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QUE E UMA ori ohany Coral Ge a ee eee ee ee name ee Ree. oe Rees seen reece reece cs tae mc ee rece mer Qual 6 historia do conceito em si? (oearetresee trea ercyar oats Peer ete eee es oe eee een Peet (one eee eee res (ee ee ee oe par eee emt (errr Se eee ny 4 Que papel o pensamento de cosmovisio pade desempenhar pene eee eee tere erento especialmente a luz do pluralismo dentro do qual vivemos? Creo OKneery Sawa) Da COSMOVISAO COMO UM CONCEITO JINV4313 OV ANON CONVO pees ee Reet em ree a aa ete ea Cameron Site oferecia uma definicéo sucinta de cosmoviséo e calalogaya Pet eee tre ec eee eee ear? Por oer eae ce emcee oie fee se eee cer Seer emetic Oe eee eae ec : Pete ere ea eee CTS (oc explorar mais profundamente como e por que o pensamento: Ree eee he tenner ite) Se AS asec ae eco a Tenaga nena orton Aosta da Mente € 0 Universo ao Lado. 2 ' 7 r M 5 AN W S Hy E A ison Nora i 1 ry oes EUV Pe pa DANDO NOME AO ELEFANTE COSMOVISAO COMO UM CONCEITO Um compenheiro para O universo a0 laao JAMES W. SIRE : My Eprroxa Monersismo Brasilia, DE (Copyrigh @ 2004, de James W. Sie Publiado orginsmeate em inglés ob ula [Naming the Elaphant Wildes as « Crcept pel InerVarsiy Pes, 4 owners Grove, IL, 60515, EUA, Tadeo diets om lingua prragucs reer por Eorrora Mowenciso (Cais Poel 2416 Basia, DE, Brail- CEP 70.842-970 “Telefon (61) 116.7481 - Sitio: worweditorumonergiame comb edig, 2012 1000 excraplares “Tau: Pade Zacheras « Maelo Ferber Rerisio: Flipe Sabino de Arai Netw e Maelo Herbert Capa: Raniee Maciel Menecs Projo gifice: Maco RM. funds ProwioA 4 nspnonucso oR quatsquER MES, ALOE BREVES CTAGDUS, CONC INDICACKO DA FONTE “Tosas as czagées ilias foram eels da Biblia da Sevedade Biba Tindtariane de Braid ACP), (© 1994, 1995, 1896, 1997. Noro Tetamenco @ 1979-1997, salvo indicate em contedrio, Dados Inernacionas de Catalogacio na Publicasso (CIP) (Camara Bruilei do Liveo, SP, Bes) Site, James W. ‘Dando Nome a0 Befince casmovisio como um conesito / James W Se, adugso Paulo Zacharias ¢ Marco Herbers — Basia, DF. Eaitora Monergsma, 2012 246 p: 21cm, ‘Titulo origi: Naming she Bphant: Wordoew Aca Compe ISBN 978-85-62478-56-7 1. Filosofia [Tule copasn Para Donald B. Clark (in memoriams) Arthur E Holmes He ESE WEEE A SUMARIO Agradecimentos. 9 Preficio a Edigio Brasileira n Prefacio 7 1, Camelo, Canguru e Elefante prcnetin, 2. Definigdes de Cosmovisio: De Dilthey a Naugle.... 35 3, Primeiro as Primeiras Coisas: Ser ou Sabet. 77 4. Carne © 0850: T26H1C0 € Pre 100P%C0 arene nnsrnnies LL 5. Sistema Racional, Modo de Vida e Est6ria-Mestre.. 133 6. Cosmovisses: Piblica e Privada ean 157 7, Cosmovisio: Uma Definigio Refinada. oie TF 8. Pessoas Inteligentes Que se Defrontam de Dia: Cosmovisies como uma Rerramenta de Andlise ov. 101 Indice... we 239 Se AGRADECIMENTOS Sou grato a uma série de pessoas, muitas das quais jamais pade conhecer pessoalmente, mas cujos escritos € inspiragdo tem encorajado e mantido o meu interesse em cosmovisdes por jé quase cinquenta anos. Dessas que co- nihego, a primeira é Donald B. Clark, entio professor de inglés na Universidade de Missouri, que nama aula de literatura do século XVII me introduziu ao pensamento sobre cosmovisio. A segunde ¢ Arthur F. Holmes, cujos comentarios muitos anos atrés num ensaio encorajando cstadantes a estudar flosofia me inentivarain a contin ar o meu préprio estudo, Nunca cheguci a ser um de seus estudantes, e provavelmente ele nao se lembrari desse pri- ‘melro de meus muitos encontros com ele seus livros; mas agrada-me reconhecer a sua influéncia sobre mim ¢ muitos ‘outros como filésofo de cosmavisio. David Naugle € indubitavelmente a pessoa sem quem este lio jamais teria comegado, Sua historia magisttal do conceito de cosmovisao e seu proprio delineamento do ca- riter da cosmovisio cristd tém fornecido muitos dos gros ‘mais recentes para o meu proprio moinho. Obrigedo, David! Também, de modo diferente, sou muito grato a Si- xia Lu por comprovar a mim que jovens estudantes podem pensac em termos de cosmovisio e comanicar seus pen- samentos com paixdo e sensibiidade para as nuances. Seu ensaio sobre cosmovisdo, escrito como exercicio académi- 0, € uma pequena joia que sou grato de poder compat Ihar mais amplamente. Agredecimentos vio também aos leitores do manus- srito, quando gradualmente ia se desenvolvendo: Richard Middleton, George Guthrie, Douglas Groothuis, Gary De- do ¢, mais uma ver, Arthur E Holmes. Estas pessoas nio 36 me impediram de cometer alguns erros bastante eimba- 990505, mas também fizeram sugestdes que exigiram meis reflexdo ¢ pesquisa substancias, Finalmente, quero agradecer a Ruth Goring, que eu brilho & minha prosa, ea meu editor e amigo de longa data James Hoover, que, tendo melhorado a minha obra, {ganhou meu respeito e minha admiracao. Agora, com tudo isso, eu poderia culpar virias pessoas pelas falhas neste livro, Infelizmente, dita a con- vvengiio que sé clevo dar erédito pelas coisas boas ¢ sofrer as consequéncias por todas as coisas ruins. E €0 que faco. ae PREFACIO A EDICAO BRASILEIRA Em tempos recentes um grande mimero de publica- $8es sobre cosmovisdo tem ocupado os espagos das pra- teleiras das livarias evangélicase das estantes de cristios interessados no assunto, A maioria destes livros tem en. focado este tema de maneira aplicada ou comparada, A. publicagio da presente obra represents um avango neste seguimento editorial, pois, diferentemente das demais, se ‘ocupa com aquilo que poderiamos chamar de Teoria de Cosmovisao, cujo interesse principal éa andlise da estrutu- ra interna de uma cosmovisio pessoal e de seus elementos constitutivos. “Cosmovisio" & um fenémeno tio antigo quanto a propria existéncia humana. E a consciéncia deste fendme- ‘no com a consequente teorizagio deste assunto, por parte os estudiosos, que ¢ relativamente recente. Realmente, 0 serhumano é um ser hermenévtico por natureza. Desde a sua criagio, antes mesmo da queda no pecado, o homem ji funcionava na suma dependéncia de parimetros subje- tivos e objetivos para interpretar a realidade em suas mais diversas manifestagées (natural, moral, social, cultural, tc). £ da nossa natureza sermos assim. A tinica e signi ficativa diferenca & que, em sua condicio pré-lapsiria, os parimetros adotados pelo homem eram aqueles oriundos i exclusivamente de sta relagdo de obediéncia com a Palavra de Deus, © problema surgiu quando, seduzido pela ser- Pente, o homem optou pot um pardmetro auténomo em relasio A diregdo orientadora da Palavra e do Espirito de Deus. A partir deste momento, 6 homem passou a inter- pietar a realidade de maneira distorcida, atribuindo a di- vversos aspectos criados significados apéstatas resultantes de sua rebeligo contra-Deus e sua Palavra. ‘Uma Cosmovisio pessoal constitui-se basicamente de duas dimensdes ou matrizes principais e interdependentes. ‘Uma delas ¢ « matriz psiquico-social, Esta compreende to- des os pressupostos percepgdes que acumulamos a0 lon- 10 da vida através da interacio de nossa estrutura psiqui- co-cognitiva com a realidade externa, sobretudo a social A outra dimensio, por sue ver, transcende a dimensio ps!- ‘quico-social e se caracteriza como centro espiritual e, por- tanto, fundamentalmente religioso (dexol6gico) de nosso set Esta dimensao fundamental do nosso ser, que a Escr- tura chama de “coragio' 6a instincia central e originiria de onde partem todos os influxos afetivos, motivacionais ¢ fduciérios que fazem com que nos devotemos 10 Deus verdadeiro ou a um fdolo, Bstes pressupostos origindrios, de natureza religiose, por sua ver, determinam 0 que apre endemos em termos de crengas, valores, certezas ¢ ideias, condicionando a maneira como percebemos a realidade agimos nela, inclusive o desenvolvimento da cultura Esta dindmica de pressupostos, propria de qualquer Seed deve tment, tien tamene Jeprodn de sateen independ des thea, Aviso moral do mundo [De mrche Werk 1 te mor cont no deelvmene bs momentos qe ‘enor pesenes ev seo de rips lene Sette eit rE Lag Th Phenomena of hd, wed 8 Balle ed London George Alen Uh Tete scat om Nagle, Wow pp. 69.70) pames w. sine fem aberto questoes como, por exemplo, se cosmoviséo & toma filosofia abstrata, universe, ou uma visio pessoal, in- ividual; se finalmente hié uma ou muitas cosmovisbes; se as quesides abordadas podem ser compreendidas ou nio; sea cosmovisio € pré-tedrica ou tedrica; seela é 0 que voce diz que é ou 0 que vocé mostra pelo que faz. Estas questées serio retomadas nos capitulos subsequentes. 0 conceito de cosmovisio surgiu pela primeira ver 10 idealismo alemio. Como tal, carrega desde o inicio um cardter que 08 cristios, a0 usarem 0 conceito, terio de ig- norar ou desafiar, Em primeiro lugar, esumirei e revisarei quatro das formas mais proeminentes como as cosmovl- 62s tm sido originalmente entendidas por fildsofos se- culares. Em seguida, examinarei as definigées de alguns oucos e importantes pensadores em cosmovisio cristi. A partir disso, varias observacdes — quem sabe conclusdes — importantes sobre o conceito se tornarao Sbvias. ANALISE DE ALGUMAS DEFNIGOES SECULARES DE cosmovisio Wilhelm Dilthey. Embora 0 termo cosmovisao jf ti- vesse sido introduzido no discurso filosdfico por Imma- ‘nuel Kant, Wilhelm Dilthey foi quem primeiro expésam- plamente sua prépria flosofia nos termos desse conctito, * Como diz Michael Ermarth, Dilthey forneceu “um tra tamento em ampla escala da ginese, articulacdo, compa rasio e desenvolvimento das cosmovisbes”. § O papel ba- 4 Appalavea em i apareces pels primeira vew em Critique of udenent de Kant (1790). Veja Naugle, Worldview, pp 58-59, 5) Michael Ermarth, Wiliam Dich: The Crtigue of Historical Rea son (Chicago: Univesity of Chicago Pres, L978) . 324% etado em Naval, Worldview p82, DPINIGOES Dx cosMovisko: ae orETHRY 4 NavEE LDrFINIgOES DE CosMOVISKO: DE DIZTHBY 4 NAUGLE sico de uma cosmovisio é “apresentar o relacionamento da mente humana com 0 enigma do mundo e da vide’ * Evidentemente, hé muitas supostas solugdes pare o enigma 4a vida, cada uma com suas proprias ratzes em homens € mulheres tal como individualmente vivern e se movern no fluxo da historia. Essas solugées mudam com a pessoa € com o tempo. “A raiz fundacional de qualquer cosmovisio € a pré- pria vide", afirma Dilthey. ” Mas muito embora cada cos- movisio espectfica seja moldada pelo cariter ¢'tempera- mento de cada pessoa, ha uma estratura comum i sua vida psicoldgica. Certas caracteristicas sd mantidas por todas as pessoas — por exemplo, “a certeza da morte, acrueldade do processo natural, uma transitoriedade em geral’ * Sdo as inescapiveis realidades vividas, os enigmas da vida, que «uma cosmovisio soluciona. Uma cosmovisto comeca como um “quadro césmi- <0” ¢, entdo, de uma complexa inter-relagio da conscién- cia humana com o mundo externo, emerge umm senso mals sofisticado e detalhado de quem somos e da natureza do aque existe & nossa volta. A isso se soma umm crescente sen- 50 de valores. Na medida em que camadas sobre camadas de consciéncia vio surgindo, 2 pessoa finalmenteencontra 7 Witham Dilhey, Gesammele Schrifen, 5406, ctado por Ramon J ‘Betanzos, tad, em sua ntroducho a Wilhelm Dilthey, Introduction tothe Haman Sciences Ar aitoritto Lay a Foundation fr he Study Society an History (Deve: Wayre Stare University Press, 1988), 291; cltado por Naugl, Worldview pA 7 Willelm Dilthy, "The Types of World Viewsand Their Unfoldment ‘thin the Metaphysical Systems’, em Dibhey's Philosophy of Eis tence: Introduction to Weleanschavurgsehere trad, Willam Kisback fe Matin Weinbaum (New York: Bookman Associates, 1957. p21. ste ensao tra a mago da flosofia de cosmoviso de Dithey. 8 Nagle, Worldview . 86. no nivel mais elevado “uma ordem mais elevada de nosso comportamento prético — um plano abrangente de vida, tum bem mais elevado, as normas mais elevadas de acio, uum ideal de modulagio da vida pessoal bem como da so- Nagle fornece um resumo itil: Assim, para Dilthey, a estrutura metaiisca axiolégica e moral de unia cosmovisio deciva das constituintes da psique humana — intelecto, emogdo e vontade, respectivamente. AS visdes macrocésmicas, em sus composisio ¢ conteido, sio intrinsecamente reflexi- vas da constitugSo interna dos seres humanios micro- c6smicos, enquanto eles tentam alumiar a escuridao do cosmo, ica clara aqui a metafisica pés-kantiana de Dilthey. © que ¢ percebico depende primariamente da mente de quem percebe. Nés néo vernos o que existe ai na realidade que nos confronta; antes, compreendemos essa reslidade plas estruturas inerentes @ nossa propria mente. Casmo- visio, assim, é a estrutura modeladora do nosso proprio eu autdnomo. Vernos 0 que nds vernos, Entendemes o que nds entendemos, Embora Dilthey sustentasse que hé uma natureza humana em comum e uma realidade em comum, no é menos verdade que a nossa cosmovisio é nossa, uma 3 Die “Types of Word Views p. 2627 10 Naugle, Wordvie p87. A Hodges resume a mesma seca da segulte forma: "ithe. anal una Wonshanung em te elementos estetralmente coecadas © prineie ¢ uma cen Sebresnatorezs 9 coneido do mundo dos fos o una, cn trid sobre ete udanent um ster que sbangee gue # Drson gosta es ost expres em ao valor co cl fuera don oi dos Cumsitenn dence tres ne ads, devon principio ergs rites (Ohm ity A Inodecton (Londo: Rowe & Kegan Pu 1944) p. 5). DEFINIGOES DE CosMovsho: DF DirTHEY A Nav _DreiwigGs DE CosMOvIshO: De DULHEY a NAVGLE & ‘cosmovisio que pode ser mantida em comum com 05 ou tros, mas apenas porque sio como nds, ‘A bem da verdade, é claro que nem todas as pesso- 4s sio como nés. Como diz Dilthey: ‘As cosmovisses se desenvolvem sob diferentes condigdes, ambientes, racas, nacionalidades: sio determinadas pela historia ¢ através da organizagio politica, nos limites temporais de épocas ¢ eras’ Assim, hé uma multiplicidade de cosmovisoes. Se isso era verdade nos dias de Dilthey, tanto mais € agora, Naugle conclui: “Em resumo, as cosmovis6es brotam da totalidade da existéncia psicolégica humana, intelecta- almente na cognicio da realidede, afetivamente na valor zagio da vida e volitivamente no exercicio ativo da vonta- de, A meta de tudo isso 6 estabilidade — uma solugao para os enigmas da vida que fornece um modo de pensar & agirno mundo de forma bem sucedida Usando essa nocao de cosmovisio, portanto, Dikthey analisa a histéria humana e descobre t8s tipos basicos de cosmovisio: religiosa, postica e metafsica, Ble ainda divi- de o tipo metafisico em naturalismo, idealismo da liberda- de e idealismo objetivo. No fim, @ sua confiange inicial que 4 realidade em geral e a natureza humana em particular apresentam caracteristicas significativas em comum em. ‘grande parte parece ter desaparecido, Embora opte por sua propria forma de idealismo objetivo, Dilthey concluf: “Em ultima andlise, de todos os sistemas metafisicos, nada resta senio a condigdo da alma e uma cosmovisio”|® A desc cao ea elaboracdo que ele faz dessas cosmovisdes sao ricas Ti Dithey “Types of World Views p. 27. 12 Nauge, Worldview, p.88, 15 ithe, “Types of World Views, p. 74 ¢recompensadoras, mas segui-las nos afastaria bastante de nosso propésito central, que é apenas entender 0 que uma cosmovisio é concebida para ser. Em resumo, ¢ em minhas préprias palavras, Dilthey ‘concede cosmovisio como um conjunto de categorias men- tis resultantes da profunda experiéncia de vida que deter- rmiinam essencialmente como uma pessoa entende, sente e responde ao que percebe no mundo @sua voltae aos enigmas (que ele apresenta, Friedrich Nietasche. Friedrich Nietzsche (1844-1900) 6 omais ousado, se ndo o primeiro,nilista do mundo mo- derno, Refletindo sobre ahistiria intelectual de seurséculo, vendo as implicagdes da erosdo da crenga vigorosa em um conceito plenamente telsta de Deus — especificamente 0 Deus de Abrado, Isaque e Jacé e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo —, ele nuncio de modo infame a morte de Deus. Nietzsche agora via « humanidade 8 deriva num mat in- finito sem estrelas fixas pelas quais orientar a sua navega- ‘io, sem um porto para servir dela, sem um prop ésito na Jornada, Ao mesmo tempo, Nietzsche também foi o mais audacioso, se ndo o primeiro, existencialista, afirmando & centralidade e o poder do eu e da sua serva, a vontade. Ao seu préprio niilismo, ele respondeu com seu conceito de Obermensch, 0 "Supet-homem’ ou “Arbitro”, 0 individuo poderoso feito para agir como se ee (e era ele que Nietzs- che queria dizer) fosse Deus — criando os seus prdprios valores ¢ 08 impondo sobre as outras pessoas, “élkimo homer; pela forga de sua vontade, Com a morte de Deus, todos os padrées externos para a verdade, o bom e o belo também morreram. Claro, Nietasche nao estava declarando que um Deus literal havia ‘morrido, Nunca houve qualquer tipo de deus. Ele queria DEPIMIGSEE DE COSMOVISAO: ne DIETHEY A NALLLE eriwigies D8 COSMOVISKO: DE DILTHEY A NavGLE dizer que 1 nogdo de Deus néo fancionava mais na imag ‘ago humans, no tinha mais efito sobre como as pesso- ase comportavam. Blas poderiam dizer que acreditavam ‘em Deus, mas seus pensamentos e suas ayes tralam 0 se ateismo funcional. Para Nietasche, a historia intelectual ndo 6 a estria ‘em desenvolvimento de como as pessoas se aproximam cada ver mais da verdade da realidade, Antes, uma esté- ria deilasBes mutantes Que é entiéo a veedade? Um exéreito mével de me téforas, metonimias © anteepomorfismos — mums ppalavra, ume soma de relagées humanas que foram intensifcadas, teanspostas e adornadas podtica € re- toricamente, que depois de longo uso parecem fixes, ceandnicas e obrigatdrias as pessoas: as verdades sto ilusées que foram esquecidas enquanto tais; metéfo- as que foram gastas firs vazias de sentido; mo fedas que perderam seu cunho e valem agora apenas ‘como metal, nio mais como moedas. * ‘Como resultado, nas palavras de Neugle, “Um total perspectivismo é encontrado no émago da filosofia de Nietzsche” Nietzsche via toda cosmovisio como um pro- duto de seu tempo, lagar ¢ cultura* Nietzsche acredita que cosmovisdes sio entidades cul- turais das quais as pessoas numa dada localidade ge- Tw Faedvich Nietzsche, “On Truth and Lie n an Extra-Moral Sense” tem Tee Portable Nietzsche, rad. Walter Kaufmann (New Yorks Vi Ting, 1984), pp. 46-47 15 Nagle, Worldview p. 102. 16 Enttetaio, diz Naugle, Nietzsche wsa otermos Weliaschawing, Weld e Welsch 79 vres (bid. p10), cogrifica ¢ num dado contexto histérico dependem, as {uals se subordinam e das quis so produtos... Uma Weltanschauung Fornece essi ftonteira necesséria © bem definida que estrtura os pensamentos, as cre {8 € 0. comportamento das pessoas. Do ponto de vista de seus proponentes, cosmovisio é algo incontestivel ¢ focnece o conjunto final de padres pelos quais as co: sas io medidas, Ela forece o esério para todo pen- samento ¢ produz um entendimento bésico do verda deizo, doborn edo belo... Cosmovisbes néo passa de reifcagSes, Sdo as criagSes subjetivas de conhecedores Jhumanos em contextos socials formativas que impu tam a sua visio & natureza,a Deus, 2 lei ou a algama ‘outra suposta autoridade. Mas esses conhecedores se esquecem de que sio os criadores do seu pr6prio mo- ddelo de mundo. A suposta“verdade” de uma cosmovi sio é apenas uma convengioestabelecida — o produto decostumes © haitoslingusticos. > Como tal, a concepeao de cosmoviséo de Nietzsche nfo é uma excegdo, O que ésignifiestivo a sua insisténcia radical que todas as cosmovisbes sio reativas aseu tempo, lugar e citcunstincia, Em alguns aspectos, o historicismo de Nietzsche nao difere daquele descrito por Dilthey, mas ‘em Dilthey se percebe um anseio por estabilidade que € totalmente ausente em Nietzsche, que, a0 contrério, toma para so controle de um trem que, entrando num tinal, ja- ‘mais vird& Iz. Com a vontade de Nietasche sendo o farol, 6 trem mergulha cada vez mais fando em uma inexisténcia 17 bid, p. 101; veja também Peter Levins, Nietzsche andthe Cris of the Humane (ATban: State of New York University Pres, 1595), csp. pp. 45-65, 187-99, 18 Essarepresertaco vern de Friedrich Disrenmat,“The Tanne!’ em A Casebook on Existentialism, ed, Willam V. Spauos (New York “Thome ¥. Crowell, 196), pp 54-64 pevnstgtrs pe Cosmovisho: DF riTHRY 4 NAUGLE | £ Ludwig Wittgenstein, Assim como Hegel ¢ Heide- ger, Ludwig Wittgenstein é infame por ser misterioso ¢ obscuro. Seus primeiros trabalho’. trazem a marca da mo- dernidade — a tentativa de ter 05 pontos de vista de uma pessoa precisamente alinhados com a realidade, Como uma rejeicao radical dessa esperangz, seu trabalho pés- -moderno posterior se conforma com “uma multiplicida- de de retratos do mundo, formas de vida e jogos de lin- guagem mutiamente exclusivos” Ele se torna assim “urna figura central na transigao para a pés-modernidade, onde a luta das cosmovisées pelo mesmo mundo é substituida por uma variedade de construgées linguisticas néo com petitivas da realidade” " “Ao passo que Plato defendia a ontologia e Descartes apresentava a epistemologi¢ como preocupasio priméria, Wittgenstein langava a gramética ¢ a linguagem como principios reguladores’ Em resumo, Wittgenstein rejeitava a validade de qualquer cosmovisio como tal, pois toda ¢ qualquer cos- movisio aspira 20 que € impossfvel — uma compreensio intelectual da realidade como ela realmente é. © que temos em ver disso ¢ “uma abordagem pars 0 mundo que con- siste em modelos inverificdveis da vida, da linguagem, da cultura e do significado’ Encontramos aqui um problema de terminologia. Num sentido importante — um sentido que eu quero manter — todas as pessoas, incluindo Wittgenstein, tem ‘uma cosmorisio, Qualquer rejeicao dessa nocio é autor- refutivel. Seria como dizer “absolutos néo existem; tudo 19. Naugle, Worldview, pp. 152-53, 20 hid, ps, 21 Me, p57, 4 relativo’, uma declaragdo que, se verdadeira, €falsa; em ‘outras palavras, autorreferencialmente incoerente. Witt- genstein fer claramente declaragées sobre a realidade, ain- da que a realidade descrita pelas declaragbes seja somente Linguistica, ou as declaragdes devam ser julgacas apenas por sua utilidade em obter o que se deseja. sto &, as sues declaragSes sobre a natureza da linguagem nio sio apenas reivindicagdes de verdade colocadas nio combativamente contra afirmasées de verdade opostas, como se uma des afirmagdes pudesse ser tdo verdadeira quanto a outra, Ar tes, sio declaragées sobre a natureza real da linguagem. Do conttério elas nio afirmariam nada e ninguém as precisa- ria levar a sério Colocando de outra forma, Wittgenstein rejeita a no- so de que uma pessoa pode ter conhecimento sobre qual- quer realidade nao linguistica, Em outras palavras, Witt- {genstein néo tem nenhuma “visio” de ontologia (“o que €”) ‘ou episterologia (“como alguém pode saber"); tem apenas uma hermengutica ("como alguém pode entender e usar a Jinguagen") Talvez possamos afirmar a cosmovisio de Wittgens- tein (ainda que ele nao chamasse isso de cosmovisio) da seguinte forma: Cosmovisio é um modo de pensar sobre a realidade que rejeita a nogdo de que uma pessoa pode ter “‘onhecimento” da realidade objetiva (isto é, concer qual: quer “verdade” sobre qualquer reaidade ndo linguistica) e limita, assita, a realidlade cognasciveld linguagem que a pes soa considera ttil para obter o que deseja Em ver de cosmovisio (Weltanschauung), Wittgens: tein prefere falar de “retrato do mundo" (Weltild), Entre tanto, tal como usa a expresso, retrata do raunelo parece sindnimo de cosmovisdo. DEFDgDES DE CosMOYIshO: Be DT-HEY 4 wAULE pevinigbus De cosMOvIshO: ne DizTaY 4 NALOLE (Fatos de um retrato do mundo) sio provas {doubt proof] © server... como "eixos; “litos fluviais Candaimes’ ¢ "dobradicas” de uma forma particular de pensar e agi. Essesretritos do mundo reificados, criando a realidade A sua maneira, formam para os seus proponentes uma espécie de pseudometafsica na qual ees viver, se movem e existem.,. Os retra- tos do mundo, nos termos wittgensteinianos... 0 devem ser concebidos como construcdes epistemica- rmente ctiveis que competem por edesto racional, mas ‘como teias de crengas que devom ser estabelecidas em termos efetivos para serem recebidas come’ forma de organizar a realidede, Em dltims analite, tdo 0 que alguém pode dizer sobre a perspectiva de uma pesoa sobre 0 mundo é que ¢isso © que somos, 1380.0 que ‘entendemos ¢ 6 isso 0 que fazemos. * Como quer que se deva entender as visdes complica das de Wittgenstein, esté claro que ele rejeitava sua capaci- dade de nos darem um fundamento claro para 0 conheci- ‘mento do mundo nossa volta, Construidas da linguagem, clas constroem entio a realidade para nés. Vemos 0 que clas nos permitern ver ‘Michel Foucault, Michel Foucault (1926-1984) usa 1s termos episteme e casmovisto is vezes em contrast, aS ‘vezes quase como sindnimos. A distingao é provavelmente importante para o entendimento das nuances de sus filo- sofia, mas liderei com as observacoes dele sobre um dos termos para inclu suas visdes sobre 0 outro, Ele escreve: “A episteme pode ser imaginada como algo parecido com ‘uma cosmovisio, uma fatia da historia comum a todos os ramos do conhecimento, impondo a cada um destes as ‘mesmas normas e postulados, um estigio geral da razio, 2 Tid, p16) certa estrutura de pensamento da qual os homens de uma época particular nio podem escapar — um grande corpo de legslagio escrita defintivamente por alguma auorida deauténoma” ® Uma episteme envolve “um conjunto ines capével de regras e regulamentos, um modo de raciocinar, um padrio de pensamento, umm corpo de leis que geram e governam todos os padrdes do conhecimento’ * © que faz seu entendimento de cosmovisées mere- cedor de nossa atengao aqui éa conexio que ele faz entre elas e 0 poder: Ele coloca diante de seus leitores uma visio do mundo em que 0s seres humanos estio apeisiona- dos dentro de estruturas de linguagem ¢ regimes de comhecimento sem nenhuma passibilidade de Fuge. ‘Todo discurso humano é um jogo de poder, toda or- fganizagio social éopressivae todo ambiente cultural Etirinico,* Foucault ndo tem tempo paraa verdade sobre a reali- dade objetiva. Ha apenas discursos, € cada um deles é um jogo de poder. ‘A “verdad” deve ser entendida como um sistema de procedimentos ordenads pars a produsio, regulagio, Aistribuigao, circulagioe operacio de declaragoes. A *verdade” est ligada a uma relagio circular com sistemas de poder que produzem e a sustentam e203 2 Micha Foucaull, The Arhocology of Kowledgs, tad. A. M, Shei dan Smith (New York: Random House/Pantheon, 1972), p15; ela doem Naugle Worldview p. 181, 24 Naugle, Worldview, pp. 181-82 25 Bid p13, DDEFINIGOES DE COsMOVIsKO: DE DTA A WAUNGLE DrsinigSgs DE cosMovisio: ne rier A NAVOLE efeitos do poder que ela induz e que a ampliam, Um “regime” daverdade. * “Em termes céticos foucauitianos, cosmovis6es sio ‘meramente construcdes linguisticas de uma elite de po- der. Sio as fachadas de uma realidade ausente e funcionam ‘como meios eficazes de opressio social” ” Ou, em outras palavras, “Cosmovis6es sio nada mais que pseudointer: pretacies de uma realidade tiltima revestidas de um pode. +960 traje linguistico’ ANALISE DE DEFINIGOES CRISTAS DE COSMOVISAO ‘Com esses definigées como pano de fundo, voltemo- nos agora a alguns pensadores cristios que consideram o conceito de cosmovisio especialmente valioso: James Orr, Abraham Kuyper, Herman Dooyeweerd, James Olthuis, Al Wolters, Ronald Nash ¢ John Kok. Os insights de Brian J. Walsh ¢ Richard J, Middleton serdo considerados mais adiante (capftulo 5) James Orr, James Orr (1844-1913), um tedlogo pres- biteriano escocés, introduziu pela primeira vez o pensa~ ‘mento de cosmovisio na teologia crista em suas Kerr Lec: tures de 1890-1891 na Faculdade Presbiteriana Unida em Edimburgo, publicades como The Christian View of God and the World {A Visio Crista de Deus e do Mundo}. Orr «estava bem ciente da origem alemi do conceito e adaptou-o aos seus proprios interesses apologéticos. ” Seu principal 26 Michel Fovcault, “Truth and Power! em The Foucault Reade, ed Paul Rabinov (New York Pantheon, 1984), .74 27 Nagle, Worldview, p. 184 23 Ibid 29 James Or, The Chrision View of God and the World (Grand Rapids ich. Eerdnsans, 1959), pp. 4-8, 358-70. objetivo era fornecer uma exposicio completa, coerente racionalmente defensivel do cristianismo, uma exposigio {que se sustentasse frente aos desafios intelectuais e cultu- zais de sus época. O conceito de cosmovisio fornecia pre- cisamente a ferramenta de anilise e exposigio adequada a tarefa. “Ee visio cristd das coisas em geral que é atacada, © € por uma exposigdo e defese da visio crista das coisas como um todo queo ataque pode ser travado’ Orr passou entao a justificar a f@ cristé mostrando como essa crenga aborda todas as principais questoes de interesse para o desenvolvimento humano, “A fé cist@ pode ser concebida como um sistema eristocéntrico e au- toautenticivel de verdade bitlica caracterizado pela inte- sgridade interior, coeréncia racional, pobeblidade emplri- cae poder exisiencial,¢ essa é uma de suas contribuigdes mais distintivas” Sua nogdo de cosmovisto foi tomada do entendinis- to geral de Weltanschauung ov Weltensicht prevalecente na époce, A saber: cosmovisio é “a visio mais ampla que a mente pode ter das coisas nm esforco de compreendé- -las como um todo, do ponto de vista de alguma filosofia ‘ou teologia em particular” * Orr recorre a Edward Caird para uma elaborago: “Debaixo e além de cada detalhe em nossas ideias das coisas, hd certo esprit d’‘ensemble, uma concepséo geral do mundo exterior e do mundo interior, ‘onde esses detalhes [da experiéncia] se manifestam.” ® Es- 30 Wid, pa 31 Naugl, Worldview p13. 32 Ore, Christian Views 9.3, 38 Edward Caird, Social Philosophy of Comte, p. 24 citado em Ors (Christian View, p. 6 Cai (1835-1998) era um Asotaescoees que sustentava uma note idealist da realidade DEMUGSes DE COSMOVISAO: DE DITHEY A NAUGLE nnvinig6ts DE COSMOVISKO: DE DIETHBY A NAUGLE ses detalhes ndo apenas amadurecems eles fazem isso co: crentemente: “Por toda parte a mente dos homens esti se abrindo & concepséo de que 0 universo, independente do ‘que mais ele seja, € uno — tum conjunto de leis sustente togo 0 conjunto — uma ordem reina por tudo, Por toda parte, conseqaentemente, vemos um esforso no encalgo de ‘um ponto de vista universal — uma disposiglo e apreens3o das coisas conjuntamente em sua unidade’. * ‘As cosmovis6es tem 2 sua fonte “na constituicgo fn- tima da natureza humana” e envolvem tanto o intelecto como as agbes que realizamos. Orr passa entio a discu- tir com alguma profundidade as caracteristicas pecllares dda cosmovisio crista através de termes teol6gicos smplos como “Deus’, “seres humanos’, “pecado’, “redenglo" © “destino humanc’, mas focando do comeco a0 fim, ¢ parti- ccularmente, a encarnacéo de Deus em Cristo [As visoes de Orr tem sido influentes,ajudandoa mol- {dar a forma como a nogio de cosmovisio cristi se desen- volveu. ‘Abraham Kuyper. Outea figura, talvez ainda mais importante, no inicio do pensamento de cosmovisdo cristé & Abraham Kuyper. Kuyper (1837-1920) era contemport- neo de James Orr e familiarizado com o seu trabalho. Em suas palestras (Stone Foundation Lectures] na Universidade de Princeton em 1889, publicadas como Lectures on Calvi- rrism, Kuyper ampliou a abordagem de Orr, apresentando ‘ocristianismo calvinista como uma cosmovisio abrangen- te, ou, na terminologia de Kuyper, como um “sistema de vida” abrangente. Toda cosmovisio, sustenta Kayper, deve Se Ore Chaion View p.8. teatar de “trés rlagoes fundamentais de toda a existéncia ‘humana: a saber, nossa relagao com Deus, com 0 homem € como mundo”, * Kuyper entdo segue a pormenorizar essas relagbess Quanto 2 nossa relagio core Deus: uma comunbio imediata do homem com o Erno, independente- mente do sacerdate ou da igreja. Quanto a relagio do hhomem com 0 homens: o reconhecimento em cada ‘pessoa do valor humano, em virtude da sua criecio 1a similitude do Divino, e, portanto, da igualdade de todos os homens pezante Deus ¢ seu magistrada, E quanto & nossa relagio cor 0 mundo: o reconhe- cimento de que em todo 9 mundo a maldigio & res- twingida pela grag, que a vida do mundo deve ser hhonrada em sua independéncia, ¢ que precisamos em todos os dominios descobrir 0s tesouros e desenvol- ver as potencialidades que foram ocultadas por Deus a natureza e na vida humana, * i Diferentemente de Orr no entanto, Kuypernio faz resultar disso uma teologia construida sobre esse conjunto triplice de relacionamentos. Em ver disso, nas quatro palestras seguintes ele explica como a cosmovisio cris se relaciona,iluminae estimala a cultura até 0 seu pico mais alto de perfeicio na religido, politica, ciéncia e arte, Ele conciui com um chamado vibrante para encarar o futuro com uma cosmovisio calvinistafirmemente integrada em nossos pensamentos e em nossa vida, A filosfia, psicologia estética, jurisprudéncia, ite- satura das ciéncias sociais ¢ até mesmo as citncias ‘médicas ¢ naturais, todas ¢ cada uma delas, quando 35 Raa Ripe Lectures on Cain (Grind Raids, Mich; Ee srdmans, 1931}, 9. 31 a se Ia DEFINIGQEs DE COEMOVISAG: DE DIETHEY 4 NACOLE DDREIMig6s DE COSMOVISKO: D8 BILTHEY 4 NAVOLE filosoficamente concebidas, voltam a principio, ¢ inevitavelmente até mesmo a questio deve sercoloca- dda com seriedace muito mais penetrante do que tem sido feito até agore, isto, se s princfpios ontokégicos fe antropélégicos que reinam supremos no método atual dessas citncias estdo de acordo com os print ppios do calvinismo ou estdo em discrepancia com a ‘propria essénca dles, ” ‘Um elemento do conceito de cosmovisio de Kuyper é especialmente importante: a sua nogio de qué toda cos- ‘movisio tem ums concepsio (inica a partir da quel a cos- movisio como um todo fui, O estudioso de Kuypes, Peter S. Heslam, escreve que mesmo antes de dar as Stone Foun- dation Lectures, Kuyper jé defendia que hé “necessidade de que todo pensamento proceda de um tinico principio, um ‘ponto de partida fixo”. * A relevancia disto ao presente estudo se tornaré evidente mais adiante, Herman Dooyeweerd. Herman Dooyeweerd (1894- 1977) é talvez 0 mais filoséfico dos pensadores de cosmo- visio cristé. Ao mesmo tempo, € quem mais insist que 0 pensamento teérico nio reside na base da cosmovisio da pessoa, Mais fundamental que qualquer cosmovisio capaz de ser delineada por ideies e proposigées & a orientacio da 18, ou religiosa, do coragio, “Para Dooyeweerd, os empre- cendimentos humanos nio decorrem de uma cosmovisio, mas dos compromissos espiituais do coragéo’.” 7 Bid.p 194. 38 Heslam, Creating @ Christan Worldview, p. 92. slam aponts que ‘Orr também “tinh uma casmoviso independente, uniieada ¢co- frente derivada de uma cenga ou principio central" (p. 93) 439 Naugle, Worldview, p. 26, Todavia, a concepeao de Dooyeweerd de coraydo € muito Yaga, mato mais do que a de Navgle, pois, como S6 existem dois compromissos bisicos, levando 1 duas condicées bésicas da vida: “o homem convertido a Deus" e“o homem desviado deDeus” O compromisso que se faz &“decisivo para toda a vida epensamento” * Do pri- imeiro ver a cosmovisio cristi, nio tanto como matéria de pensamento tebrico expresso em proposicées como um

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