de dados: meto- dologias de auto-relato, observagao sistemética, estudos de caso, etnografia e métodos psicofisiolégicos. Finalmente, iremos considerar como os desenvolvimentalistas deli neiam suas pesquisas de maneira a detectar e explicar as mudangas relativas & idade nos sentimentos, pensamentos, habilidades e comportamentos infantis O Método Cientifico A moderna psicologia do desenvolvimento 6 apropriadamente considerada uma ciéncia porque aqueles que estudam organismos em desenvolvimento adotaram um sistema de valor denominado método cientifico que guia suas tentativas de entendimento. Nao ha | nada misterioso sobre o método cientfico. E mais uma atitude ou valor que um método, aque determina que, acima de tudo, o investigador deve ser objetivo e permitir que suas ‘observagdes, ou dados,sejam o determinante de seu raciocinio Em épocas antigas, quando filbsofos soci como Hobbes, Locke e Rousseau apre- sentavam seus pontos de vista sobre criangas e cuidados infantis, suas observagGes insélitas eram normalmente aceitas como fatos.. (@ Metopos be Pesquisa em Psicotocia — Do DESENVOLVIMENTO | " As pessoas assumiam que grandes mentes sempre possuiam gran- des dedugSes. Poucas pessoas questionavam as observagdes desses famosos estudiosos porque o método eientifico nao era amplamente (que oct dia a una pessoa querejetasse uma lescobert estabeecia ao afimar“nao fot assim que ‘aconleceu com meufino"? Sea leméranga deste pal aceito como um critério para a avaliacao do conhecimento. 0 objetivo aqui nao ¢ criticar os primeiros filbsofos sociais. De fato, os desenvolvimentalistas (¢ criangas) devem muito a esses pensadores por terem au- xiliado 2 modificar a maneira como a sociedade via e tratava os jovens. Ainda assim, gran- | gitude ou valorem rela des mentes podem, ocasionalmente, produzir idgias equivocadas, que podem prejudicar a ‘muitos, caso suas idéias sejam aceitas sem crit hhumanos sZo tratados. O método cientifico é, entdo, uma salvaguarda valiosa que auxilia a proteger a comunidade cientifica e a sociedade contra raciocinios falhos. A pritica de avaliar os méritos de varios pronunciamentos teéricos pela anélise objetiva permite a pro- {eco contra simplesmente se basear na credibilidade académica, te6rica, politica ou social do teérico. Isso também significa que o teérico cujas idéias esto sendo avaliadas deve ser: igualmente objetivo e descartar algumas nogdes quando ha evidéncias contra elas. Coletando Dados: Estratégias Basicas na Aquisi¢gao de Informagéo "Nao importa que aspectos do desenvolvimento esperamos estudar—seja a capacidade de per- cepsiio dos recém-nascidos, 0 crescimento da amizade entre criangas em idade escolar, seja a razao pela qual alguns adolescentes comegam a consumir drogas — é necessério encontrar rmeios de medir 0 que nos interessa. Hoje, 0s professores tém sorte por terem procedimentos testados e confirmados que podem usar para medir 0 comportamento ¢ testar suas hipdteses sobre o desenvolvimento humano, Mas, independentemente da técnica empregada, medidas cientificas titeis devem sempre possuir duas qualidades: confiabilidade e validade. as ¢ influenciem 0 modo como os seres : for acurade, isso invalda essa descoberta? Método cientitic: (20 & busca do conhed- ‘manto que conduz 0s investigadores de ‘modo a serem objevos perme que os resu- tados decidam sobre 0 rmétto de sua teorzagto. Confiabilidade: fextensdo na qual um insirumanio de medida 6 consisteniecom os resultados, tanto 20 Tonge do tempo quanto centre observadores. Validade: extensao na qual um insirumento de medida reflote acuradamente 0 que 0 pesquisadorpre- 5 tendia medi.

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