Sei sulla pagina 1di 11

REDUÇÃO DA MAIORIDADE

PENAL: UM RETROCESSO SEM


EFICÁCIA
Bruna Nunes Piccoli
6º semestre – FMP

Segundo o art. 103 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), é


considerado Ato Infracional a conduta prevista como infração penal, seja ela crime
ou contravenção. É um comportamento que possui tipicidade prevista previamente
na legislação penal, praticado por crianças ou adolescentes.

Uma das maiores discussões do Direito Penal na atualidade, diz respeito à


redução da maioridade penal (de 18 para 16 anos). Esta se dá pelo grande número
de menores envolvidos com a criminalidade em nosso país. A idade de 18 anos para
fixar a inimputabilidade penal, tem sido alvo de muitas críticas, e considerada
insuficiente para enfrentar as demandas atuais da sociedade moderna. Há inúmeras
controvérsias e diferentes entendimentos sobre o assunto, sendo que a grande
maioria defensora da redução, entende que 16 anos seria um limite razoável.

Esta tese, em princípio, se mostra incostitucional, na medida em que está


previsto no artigo 228 da Constituição Federal (que fixa em 18 anos a maioridade
penal), constituindo Cláusula Pétrea da referida Carta, por seu conteúdo ser de
“direito e garantia individual”, que segundo reza o artigo 60, §4º, IV da CF1, é
insuscetível de emenda que restrinja tal direito e garantia.2

Também o artigo 104 do ECA, dispõe que são inimputáveis penalmente os


menores de 18 anos, estando, portanto, sujeitos às sanções previstas neste
Estatuto, quais sejam as medidas sócioeducativas. Ainda o Código penal traz este

1
CF: Art. 60, § 4º, IV: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os
direitos e garantias individuais.
2
SARAIVA, João Batista da Costa. Adolescente e Ato Infracional. Garantias Processuais e Medidas
Socioeducativas. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 1999. Pág. 24.
diferencial, em seu artigo 27. Considera-se para este fim, a idade do sujeito quando
da data do fato.

Além da Constituição, tal pretensão viola o disposto no artigo 41 da


Convenção das Nações Unidas de Direito da Criança, que deixa implícito que os
seus signatários não tornarão mais gravosa sua lei interna, em face do contexto
normativo da referida Convenção. Esta, em sua literalidade, não estabelece
dfierenciação entre criança e adolescente, todavia, determina em seu artigo 1º,
como sendo criança: “todo ser humano menor de dezoito anos de idade”.3

Um dos argumentos mais utilizados é o de que aos 16 anos o adolescente já


obtem o direito de voto e ao mesmo tempo, não poder ser responsabilizado por seus
atos, diante do Sistema Penal. Tal raciocínio se mostra um tanto inconsistente, na
medida em que o adolescente possui a faculdade de votar ou não. Sem contar que,
a responsabilização penal, não é a única forma de se prestar contas ao Estado, há a
área administrativa, a cível, e a que apura infrações cometidas por adolescentes. 4
Inimputabilidade não significa impunidade, vez que são estabelecidas medidas de
responsabilização compatíveis com a sua condição de pessoa em desenvolvimento.5

Outro argumento que enriquece a discussão, é o de que nos dias de hoje, as


crianças e adolescentes se desenvolvem precocemente, diante do avanço da
tecnologia e da facilidade de acesso às informações. Realmente os são, contudo,
não é este o cerne da questão. O legislador se preocupou, ao fixar a idade limite,
com a capacidade de absorção pelo sujeito, das mudanças propostas durante o
cumprimento de uma medida sócioeducativa. Foi a permeabilidade do adolescente
no sentido da sociabilização, que determinou a idade legalmente fixada. Considerou-
se assim, que é a chegada à vida adulta que proporciona o engessamento de idéias
e de personalidade, de molde a dificultar o alcance do poder Estatal de redirecionar
o comportamento do indivíduo sob o ângulo pedagógico. 6

Conforme Oscar Vilhena Vieira, Secretário Executivo do ILANUD:

3
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. cit., Pág. 24.
4
MACIEL, Kátia Regina. Curso de Direito da Criança e do Adolescente - Aspectos Teóricos e
Práticos. 4ª Ed., Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2010. Pág. 797-798.
5
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit., Pág. 25.
6
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 797-798.
“A responsabilização e punição da criança e do adolescente infrator, é neste
sentido, não um direito dos adultos e do Estado, mas um dever. Um dever em
relação aos próprios infratores. Como dever, está limitado pelo direito da criança e
do adolescente ao pleno desenvolvimento da sua personalidade. Assim, a
responsabilização legal se torna um dever do Estado de buscar, por intermédio da
aplicação da lei, possibilitar à criança o desenvolvimento de um superego capaz de
reprimir os impulsos de destruição e inseri-la num convívio socialpacífico. É a
possibilidade que o Estado e os adultos têm de suprir e corrigir as suas próprias
falhas e omissões que impedem um adequado desenvolvimento da personalidade
da criança e do adolescente, levando-o a cometer atos infracionais. Portanto, não
parece haver outra forma consequente de controle da violência e do envolvimento
de jovens com o crime, que não o modelo da proteção integral, que agrega
educação e responsabilidade, conforme estabelecido pelo ECA.” 7

Outro ponto é o de que o jovem atualmente, amadurece mais cedo,


possuindo maior discernimento. Tal condição é verídica, todavia não retira do
adolescente o direito de obter o benefício dos procedimentos pedagógicos, dada sua
condição de pessoa em desenvolvimento.8

O sistema prisional se mostra inadequado para a recuperação de um jovem,


pois está este, ainda em processo de formação de sua personalidade. Deve por tal,
receber tratamento diferenciado daquele que recebe um adulto. O que importa não é
se o jovem possui ou não consciência da ilicitude de uma conduta que venha a
praticar, pois qualquer criança de seis ou sete anos já pode ter esta capacidade de
distinção do certo e errado. 9

Encontramos o referido assunto, versado na exposição de motivos do


Código Penal:

“manteve o projeto, a inimputabilidade penal ao menor de 18 anos. Trata-se


de opção apoiada em critérios de Política Criminal. Os que preconizam a redução do

7
In “Reciprocidade e o Jovem Infrator”, Revista do INALUD nº 3, Instituto Latino Americano das
Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente. São Paulo, 1997. Pág. 28.
8
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 799.
9
RESENDE, Maria Cleonice, e DUARTE, Helena Rodrigues. Redução da Maioridade Penal. In:
LEAL, César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte,
Del Rey, 2003. Pág. 23.
limite, sob a justificativa da criminalidade crescente, que a cada dia recruta maior
número de menores, não consideram a circunstância de o menor, ser ainda
incompleto, e naturalmente anti-social na medida em que não é socializado ou
instruído. O reajustamento do processo de formação do caráter deve ser cometido à
educação, não à pena criminal. De resto, com a legislação de menores
recentemente editada, dispõe o Estado dos instrumentos necessários ao
afastamento do jovem delinquente, menor de 18 anos, do convívio social, sem sua
necessária submissão ao tratamento do delinquente adulto, expondo-o à
contaminação carcerária. (g.n.)”10

A questão não se encontra na capacidade de discernimento do jovem, mas


sim em qual sanção mais adequada a aplicar. Nada mais brutal que encarcerar
jovens impúberes junto de criminosos reconhecidamente perigosos.11

Não há dados que comprovem que a redução da idade penal, diminuirá os


índices de criminalidade juvenil. Ao contrário, o ingresso antecipado no falido
sistema penal brasileiro expõe os adolescentes a mecanismos reprodutores da
violência, com o aumento das chances de reincidência, uma vez que as taxas nas
penitenciárias ultrapassam os 60%, enquanto no sistema socioeducativo se situam
abaixo de 20%.12

Outro grande argumento a favor da redução da maioridade penal, é a


participação de crianças e adolescentes no crime organizado. Ora, se reduzida a
idade penal, por óbvio que estes passarão a ser recrutados cada vez mais cedo.13

Equivocadamente, é sugerida a redução da maioridade, partindo-se de uma


visão errônea do sistema de atendimento de jovens infratores, imaginando que

10
Citação em: MALOSSO, Tiago felipe. Redução da Maioridade penal e suas implicações dogmático-
constitucionais. In: Revista dos Tribunais. Ano 96, dezembro de 2007, Vol. 866. São paulo, Revista
dos Tribunais. Pág. 464-465.
11
NUNES, Francisco Clávio Saraiva. Redução da Maioridade Penal: Uma Pseudo-Solução. In: LEAL,
César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey,
2003. Pág. 36.
12
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
13
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
diante da inexistência ou carência de programas idôneos de atendimento, estaria o
ECA estimulando a impunidade.14

Pernanece a errônea idéia de que "o menor pode fazer o que quizer", “eu
sou de menor”15, ou ainda de que “com menor não dá nada”16. Em alguns pontos o
Estatuto da Criança e do Adolescente prevê procedimentos mais severos do que os
previstos para um adulto. Um destes casos é o da privação provisória de liberdade.
O ECA prevê para o adolescente, a possibilidade desta privação se estender por até
45 dias, enquanto para o adulto, a legislação penal prevê apenas 5 dias de prisão
temporária.17

As medidas sócioeducativas, por restringirem direitos, inclusive o da


liberdade, como consequência de responsabilização, possuirão sempre caráter
penal, sendo sua natureza de sanção ou de retribuição. Será de grande valia admitir
a responsabilidade penal juvenil, como categoria jurídica, com ênfase para o seu
aspecto pedagógico, como sendo prioritário. Útil seria, que se proclamasse o caráter
penal das medidas sócioeducativas, pois reconhecidas com esta característica,
terão sua aplicação condicionada à observação do critério da estrita legalidade.18

A corrente que defende a redução da maioridade penal, conta com apoio de


grande parte da sociedade, tanto pelo fato de a sua maioria desconhecer a
legislação envolvida, seja pela constante divulgação de práticas de
infraçõescometidas por adolescentes, e raramente dos índices de recuperação dos
adolescentes que se encontram submetidos às medidas sócio-educativas de meio
aberto. A notícia de que um adulto cometeu uma infração penal não atrai tanta
atenção como situações em que um adolescente é autor de conduta ilícita.19

14
SARAIVA, João Batista da Costa. Compêndio de Direito Penal Juvenil. Adolescente e Ato
Infracional. 3ª Ed., Porto alegre, Livraria do Advogado, 2006. Pág. 46-47.
15
MARQUES, João Benedito. A Responsabilidade Penal do Jovem. In: LEAL, César Barros, e
JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey, 2003. Pág. 65.
16
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit.: Compêndio de Direito Penal Juvenil. Pág.49.
17
FIGUEIREDO, Luiz Carlos Vieira. Juiz de Direito. Redução da maioridade penal. Publicado em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3161. Disponível em: 26/05/2010.
18
COSTA, Ana Paula Motta. As Garantias Processuais e o Direito Processual Juvenil. Livraria do
Advogado, Porto Alegre, 2005. Pág. 79.
19
FIGUEIREDO, Luiz Carlos Vieira. Op. Cit..
De modo peculiar, questões atinentes à violência e à criminalidade, têm sido
atribuídas, em grande parte, à população juvenil. Todavia, se está de frente a um
mito já constituído em nossa sociedade, que não encontra relação com os dados
oficiais sobre a violência, ou a criminalidade desta faixa etária da população.20

A proposta de redução da maioridade, está diretamente relacionada com a


desconsideração para com o cumprimento do ECA. Em decorrência disso, brada-se
aos quatro ventos como solução para a redução da criminalidade a redução da
menoridade, por certo imaginando que, lançando-se jovens de 16 anos no falido
sistema penitenciário brasileiro, se estará contribuindo para o resgate da cidadania
nacional.

Esta omissão quanto ao efetivo cumprimento do Estatuto gera não apenas a


equivocada sensação de impunidade de que se servem alguns segmentos da mídia
para combater o ECA, mas, especialmente, serve de ventre nefasto para a criação
de grupos de extermínio, genuínos produtos de um Estado inoperante e omisso,
oportunizando ilustrar-se esta argumentação com o conceito que antônio Carlos
Gomes da Costa fez de um menino de rua: “uma ilha cercada de omissões por todos
os lados”.21

A necessidade não é de se reduzir a maioridade, mas sim, de que seja


assumido um compromisso com a efetividade do Estatudo da Criança e do
Adolescente em todos os níveis – sociedade e Estado – fazendo valer este que é um
instrumento de cidadania e responsabilização – de adultos e jovens.

Conforme pronunciamento do ministro José Celso de melo Filho:

"A solução dos problemas que derivam da criminalidade juvenil não reside
nas fórmulas autoritárias de redução da maioridade penal e nem da internação
habitual de jovens infratores” (...) “o problema da criminalidade juvenil, longe de
demandar a severidade da reação penal do Estado e de estimular indiscriminada e
excessiva providência radical da internação do infrator, com grave prejuízo do
emprego positivo das medidas sócioeducativas em regime de liberdade, deve impor
ao Poder Público a identificação dos fatores sociais que geram o estado de

20
COSTA, Ana Paula Motta. Op. Cit., Pág. 162.
21
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit.: Adolescente e Ato Infracional., Pág. 120-121.
abandono material e a exclusão social das crianças e dos adolescentes, que,
vagando, dramaticamente, pelas ruas das grandes cidades, sem teto, sem afeto e
sem proteção, constituem a denúncia mais veemente de que são vítimas – muito
mais do que autores de atos infracionais – das condições opressivas que
desrespeitam a sua essencial dignidade, advertindo-nos, mais do que nunca, de que
é chegado o momento de contruir, em nosso País, uma sociedade livre, justa e
solidária, que permita erradicar a pobreza e suprimir a marginalização, cumprindo
desse modo, as promessas solenemente proclamadas no texto de nossa própria
Constituição”.22

Este discurso sobre a redução da maioridade penal, é sem sobra de dúvidas


um retrocesso de uma legislação moderna e emancipadora como a do ECA. Ao
mesmo tempo fere os direitos humanos daqueles que não têm e nunca tiveram a
oportunidade de serem incluidos na sociedade.23

O Direito “Penal” Juvenil vem fundado no sistema garantista preconizado por


Luigi Ferraioli e se faz consequência da Doutrina da Proteção Integral, cuja
transposição para o ECA, elevando a criança e o adolescente à condição de sujeito
de direito, trouxe o estabelecimento de três níveis de garantias. Estes níveis se
organizam em três planos de ações preventivas:24

- o nível primário onde situam-se as Políticas Públicas gerais relativas à


infância e à juventude no âmbito da educação, da saúde, da habitação, etc. (art. 4º
do ECA e art. 227 da CF)

- no nível secundário onde se listam as chamadas medidas de proteção


aplicáveis a crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal (art. 101
do ECA); e

- no nível terciário, as medidas aplicáveis a adolescentes autores de atos


infracionais e as medidas socioeducativas.

22
Prêmio Sócio-Educando, íntegra do pronunciamento do Ministro José Celso de Melo Filho, em
13/08/1998. In: Revista do ILANUD, nº 12. Pág. 08.
23
MIRANDA, Amarildo Alcino. Redução da maioridade penal: o argumento falacioso e equivocado.
Publicado em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2222/Reducao-da-maioridade-penal-o-
argumento-falacioso-e-equivocado. Disponível em: 27/05/2010.
24
SARAIVA, João Batista da Costa. Desconstruindo o Mito da Impunidade. Um Ensaio de Direito
(Penal) Juvenil. Brasília, Saraiva, 2002. Pág. 51.
Todavia, ciente de que as regras do ECA eram insuficientes para dar conta
das novas demandas, o CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente) aprovou em 2006, duas novas referências: o SINASE Sistema
Nacional de Atendimento Sócioeducativo, que propõe novas diretrizes de
funcionamento para a internação e cumprimento de medidas socioeducativas em
meio aberto. De outro lado, foi elaborado o Projeto da Lei de Execução de medidas
socioeducativas, em análise no Executivo.25

Repita-se que no Brasil temos uma legislação de excelente qualidade,


reconhecida por diversos paises como uma das mais evoluídas, que é o ECA, o qual
possui bons comandos legais. Porém, o que falha é a seriedade na aplicação do
mesmo. O ECA, além de medidas sancionadoras, possui medidas de caráter
protetivo que jamais foram implementadas pelo Estado Brasileiro. Neste caso,
deveria a população exigir do Estado primar pela lei existente, através da correta
aplicação, ao invés de buscar outras alternativas instáveis e inseguras.

Defender esta postura de redução é andar na contramão da historia, pois se


sabe da falência da pena de prisão. As sociedades mais evoluídas estão
defendendo no sentido de minimizar a intervenção estatal, impondo cada vez mais a
diminuição de penas restritivas de liberdade, pois os sistemas prisionais existentes
não cumprem seu papel, porquanto se tornaram centros de depósitos humanos
antiquados, que não tem conseguido ressocializar ninguém, muito pelo contrario,
tem aumentado mais a revolta desta população encarcerada.26

Manter a idade de 18 anos para fixação da maiorirade penal é optar pela


medida socioeducativa, em detrimento da pena criminal. Esta é uma conquista que
vem se mantendo ao longo da história do nosso país. O oposto disto, seria um
enorme retrocesso, inútil, ineficaz, e ainda por cima, prejudicial.27

Pode-se concluir, que o problema não está na fixação da idade limite para a
maioridade, nem na falta de medidas sancionatórias, mas, na falta de efetivação do

25
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
26
MIRANDA, Amarildo Alcino. Op. Cit..
27
CAVALLIERI, Alyrio. Desembargador. Audiência Pública da Comissão de Constituição e Justiça e
Redação. Câmara dos Deputados. Redução da Maioridade Penal de 18 para 16 anos. In: LEAL,
César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey,
2003. Pág.130.
cumprimento das medidas sócio-pedagógicas previstas no ECA. Está ainda o
problema, na escassez de programas de inserção na sociedade, que se mostrem
efetivos, de modo que a populaçao tenha espectativas mínimas de obter um
convívio social digno.

Deveria haver uma infra-estrutura que proporcionasse uma reorientação


educacional, devendo os jovens, ter seu tempo livre preenchidopor meio de
atividades de lazer e aprendizado, como o esporte, estudos, e emprego, se
necessário. Aqueles que infringirem alguma lei deveriam ter a oportunidade de
receberem tratamentos que priorizassem o qualitativo, com o objetivo de que não
ocorra outro enfrentamento “penal”.28

Inúmeros e graves fatores vêm sendo apontados pelos especialistas, como


causas que contribuem para a delinquência juvenil, como a crise da família, a
precariedade das redes de ensino, o ambiente social favorecedor da permissividade
de condutas em todos os aspectos, a falta de ética pessoal, familiar, social e política,
dentre outras causas.29

A criminalidade juvenil é consequência ainda, de uma sociedade injusta e


descrente nos valores e princípios impostos pelas autoridades e governos que
acabam sendo os primeiros a desrespeitá-los. Necessita-se de uma mudança na
sociedade como um todo, na sua ampla estrutura. Mudança possível, realizável,
todavia, lenta, profunda e de resultados graduais.30

Reduzir a menoridade penal de nada serviria, pois não é aplicando sanções


cada vez mais cedo às crianças e adolescentes que resolveremos este carma social,
mas sim, atingindo a raiz do problema, ou seja, prestando o auxílio e a atenção
necessários ao jovem, quando do seu desenvolvimento. São políticas de incentivo,
auxílio e proteção, que podem ajudar a reduzir índices de violência entre os menores
e contra eles.

28
NASCIMENTO, José Flávio Braga. Imputabilidade do Menor Sob a Ótica Criminológica. São Paulo,
Juarez de Oliveira, 2007. Pág. 84.
29
GARCIA, Maria. Juventude e violência: a maioridade penal e a ética da responsabilidade. In:
Revista de Direito Constitucional e Internacional – Cadernos de Direito Constitucional e Ciência
Política. Ano 16, janeiro-março, 2008, nº 62. Revista dos Tribunais. Pág. 255.
30
CURY, Munir. Reduzir a Idade Penal não é solução. In: LEAL, César Barros, e JÚNIOR, Heitor
Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey, 2003.
Referências Bibliográficas:

COSTA, Ana Paula Motta. As Garantias Processuais e o Direito Processual


Juvenil. Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2005.

FIGUEIREDO, Luiz Carlos Vieira. Juiz de Direito. Redução da maioridade


penal. Publicado em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3161. Disponível
em: 26/05/2010.

GARCIA, Maria. Juventude e violência: a maioridade penal e a ética da


responsabilidade. In: Revista de Direito Constitucional e Internacional – Cadernos de
Direito Constitucional e Ciência Política. Ano 16, janeiro-março, 2008, nº 62. São
Paulo, Revista dos Tribunais. 2008.

LEAL, César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade


Penal. Belo Horizonte, Del Rey, 2003.

MACIEL, Kátia Regina. Curso de Direito da Criança e do Adolescente -


Aspectos Teóricos e Práticos. 4ª Ed., Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2010.

MALOSSO, Tiago felipe. Redução da Maioridade penal e suas implicações


dogmático-constitucionais. In: Revista dos Tribunais. Ano 96, dezembro de 2007,
Vol. 866. São paulo, Revista dos Tribunais, 2007.

MIRANDA, Amarildo Alcino. Redução da maioridade penal: o argumento


falacioso e equivocado. Publicado em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/22
22/Reducao-da-maioridade-penal-o-argumento-falacioso-e-equivocado. Disponível
em: 27/05/2010.

NASCIMENTO, José Flávio Braga. Imputabilidade do Menor Sob a Ótica


Criminológica. São Paulo, Juarez de Oliveira, 2007.

SARAIVA, João Batista da Costa. Adolescente e Ato Infracional. Garantias


Processuais e Medidas Socioeducativas. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 1999.

___________. Compêndio de Direito Penal Juvenil. Adolescente e Ato


Infracional. 3ª Ed., Porto alegre, Livraria do Advogado, 2006.
___________. Desconstruindo o Mito da Impunidade. Um Ensaio de Direito
(Penal) Juvenil. Brasília, Saraiva, 2002.

Potrebbero piacerti anche