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CF: Art. 60, § 4º, IV: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os
direitos e garantias individuais.
2
SARAIVA, João Batista da Costa. Adolescente e Ato Infracional. Garantias Processuais e Medidas
Socioeducativas. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 1999. Pág. 24.
diferencial, em seu artigo 27. Considera-se para este fim, a idade do sujeito quando
da data do fato.
3
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. cit., Pág. 24.
4
MACIEL, Kátia Regina. Curso de Direito da Criança e do Adolescente - Aspectos Teóricos e
Práticos. 4ª Ed., Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2010. Pág. 797-798.
5
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit., Pág. 25.
6
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 797-798.
“A responsabilização e punição da criança e do adolescente infrator, é neste
sentido, não um direito dos adultos e do Estado, mas um dever. Um dever em
relação aos próprios infratores. Como dever, está limitado pelo direito da criança e
do adolescente ao pleno desenvolvimento da sua personalidade. Assim, a
responsabilização legal se torna um dever do Estado de buscar, por intermédio da
aplicação da lei, possibilitar à criança o desenvolvimento de um superego capaz de
reprimir os impulsos de destruição e inseri-la num convívio socialpacífico. É a
possibilidade que o Estado e os adultos têm de suprir e corrigir as suas próprias
falhas e omissões que impedem um adequado desenvolvimento da personalidade
da criança e do adolescente, levando-o a cometer atos infracionais. Portanto, não
parece haver outra forma consequente de controle da violência e do envolvimento
de jovens com o crime, que não o modelo da proteção integral, que agrega
educação e responsabilidade, conforme estabelecido pelo ECA.” 7
7
In “Reciprocidade e o Jovem Infrator”, Revista do INALUD nº 3, Instituto Latino Americano das
Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente. São Paulo, 1997. Pág. 28.
8
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 799.
9
RESENDE, Maria Cleonice, e DUARTE, Helena Rodrigues. Redução da Maioridade Penal. In:
LEAL, César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte,
Del Rey, 2003. Pág. 23.
limite, sob a justificativa da criminalidade crescente, que a cada dia recruta maior
número de menores, não consideram a circunstância de o menor, ser ainda
incompleto, e naturalmente anti-social na medida em que não é socializado ou
instruído. O reajustamento do processo de formação do caráter deve ser cometido à
educação, não à pena criminal. De resto, com a legislação de menores
recentemente editada, dispõe o Estado dos instrumentos necessários ao
afastamento do jovem delinquente, menor de 18 anos, do convívio social, sem sua
necessária submissão ao tratamento do delinquente adulto, expondo-o à
contaminação carcerária. (g.n.)”10
10
Citação em: MALOSSO, Tiago felipe. Redução da Maioridade penal e suas implicações dogmático-
constitucionais. In: Revista dos Tribunais. Ano 96, dezembro de 2007, Vol. 866. São paulo, Revista
dos Tribunais. Pág. 464-465.
11
NUNES, Francisco Clávio Saraiva. Redução da Maioridade Penal: Uma Pseudo-Solução. In: LEAL,
César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey,
2003. Pág. 36.
12
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
13
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
diante da inexistência ou carência de programas idôneos de atendimento, estaria o
ECA estimulando a impunidade.14
Pernanece a errônea idéia de que "o menor pode fazer o que quizer", “eu
sou de menor”15, ou ainda de que “com menor não dá nada”16. Em alguns pontos o
Estatuto da Criança e do Adolescente prevê procedimentos mais severos do que os
previstos para um adulto. Um destes casos é o da privação provisória de liberdade.
O ECA prevê para o adolescente, a possibilidade desta privação se estender por até
45 dias, enquanto para o adulto, a legislação penal prevê apenas 5 dias de prisão
temporária.17
14
SARAIVA, João Batista da Costa. Compêndio de Direito Penal Juvenil. Adolescente e Ato
Infracional. 3ª Ed., Porto alegre, Livraria do Advogado, 2006. Pág. 46-47.
15
MARQUES, João Benedito. A Responsabilidade Penal do Jovem. In: LEAL, César Barros, e
JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey, 2003. Pág. 65.
16
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit.: Compêndio de Direito Penal Juvenil. Pág.49.
17
FIGUEIREDO, Luiz Carlos Vieira. Juiz de Direito. Redução da maioridade penal. Publicado em:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3161. Disponível em: 26/05/2010.
18
COSTA, Ana Paula Motta. As Garantias Processuais e o Direito Processual Juvenil. Livraria do
Advogado, Porto Alegre, 2005. Pág. 79.
19
FIGUEIREDO, Luiz Carlos Vieira. Op. Cit..
De modo peculiar, questões atinentes à violência e à criminalidade, têm sido
atribuídas, em grande parte, à população juvenil. Todavia, se está de frente a um
mito já constituído em nossa sociedade, que não encontra relação com os dados
oficiais sobre a violência, ou a criminalidade desta faixa etária da população.20
"A solução dos problemas que derivam da criminalidade juvenil não reside
nas fórmulas autoritárias de redução da maioridade penal e nem da internação
habitual de jovens infratores” (...) “o problema da criminalidade juvenil, longe de
demandar a severidade da reação penal do Estado e de estimular indiscriminada e
excessiva providência radical da internação do infrator, com grave prejuízo do
emprego positivo das medidas sócioeducativas em regime de liberdade, deve impor
ao Poder Público a identificação dos fatores sociais que geram o estado de
20
COSTA, Ana Paula Motta. Op. Cit., Pág. 162.
21
SARAIVA, João Batista da Costa. Op. Cit.: Adolescente e Ato Infracional., Pág. 120-121.
abandono material e a exclusão social das crianças e dos adolescentes, que,
vagando, dramaticamente, pelas ruas das grandes cidades, sem teto, sem afeto e
sem proteção, constituem a denúncia mais veemente de que são vítimas – muito
mais do que autores de atos infracionais – das condições opressivas que
desrespeitam a sua essencial dignidade, advertindo-nos, mais do que nunca, de que
é chegado o momento de contruir, em nosso País, uma sociedade livre, justa e
solidária, que permita erradicar a pobreza e suprimir a marginalização, cumprindo
desse modo, as promessas solenemente proclamadas no texto de nossa própria
Constituição”.22
22
Prêmio Sócio-Educando, íntegra do pronunciamento do Ministro José Celso de Melo Filho, em
13/08/1998. In: Revista do ILANUD, nº 12. Pág. 08.
23
MIRANDA, Amarildo Alcino. Redução da maioridade penal: o argumento falacioso e equivocado.
Publicado em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2222/Reducao-da-maioridade-penal-o-
argumento-falacioso-e-equivocado. Disponível em: 27/05/2010.
24
SARAIVA, João Batista da Costa. Desconstruindo o Mito da Impunidade. Um Ensaio de Direito
(Penal) Juvenil. Brasília, Saraiva, 2002. Pág. 51.
Todavia, ciente de que as regras do ECA eram insuficientes para dar conta
das novas demandas, o CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente) aprovou em 2006, duas novas referências: o SINASE Sistema
Nacional de Atendimento Sócioeducativo, que propõe novas diretrizes de
funcionamento para a internação e cumprimento de medidas socioeducativas em
meio aberto. De outro lado, foi elaborado o Projeto da Lei de Execução de medidas
socioeducativas, em análise no Executivo.25
Pode-se concluir, que o problema não está na fixação da idade limite para a
maioridade, nem na falta de medidas sancionatórias, mas, na falta de efetivação do
25
MACIEL, Kátia Regina. Op. cit., Pág. 800.
26
MIRANDA, Amarildo Alcino. Op. Cit..
27
CAVALLIERI, Alyrio. Desembargador. Audiência Pública da Comissão de Constituição e Justiça e
Redação. Câmara dos Deputados. Redução da Maioridade Penal de 18 para 16 anos. In: LEAL,
César Barros, e JÚNIOR, Heitor Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey,
2003. Pág.130.
cumprimento das medidas sócio-pedagógicas previstas no ECA. Está ainda o
problema, na escassez de programas de inserção na sociedade, que se mostrem
efetivos, de modo que a populaçao tenha espectativas mínimas de obter um
convívio social digno.
28
NASCIMENTO, José Flávio Braga. Imputabilidade do Menor Sob a Ótica Criminológica. São Paulo,
Juarez de Oliveira, 2007. Pág. 84.
29
GARCIA, Maria. Juventude e violência: a maioridade penal e a ética da responsabilidade. In:
Revista de Direito Constitucional e Internacional – Cadernos de Direito Constitucional e Ciência
Política. Ano 16, janeiro-março, 2008, nº 62. Revista dos Tribunais. Pág. 255.
30
CURY, Munir. Reduzir a Idade Penal não é solução. In: LEAL, César Barros, e JÚNIOR, Heitor
Piedade. Idade da Responsabilidade Penal. Belo Horizonte, Del Rey, 2003.
Referências Bibliográficas: