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46 Paula Rosana Cate Paulo Keishi Whimara Kehoe PASSOS, E.; BARROS, R. B.A comstrugdo do plano de “ ee de transdisciplinaridade, Psic« plogia: Teor a Pei asilia, v. 16, n. 1, p. 71-79, 2000, mee as ACD Sociales en contra de los talismo en Transicién, led, Buenos Aires: Libraria, 2012, v.1, p. 13-36, Algumas Reflexées sobre a Relagao entre Psicologia e Direito a partir de um Olhar Freudiano Mathias Glens "Quem sive oles para ver e ouvidos atentos pode convencer se de que nenhuom mortal € capay de manter segredo. Se os labios estiverem silenciosos, a pessoa ficard batendo os dedos na mesa e trai a si mesma, suando por cada um dos seus pores!” (SIGMUND FREUD, 1906) ste texto baseia-se em uma conferéncia feita por Freud, em 1906, denomi Jprocessos jurtdicos". Pouco conhecida dos psicanalistas, a palestra ivi uma audigneia de estudantes a pedido do professor Lffler, catedritico de jurisprudéncia em Viena. Ela constitu, de facordo com nota de introdugao ao texto do préprio tradutor ingles “A Psicancdlise ¢ a determinagiio dos fatos nos du obra freudiana, em um dos *poucos ¢ espagados” momentos de ‘eontato de Freud com o Dircito. Daf a importancia de uma anilise ido e implicagdes para a pritica dos psicd- juam na interface com o sistema de Justiga 1tigo producir um conheci- ‘ridadosa de seu cont Jogos que Nao esperamos com este brev nento fechado das possibilidades ¢ obstculos do trabalho psicols- ico em contexts juridicos. Ao contratio, com as ideias nele con- {idas, pretendemos apenas problematizar alguns poucos pontos de lintersecgao entre a Psicologia ¢ o Din o, auxitiando aqueles que he dedicam a esse campo tenso de relagdes a melhor fundamentar seus posicionamentos e priticas. 47 Mathias Glens _.__ O objetivo da conferéncia de Freud era Encias psicoldgicas de associagio e a teoria d Neg eon© mund juridico vislumbrava uma possiilidade de utilizagao das n ssmesnas ns procelimentndeimarcan feito, portant, interpelava a psi cinerea de suas novas descobertas sabre o reconhecer qu: presenter as experi los complexos incons ulse com a inten de extrair Psiquismo um meio eficiente de temunhas estavam falando a ido. De modo interessante e, berms 20 lng do texte 0 comego do séeulo passado, & muito se ae auc 08 operas do Ditto and hoje ‘i ‘icologia, qual sei, uma indagacio nfo sobre a nade sults mas shaea ura dos ato a Normalmente, quando um juis demanda um paicoléigica no Ambito do Judiciarin, fatos discutidos no processo, tal qual Fam. O interesse do magistrado no jetiva de cada parte caso de disputa de dlemandado a se manifestar sobre qu exercer as fungies py ado os st © uspeitos verdade ou quando estavam ment 40 mesmo tempo, perturhador, perc que o pedido feito a Feud, no come, semelhante gem a intervengio deseja ber a resp + a respeito dos les “realmente” acontec Fepousa sobre a versio sub cavelvida no conflito. Um exemplo uarda, 0 mais comum & q num Me 0 psicélogo se she qual dos pais & 0 mais apeo : iso que cada e6njuge possuti da ; miliar, dos motivas que levaram a sey 108, ndo so motivo de interesse juicial, caus sacs 40 contlito (¢ que, portanto, femamens operant pe io permanente do tigi) tae Parte do que € diseutido no process. O importante ¢ Berechernes que o jis mio pede a0 pico gues nee domains fflexto elaborativn que contribua para a resslugao Partir dos proprios recursos subjetivos d arent historia fami GRO, entre ou- ‘outras palavras, as » seriam fatores ex: -de ao profissional echedis ae * da : da Psicologia que produza um conhecimento so lito, conhecimento esse que deve servir de subsidio 4 4s Algumas Reflexdes sobre a Relagio entre Psicologia e Divito a partir de'unt Ola Freudiano sua decisio, A esse modo de atuagao do psicdlogo, no sistema de Justica, denominaremos “modelo pericial”, visto que o profissional Ada Psicologia ¢ cl cemitit, de modo supostamente neutro, lum jufzo de especialista a respeito de uma situagao concreta, tal n demandado dos saberes 16 amado ‘como tradicionalmente o Direito t a produgao de provas em um processo. respon (os que o auxiliam Mas sera que a Psicandlise tem os instrumentos p dler a essa demanda do Direito? Qual ser a resposta de Freud? Veremos que ele vai reprovar uma aplicagio direta dos prinefpios da Psi fdicos. Contudo, pensamos que as linplicagées teéricas da reprovacio freudiana ao uso imediato dos ticos nos procedimentos judiciais podem nos encre Direito anvlise aos processes ju In6todos psica evar a uma forma renovada das relagdes poss f Pricologia. Longe de fechar todas as interfaces entre esses dois ‘campos do saber, uma leitura atenta do texto de Freud revela que verdade, & interditar uma das possibilidades pelas {quais essa relago poderia se dar; uma modalidade que, inclusi- Vo, reifica a Psicologia, pois & como veremos mais adiante, uma Imposigio dos métodos ¢ objetivos do Dircito 2 Psicologia. Dos que ele fay {iindamentos da proibigio do pai da Psicanélise & demands omdnica que 0 Dircito faz a Psicologia, existe ndo s6 uma forma Innis critica de se conceber o relacionamento de ambos os saberes, ‘gomo também uma possbilidade de renovagiio do préprio Dircito. 1 0 que tentaremos indicar ao longo deste artigo. Freud inicia sua palestra apontando a falta de fidedignidade thos declaragées feitas por testemunhas © suspeitos nos processos Juieiais, fato que angustia os operadores do Dircito. E coloca em em relagio a um método psicol6gico © interesse dest los a saber se uma determinada pessoa esta ou Ivo escondendo a verdad. Trata-se das experioneias dle associagio, jue consistem no seguinte: apresenta-se uma palavra (palav Liinulo") © sujeito deve responder com outra palavra (*reagic") 0 seuss: (ie podria aux 49 Mathias Glens lone chil Postel ¢ com auséncia de ertica, Des experiéncs ervar tanto 0 tempo de reagio c Soeceah ; "ago como 2 palavra-estéimulo e a resposta dad: Segundo Freud, essas experi ddos interessantes quando passaram deverse obs a relagio semintica fa pelo sujeit, nneias comegaram a fornecer di tos ners " ser interpretadas por Bleuler alunos (dentre os quais Jung) sob a 6tic re Palavra-estimulo no era fruto do do ideativo que estavs ue estava na mente do sujeito do teste, nexos de causalidad inda que ine eee conseguiam desvendar algum : 1 de que a reagio acaso, mas derivava do conteti , 08 pesquisadores ive a derrminagto ara ats da vido '4o cram concebiclos como aleatérios Ao contetdo ideativo capaz de influencian rouse “complexo” a sagao denomi jpeteebeu-se que el entra em ago quando ‘as imitas vezes longa, tocavarg. a Freud entio coments a palavra-estfmilo, ssociat- : a que ele préprio, em seus estudos s Pscopnologia da vida coidana’, (quand se doa me : “aes #08 flo, lapsos de meméria, de lingua ou de exe a), havin chegado a mesma con jetted nelusio: que o fatorarbitrério tem pouca i mental e 2es explicados como reag seus fendmenos poder menos podem ser muitas ve- Aa ame os * 2 contetis ideativos perturhadores, sintomatico”, entendendor vida mental que se aprescnt: A vista, a-estfmulo o estaruto de um “ato acontecimento da alge 4 como um enigma, ou seja, insondvel is que porta um sentido oculto e cuja finalidacle "pressar esse contetido latente de modo Contudo, nas experi or meio de suas impress complexo subjacente as su trai dessas experitnci € muito importante todo o interesse judi mente, me ncias de associagao, 6 0 proprio sujeito, °s € explicagdes, que s juda a entender as reagées, fato que, segundo Freud, “sub- ias qualquer interesse judicial” Essa ara nés, Por que a participag 2 icipag: ical? O que Freud deixa entre do do sujeito retira ver & que, no mun. 50 Algumas Reflexdes sobre a Relago entre Psicologia ¢ Dito a partir de wm Olay Frewdiano Ado uridico, sempre que o sujeito tem a oportunidade de falar, deixa dle haver garantias de veracidade, de modo que se extingue 0 inte esse do Dircito. Tanto é assim que a Psicologia € justamente cha- tnada, no modelo pericial, para ocupar um lugar de discurso newtro © cientifico feito a partir das falas das partes envolvidas na disputa sempre como enviesadas. A Peicologi judicial, concebidas « prtanto, nao da wor Mas vamos retorna Juridicos, o autor ensaia uma mudar tiagiio. Ao invés de perguntarmos sobre 0 complexo, o que acon= se 0 tomassemos por conhecido e passissemos a indagar sobre a pessoa que que € possivel saber, peta eira como testemunhas ou réus respondem, se cles também as suieitos. Ao contra, fala no lugar deles ao texto de Freud. Para 0s propésitos a nas experiéncias de asso: weer ceagindo? Se onhecem o complexo investigado? Aqui, novamente, os pontos de avaliagio so os mesmos: 0 1 bem como possiveis enganos na tempo ¢ o contetdo da rea juin reprodugio. ;eud explica que as palavras que atingem o complexo geram wages diferenciadas daquelas que nao o atingem, E isso porque ima ideia fortemente investida com afeto, o que {© complexo five com que o sujeito desvie momentaneamente sua atengao da Auvefa de reagir, produzindo toda sorte de lapsos, enganos, demo: s fisicas, como dificuldades no hesitagGes ou até mesmo rea ‘vontrole fino da motricidade: uma “autotraicao psfquica” No entanto, em uma terapia, essa “autotraisio psiqui Wwilliada eticamente, ou seja, como um elemento que, a partir da jsta, ser transformado em indutor do pro- toma-se a “autotraigao pst- Aimerpreta 90 de cura do paciente. Em sum: iulea” a favor do sujeito, Freud indica, contudo, que esse vo do juiz. Na realidade, sua “finalidade é levar © acusado nt autotraigio objetiva”. Em outras palavras, cle quer sinais ivos de se o suspeito esté mentindo ou nfo. Nesse sentido, 51 Mathias Glens tum pedido extremamente conflitua iéncia que acumulou conhe suyjeito contra ele. Nas pala 5 Bee 00} "ra cle. Nas palavras de Gongalves & Brando (2010, “essa demanda coloca exig Diteito, mas & mister side oun erect ue o ingresso da Psicoloyi ‘OntFaF Seu motor prépio, ji ‘no mundo juridico precisa enc advém de um compromissocom o sh ncia, de outra ordem” (p. 2), Na sequéncia do 1 Ihante 20 da inversao d; tratamento di texto, Freud comenta que um mécodo seme las experigncias de associagai f iagao las psiconcuroses. Contudc extremamente dispares. Ao compar Psicanalista sponta gue ean ambos nos def anal nos dlefrontan Porém, o criminaso conhece 0 segredo histérico, por outro la utlizado no > €M contextos & com fins Far O criminoso eo histérico, « eam com um sre ‘cculta deliberadamente, ado, desconhece o se sie, pox mhece o segredo oculto nde mesmo, a cs ‘arefa de descobrir © material oculto é compartltac f “

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