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RÚSSIA
Prof. Gabriel Pessin
1 Elaborado por Mariana Willmersdorf Steffen e Sílvia Carolina Sebben (alunas de Relações
Internacionais da UFRGS).
2 Partido político comunista da Rússia, cujo principal objetivo era realizar a Revolução Socialista
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3 Em 1956, tamanho máximo atingido pela potência em toda a sua história. As Repúblicas eram:
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recursos financeiros, etc – eram tomadas pelo governo central, isto é, o Partido Comunista, e depois
transmitida para todas as Repúblicas. Não havia livre mercado nem iniciativa privada na URSS.
7 Movimento criado nos anos 80 com o objetivo de reconquistar as liberdades da Polônia,
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8Disponível em http://www.dw-world.de/dw/article/0,,484692,00.html.
9O regime socialista de Joseph Stalin foi caracterizado pelo alto grau de centralização dos processos
de tomada de decisão, nas mãos do Partido Comunista, acompanhado pelo culto aos líderes do
Partido e por fortes medidas totalitárias, tais como intensa repressão a dissidentes políticos e
censura a meios de comunicação.
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10 PERSICI, Rossana. As operações de paz da ONU: uma reflexão sobre as mudanças ocorridas após a
Guerra Fria.
Em:http://www.politicaglobal.com/politicaglobal/Rossana/Entries/2010/4/1_As_operações_de_p
az_da_ONU:_uma_reflexão_sobre_as_mudanças_ocorridas_após_a_Guerra_Fria.html
11 Criada no contexto da competição bipolar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
de 1949, consistiu em uma aliança militar entre os países do mundo ocidental, frente à ameaça de
um possível conflito com o regime comunista soviético.
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(OSCE)12, tal que pudesse garantir seu reconhecimento como potência na sua
reintegração ao continente europeu. Diversas negociações ocorreram para
solucionar a questão da expansão da OTAN. Entretanto, a Rússia, claramente com
menos elementos de barganha, não teve condições de contrapor os argumentos
ocidentais, e teve de contentar-se com a criação de um Conselho Rússia-OTAN13,
cujo principal objetivo seria estabelecer um foro de diálogo sobre as questões de
segurança no continente europeu, o qual operaria baseado no consenso entre os
membros, mas que ainda poderia agir sem o consentimento russo (DONALDSON &
NOGEE, 2005).
No episódio da Guerra do Kosovo, ocorrida entre os anos de 1996 e 1999,
ficou ainda mais clara a indisposição russa em ceder às questões ocidentais,
principalmente quando estas iam de encontro às suas próprias preferências. Em
1989, o presidente sérvio, Slobodan Milosevic, revogou a autonomia da província
do Kosovo, impondo um governo fortemente repreensivo sobre seus habitantes.
Isto provocou uma resposta armada do Exército de Libertação do Kosovo, dando
início a uma sangrenta guerra civil, em 1996. Conforme se acentuaram as medidas
repressivas do presidente sérvio sobre os kosovares, o Grupo de Contato14 reuniu-
se e definiu um plano para combater a Sérvia, sem, no entanto, obter sucesso.
Quando o Grupo sugeriu a intervenção militar em território sérvio, a Rússia alegou
que apenas as Nações Unidas possuíam o direito de utilizar a força militar contra a
soberania de um país (DONALDSON & NOGEE, 2005). Nesse caso, a resistência
russa justificava-se no fato da Sérvia ser um antigo aliado do país, em relação ao
qual a Rússia não poderia adotar uma postura efetivamente contrária. Uma vez que
as tentativas russas de persuadir Milosevic a capitular não obtiveram êxito, tal
como se ocorreu aas tentativas de dissuadir a OTAN quanto ao ataque militar –
apelos ao Conselho de Segurança da ONU, ao Conselho Europeu e aos Estados
Unidos –, restou aos russos aceitar e participar das negociações de paz, desde que
essas ocorressem sob a égide da OSCE.
Os bombardeios aéreos da OTAN sobre a Sérvia iniciaram-se em março de
1999 e, em junho deste mesmo ano, a Rússia, conjuntamente à OSCE, teve êxito em
persuadir Milosevic a aceitar o plano ocidental para pôr fim ao conflito.
Sumariamente, a Guerra do Kosovo demonstrou não apenas as inabilidades
dos Bálcãs, quais sejam: Rússia, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália. Essa
região era estrategicamente importante por ser considerada: fronteira entre o Ocidente e a religião
ortodoxa; limite entre a União Europeia e a OTAN expandida; e retaguarda da Turquia, entre
Europa, Ásia e Oriente Médio (HUNTINGTON, 1996).
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15 Commodity é o termo utilizado para fazer referência a produtos em seu estado bruto (matérias-
primas), ou com pequeno valor agregado, tais como soja, café, petróleo, gás natural e açúcar, entre
outros.
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Período de crise financeira, iniciado em 1997, que atingiu os países do continente asiático, em
especial aqueles que haviam apresentado altas taxas de crescimento econômico nos anos
anteriores, como Tailândia, Indonésia e Coréia do Sul (CANUTO, 1998).
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Ato unilateral de um Estado declarando a suspensão do pagamento dos serviços da sua dívida
externa.
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19No caso da China, há grupos separatistas que buscam a independência da região de Xinjiang. No
caso da Rússia, as regiões da Tchetchênia e da Ossétia do Sul são os movimentos separatistas mais
conhecidos hoje (MARAT, 2008).
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fortemente criticada pelos Estados Unidos e pela União Europeia e que não teve
respaldo por parte de outros países.
Em relação a ambos os conflitos, é interessante mencionar a posição da
Geórgia, que acusou a Rússia de tentar desestabilizar seu governo, fomentando
movimentos separatistas dentro de seu território. A Rússia, por sua vez, acusou os
Estados Unidos de terem provocado o conflito, alegando que a atuação do governo
americano na região tinha objetivos eleitorais. Alguns analistas creem que as ações
da Rússia na Geórgia possuem um objetivo principal: impedir que o país ingresse
na OTAN.
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Vladimir Putin deixou a presidência russa no ano de 2008, quando essa foi
assumida por Dmitry Medvedev. Apesar disso, a influência de Putin no governo
russo ainda é grande, já que, desde o início do governo de Medvedev, ele vem
atuando no cargo de Primeiro Ministro da Rússia. Em função disso, o governo de
Medvedev, pelo menos até a presente data, não demonstrou grandes mudanças em
termos de sua estratégia de inserção internacional, que continua sendo baseada na
ideia da criação de uma nova ordem mundial caracterizada pelo multilateralismo.
Em relação a isso, o grupo dos BRIC é uma importante arma, através da qual a
Rússia (e os outros países do grupo) busca instaurar essa nova ordem.
Nesse sentido, pode ser esperada para o futuro uma coordenação maior de
ações entre Brasil e Rússia nos foros internacionais, falando em favor dos países
em desenvolvimento. Além disso, através da formalização do BRIC, espera-se que
as relações entre Brasil e Rússia fiquem mais fortes, tanto em termos diplomáticos
(um exemplo de tal fortalecimento diplomático foi a recente passagem do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Rússia) quanto em termos de relações
comerciais e econômicas.
Entretanto, cabe aqui destacar algumas diferenças importantes entre Rússia
e Brasil. Enquanto o Brasil ainda se caracteriza como potência em ascensão, é
notável o fato de que a Rússia ainda é, apesar de todos os problemas que enfrentou
desde o fim da Guerra Fria, uma grande potência. O aparato militar russo só perde
para o dos Estados Unidos, e seus recursos energéticos lhe dão capacidades
econômicas e diplomáticas notáveis. Cabe ao Brasil aproveitar a oportunidade de
ter um aliado tão forte para fazer com que suas reivindicações sejam ouvidas nas
discussões e foros internacionais.
Por fim, quanto às relações entre Rússia e Estados Unidos, pode ser dito que
houve uma significativa melhora desde que Barack Obama assumiu a presidência
norte-americana, em 2009. Um fato notável desde então foi o estabelecimento de
projetos para diminuir os estoques de armas nucleares de ambos os países.
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LEITURAS COMPLEMENTARES20
Leitura obrigatória
ADAM, Gabriel Pessin. A Economização da Política Externa Russa. Belo Horizonte, I
Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de
Minas Gerais, 2009.
Leitura complementar
QUINTELLA, Thereza Maria Machado (org.) Brasil – Rússia Fortalecimento de uma
Parceria. Brasília: Funag, 2005.
ZHEBIT, Alexandre. A Rússia na Ordem Mundial: Com o Ocidente, com o Oriente ou
um Pólo Autônomo em um Mundo Multipolar? Brasília: Revista Brasileira de
Política Internacional, Int. 46, p. 151-183, 2003.
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LINKS ÚTEIS
1. OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte): em inglês
Disponível em: http://www.nato.int/cps/en/natolive/index.htm
FILMES
- Tulpan (2008), de Sergei Dvortsevoy.
Resenha disponível em:
http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_filme.aspx?id_critica=7341&id_filme=79
36&aba=critica
LEITURAS SUGERIDAS
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SEGRILLO, Angelo. O Declínio da URSS: Um estudo das causas. Rio de Janeiro:
Record, 2000.
TODD, Emanuel. Depois do Império: A Decomposição do Sistema Americano. Rio
de Janeiro: Record, 2003.
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BIBLIOGRAFIA
CANO, Wilson. Notas sobre a crise da URSS. Campinas: Economia e Sociedade,
2000.
CANUTO, Otaviano. A Crise Asiática. São Paulo: Economia em Perspectiva, 1998.
DONALDSON, Robert H.; NOGEE, Joseph L. The Foreign Policy of Russia: Changing
Systems, Enduring Interests. New York: M. E. Sharp, 2005.
HALLIDAY, Fred. Génesis de la Segunda Guerra Fria. México: Fundo de Cultura
Econômica, 1989.
MARAT, Erica. The SCO and Foreign Powers in Central Asia: Sino-Russian
Differences. In: Central-Asia-Caucasus Analyst. Washington DC: Central Asia-
Caucasus Institute, 2008.
PERSICI, Rossana. As operações de paz da ONU: uma reflexão sobre as mudanças
ocorridas após a Guerra Fria. Disponível em
http://www.politicaglobal.com/politicaglobal/Rossana/Entries/2010/4/1_As_ope
rações_de_paz_da_ONU:_uma_reflexão_sobre_as_mudanças_ocorridas_após_a_Guer
ra_Fria.html. Acessado em 23/05/2010.
POMERANZ, Lenina. Os Países Pós Socialistas: Qual Capitalismo?. São Paulo: São
Paulo em Perspectiva, 1998.
SHARLET, Robert (2005). In Search of the Rule of Law. IN: White, Gitelman,
Sakwa. Developments in Russian Politics. Duke University Press, 2006.
Site da Organização para Segurança e Cooperação na Europa:
http://www.osce.org/
Site do Conselho Rússia-OTAN: http://www.nato-russia-council.info
Site da revista Aventuras na História: http://historia.abril.com.br/politica/urss-
uniao-fez-forca-435817.shtml.
Site do jornal New York Times:
http://www.nytimes.com/2008/11/07/world/europe/07georgia.html?_r=2&scp=
4&sq=georgia&st=cse&oref=slogin
Site da agência de notícias BBC News:
http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7586605.stm
SCHILLING, Voltaire. Diferenças entre Mencheviques e Bolcheviques. Disponível
em http://educaterra.terra.com.br/voltaire/. Acessado em 24/05/2010.
SCHILLING, Voltaire. A Segunda Guerra da Chechênia. Disponível em
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2004/09/13/003.htm. Acessado
em 26/05/2010.
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OS ESTADOS UNIDOS E A ASCENSÃO DE NOVOS PÓLOS: OS BRICS – RÚSSIA
VIZENTINI, Paulo G. F. Dez anos que abalaram o Século XX. Porto Alegre: Leitura
XXI, 2002.
_____________________. Da Guerra Fria à Crise (1945 - a 1990). Porto Alegre, Editora da
Universidade, 1990.
_____________________.História do Século XX. Porto Alegre: Novo Século, 2000.
WEITZ, Richard. Kazakhstan and the New International Politics of Eurasia.
Washington DC & Stockholm: Central Asia-Caucasus Institute & Silk Road Studies
Program, 2008.
World Economic Outlook Database 2008. Disponível em:
http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2008/01/weodata/weorept.aspx?pr.x
=52&pr.y=13&sy=1992&ey=2007&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&c=9
22&s=NGDPD,PPPGDP&grp=0&a=. Acessado em 26/05/2010.
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