A criana na sociedade do espetculo

A indstria cultural impe comportamentos, mas quem coloca uma criana

diante da televiso so os adultos. Vivemos em uma sociedade doente o
que apontam tanto o filme Criana a alma do negcio quanto o texto de
Debord A sociedade do espetculo. Ns Adultos estamos permitindo que
as nossas crianas sejam expostas a uma enxurrada de programas que
visam a construir um cidado voltado ao consumo de mercadorias que nem
sequer ele precisa.
Atuando diretamente na emoo de adultos e crianas, a mdia
constri desejos e impe padres de comportamento que modificam no s,
cada indivduo, mas tamm toda a sociedade.
Um acontecimento tragico serve de mote para despertar a emoo
das pessoas, tal acontecimemto segundo Debord, mais que um conjunto
de imagens mas uma relao social entre as pessoas mediada por imagens
(p. 23). O importante que todos saibam que eu seu o que aconteceu.
Vivemos em uma sociedade que teatralizou a vida. Construmos
personagens para nos relacionarmos uns com os outros e a mdia tem um
papel fundamental na reproduo e na manuteno dessa forma de pensar.
Nesse sentido Debord entende que o espetculo uma nova forma
de dominao da sociedade, pois resultaria dos novos modos de produo
capitalista.
No decorrer do sculo XX, baseada nos modos de produo industrial,
desenvolveu-se a indstria cultural que nada mais do que a produo de
cultura nos moldes de produo dos produtos manufaturados. Produz-se
cultura ( msica, cinema, dana, pintura, etc) como se produzem relgios ou
copos de vidro. A consequncia disto a perda de significado da arte ou
pelo menos a modificao desse significado, como afirmam Adorno e
Horkheimer.
A modificao da cultura, segundo os mesmos autores provocaria a
perda de qualidade na arte. Faamos agora uma reflexo: se a arte
verdadeira, constri o carater, educa, ensina determinados valores e levam
a reflexo, a arte produzida numa linha de montagem e destituda
daqueles elementos, no levaria construo de valores elevados,
deixando as pessoas sucetveis veiculao de mensagens com o objetivo
de moldar o gosto ou facilitar a construo de desejos nas massas.

Nesse sentido, colocar uma criana diante da televiso e deix-la

exposta a algo que adultos fazemos, criar consumidores antes de
cidados.