EFEITO DE CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME FRACO EM SEMENTES DE ALFACE
(LACTUCA SATIVA)
Fábio Henrique Silva Sales’*,Emanuell da Costa Alves Silva ’’.
‘ Departamento de Ciências Exatas – Instituto Federal do Maranhão - Av. Getúlio Vargas 04. Bairro: Monte Castelo,
CEP 65025-000, São Luís – MA’.
*fabiohssales@hotmail.com
Emanuell_silva@yahoo.com.br
Palavras-chaves: Campo magnético, Imã permanente, Germinação, Crescimento, Alface.
Introdução
Atualmente, fala-se muito em
desenvolvimento auto-sustentável, utilizar os
recursos do meio de forma consciente e preservar
para que as futuras gerações ainda possam
usufruir deles; entre suas metas destacam-se: a
preservação de recursos minerais, animais,
vegetais, além da recuperação de áreas
devastadas pela ação do ambiente ou até mesmo
pela ação antrópica.
Sabe-se que os fenômenos de natureza
elétrica, magnética e eletromagnética estão
intimamente ligados aos seres vivos, então até
que ponto essa influência se dá? São várias as
áreas nas quais são desenvolvidas pesquisas a
respeito de suas influências e de seus efeitos.
Com o avanço da tecnologia tornou-se necessária
a descoberta de técnicas e equipamentos para
suprir novas necessidades; como exemplo, na
medicina, para saber quais os riscos de uma
pessoa vir a sofrer um câncer é indicado uma
ressonância magnética, exame no qual uma
célula defeituosa pode ser detectada ainda no
seu estágio inicial e isso graças ao advento de
pesquisas envolvendo elementos que emitem
radiação magnética.
O seguinte trabalho tem como finalidade
encontrar uma forma alternativa, limpa e segura,
de acelerar o crescimento de espécies vegetais,
mais precisamente a alface, através da
submissão da planta a um campo magnético
fraco gerado por um Imã permanente como sendo
uma futura técnica que possa vir a ser utilizada
para a recuperação de áreas desmatadas e de
espécies vegetais que estejam ameaçadas de
extinção.
Desenvolvimento
O método utilizado para o com os cálculos utilizados. Fig 2.
desenvolvimento deste trabalho foi o hipotético
dedutivo, baseado nas hipóteses acerca da
influência do campo magnético artificial fraco
gerado por um Imã permanente.
Algumas sementes de alface foram
submetidas ao campo magnético médio de
0,055G constituindo, assim, o grupo teste; e,
algumas sementes de alface foram submetidas a
condições normais, sem o campo magnético,
formando, assim, o grupo controle.
Os dados foram colhidos diariamente
(biometria) e, foram, então, utilizados para
posterior análise.
As quantidades de sementes utilizadas
em cada ensaio e a quantidade de germinação
foram anotadas.
Para a realização dos experimentos
utilizaram-se:
 4 imãs permanentes;
 Um isopor de cultivo Figura 1;
 Seis recipientes;
 6kg de terra comum;
 8kg de terra vegetal composta rica em
nitrogênio, fósforo e potássio;
 Uma proveta para medir volume de água;
 Uma Régua;
 Uma pinça;
 Livro de anotações;
 Duas Lupas;
 Um Monitor:
 Uma maquina Fotográfica;
 Uma espira;
 Uma balança;
 Um aparelho de corrente elétrica e
voltagem;
 Recipientes pet;
 Dois litros de álcool.
Para conseguir o valor do campo
desejado, foram colocados, primeiramente, uma
expira submetida a uma corrente de 1,2A a 1,6A
e uma voltagem de 0,6V a 0,9V, gerando assim,
um campo magnético igual a 0,055G, de acordo
1

Resultados e Discussão
O primeiro ensaio não se desenvolveu
como o esperado. As causas podem ser devido à
terra pobre em nutrientes ou até mesmo o
ambiente do laboratório que não fornece
quantidade suficiente de luz para a germinação
da alface. Neste ensaio não foi colhida a
quantidade de germinações, o tamanho
alcançado pelas germinações, então não se pode
levantar questionamentos comprovados.
O segundo ficou constatado que houve
mais germinações perto dos imãs, além destas
germinações alcançarem um tamanho muito
maior que o grupo controle (grupo teste, média de
4,5cm e grupo controle, média de 4cm) como
ilustra a Figura 1. Os recipientes foram
submetidos ao ambiente do laboratório em todo o
período de germinação. As germinações tiveram
início no terceiro dia e abaixo do prazo
estabelecido pela linha Econômica (distribuidora
das sementes que diz que as germinações
começam do quarto ao sétimo dia). Em virtude
disto o segundo ensaio teve resultados
satisfatórios, pois ficou dentro do esperado. O
terceiro ensaio também houve mais germinações
perto dos imãs, além destas germinações
alcançarem um tamanho muito maior que o grupo
controle (grupo teste, média de 4cm e grupo
controle, média de 3cm a 4cm), tiveram um maior
numero de germinações. Os recipientes foram
submetidos ao ambiente do laboratório em todo o
período de germinação. As germinações tiveram
início no quarto dia e foi detectado que o grupo
controle estava mais ressecado que os grupos
que continham imã, logo os resultados também
foram satisfatórios.
O quarto ensaio foi mudado o tipo de
semente para Alface Crespa Mônica. As
germinações iniciaram no quarto dia e o
recipiente teste do segundo grupo mostrou maior
numero de germinações e tamanho médio das
alfaces seguido do grupo teste do primeiro grupo.
Nos três recipientes o número de germinações
totais ao final de 13 dias manteve a média de
50% do numero de sementes plantadas. As
alfaces atingiram tamanhos de: (grupo teste do
primeiro grupo, média de 4,5cm, grupo controle,
média de 5cm e grupo teste do segundo grupo,
média de 5cm. Também observamos um maior
consumo de água pelo grupo controle.
No quinto e sexto ensaios as
germinações iniciaram no quarto dia e foi
constatado novamente maior consumo de água
pelo grupo controle. Neste ensaio utilizamos
somente dois recipientes sendo um deles com os
imãs na vertical como podemos observar pela
Figura 3. As alfaces atingiram tamanhos de:
(grupo teste, média de 6cm, grupo controle,
média de 5,5cm. Também observamos um maior
consumo de água pelo grupo controle.
Além dos dados obtidos nos ensaios
fizemos a observação da espessura das alfaces
através de duas Lupas. Na Figura 4 fizemos
nossa primeira visualização e constatamos que
os grupos testes além de alcançar um
comprimento maior seu caule possui uma
espessura maior. Na Figura 5 utilizamos um
monitor para melhor visualização dos caules.
Nesta figura podemos visualizar duas mudas,
sendo a da esquerda do grupo teste e a da direita
do grupo controle. Podemos notar uma pequena
diferença de espessura entre as duas. Na Figura
6 podemos observar o manuseio das alfaces e os
recipientes utilizados para conservar as alfaces. A
figuras7 mostra a diferença entre os caules.
Conclusões
De acordo com os ensaios
realizados e outras pesquisas já desenvolvidas a
respeito da germinação da alface com influência
dos campos magnéticos, pode-se concluir que o
campo magnético fraco potencializa a germinação
das sementes e pode inibir o crescimento. Ao
comparar os grupos expostos e não expostos ao
campo, e levando em consideração que foram
cultivados no mesmo dia, e estando submetida às
mesmas condições de nutrientes, luz, oxigênio,
temperatura e água houve uma diferença em
seus metabolismos. Este trabalho teve como
base de experimento um imã permanente e tanto
as sementes quanto as mudas já germinadas
estavam sobre a influência de um campo
magnético constante e em virtude disto foi
concluído que os grupos teste tiveram um
crescimento maior que os grupos controle, além
de também ter uma espessura maior, como
podemos visualizar nas tabelas de 3 a 10 e na
Figura15.
Para que uma semente germine é
necessário um conjunto de condições favoráveis,
como a presença de luz, oxigênio, nutrientes,
água; é essencial que a mesma receba uma
hidratação. Além disso, para se manter, uma
semente utiliza os nutrientes contidos em seu
interior e a partir de então, dar início ao processo
de germinação e manutenção até que a planta
possa realizar o processo fotossintético e obter
seus próprios nutrientes. Essa utilização de
nutrientes só é possível devido à presença de
substâncias, hormônios, em seu interior.
Pode-se concluir também que a água
possui um papel relevante, pois dissolve vários
tipos de e iônicas, como vários sais e açúcares,
facilitando a interação química entre as diferentes
substâncias fora e dentro dos organismos vivos.
Quando o solo fica bem úmido, a água acelera o
fluxo de hormônios de crescimento na planta e o
fluxo de íons, mas mesmo os grupos controle
tendo o solo mais úmido não obtiveram um
tamanho maior que os grupos teste.
2
 O solo com mais umidade proporciona a
semente de alface melhor absorção de campo
magnético isso se deve, principalmente porque
água atua como agente catalisador da ionização
que acontece durante a emissão do campo sobre
esta
A molécula de água também possui
propriedades paramagnéticas e absorve a
energia do campo magnético. Esta energia
também é transformada em energia química que
é adicionada à energia já absorvida pelos radicais
livres.
De forma geral, o campo é bom para
germinar, mas para crescer além do campo a
planta precisa absorver mais energia, pois ela
está em fase de crescimento.
Esta energia esta ligada ao potencial
osmótico que se refere ao nível de energia da
água na solução. Quanto maior a concentração
de solutos menos o potencial osmótico e este
determina a entrada espontânea da água no
interior das células. Quanto menos o potencial,
mais espontâneo será à entrada de água no
interior da célula e esta pode ser a explicação da
espessura dos grupos testes serem maior que a
espessura dos grupos controle e também a
explicação do solo dos grupos teste ficarem mais
ressecados, pois com a germinação a
necessidade de mais irrigação.
Também devemos destacar que para o
potencial osmótico ser menor também a uma taxa
menor de nutrientes necessários, logo uma
energia menor para o crescimento das alfaces
dos grupos teste, contudo isto não interferiu que
as alfaces sobre a influência do campo magnético
crescessem mais.
Artigo: Electromagnetic field impact on annual
medics and dodder seed germination. H.R.
Balouchi1 and S.A.M. Modarres Sanavy.
Artigo: Estimulación del crecimiento y
desarrollode plantas de tomate (vyta)
portratamiento magnético presiembraen período
tardío. Ángel de Souza Torres, Dagoberto García
Fernández, Lilita Sueiro Pelegrín,Yorleidis
Fernández Verdecia, Nircia Zaldivar Suárez, Luis
Licea Castro y Elia Porras León.
Artigo: Germination of tomato seeds
(Lycopersicon esculentum L.) under magnetic
field. E. Martínez1, M.V. Carbonell1, M. Flórez1,
J.M. Amaya1, and R. Maqueda.
Artigo: Influence of frequent magnetic fieldon
chlorophyll content in leaves
of sugar beet plants. Małgorzata Rochalska.
RAVEN, Peter H., EVERT, Ray F., EICHHORN,
Susan E. Biologia Vegetal. 5ª ed., Rio de Janeiro:
Editora Guanabara Koogan SA,1996.
HENEINE, Ibrahim Felippe. Biofísica Básica. 2ª
ed. Editora ATHENEU..São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, 1996
GUIMARÃES FERRI - Botânica – Morfologia
Interna das plantas (anatomia). Ed. Nobel.
MÁRIO GUIMARÃES - Botânica – Morfologia
Externa das plantas (organografia). Ed. Nobel.

Agradecimentos

Agradecemos à instituição (IFMA) pelo

fomento à pesquisa científica no estado.

Referências

AWAD, Marcel. CASTRO Paulo R.C. Introdução à

fisiologia vegetal, São Paulo: Ed. Nobel, 1983.

FERRI, Mário Guimarães et al. Fisiologia Vegetal,

São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de São
Figura 1. Isopor de cultivo e ilustração do
Paulo, 1979. crescimento do 1º ensaio.

PAULI, Ronald Ulisses, MAUAD, Farid Carvalho,

HEILMANN, Hans Peter. Física 4. Eletricidade,
Magnetismo,Física Moderna,Análise Dimensional,
São Paulo: EPU, 1979-1980.

Artigo: Acceleration of germination of tomato seed

byapplying AC electric and magnetic fields. Jae-
Duk Moon, Hwa-Sook Chung.
3
 Figura 6: Lupa utilizada para visualizar a espessura
Figura 2. Montagem do experimento para o calculo do caule das alfaces e litros Pet utilizados para
do campo do ímã permanente.
manter conservados as mudas de alface.

Figura 3. Grupo teste do quinto ensaio. Início das

germinações.
Figura 7: Visualização da espessura do caule das
alfaces. Notamos que o caule da esquerda possui
uma espessura maior.

3° Amostra: (isopor)

Data Horário H2O(ml) Grupo Grupo teste

controle (nº
(nº germinações)
germinações)
03/12/08 11h00min 50ml Início Início

06/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.

110 6 170 31
09/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
Figura 4: Lupa utilizada para visualizar a espessura 110 9 170 49
do caule das alfaces 10/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
110 17 170 78
11/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
110 35 170 79
12/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
110 35 170 79
16/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
110 35 170 79
17/12/08 Manhã 50ml Total Quant. Total Quant.
110 35 170 79
Tabela1, Figura1

Figura 5: Lupa e monitor utilizado para visualizar a

espessura do caule das alfaces.

4
 4° Amostra: (isopor)
Data Horário H2O(ml) Grupo Grupo teste
controle (nº
(nº germinações)
germinações)
21/01/09 11h30min 100ml Início Início

24/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant.

120 13 200 41
25/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant.
120 200
26/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant.
6° Amostra: grupo teste e grupo controle
120 63 200 74
Data Horário H2O( Grupo Grupo teste
27/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. ml) controle (nº
120 65 200 83 (nº germinaçõe
germinaçõe s)
28/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. s)
120 66 200 104 05/04/09 10h00 100ml Início Início
min
29/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. 08/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
120 66 200 106 al nt. al nt.
30/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. 70 13 70 12
09/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
120 66 200 106 al nt. al nt.
31/01/09 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. 70 41 70 47
120 66 200 106 10/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
al nt. al nt.
01/02/2009 Manhã 100ml Total Quant. Total Quant. 70 43 70 49
120 66 200 106 11/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
Tabela2, figura1 al nt. al nt.
70 43 70 52
12/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
al nt. al nt.
70 48 70 52
13/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
al nt. al nt.
5° Amostra: grupo teste e grupo controle
70 48 70 53
Data Horário H2O( Grupo Grupo teste
ml) controle (nº 14/04/09 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
(nº germinaçõe al nt. al nt.
germinaçõe s) 70 48 70 53
s) 15/04/20 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
27/03/ 17h40m 80ml Início Início 09 al nt. al nt.
09 in 70 48 70 53
30/03/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan 16/04/20 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
09 al t. al t. 09 al nt. al nt.
70 8 70 10 70 48 70 53
17/04/20 Manhã 100ml Tot Qua Tot Qua
31/03/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan 09 al nt. al nt.
09 al t. al t.
70 48 70 53
70 35 70 34
Tabela 4 – resultados da sexta amostra
01/04/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan
09 al t. al t.
70 40 70 40
02/04/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan
09 al t. al t.
70 40 70 41
03/04/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan
09 al t. al t
70 40 70 42
04/04/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan
09 al t. al t.
70 40 70 42
05/04/ Manhã 80ml Tot Quan Tot Quan
09 al t. al t.
70 40 70 42
Tabela 3– resultados da Quinta amostra
5