0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
45 visualizzazioni4 pagine
Este documento analisa o poema "DE TARDE" de Cesário Verde. Descreve como o poema transmite um quadro pictórico de um piquenique burguês, com o poeta participando e eternizando o momento. Também compara o uso de cor, forma e temas banais no poema com a pintura impressionista, mostrando influências de artistas como Monet, Cézanne e Van Gogh.
Este documento analisa o poema "DE TARDE" de Cesário Verde. Descreve como o poema transmite um quadro pictórico de um piquenique burguês, com o poeta participando e eternizando o momento. Também compara o uso de cor, forma e temas banais no poema com a pintura impressionista, mostrando influências de artistas como Monet, Cézanne e Van Gogh.
Este documento analisa o poema "DE TARDE" de Cesário Verde. Descreve como o poema transmite um quadro pictórico de um piquenique burguês, com o poeta participando e eternizando o momento. Também compara o uso de cor, forma e temas banais no poema com a pintura impressionista, mostrando influências de artistas como Monet, Cézanne e Van Gogh.
Essencialmente poeta do quotidiano, Cesrio Verde, na poesia DE TARDE
transmite-nos um quadro pictrico, coincidindo o discurso literrio com a percepo virtual das formas e cores do que poderia ter sido uma poesia posterior desse mesmo quadro. 1 -Tema - Quanto ao tema podemos dizer que este texto trata da apresentao de um pic-nic de burguesas presenciado e participado pelo poeta. 2-Diviso em partes - Apesar da diviso em partes ser subjectiva, propomos a seguinte: 1 - parte- 1 estrofe - corresponde apresentao do significante aguarela, palavra-chave do texto. 2 parte - 2, 3,e 4 estrofes - desenvolvimento do tema. 3- Anlise do poema O receptor simultaneamente leitor/espectador e o seu autor poeta/ pintor participa naquele quadro, tornando-o mais real. Essa participao verifica-se, por exemplo, no verso ns acampmos. Todo o quadro deste agrupamento social em recreio no campo vai ser eternizado por Cesrio, que tende a anular o passado atravs das formas verbais houve, foi, foste, acampmos...., tornando-o presente na ltima quadra atravs da forma verbal Era imperfeito que o actualiza atravs do seu aspecto durativo e assim o consegue tornar real e concreto, uma verdadeira aguarela. Aqui, Cesrio tal como os pintores impressionistas, procurou surpreender o momento em que os objectos e pessoas, imersos em luz e cor ganham uma individualidade prpria. Por outro lado anula esse mesmo passado, criando uma situao de contemporaneidade quando se dirige rapariga burguesa foi quando tu, como se ela estivesse ao seu lado. Encontramos neste texto um certo concretismo prosaico que se verifica na pontuao abundante, na ordem sintctica directa, no vocabulrio denotativo e nos poucos recursos estilsticos. Existem apenas a rima, as aliteraes granzoal azul de gro de bico/ ramalhete rubro das papoulas, e uma comparao dos teus dois seios como duas rolas. Um outro elemento a ter em conta a distino entre o artigo indefinido UM ramalhete de papoulas e O ramalhete rubro de papoulas. No primeiro caso trata-se de um elemento em trnsito para a aguarela, ainda
no fixado pela paleta do pintor e no segundo dada toda a relevncia ao
ramalhete. Tambm a adversativa Mas isola o ramalhete como ncleo fundamental da aguarela (como em Renoir no Almoo dos Remadores sobressai o ramalhete vermelho, do chapu de Aline Charigot). 4- Relao Poesia / Pintura Impressionista Tambm com fundo impressionista nos surge este poema devido s cores esbatidas, suaves, claras, ressaltando, no entanto, os frescos azuis e os quentes vermelhos, transmitindo calor e frescura simultaneamente (cf. o Outono em Argenteuil de Monet e as produes de Czanne quando fixa a paisagem da Provence). As formas geomtricas desta aguarela so essencialmente circulares Sol, gro, penhasco, damasco, melo, rola, seio, aproximando-se das naturezas mortas de Czanne e das linhas curvas de Van Gogh. No entanto, em Cesrio Verde, aqueles elementos adquirem uma funcionalidade potica lembrando as linhas curvas femininas, isto , a sensualidade - uma outra dimenso plstica impressionista. O nosso poeta mostra-nos, deambulando pelo campo, a nudez da verdade, a realidade da vida, sem artifcios ou sentimentalismos, na tentativa de pintar um quadro moderno, ao ar livre, privilegiando a luminosidade e os temas banais do quotidiano (cf. Djeuner sur lherbe de Monet). A palavra vale pela luz e pela cor, confirmando o que o poeta afirma no poema Ns: Pinto quadros por letras, por sinais.