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Proteja-se

saúde

Especialistas mostram como fortalecer o sistema imunológico


sem recorrer a cápsulas ou a fórmulas milagrosas

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um nariz escorre daqui, uma tosse ataca dali e, à medida que


aumenta a incidência desses mal-estares, percebe-se que o inverno
se aproxima -com ele, gripes, resfriados, infecções. A grande
amplitude térmica desta época -na última terça-feira, por exemplo, a
temperatura oscilou entre 15ºC e 25ºC em São Paulo- também
ajuda a causar esses distúrbios.

"O organismo sente as variações bruscas de tempo no mesmo dia.


Elas geram estresse, o que desencadeia a produção de hormônios
com ação indireta no sistema imunológico", explica o imunologista
Luiz Vicente Rizzo, professor do Instituto de Ciências Biológicas e
chefe do ambulatório de imunodeficiência do Hospital das Clínicas
da USP (Universidade de São Paulo).

Manter janelas fechadas, hábito comum no frio, também aumenta a


concentração de vírus e bactérias e facilita a exposição a eles. Isso
sem contar os climatizadores, emissores de sujeira e bactérias
quando a limpeza não é feita da forma e com a freqüência corretas.
Se os agentes externos são inevitáveis, fortalecer o sistema
imunológico pode ser a saída para minimizar os desconfortos
outono invernais. E não se trata de se entupir de remédios vendidos
como eficazes para prevenir esses males. "Não existe fórmula
milagrosa: o que faz bem para todo o organismo certamente fará
bem para o sistema imunológico", pondera Rizzo. Bons hábitos,
mais do que remédios, favorecem as células responsáveis pela
imunidade e são a melhor forma de prevenir doenças o ano todo.

Isso porque o sistema imunológico trabalha em dependência com


outros mecanismos do corpo, como a produção de hormônios e a
metabolização da glicose. Qualquer desequilíbrio nesses fatores
também pode mudar a eficácia das células de defesa -e tornar o
corpo mais vulnerável à ação de vírus e bactérias. "O sistema
imunológico é uma intrincada rede de células com diversas funções,
e elas têm de trabalhar de forma harmoniosa", diz Victor Nudelman,
imunologista da clínica de especialidade pediátrica do Hospital
Israelita Albert Einstein.

Veja o que influencia o sistema imunológico e saiba o que fazer


para equilibrar naturalmente suas defesas.

Peso saudável

O ganho excessivo de peso pode fazer com que células do sistema


imunológico se alojem nas camadas de gordura do corpo e não
trabalhem corretamente na defesa do organismo. Além disso, as
células gordurosas "roubam" a glicose que seria usada como
energia pelo sistema imunológico.

Para seu doutorado na USP, a endocrinologista Cristiane Moulin


estudou o impacto da cirurgia bariátrica em obesos mórbidos. Entre
outras melhorias, constatou que esses pacientes, após perderem
cerca de 26% do peso, voltaram a produzir citocinas, substâncias
que regulam o sistema imunológico.

Moulin diz que ainda não se sabe exatamente quais são os


mecanismos envolvidos nesse processo, mas acredita que obesos
e pessoas com sobrepeso também podem ter melhorias em seu
sistema imune com a perda de peso. "Há pesquisas mostrando que
onde trafegam as células imunológicas trafegam as de gordura e,
por isso, pode haver alguma relação", afirma Nudelman.

Dietas restritivas e baixo peso também debilitam o sistema


imunológico; por isso, a perda de peso, se necessária, deve ser
acompanhada de uma alimentação equilibrada.

Controlar o estresse

Em situações de estresse físico ou emocional, o organismo entende


que é preciso liberar hormônios que ajudam a dar energia para que
o organismo enfrente a dificuldade, e esse processo "rouba" glicose
das células imunológicas. Também altera os níveis de alguns
hormônios que têm ação no sistema imune.

O estresse ainda leva a uma diminuição do sono e do


aproveitamento dos alimentos ingeridos, o que pode aumentar a
susceptibilidade a infecções.

Se a rotina é estressante, procure uma válvula de escape nos


momentos de maior pressão. "Tudo o que desfaz o estresse e
restabelece o equilíbrio básico do organismo traz benefício ao
sistema imunológico", diz Nudelman, do Albert Einstein.

Dormir bem
Um dos hormônios secretados na hora de dormir, a melatonina, tem
função indireta em diversas células e, mais uma vez, nas células de
defesa, já que ajuda no controle da resposta imune mais
especializada.

Qualquer anormalidade que altere a produção dessa substância,


como sucessivas noites mal dormidas, pode desregular essa
resposta e tornar o organismo mais vulnerável. "Se a pessoa não
dorme bem, não secreta melatonina direito e, assim, todas as
atividades ligadas à imunidade celular estarão prejudicadas: a asma
e as doenças auto-imunes pioram, por exemplo", diz Luiz Rizzo, da
USP.

As necessidades individuais de descanso variam. Procure atingir


diariamente o tempo de sono que o faça se sentir bem-disposto
durante todo o dia. [Sobre este assunto, é recomendável a leitura
do livro “Apague a Luz!” de T S Wiley, Editora Campus, São Paulo]

Praticar exercícios

Apesar de trazer efeitos positivos, ainda não se sabe se a atividade


física tem efeito direto no sistema imunológico ou se o auxilia pelo
fato de ajudar a reduzir o estresse, a manter o peso e a dormir
melhor. "Mas há estudos que mostram que quem caminha todo dia
tem melhor resposta imune e quem se exercita moderadamente
passa menos dias doente", afirma a imunologista Amélia Ribeiro de
Jesus, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia).

No entanto, exercícios em excesso deprimem o sistema


imunológico. Segundo o ortopedista André Pedrinelli, diretor do
Comitê de Trauma do Esporte da SBOT (Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia), sair do sedentarismo e partir para
exercícios de alto impacto pode trazer os mesmos malefícios da
atividade em excesso. "Trabalhar acima da capacidade fisiológica
pode levar a microlesões em todos os sistemas corporais, inclusive
no imunológico."

Não abusar de antibióticos

Tomar esses remédios para qualquer dor de garganta pode deixar o


sistema imunológico mais vulnerável, pois as bactérias benéficas
também são atingidas -e são elas que ajudam a proteger o
organismo contra microorganismos invasores. Além disso, em geral,
infecções de garganta são causadas por vírus -de nada adianta
tomar medicamentos que combatem bactérias.

"Os antibióticos podem diminuir a tolerância à alergia no trato


gastrointestinal e quebrar a barreira de bactérias com a qual o
sistema imunológico conta", diz o imunologista Victor Nudelman.
Mantenha as vacinas em dia, observando recomendações para
reforços e outras doses. Idosos devem se vacinar contra gripe e
pneumonia.

Alimentos certos

Em geral, uma dieta equilibrada é suficiente para obter todos os


nutrientes que ajudam no funcionamento do sistema imune. Porém,
sabe-se que o ácido graxo ômega 3, o selênio, o zinco e vitaminas
como a A, a C e a E influenciam diretamente nas células
imunológicas.

É possível escolher alimentos para garantir o aporte desses


nutrientes e a resistência ao sistema imunológico. "Eles atuam
diretamente na imunidade ou ajudam a neutralizar os radicais livres
produzidos em situações de estresse, que podem prejudicar as
funções celulares", explica a nutricionista Elizabeth do Nascimento,
professora da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Mas
eles precisam estar na dieta com freqüência.

ALHO
Tem componentes que ajudam no sistema imune, como a arginina,
que modula a função do linfócito T, uma das células imunológicas.
As alicinas, compostos presentes no vegetal, também estimulam as
células de defesa.

[ Alho: Hipócrates já mencionava seu uso para diversas condições


terapêuticas, como parasitas, problemas respiratórios, indigestão e
adinamia. Louis Pasteur confirmou a ação antibactericida do alho
em 1858. Seu princípio ativo são compostos de enxofre,
conhe3cidos por alicin. Há mais de 250 publicações mostrando que
o alho melhora o sistema cardiovascular. Pode diminuir o colesterol
e triglicérides no sangue, aumenta a fibrinolise, que resulta em
diminuição da coagulação sangüínea. É um leve anti-hipertensivo e
tem atividade antioxidante. Tem ação antibacterial, antiviral e
antifúngica, inibindo também o crescimento de Candida albicans.
Estudos mostram redução do risco de câncer de esôfago,
estômago e cólon, pela sua ação redutora da formação de
complexos carcinogênicos. Algumas pessoas podem sentir
queimação no estômago e gases. Por sua atividade anticoagulante
deve ser orientada por profissional médico a possibilidade de usá-lo
junto com medicação para esta finalidade. Evita-se usá-lo antes de
cirurgia para não interferir na coagulação. Não se conhece contra-
indicação para gestantes e lactantes. Usado em arteriosclerose,
hipercolesterolemia, hipertensão, triglicéridemia, imuno-estimulação
e infecções por fungos. – trecho do livro “Prevenção: A Medicina do
Século XXI”, do Dr Wilson Rondó Junior, pág 203-204, Editora
Gaia, São Paulo. ]

OSTRA
Esse fruto do mar é fonte de zinco e selênio, minerais que ajudam a
formar enzimas essenciais para as atividades das células que são
fundamentais para destruir os microorganismos causadores de
doenças.

O zinco também está presente na carne bovina e de frango, no ovo


e no leite integral; a castanha-do-brasil é uma das principais fontes
de selênio

VEGETAIS AMARELO- ALARANJADOS


Cenoura, abóbora e mamão são ricos em vitamina A, que aumenta
a resistência a agentes infecciosos. De acordo com Elizabeth do
Nascimento, o betacaroteno, precursor da vitamina A, atua na
regulação da função das células do sistema imune.

PEIXES
Aqueles ricos no ácido graxo ômega 3, como salmão, sardinha,
atum, anchova e arenque, melhoram o controle imunológico nas
reações inflamatórias. O ômega 3 é um precursor de citocinas,
substâncias que atuam no combate a inflamações
Óleo de linhaça, soja, nozes e amêndoas são boas fontes desse
ácido graxo

FRUTAS VERMELHAS
Cerejas, amoras, framboesas e uva roxa possuem catequinas, que
ajudam a estimular as defesas do organismo. O chá verde também
é rico nessas substâncias

FRUTAS CÍTRICAS
"Parece banal, mas freqüentemente não se suprem as
necessidades diárias de vitamina C, pois muita gente não ingere os
alimentos que são fontes do nutriente", alerta Victor Nudelman. Ele
aconselha a ingestão diária de frutas cítricas, que ajudam a garantir
a quantidade necessária. "Um estudo feito na África com crianças
desnutridas mostrou que a resposta às vacinas melhora com a
reposição de vitamina C", afirma Nudelman.

PROBIÓTICOS
Ajudam a regular a microflora intestinal -formada por bilhões de
microorganismos e que pode chegar a dois quilos. "Essa microflora
forma uma barreira para vários micróbios, evitando que eles entrem
no organismo, e também ajusta o sistema imune", afirmou Philippe
Sansonnetti, responsável pela unidade de microbiologia molecular
patogênica do Institute Pasteur, em entrevista realizada no mês
passado, em Paris.

Uma hipótese levantada por Sansonnetti é que a microflora ative o


sistema de sobrevivência das células imunológicas, presentes, em
grande parte, no intestino. Estudo recente do instituto mostrou que
idosos que consumiram probióticos por sete semanas tiveram uma
melhor resposta à vacina antigripe do que aqueles que não
tomaram. "Trabalhos mostram que crianças alérgicas têm menos
dermatite atópica quando consomem iogurtes probióticos",
acrescenta Victor Nudelman.

O leite materno, iogurtes e leites fermentados são fontes de


probióticos; pessoas com imunodeficiências graves não
devem usar esse tipo de produto

Evitar bebidas alcoólicas

A ação do excesso de álcool é direta: um dos subprodutos da


metabolização da bebida no organismo é altamente tóxico para as
células imunológicas e pode baixar sua produção.
Cuidado também com excessos na ingestão de doces: picos de
insulina podem enfraquecer o sistema imunológico.
fonte: DANIELLI BOTTURE, nutricionista da RG Nutri
Colaborou AMARÍLIS LAGE , da Reportagem Local, que viajou a Paris a
convite da Danone

Suplementos só são indicados em casos específicos

Vitaminas e minerais são essenciais para a resistência do


organismo, mas não é preciso recorrer às fórmulas polivitamínicas
para garantir seu aporte, já que uma alimentação balanceada supre
as necessidades diárias. Não há nenhum indício de que o consumo
além do necessário de vitaminas ou minerais estimule o sistema
imunológico.

No entanto, esses suplementos podem trazer benefícios a pessoas


com carência de nutrientes por motivos específicos, diagnosticada
por um médico, como algumas doenças, exercícios físicos
extenuantes e estresse exagerado. (JS)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2205200807.htm

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